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Coleta do Censo Demográfico começa nesta segunda-feira

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A pandemia da Covid-19 e as crises na destinação de recursos para a realização do Censo Demográfico adiaram em dois anos a realização da pesquisa.

Após o atraso, recenseadores treinados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciam, nesta segunda-feira (1º/8), a coleta de dados do maior e mais importante estudo sobre a população brasileira.

De acordo com o IBGE, a previsão é que sejam visitados 75 milhões de domicílios até o início de novembro. O instituto estima que, para coletar dados suficientes sobre a condição de vida dos brasileiros, será necessário percorrer mais de 8,5 mil quilômetros quadrados pelos quatro cantos do país.

Para realizar o trabalho, o IBGE contratou 183 mil recenseadores, 18 mil supervisores e 10 mil agentes censitários, alocados em 27 unidades estaduais, 566 agências e 6 mil postos de coleta.

“Os primeiros resultados do Censo 2022 estão previstos para serem divulgados ainda no fim deste ano. Outras análises e cruzamentos de dados serão divulgados ao longo de 2023 e 2024”, informou o IBGE.

Serão aplicados dois questionários: o básico, com 26 questões; e o de amostra, com 77 perguntas mais detalhadas. A abordagem da população será presencial, pela internet ou por telefone.

Nas duas últimas alternativas, o recenseador visitará o cidadão e fará um cadastro de e-mail e celular no sistema do instituto. Caso queira confirmar a identidade do agente, a pessoa pode acessar o site Respondendo ao IBGE, por meio deste link.

12 anos sem dados

Em 2022, a realização do Censo no Brasil completa 150 anos. Desde 1890, a coleta ocorre a cada década — a mais recente foi feita em 2010. Com o adiamento do estudo de 2020, o país completa 12 anos sem dados oficiais sobre seus habitantes.

O atraso impacta diversos setores: desde a destinação de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para as mais de 5 mil cidades brasileiras até a criação de políticas públicas de saúde, segurança pública, infraestrutura e educação, por exemplo.

“Todas as políticas públicas, em todas as escalas, são afetadas pelo Censo. O planejamento de uma cidade, estado, da União ou até de uma empresa privada. Precisamos conhecer o brasileiro: quem são, onde há mais gente, onde temos riqueza, onde temos mais pobreza. O dado é fundamental para a tomada de decisão”, explica o geógrafo Fernando Luiz Sobrinho, professor da Universidade de Brasília.

Crise orçamentária

Neste ano, o orçamento destinado para a realização do Censo foi de R$ 2,3 bilhões. O valor é o mesmo solicitado pelo órgão ao governo federal em 2019, antes da pandemia. Com a inflação dos últimos meses, a verba acabou corroída.

A questão foi levantada pelo diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azevedo, que pontuou a necessidade de recomposição do orçamento. Em evento realizado pelo instituto, o gestor detalhou que o preço da gasolina e o aluguel de veículos utilizados pelos agentes tiveram aumento expressivo.

Em nota enviada ao Metrópoles, o IBGE pontuou que o valor definido será mantido, e que não houve solicitação de verba extra ao governo federal.

Para o geógrafo Fernando Sobrinho, a possibilidade de faltar verba pode trazer danos à logística da pesquisa.

“Imagina o que é um Censo em uma cidade como Altamira (PA), o maior município brasileiro, que tem o tamanho da Noruega? Imagina o custo de realizá-lo no interior do país, ou em uma periferia de grandes cidades brasileiras. Isso tudo é custo”, ressalta o professor.

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