
A Universidade Federal de Lavras (UFLA) informou que irá demitir, ainda nesta semana, 1/4 do seu quadro de funcionários terceirizados. O motivo é o corte orçamentário que a universidade sofreu no mês passado.
A UFLA conta hoje com cerca de 600 trabalhadores terceirizados e deverão ser demitidos 148 trabalhadores. A universidade informou que já funcionava com um déficit orçamentário de R$ 2,5 milhões para o ano de 2022 e, em junho, sofreu novo corte orçamentário de R$ 4,6 milhões.
A informação sobre as demissões foi passada aos funcionários tercerizados que atuam no campus durante uma reunião na manhã de segunda-feira (11).
“Cabe ao gestor colocar os gastos da Universidade dentro do seu orçamento. Infelizmente, isso significa diversos cortes e a demissão de pessoas em um momento tão difícil. Essas demissões atingirão pessoas que trabalham na manutenção predial, limpeza do campus, jardinagem, apoio administrativo, condução de máquinas agrícolas e nos laboratórios. É uma situação muito dolorosa para nós”, disse o reitor da universidade, professor João Chrysostomo de Resende Júnior.
Além da demissão de terceirizados, a Universidade programou cortes em investimentos, como aqueles reservados para a retomada da construção de duas obras do campus de São Sebastião do Paraíso. Também sofrerão cortes os recursos das unidades acadêmicas para compras de materiais para aulas práticas e no investimento em equipamentos.
Bloqueio de verbas do MEC
O bloqueio de 7,2% do Ministério da Educação no orçamento para universidades e Institutos Federais gerava preocupação desde o início de junho. É o caso da Universidade Federal de Lavras (Ufla), em que, além de uma possível demissão de terceirizados, estudantes que dependem de bolsas também podem ser prejudicados.
O orçamento total da Ufla para despesas discricionárias, que são aquelas que a própria instituição pode definir como usar, é de mais de R$ 77 milhões, enquanto apenas os gastos com pessoal terceirizado passa de R$ 35 milhões por ano.
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Campus da Universidade Federal de Lavras (UFLA) — Foto: Assessoria/UFLA
Toda a parte de vigilância, limpeza, manutenção predial e parte das atividades administrativas são feitas por empresas terceirizadas. Além disso, as bolsas de extensão e projetos são custeados com esse valor.
O restaurante da Universidade é um dos espaços que vai ser diferentemente afetado se o bloqueio de verbas se concretizar em cortes. Por dia são servidas cerca de 4 mil refeições. Quase 100% dos funcionários do local são terceirizados e entrariam na lista de demissões para contenção de gastos. Com menos verba em caixa, além das demissões, o ensino também fica prejudicado.
Atualmente a Universidade Federal de Lavras tem mais de 10 mil alunos e 800 professores.
O bloqueio de 7,2% do Ministério da Educação impacta em mais de R$ 1 bilhão na verba anual do Ministério da Educação e também do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações. O governo diz que o contingenciamento é necessário pra cumprir o teto de gastos anual. (Via: G1)