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Estudante denuncia racismo em campeonato na Unifran: ‘Vai errar, sua macaca’

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‘Eu olhei pro lado da torcida e não consegui ver quem falou, porque estava muito lotado. Continue jogando, depois chamaram novamente’, denunciou a universitária de 20 anos.

Uma jovem de 20 anos ainda está abalada com uma situação de racismo que diz ter sofrido na noite dessa quinta-feira, 13, durante uma partida de handebol no campus da Unifran (Universidade de Franca). O jogo faz parte do InterUnifran, um campeonato entre cursos da universidade.

A partida era disputada entre as equipes de Educação Física e Medicina, quando por volta das 21h, a jovem que está cursando o último ano de Educação Física e faz parte da equipe, teria ouvido da torcida da medicina o insulto preconceituoso.

“Vai errar, sua macaca”. Essa é a frase que a universitária diz ter ouvido. “Eu olhei pro lado da torcida, e não consegui ver quem falou, porque estava muito lotado. Continue jogando, depois chamaram novamente”, disse a jovem. Segundo ela, quando o primeiro tempo acabou, ela comunicou a direção do campeonato, que ficou de verificar e tomar as medidas cabíveis.

A suspeita é que tenha sido um homem que estava entre a torcida da medicina.

“Fiquei chateada e com medo, porque as meninas da Medicina vieram me questionar se realmente eu ouvi isso, a palavra ‘macaca'”, acrescentou a estudante, que teria retrucado afirmando que não tem como confundir a palavra “macaca” com outra parecida.

Com a revolta, as meninas da Educação Física, time da jovem que teria sofrido o racismo, se recusaram a voltar para jogar o segundo tempo, e a partida foi encerrada. Ainda não há previsão de remarcação do jogo.

A estudante disse que a equipe organizadora do InterUnifran ficou de dar uma posição sobre o caso e que poderia multar a atlética da Medicina em um salário mínimo, porém, ela alega que nada foi feito até o momento. Uma equipe de seguranças da Unifran também foi comunicada sobre o caso.

A jovem, que não se considera negra, mas tem o cabelo cacheado, disse que mesmo que fosse não é motivo para ser vítima de racismo. “Não existe isso”, finalizou. Ela ainda está assimilando o que aconteceu e estuda, junto com a mãe, um possível registro do Boletim de Ocorrência.

No Instagram, a Atlética da Medicina da Unifran fez um post afirmando ser contra qualquer ato de cunho racista e que não tolera qualquer atitude que fere a integridade física e moral de qualquer pessoa.

Em nota, a Unifran informou que “repudia quaisquer atos discriminatórios ou de constrangimento e que, constatada qualquer conduta inadequada, medidas disciplinares de acordo com Regimento Interno serão tomadas”.

Sobre o caso, a universidade disse que está instaurando sindicância para apuração dos fatos e está à disposição para acolher a aluna. (Sampi)

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