
Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 define pelo lockdown em Arcos. Fiscalização será intensificada para garantir que todas as medidas sejam cumpridas.
A partir de 0h do próximo sábado (13), apenas serviços essenciais vão poder funcionar.
“Chegamos ao momento mais crítico da pandemia”, em tom de desolação, o prefeito Claudenir José de Melo-Professor Baiano se referiu aos participantes do Comitê Municipal de Enfrentamento da Covid-19, na tarde desta quinta-feira (11), diante da necessária medida de se fechar a cidade. A reunião dos integrantes aconteceu na Casa de Cultura.
Em comum acordo, os membros definiram que fechar a cidade neste momento é essencial. O fechamento será até as 00h do dia 19, podendo ser prorrogado. A Lei Seca permanece em virgor, sem interrupção.
Só hoje foram confirmados 75 casos. Nesta semana, em menos de 24h, o município registrou três mortes.
O médico Antônio Carlos Silva, diretor clínico do Hospital São José, informa o quão preocupante são os números da cidade até agora:
– São 69 pacientes de Arcos internados em outras cidades;
– De sábado até hoje, às 11h, o Hospital de Campanha já prestou 600 atendimentos.
“A cidade está muito contaminada. Não adianta falar que não tem o vírus no comércio. Até porque tem muita gente assintomática, circulando por aí, e indo ao comércio”, explica Dr. Antônio Carlos. O médico defende que o lockdown é uma medida extremamente necessária.“É lógico que ampliar o atendimento médico é importante; é lógico que a vacina é importante; só que o remédio que temos de imediato é tirar as pessoas um pouco de circulação”.
Membro do Comitê, o capitão da Polícia Militar, César Henrique Bittencourt, defende a iniciativa do fechamento da cidade. “Foi feito todo o possível para postergar este momento, mas agora, é uma questão de saúde pública”.
Confira as medidas que vão constar no decreto, que será publicado nesta sexta-feira (12):
– Toque de recolher: será a partir das 20h às 5h;
– Só poderá funcionar o comércio essencial.
* São considerados serviços essenciais: Setor de alimentos (excluídos bares e restaurantes, que só podem via delivery); Serviços de Saúde (atendimento, indústrias, veterinárias etc.); Bancos; Transporte Público (deslocamento para atividades essenciais); Energia, Gás, Petróleo, Combustíveis e derivados; Manutenção de equipamentos e veículos; Construção civil; Lavanderias; Serviços de TI, dados, imprensa e comunicação; Serviços de interesse público (água, esgoto, funerário, correios etc);
– Escolas: as aulas serão on-line; suspensa presencial de 13 a 19;
– Igrejas: poderão funcionar com 20% da capacidade, mas o Comitê recomenda que elas não tenham atividades neste período;
– Estão proibidas reuniões com mais de 10 pessoas;
– Serviço de delivery até as 22h; disque-busque até as 20h;
– Excursões continuam proibidas;
As medidas de fiscalização vão ser intensificadas, inclusive, com barreiras sanitárias itinerantes instaladas em pontos estratégicos da cidade.
O vice-prefeito de Arcos e médico, Dr. Sérgio Vilela, explica que estas medidas de contingência não surtirão efeitos imediatos. “É importante que as pessoas saibam que nós só vamos ver os resultados daqui a 3 semanas. Precisamos ter paciência e a colaboração de todos”.