
A notícia da morte de Thalita do Valle na guerra na Ucrânia chocou amigos e familiares no Brasil. Ela, que tinha 39 anos e era natural de Ribeirão Preto (SP), estava no país invadido pela Rússia em missão humanitária havia menos de um mês. No sábado (2), morreu asfixiada por conta de um incêndio em um bunker onde estava.
O colega brasileiro que tentou ajudá-la acabou morrendo por conta de ferimentos, segundo o irmão de Thalita, Theo Rodrigo Vieira.
Além da Ucrânia, Thalita já tinha participado de uma missão humanitária no Iraque. No Brasil, ela estava envolvida em ações e causas sociais.
Para o amigo Gustavo Reis, que é prefeito de Jaguariúna (SP), Thalita era “uma amiga querida, que só fazia o bem”. Ele contou que não sabia que Thalita estava na Ucrânia e que recebeu a notícia de um amigo em comum aos dois.
“Foi um choque maior, até porque é extremamente raro se ter brasileiros indo lutar lá. Dentro desses pouquíssimos [que estão em combate no país], temos três [mortos]. E desses três, uma era uma mulher. E essa mulher era uma mulher que eu tinha um carinho especial, uma amiga querida, que só fazia o bem e que eu tinha uma profunda admiração por tudo que vivenciei ao lado dela ao longo desses anos”, disse.
Reis e Thalita se conheceram em 2014 em uma ação em defesa dos animais em São Paulo. Um ano depois, se juntaram novamente em uma ação de resgate animais em Mariana.
“Pegamos o carro e fomos com outros ativistas até Mariana, uma longa viagem saindo de São Paulo até Mariana, para poder trabalhar no resgate dos animais e também ver as condições em que a Samarco estava alojando os animais naquele momento. E aí todos os animais, não só animais de estimação. É uma situação bem dolorida perder uma pessoa com uma alma tão generosa”.
O prefeito de Jaguariúna escreveu sobre Thalita em uma de suas redes sociais. Ele se referiu a ela como uma mulher de ideais e coração gigantesco.
“Thalita dedicou sua vida para ajudar o próximo. Faz falta gente com alma boa como ela, de querer lutar pela paz, pelo bem-estar dos animais, causas humanitárias”, escreveu.
Dono de um santuário de proteção animal em Bragança Paulista (SP), Fernando Salomão também falou sobre lembranças com Thalita.
Segundo ele, em 2017, ela saiu de Ribeirão Preto em uma viagem de quase 300 quilômetros até o município apenas para conhecer o local, pois desejava levar três bois resgatados em Forquilha (SP).
“Ela precisava de um lar para três bois que tinha feito, há pouco tempo, o resgate. Ela veio até aqui na época visitar o local, para conhecer como era o santuário, se tinha um espaço adequado. Sabia que ela tinha ido em outras ações de guerra, mas dessa daqui eu não sabia. Fiquei chocado.”
Via: G1.