
A deputada estadual Lohanna França (PV) registrou boletim de ocorrência após receber ameaça de estupro e morte no e-mail corporativo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Segundo a assessoria da parlamentar, o boletim foi registrado na última quinta-feira (24). Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que instaurou um inquérito a fim de apurar as ameaças recebidas pela deputada.
Lohanna publicou um vídeo em rede social lendo a mensagem de ameaça (veja acima).
Em um dos trechos do e-mail, o criminoso diz que por causa da aprovação do projeto que institui a “Semana Estadual da Maternidade Atípica” (leia sobre o projeto mais abaixo), a deputada tem sangue nas mãos por “promover a irresponsabilidade feminina na sociedade”.
O termo Maternidade Atípica faz referências às mães de filhos com deficiência que precisam atuar de maneira mais ativa no desenvolvimento deles.
Na mensagem, o criminoso ainda afirmou que sabe o endereço da parlamentar e de parentes dela e diz que vai invadir a residência da deputada e estuprá-la. O agressor diz que irá invadir o gabinete dela em Belo Horizonte, dará um tiro na cabeça dela “para estragar o velório” e irá “metralhar sua equipe”.
Para a deputada Lohanna, a ameaça é uma clara tentativa de intimidar e interferir na atividade parlamentar e representa o discurso de ódio às mulheres, já que outras deputadas também foram ameaçadas.
“A gente sabe que é uma tentativa de calar as nossas vozes, porque o nosso trabalho está aqui para colocar as mulheres no espaço de poder, as minorias nos espaços de poder e fazer discussões tão importantes para Minas Gerais, as cidades e todo o Brasil”.
Lohanna explicou que quis tornar a ameaça pública, para mostrar a todos um pouco do que as mulheres sofrem na vida pública.
“Não vão me intimidar. Não vão parar meu trabalho”, ressaltou a deputada.
Semana da Maternidade Atípica
O projeto de lei 273/2023 foi aprovado na ALMG. De acordo com o documento, além dos filhos, as mães, necessitam de redes de apoio bem estabelecidas e o Poder Público deve ter papel primordial nesta rede através do desenvolvimento de ações voltadas para a maternidade atípica.
O objetivo da lei é ampliar os espaços de discussão sobre o tema, que para a deputada é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas para esse público. Entre as ações propostas para a semana estão:
- incentivo à promoção de políticas públicas de proteção às mães atípicas;
- estimular a capacitação dos servidores públicos estaduais das áreas de saúde, assistência e educação;
- desenvolver políticas públicas adequadas na Rede Primária de Saúde, com vistas a manter um atendimento eficaz e de qualidade, para preservar a integridade da saúde mental materna atípica, dentre outras.