Thaise Damiani denunciou que a filha foi vítima de racismo em Criciúma, no Sul catarinense, na sexta-feira (19). Ela registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) por injúria racial na manhã de sábado (20). O caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami).
A situação começou a ganhar repercussão depois que a mãe expôs na internet um comentário que recebeu após publicar um vídeo da filha. Ela havia feito um registro da menina, de 7 anos, vestida com uma fantasia de princesa do filme “A Bela e a Fera”, que seria usada em uma festa da escola.
A mulher, que é parente de Thaise, enviou um comentário sobre a publicação: “Desculpa aí, mas vi uma macaca se coçando”. Quando a mãe questionou o comentário, a autora apagou a mensagem (veja imagem abaixo).
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A família conta que a mulher pediu desculpas quando percebeu que o ato poderia ser investigado. A mãe da criança, disse que a mulher tentou justificar a ação e que o comentário seria para um outro vídeo que estaria na rede social.
Apesar do grau de parentesco, a família afirmou que não existe uma relação de proximidade com a mulher e que ela não conhece a criança.
O pai da menina e marido de Thaise, Fabrício Silvério Lucas, conta que a família espera encontrar solução para o caso. A pena por injúria racial pode chegar a 3 anos de reclusão.
“A situação está desagradável, principalmente para o psicológico e o emocional. Eu, como pai, não tenho palavras para explicar o que estou sentindo. Só quero justiça pelo que ela fez com minha filha”, disse.
Era um momento feliz
A menina, segundo relato da mãe, estava eufórica com a fantasia, que seria usada em um evento escolar.
“Ela quis provar esse vestido. Ela estava tão radiante e tão feliz. Colocou o vestido e rodava com ele”, lembra Thaise.
Fabrício compartilhou um vídeo com desabafo neste domingo (20). “Eu não sei o que se passou com essa mulher. A sociedade está aí, não podemos nos calar. Eu não vou sossegar enquanto essa mulher não pagar tudo o que fez com a minha filha”, afirmou.
Repercussão
O caso chamou a atenção do Coletivo Chega de Racismo, de Criciúma, que disse que vai mobilizar moradores para que o crime siga em evidência até ser solucionado.
“Entendemos que o racismo é um problema crônico da sociedade, mas não podemos naturalizar e aceitar casos como esse. A pessoa racista pratica o seu racismo porque acredita na impunidade, e nós queremos tratar o caso como deve ser tratado. Racismo é crime e nós queremos justiça”, afirma o coordenador do grupo, Alex Sander da Silva.