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Queijos da Canastra recebem nota 100 e figuram entre os 18 melhores no Festival do Queijo Artesanal de Minas

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São João Batista do Glória e São Roque de Minas brilham com queijos que representam a força da agroindústria artesanal mineira

Queijos da Canastra recebem nota 100 e figuram entre os 18 melhores no Festival do Queijo Artesanal de Minas – Foto: reprodução

O sabor da Serra da Canastra conquistou nota máxima no paladar técnico e exigente dos jurados do Festival do Queijo Artesanal de Minas, realizado no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte.

Entre os 248 queijos inscritos, apenas 18 alcançaram os 100 pontos possíveis — e dois deles são da região da Canastra, frutos do trabalho de famílias que aliam tradição, cuidado e aprimoramento técnico, com o apoio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em Agroindústria, desenvolvido pelo Sistema Faemg Senar.

De São João Batista do Glória, o queijo classificado foi o da jovem produtora Laís Soares Vilela, da Queijaria Tradição Vilela, na categoria Queijo Minas Artesanal Casca Florida Natural. De São Roque de Minas, o destaque foi para Aneor José Ferreira e Kátia Aparecida da Silva, do Queijo Cerradão, na categoria Queijo Minas Artesanal. Ambos são atendidos pelo técnico de campo Júlio César Moreira, que acompanha de perto o desenvolvimento produtivo das famílias através do programa ATeG, Assitência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg Senar.

“É gratificante ver essa nova geração de produtores comprometida com a qualidade”, afirma Júlio, que atua junto aos produtores com foco em habilitação sanitária, boas práticas e gestão.

O supervisor técnico Cyro Daniel de Campos, também do Sistema Faemg Senar, reforça o impacto da assistência técnica: “Essas pontuações demonstram que o trabalho conjunto entre técnico e produtor interfere diretamente na qualidade do produto final, refletindo em queijos com as características desejáveis ao paladar dos consumidores.”

Queijo Cerradão: mais de 30 anos de tradição

Na Queijaria Cerradão, em São Roque de Minas, a conquista é motivo de orgulho. O casal Kátia Aparecida da Silva e Aneor José Ferreira, compartilhou com emoção os resultados do trabalho técnico: “Produzimos queijo há mais de 30 anos, e o programa ATeG foi fundamental para aprimorar a qualidade do nosso Queijo Minas Artesanal. Ficamos muito felizes com a pontuação alcançada. Somos muito gratos ao técnico Júlio, que deu uma ajuda essencial durante todo esse processo”, afirmou Kátia. Ela também ressaltou o valor desse reconhecimento: “Eventos como esse são muito importantes para incentivar o aperfeiçoamento constante na produção”.

“ Tradição Vilela”: juventude, técnica e resiliência

Do outro lado da Serra, em São João Batista do Glória, Laís Vilela representa a quarta geração de uma família rural. A jovem administradora deixou a vida urbana para apostar na propriedade da família, com a implantação da queijaria regularizada.

“A nossa história começou com o leite. Quando o laticínio deixou de buscar nossa produção, meu pai se viu sem saída. Foi aí que minha mãe começou a fazer queijo fresco. Com o tempo, buscamos regularizar tudo e, com apoio do Sistema Faemg Senar e de outras instituições, conseguimos construir nossa queijaria.”

Hoje, Laís, ao lado dos pais, participa de todos os processos da produção: “Nós somos uma agricultura familiar. Meu pai cuida da pecuária, minha mãe é talentosa nos doces e queijos, e eu vim com a força da administração. A queijaria é nosso sustento e nosso orgulho.”

A produtora também destaca a parceria com o ATeG: “Estamos no segundo ano de assistência com o Júlio. Ele nos ajudou muito, viramos amigos. Já tínhamos sido atendidos pelo ATeG do leite, o que completou um ciclo muito importante pra gente. A qualidade do leite melhorou, e o queijo também.”

Segundo ela, além do reconhecimento no Festival, a Queijaria Tradição Vilela já coleciona medalhas, como a de bronze na Expoqueijo, concurso internacional realizado em Araxá (2024) e prata no concurso regional de Formiga. “Mas a maior premiação é a satisfação de quem vem até aqui, toma café com a gente e volta para comprar mais. Isso é o que nos move.”

Sobre a avaliação técnica

A 3ª Avaliação Técnica dos Queijos ATeG Agroindústria reuniu queijos de diversas regiões de Minas. Os jurados avaliaram os produtos com base em critérios como aparência, cor, aroma, sabor e eventuais defeitos visuais e sensoriais.

Cada queijo parte de uma pontuação máxima de 100 pontos, que vai sendo reduzida conforme os defeitos observados. Os que mantêm a nota total são considerados exemplares de excelência.

Além da Serra da Canastra, produtores de Alagoa, Itamonte, Abre Campo, Abadia dos Dourados, Sabinópolis, Sacramento, Varginha e Couto de Magalhães de Minas também foram reconhecidos, demonstrando a força do Queijo Artesanal em todas as regiões do estado.

O Festival do Queijo Artesanal de Minas celebra a diversidade, a qualidade e as histórias por trás de cada pedaço de queijo — histórias como a do casal Aneor e Kátia, de Laís e de tantas outras famílias que transformam leite, terra e afeto em sabor e excelência.

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