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Sargento da PM é afastado por fornecer informações sigilosas a traficantes em troca de drogas em Formiga

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Um sargento da Polícia Militar (PM) de Formiga foi afastado das funções suspeito de repassar informações sigilosas de operações policiais a traficantes em troca de droga. O afastamento ocorreu na Operação “Tropa de Elite”, na quinta-feira (16), desencadeada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

O promotor responsável pelas apurações, Ângelo Ansanelli Junior, disse que o policial impediu a prisão de criminosos nas operações “Snowblind” e “Leão de Nemeia” ao conceder informações aos traficantes em troca de uma pedra de crack.

Ainda conforme o promotor, a Justiça Militar decidiu pela transferência do sargento, que agora está em outro município, a 800 km de Formiga. O nome da cidade para qual ele foi transferido não foi informado.

A Justiça também determinou que o sargento está proibido de ter contato com policiais do 63º Batalhão de Polícia Militar e proibido de acessar bancos de dados da PM.

Segundo o Ministério Público, assim que tomou conhecimento da decisão judicial, a PM providenciou o cumprimento das medidas.

“O 63º BPM prestou todo o apoio para a realização das investigações. Como é notório, a corporação não admite esse tipo de conduta dentro da instituição. O MPMG teve o mesmo apoio dos promotores da Justiça Militar, que se prontificaram a nos auxiliar nas investigações”, disse o promotor.

Operações prejudicadas por vazamento de informações

Segundo o promotor, a Operação Snowblind, realizada em julho de 2022, foi frustrada após os principais alvos conseguirem fugir.

Também não houve a significativa apreensão de drogas esperada pela equipe, justamente porque os alvos teriam recebido informações repassadas pelo sargento.

Desde então, as polícias Civil e Militar iniciaram uma investigação para descobrir como teria ocorrido o vazamento. A apuração apontou que o sargento havia repassado as informações da operação para os traficantes.

“Em troca das informações, o policial militar recebeu uma pedra de 25 gramas de crack, avaliada em R$ 1.300”, contou o promotor.

Com o aprofundamento das investigações, foi descoberto ainda que o policial militar era usuário de drogas e que já havia dado informações sigilosas também da Operação “Leão de Nemeia”, ocasião em que também recebeu entorpecente em troca de repassar as informações.

As investigações apontaram ainda que o policial adquiriu drogas para uso pessoal com traficantes envolvidos na Operação “Alma à Venda” – os mesmos traficantes para os quais o sargento vazou as informações da Operação “Snowblind”.

Diante dessa informação, o MPMG pediu o desarquivamento do Inquérito Policial Militar referente a Operação “Alma à Venda” para continuar com as investigações.

No dia 23 de janeiro deste ano, o militar, que já era acompanhado, cometeu crime de abandono de posto, colocando em risco a vida de outros policiais militares.

Até que seja instaurado processo e ocorra o julgamento, o sargento vai cumprir função em outra cidade afastada de Formiga, no Leste de Minas Gerais.

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