
Produtores de café do Sul de Minas tentam proteger as lavouras de café para proteger as plantações contra as geadas. Eles utilizam um sistema para gerar uma espécie de neblina e evitar que a colheita do produto seja prejudicada. O temor é que uma geada, como a do ano passado, ocorra com a queda das temperaturas.
Os pesquisadores adaptaram a tecnologia utilizada contra a dengue. Com isso, é aplicada uma proteção nas plantações, especialmente as de café, que sofrem muito com as baixas temperaturas.
A máquina nebulizador foi criada por uma empresa do Rio de Janeiro para o uso de fumacê da dengue e fertilizantes. Um professor da Ufla identificou que a mesma máquina, movida a óleo diesel ou óleo vegetal, poderia gerar uma neblina que impede a transferência do calor, colocando uma espécie de cobertor nos pés de café.
“Colocar uma neblina em cima de uma lavoura de café é mais ou menos a mesma coisa que pegar uma nuvem e colocar em cima da lavoura. Então, ela forma um efeito protetor, um efeito guarda-chuva para que a energia que está sendo emitida durante a noite não vá para o espaço. Ou seja, ela prende aquela energia naquele local e não deixa a temperatura baixar mais do que ela já está baixando”, explicou Pedro Castro Neto, que é professor de agrometeorologia da Ufla.
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Geadas no Sul de MG atingiram lavouras de café em 2021
Esse sistema faz com que a geada não atinja as lavouras com tanta força. A aplicação precisa ser feita na parte mais alta do terreno até preencher a baixada da propriedade e subir para os pés de café.
“Esse processo tem que começar quando a temperatura do ar, da parte mais baixa das lavouras, tiver mais ou menos em dois graus acima de zero, desta forma há como manter o nível energético adequado para que não exista nenhum dano às folhas do café”, completou o professor.
Queda na colheita
A estimativa para colheita de café em Minas Gerais caiu quase 20% devido a problemas climáticos enfrentados pelos produtores, como geada, seca e também excesso de chuva.
Segundo a Empresa de Assistência Rural de Minas Gerais (Emater), a expectativa inicial, neste ano, era de que fossem colhidos cerca de 33 milhões de sacas. A nova previsão é de uma safra de 26 milhões de sacas.