Dois líderes religiosos foram presos na última segunda-feira (28) suspeitos de usarem a religião para cometer crimes como estupro de vulnerável, tráfico de pessoas, violação sexual mediante fraude, fornecimento de drogas para adolescentes e corrupção de menores. Os homens de 39 e 43 anos foram presos em Lavras (MG), durante uma operação da Polícia Civil nomeada de ‘Acalento’.
Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início em fevereiro deste ano pela equipe da delegacia especializada de atendimento à mulher. Durante as apurações, foram ouvidas três vítimas e algumas testemunhas que apontaram que os crimes eram cometidos pelos suspeitos em um centro religioso.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, as vítimas teriam sido abusadas sexualmente ou presenciado os abusos cometidos pelos suspeitos, que ofereciam drogas e bebidas para adolescentes e os levavam para cometer crimes, como furtos. Elas acreditavam que não poderiam recusar o que era oferecido pelos suspeitos por serem representantes religiosos.
A Polícia Civil informou que uma das vítimas relatou que foi obrigada a manter relação sexual com os suspeitos sob pena de não comprarem medicamentos para o irmão, portador de HIV, o que configura suposta violação sexual mediante fraude.
Os suspeitos ameaçavam as vítimas e em alguns casos deixavam elas sem alimentação. Dois irmãos de 16 e 17 anos contaram aos policiais que recebiam moradia e alimentação em troca de trabalho, fazendo inclusive a limpeza do local.
A Polícia segue investigando em busca de outras possíveis vítimas. Os suspeitos foram encaminhados para o presídio de Bom Sucesso (MG).