
Acontecerá no próximo domingo (20), às 19h na sede do Jornal Folha Regional, o lançamento do livro ‘’A história da porquinha Bijú e de Mirto Sardinha’’, que reúne ilustrações do grande artista barrense, Valter Santos. Sabrina Moura, também de São José da Barra (MG), é idealizadora e produtora do projeto. Além do livro, quadros do artista serão vendidos no evento online e toda verba arrecadada será destinada a Valter, para que possa dar continuidade ao seu sonho. O evento será transmitido através de live pela página do Jornal.
As ilustrações de Valter dão cores à história escrita por Sabrina. Amigos há mais de 20 anos, Sabrina viu uma oportunidade de promover a arte de Valter através da criação de um livro infantil onde reúne ilustrações do amigo artista.
Valter Aparecido dos Santos é um mineiro nascido em São Sebastião do Paraíso, mas reside em São José da Barra há mais de 35 anos. Ele se mudou com seu pai, sua mãe e seus irmãos para um sítio do município onde passou sua infância e adolescência. Já adulto, após a morte de sua mãe, eles se mudaram para a cidade de Nova Barra.

“Lembro-me de Valter desde que era muita criança. Ele sempre me chamou a atenção pela sua alegria, um sorriso aberto e um olhar atento. Possui dificuldades de andar, mas isso não o impedia de dançar nas quermesses e correr, com a molecada, atrás de uma bola na quadra da escola a qual frequentou pouco. Não aprendeu a ler e a escrever. Desenhava desde sempre. Quando não desenhava, carpia, quando não carpia fazia rabiscos em folhas brancas, misturava tintas, pintava telas e fazia artesanato”. Reforça Sabrina.
O pai do artista nato, Francisco dos Santos, conhecido como seu Chiquinho, afirma que Valter sempre gostou de desenhar. “Quando vi que ele gostava de arte e isso o fazia feliz, dei apoio. A APAE também o ajudou muito. Norma também”. Afirma Seu Chiquinho.
Norma Vilela, hoje artista plástica barrense reconhecida em todo país, foi mentora e professora de Valter no início de suas atividades. A artista conta que Valter sempre estava por perto, observando seus trabalhos e mostrando o que ele produzia. “Ele carregava um caderno de desenhos embaixo do braço para onde ele ia e sempre que podia estava comigo no ateliê”, Norma conta.

Para Norma, as cores e os traços de Valter podem lembrar alguma vanguarda, como a surrealista e expressionista, mas como o tempo e o espaço têm uma dimensão e um sentido diferente para ele, sua arte é genuína e livre de influências.
O artista passou a frequentar feiras e festas vendendo seus desenhos e pinturas. Aprimorou seu traço, além de possuir um estilo que marca a autenticidade de sua produção. Vende suas telas, compra mais material. Produz. Tira seu sustento. A pandemia da Covid-19 impossibilitou, neste momento, que Valter voltasse às feiras para vender suas obras. Este projeto realizado com recursos da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural possibilita que Valter continue a exercer sua atividade como artista neste tempos tão incertos.
‘’Valter me disse que a pintura fez com que se sentisse útil e que o que ele mais almeja é espalhar desenhos pelo mundo para colorir as casas e alegrar as pessoas”. Diz Sabrina.