
Uma operação comandada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi realizada nesta sexta-feira (9), em Formiga (MG), para cumprir mandados contra servidores e ex-servidores do Serviço Municipal de Luto.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, os quais resultaram na apreensão de vários documentos e seis cautelares, como afastamento do serviço público, recolhimento noturno e dias de folga.
O promotor do MPMG, Ângelo Ansanelli, disse que os coveiros recebiam valores de propina para reservar locais para famílias no Cemitério Público. Eles cobravam em torno de R$ 2 mil a R$ 3 mil. Os coveiros enterravam um caixão vazio, a cova ficava fechada e tinha uma placa com o nome da família. Quando morria alguém desta família, o corpo era sepultado nestes locais.
Um dos principais envolvidos foi exonerado da prefeitura, mas continuava realizando o esquema por meio dos outros coveiros. Segundo o Ministério Público, o esquema ocorre desde 2007.
“Todos os envolvidos vão ser ouvidos. Os coveiros são investigados pelos crimes de corrupção passiva e pela prática do crime de peculato, que é o desvio de dinheiro público, utilizando a função pública. As pessoas que pagaram para reservar os túmulos também serão investigadas por corrupção ativa”, acrescentou o promotor.
De acordo com o MPMG, até o momento, diversas irregularidades foram encontradas neste esquema, como recebimento de horas extras sem que estivessem de fato trabalhando, o eventual desvio de urna funerária pública para particular e abastecimento de veículo particular com dinheiro da prefeitura.