Essa espécie é a mais venenosa da América do Sul e no frio eles se escondem no esgoto.

O escorpião amarelo (Tityus serrulatus), encontrado principalmente no estado de Minas Gerais, mede cerca de até 7cm de comprimento. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, “essa espécie apresenta o tronco escuro, patas, pedipalpos e cauda amarela sendo esta serrilhada no lado dorsal” e é considerado o mais venenoso da América do Sul, sendo responsável por muitos acidentes graves, inclusive, morte. Em crianças de até sete anos, os sintomas da picada do animal podem apresentar maior variação, como diarreia e vômito.
A equipe de trabalho do Núcleo de Zoonoses de Passos, alerta que o período mais crítico de ataques de escorpião no município é no período quente e chuvoso, o mesmo que o da dengue. Durante o verão, são registradas aproximadamente mais de 25 ocorrências em apenas três dias.
Na cidade de Passos não há uma área crítica, pois todas as regiões do município estão sujeitas aos ataques desses animais peçonhentos. Quando a Zoonose recebe uma ocorrência de picada, uma equipe especializada é encaminhada ao local para fazer uma vistoria, denominada de “baculejo”. Já no período do frio, segundo a Zoonoses, o escorpião prefere as redes de esgoto, local onde encontra o seu alimento predileto: a barata. Os ralos dos banheiros, têm sido um dos locais em que tem aparecido mais escorpiões, pelo fato de ser escuro, úmido e ter essa fonte de alimento. No caso de haver necessidade de aplicar veneno, deverá ser realizado por um profissional especializado, a fim de evitar a intoxicação e o desalojamento da espécie, já que o manejo inadequado do produto pode causar a retirada do animal do seu habitat, levando a acidentes indesejado.
No caso de picada do escorpião amarelo, único encontrado em Passos, o socorro deverá ser o mais rápido possível, principalmente em crianças e em adultos que tenham comorbidade, problemas respiratórios, diabetes, hipertensão, entre outras doenças crônicas. Não há necessidade de capturar o escorpião e levá-lo ao hospital, pois as unidades de saúde que atendem esses casos estão cientes das ocorrências constantes com esse tipo de animal peçonhento.
O Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, informa que locais com material de construção, como pilhas de telhas e tijolos, blocos de cimento, entulho, pedras, amontoados de madeira, placas de concreto, bem como lixo domiciliar, troncos, galhos e folhas secas caídas, objetos descartados, garrafas empilhadas, caixas de esgoto e energia, entre outros, podem abrigar esses animais.
Para o controle adequado em áreas externas, o Departamento esclarece que é importante que a população mantenha limpos quintais e jardins, não acumule folhas secas e lixo domiciliar, acondicione o lixo em sacos fechados e não jogue lixo em terrenos baldios. Também é fundamental limpar terrenos baldios e eliminar fontes de alimento para os escorpiões, como baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados, mantendo fossas sépticas bem vedadas e paredes rebocadas para que não apresentem vãos ou frestas.
Nas áreas internas dos imóveis, os residentes devem rebocar paredes e tapar todas as frestas, inclusive em rodapés e soleiras, assim como telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques e manter os pontos de energia e telefone devidamente vedados.
Em caso de picada, a vítima deve procurar atendimento médico com urgência para que sejam tomadas as medidas necessárias. O telefone de atendimento do Núcleo de Zoonoses de Passos é (35) 35228149, com horário de atendimento entre 8h e 16h30.
Escrito por Fabrício Lopes Paula e Wesley Marcelino da Silva | [email protected] | 24 de maio de 2022.