Jornal Folha Regional

Queimadas deixaram pelo menos 25 mil clientes sem energia elétrica no Sul de Minas só neste ano

Compartilhe:

Pelo menos 25 mil residências, comércios, escolas, hospitais e indústrias ficaram sem energia elétrica neste ano no Sul de Minas por conta das queimadas que atingiram a região. O levantamento é da Companhia Energética de Minas Gerais, a Cemig. Conforme a empresa, 35 queimadas foram responsáveis por interromper o fornecimento de energia para clientes do Sul de Minas neste ano.

Esse número representa mais que o dobro dos incidentes causados por queimadas registrados no mesmo período de 2020. Até agosto do ano passado, foram 17 queimadas, que causaram prejuízos no fornecimento de energia para cerca de sete mil clientes.

De janeiro a agosto de 2021, em todo o estado, a Cemig registrou um aumento de 95% no número de ocorrências em comparação com o mesmo período do ano passado. Nos oito primeiros meses deste ano, aconteceram 307 queimadas que interromperam o fornecimento de energia para pouco mais de 386 mil clientes. Nesse mesmo período do ano passado, a empresa registrou 157 queimadas que afetaram a rede de distribuição, causando prejuízos no fornecimento de energia para 216 mil clientes.

O número de focos ativos, com ou sem ocorrência de interrupção no fornecimento de energia, teve um aumento de, aproximadamente, 87% nos primeiros oito primeiros meses deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2020, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Historicamente, agosto, setembro e outubro representam cerca de 77% do total de focos no ano, mas em 2021, o dado é preocupante: até 28 de setembro, o número já ultrapassou todo o ano passado e também a média histórica.

O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares, alerta que o aquecimento dos cabos e equipamentos da rede elétrica pode levar ao desligamento de linhas de transmissão, linhas de distribuição e subestações, bem como causar graves acidentes com pessoas que estão próximas a essas áreas.

“Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao equipamento danificado pela queimada para fazer o reparo. Normalmente, ficam em locais de difícil acesso e em áreas muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas torna ainda mais desafiadora a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, comentou o gerente da Cemig.

Além de deixar hospitais, comércios e escolas e residências sem energia, realizar queimadas pode ser considerado crime e dar cadeia. De acordo com o art. 41 da Lei 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é tipificado como crime ambiental, que pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receber notificações de Jornal Folha Regional Sim Não