
Cachoeira, bairro admirado
Laços fortes, brava gente
Com rochosos lajeados
Em formatos diferentes.
Poucas casas, muito verde
Formando um tapete gramado
Uma pedra foi imposta
Erguendo um Templo Sagrado.
Padre Salim ríspido fundador
Uniu o povo em oração
Dando origem genuína
À capela São Sebastião.
Um coreto de madeira
Ao lado foi construído
Ponto de velhos amigos
E de amores correspondidos.
Ouviam-se no silêncio da noite
O jorrar das águas fortes
“ Chua, chuá, em alta queda
Onomatopéia do Sul ao Norte.
As badaladas do Sino de bronze
Hoje não se ouve mais
Vibrava com emoção
Coração dos ancestrais.
Reza a lenda “Mãe do Ouro”
Pedra redonda de sustentação
Seus encantos e magia
Reluzente é seu clarão.
As quermesses iniciavam
Com artifícios da Alvorada
Missas, novenas e prendas
Procissão de madrugada.
Com sutil e calma voz
João Perciliano na leiloada
Seu Alberto Freire festeja
Com a turma da “Tunicada”.
Festeiro de boa fé
Batalhador Valdomiro Dias
Faz as honras da casa
Trazendo brindes e alegria.
Nesse bairro tradicional
Tem botecos e animação
Cerveja gelada da Chirle
Peixe frito do Tatão.
Doce sírio, guaraná maçã
Era fácil de encontrar
Com sabor de infância
Na venda do Sr. João Avelar.
De um trago de cachaça
Aguardente que se brinda
Com sabor peculiar
Salve, Salve “João da Pinga”.
A festa de Réveillon
Deveria ser eterna
Iniciativa de José Domingos
Nosso saudoso “Lanterna”.
As antigas festas juninas
Na antiga escola, hoje é só recordação
Lançavam fogos e Rainha
Expressiva arrecadação.
Permita nosso Senhor
Que Cachoeira mantenha alguma tradição
Dos passeios na “pracinha”
Aos mergulhos no “Poção”.
Autoria:
José Lucas dos Santos.