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Fiocruz e Butantan confirmam chegada de insumos da China para fabricação de 25 milhões de doses

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No sábado (22), chega matéria-prima para a AstraZeneca. No dia 26, para a CoronaVac.

A Fiocruz e o Instituto Butantan confirmaram para os próximos dias a chegada de insumos da China para fabricar 25 milhões de doses de vacinas.

As últimas remessas do ingrediente farmacêutico ativo da China para o Brasil foram em abril. Para a CoronaVac, do Butantan, dia 19. O instituto está, desde sexta-feira (14), com a produção de novas doses totalmente suspensa. No dia 24, foi a vez da chegada para AstraZeneca da Fiocruz.

Mesmo dependendo tanto dos chineses, o governo Bolsonaro continua provocando. No dia 5 de maio, o presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer insinuações sobre a origem do vírus sem citar abertamente a China: “É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que estamos enfrentando uma nova guerra? Qual país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês.”

Depois dessas declarações, a China não entregou mais IFA ao Brasil, alegou problemas burocráticos. Mas em 7 de maio, dois dias depois da provocação feita por Bolsonaro, os ministros da Economia, da Saúde e das Relações Exteriores fizeram um apelo ao embaixador da China para que ajudasse na liberação do insumo.

Segundo o Jornal Nacional apurou, nessa reunião por videoconferência, a embaixada da China reclamou dos constantes ataques do governo brasileiro e cobrou manifestações públicas de apoio ao governo chinês.

Nesta segunda, em audiência no Senado, o Itamaraty amenizou os atritos e elogiou a China.

“Nós devemos, de fato, louvar a China nesse sentido, porque a China é o país que realmente tem mais exportado IFAs e vacinas nesse momento de pandemia. E nós reconhecemos plenamente esse esforço gigantesco da China para ajudar o mundo e o Brasil, em particular, neste momento”, disse João Lucas Quental de Almeira, diretor do DDHH e Cidadania do Ministério das Relações Exteriores.

A senadora Kátia Abreu, do Progressistas, presidente da Comissão de Relações Exteriores, reconheceu a corrida pelo IFA chinês e pediu que o governo brasileiro pare de atrapalhar as ações diplomáticas.

“Os ataques que têm sido feitos pelo próprio presidente Bolsonaro, e outros alguns poucos ministros do governo, isso atrapalha o trabalho do embaixador chinês no Brasil. Eu peço mais uma vez ao chanceler França, através do embaixador João Lucas, que, por favor, oriente o governo a não nos atrapalhar. Se ele não acredita na vacina, não é uma opinião geral do país”, afirmou Kátia Abreu.

O ex-embaixador do Brasil em Washington Rubens Barbosa considera os atrasos nas entregas uma resposta da China às provocações do governo brasileiro.

“É uma maneira diplomática do governo chinês responder à maneira como o governo e a vacina foram referidos pelo governo brasileiro. É uma maneira diplomática, não muito violenta, não muito direta, de dizer que isso teve consequências. Quer dizer, quanto mais atacar, mais atrasa”, disse o embaixador Rubens Barbosa.

Nesta segunda, tanto o Butantan quanto a Fiocruz confirmaram que vão receber nos próximos dias lotes do IFA que estavam atrasados. O governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, voltou a reclamar dos ataques do governo Bolsonaro e confirmou a chegada de um novo lote de insumos. A matéria-prima, prevista para o dia 14 de maio, só deve chegar no dia 26, e serão 4 mil litros, 6 mil a menos do prometido inicialmente.

A Fiocruz disse, em nota, que receberá dois lotes para a produção da vacina no dia 22, insumo suficiente para a produção de cerca de 12 milhões de doses, e ressaltou que com as novas remessas, as entregas de vacinas estão asseguradas até a terceira semana de junho.

Mesmo assim, a Fiocruz informou que será necessário interromper a produção na próxima quinta-feira (20) até a chegada do novo lote de insumo.

E a partir da madrugada desta terça-feira (18), o Ministério da Saúde começa a distribuir 6,4 milhões de doses de vacinas:

4,7 milhões da AstraZeneca/Fiocruz; pouco mais de 1 milhão da CoronaVac/Butantan; e 647 mil da Pfizer/BioNTech.

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