Uma campanha foi feita para ajudar uma criança de 5 anos a arrecadar a quantia de R$ 15 milhões para conseguir pagar o tratamento contra uma condição rara em Varginha (MG). No entanto, golpistas têm se aproveitado da situação para desviar dinheiro.
Enrico, de 5 anos, foi diagnosticado com Distrofia Muscular de Duchenne. Desde outubro, a família dele tem feito uma mobilização pelas redes sociais em busca de doações.
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Nesta semana, os pais de Enrico identificaram que alguns voluntários estavam fazendo doações em Pix usando uma chave parecida, mas com destino uma conta de nome diferente. O beneficiário que tem recebido o dinheiro criou uma chave semelhante e acrescentou apenas uma letra.
“Nós recebemos uma informação de que tinha uma chave Pix parecida com a nossa, só que era ‘Salve o Enrico‘ com ‘H‘ e a nossa com ‘E‘. Nós fomos fazer o Pix para fazer o teste, realmente tinha e era o nome de outra pessoa. E as pessoas que estavam nos ajudando, estavam fazendo o Pix para essa conta”, explicou a mãe do menino, Marina Geraldelli.
“Não sei se viram em algum lugar ou confundiram a letra. Nos informaram que tinha esse outro Pix com o nome de outra pessoa. Nós procuramos os nossos advogados que nos orientaram o que deveríamos fazer. Fizemos um boletim de ocorrência e eles estão investigando o que pode ter acontecido”, completa.
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Thomas Augusto, advogado criminalista, explica que é importante checar os dados antes de fazer qualquer transação bancária, seja Pix, transferência ou depósito bancário.
“O primeiro passo é sempre que possível tentar telefonar para a pessoa que vai receber o Pix, ou seja, o beneficiário. Mas nós sabemos que em casos de doação é difícil que todos entrem em contato com a família do Enrico, por exemplo”.
Já o segundo passo, é sempre certificar quem é o beneficiário, “porque uma coisa é a chave Pix e outra coisa é o beneficiário — e aquela informação é que importa”.
“Pegar o nome completo do beneficiário, porque o crime organizado é tão organizado que ele consegue até mesmo ‘laranjas’, ou seja, pessoas falsas, geralmente com o primeiro nome parecido com o do beneficiário”, afirma.
“É muito importante levar informação ao Ministério Público, à Polícia Civil, e procurar um advogado para que faça uma representação desse estelionato, para recuperar e para que o criminoso seja punido”, completa.
‘Salve o Enrico’
Para que a criança tenha um desenvolvimento saudável, a família está em busca de um tratamento novo, um remédio que já foi aprovado nos Estados Unidos. Ele custa R$ 15 milhões e uma única dose impede a progressão da doença.
Como o custo do medicamento é caro, eles decidiram criar uma campanha nas redes sociais para arrecadar o dinheiro. O objetivo, claro, é alcançar algo que não tem preço: uma vida boa e longa para o Enrico.
“A medicina está se modernizando aos poucos e esse tratamento vem evoluindo muito. É um tratamento inovador, é uma medicação que é usada com dose única, que tem bons efeitos ao longo de 5 anos. Os níveis de distrofina do meu filho podem melhorar em torno de 95%. Então é a medicação mais promissora do momento”, explica Eric Cavalcantti, pai do Enrico e médico.
“Não tem preço. A gente faz de tudo para ver ele bem. E para qualquer pai, qualquer mãe, a gente quer isso: que a criança continue com qualidade de vida, continue bem”, completa a mãe.
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