O evento, realizado no Expominas, em Belo Horizonte, é considerado a maior vitrine da cafeicultura do país
Sistema Faemg Senar e Sindicatos dos Produtores Rurais organizaram uma excursão com dois ônibus para levar jovens ligados à cafeicultura e ao agronegócio à 12ª Semana Internacional do Café (SIC), que começou nesta quarta-feira, 20 de novembro e termina nesta sexta, dia 22. A SIC está sendo realizado no Expominas, em Belo Horizonte e é promovida pelo Sistema Faemg Senar, Sebrae, Espresso&CO e Governo de Minas Gerais, com apoio do Sistema Ocemg. O evento oferece uma oportunidade única de aprendizado, reunindo cerca de 20 mil visitantes de 40 países.
Os jovens das cidades de Alpinópolis, Campestre, Machado, Passos, São Sebastião do Paraíso e Monte Santo de Minas participaram do 3º Encontro dos Jovens do Café, uma das atividades da SIC, que reuniu novos talentos do setor para troca de experiências, capacitação e inspiração que teve a presença de Felipe Brazza, barista, mestre de torra e influenciador digital, abordando o tema “Transformando Ideias em Negócios: Inovação e Posicionamento Digital no Empreendedorismo”.
O gerente regional do Sistema Faemg Senar em Passos, um dos responsáveis pela caravana da região, destacou a importância desse intercâmbio para o setor. “A presença dos jovens na SIC é fundamental para conhecerem o universo de oportunidades na cafeicultura. O café possui grande relevância econômica para Minas Gerais, e, o futuro da cafeicultura dependerá da presença de jovens qualificados, liderando a atividade”.
A ação de incentivo à participação da região foi realizada em parceria entre Sistema Faemg Senar e Sindicatos Rurais e ofereceu transporte gratuito, alimentação e acesso a palestras sobre tendências e inovações na cafeicultura.
O tema central da SIC é “Como o clima, a ciência e os novos consumidores estão moldando o futuro do café”. O evento é um dos maiores do setor, destacando inovações, sustentabilidade e as tendências do mercado. Além disso, promove competições como o Coffee of the Year e o Campeonato Brasileiro de Baristas e deve movimentar cerca de R$ 60 milhões em negócios.
O professor do curso de Engenharia Agronômica da UEMG Unidade Passos, Evandro Lemos, coordenador do Laboratório de Análise de Solo e Foliar e um dos professores que acompanharam os estudantes e jovens da região, destacou organização da SIC: “O evento foi muito rico, muito bem organizado. O objetivo do evento, a gente entendeu, era divulgar o café, principalmente os cafés especiais. Muitas marcas de cafés especiais, cafés conduzidos por mulheres, valorizando a atividade da mulher na produção, além de muitas máquinas sendo mostradas. Enfim, é um evento bastante interessante. Também tivemos algumas palestras realizadas durante o evento, em salões distintos e nossos alunos gostaram muito, viram muita coisa nova, muita coisa diferente, mostrando um leque de opções para o pessoal que quer permanecer na agricultura, em especial na cafeicultura”.
O professor também enfatizou a importância da ação do Sistema Faemg Senar e Sindicatos em incentivar a participação na SIC: “Ter o transporte e o almoço para o pessoal foi fundamental para a participação. A gente percebe uma preocupação do Sistema Faemg Senar em divulgar a cafeicultura e em realizar o evento para os jovens cafeicultores, penso eu, no sentido de manter a sucessão dentro das propriedades que vivem da cultura do café”.
Tradição e inovação: uma união que dá certo
Para a estudante de Agronomia, Milena Krauss de Oliveira, natural de Alpinópolis e participante pela primeira vez da SIC, a experiência foi enriquecedora. “Cresci no campo e sempre gostei dessa área. Meu avô produz leite e café em Alpinópolis e a convivência com ele me inspirou a escolher minha profissão. Participar da SIC é uma forma de sobre novas tecnologias aplicadas ao café e ampliar minha visão sobre o setor”, contou Milena, que pretende explorar diferentes caminhos na agricultura.
A produtora rural e blogueira Kamily Serafine é criadora de conteúdo sobre a vida rural no município de Machado e também participou da caravana para a SIC. “Como a minha região onde eu moro é mais café , eu quis ter a experiencia de participar da feira para agregar mais conhecimento sobre a cafeicultura, muitos dos meus seguidores são produtores de café e me assistem”. Em seu trabalho nas redes sociais, Kamily reforça a importância de valorizar o interior. “O povo rural se sente muito feliz por ter alguém que é da roça como eles, a divulgação é muito importante porque muita gente da roça vê as coisas pela internet e então no que eu posso ajudar os produtores”.
E sobre a excursão, ela completou: “Maravilhosa. Além de poder ir com meus amigos , fico muito grata por ter tido essa oportunidade de ter o ônibus perto de casa que deu a possibilidade de ir”, agradeceu.
O produtor rural e proprietário de cafeteria na cidade de Campestre, Luciano Henrique Corrêa, aproveitou a SIC para buscar novidades e aprimorar seu negócio. “Minha família sempre esteve ligada à agricultura e abrir a cafeteria foi uma forma de valorizar os cafés especiais da nossa região. Atualmente, contamos com cerca de dez produtores locais e promovemos ações como a Semana do Café, em que destacamos o trabalho de um deles durante sete dias. Participar da SIC foi uma experiência incrível, pois trouxe ideias que podem fortalecer ainda mais a conexão entre o campo e o consumidor final”, destacou Luciano, que acredita que unir tradição e inovação é o segredo para o sucesso.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Campestre, Gilberto Carlos dos Reis Júnior, também reconheceu a importância da participação dos jovens no evento. “A Semana Internacional do Café é uma excelente oportunidade para os produtores conhecerem a cadeia produtiva além da porteira. Essa experiência estimula a continuidade no trabalho com cafés especiais e fortalece a relação com cafeterias e compradores”, afirmou.
Letícia Carolaine Ferreira da Rocha, estudante de Agronomia e natural de Machado, participou do primeiro dia da 12ª Semana Internacional do Café (SIC). Ela enfatizou a importância da feira para estabelecer contatos e adquirir conhecimentos valiosos para sua carreira. “Eu fui à SIC no ano passado e participei de novo este ano, sempre com o objetivo de fazer contato, tanto com produtores quanto com empresas”. Letícia também destacou as diferentes formas de preparo e uso do café que conheceu na SIC: “Aprendemos diversas formas de preparar o café, desde métodos especiais até a degustação. Também vimos aplicações do café como produto, como doces e outras receitas. Acho que isso contribui muito para o nosso curso de Agronomia. Além disso, tivemos contato com implementos modernos, como torradores e secadores, o que amplia nossa visão sobre o setor cafeeiro”, concluiu.
A caravana organizada pelo Sistema Faemg Senar e pelos Sindicatos de Produtores Rurais reforça o papel essencial dos jovens no futuro da cafeicultura. Ao proporcionar acesso a um evento tão relevante, a iniciativa contribui para a formação técnica dos participantes, incentivando a inovação e mantendo viva a tradição rural em um setor cada vez mais competitivo e globalizado.
