Jornal Folha Regional

Marcos do Val anuncia renúncia ao mandato de senador: ‘saída definitiva da política’

senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES), eleito em 2018 e que, portanto, ainda tinha mais quatro anos no Senado, anúnciou na madrugada desta quinta-feira (2) sua renúncia ao mandato e “saída definitiva da política”.

Em uma publicação nas redes sociais, do Val cita que, “após quatro anos de dedicação exclusiva como senador pelo Espírito Santo, chegando a sofrer um princípio de infarto”, decidiu comunicar aos capixabas a decisão tomada e aponta alguns dos motivos. “Perdi a convivência com a minha família em especial com minha filha. Não adianta ser transparente, honesto e lutar por um Brasil melhor, sem os ataques e as ofensas que seguem da mesma forma”, escreveu. 

Ele informou que, nos próximos dias, dará entrada no pedido de afastamento do Senado e voltará para a carreira nos EUA. “Nada existe de grandioso sem paixão. Essa paixão não estou tendo mais em mim. As ofensas que tenho vivenciado, estão sendo muito pesado para a minha família. Que Deus conforte os corações de todos os meus eleitores. Desculpem, mas meu tempo, a minha saúde até a minha paciência já não estão mais em mim! Por mais que doa, o adeus é a melhor solução para acalmar o meu coração…”, concluiu. 

Rosana Foerst é a suplente de Marcos do Val. De acordo com informações do G1 Nacional, até 2021, o nome de Rosana constava como gerente de Benefícios e Transferência de Renda da Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social do Espírito Santo.

Críticas

Na eleições à Presidência do Senado, Marcos do Val declarou apoio à Rogério Marinho (PL/RN) e acabou sendo duramente criticado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após cumprimentar Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que saiu vitorioso na disputa. Em suas redes, do Val publicou o vídeo em que aparece com Pacheco. “Pessoal, pelo amor de Deus, vamos ter um pouco de civilidade. O Pacheco é um amigo que tenho há 4 anos e com a educação que aprendi com o meus pais, fui dar os parabéns pela vitória e aproveitei para perguntar se amanhã será pautado o meu pedido da CPI do Terrorismo. Nada mais do que isso! Se vocês não gostaram de ver uma atitude civilizada, fiquem a vontade de deixar de me seguir!”. 

Golpe

Durante uma live nas redes sociais, Marcos do Val afirmou que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro para se aliar a ele em um golpe de Estado. Ele disse ter recusado a proposta e denunciado o caso, mas não informou a quem e nem quando a coação teria ocorrido. “Eu ficava p… quando me chamavam de bolsonarista. ‘Ah, o senador bolsonarista e tal’. Vocês esperem. Eu vou soltar uma bomba aqui para vocês: sexta-feira, vai sair na Veja, a tentativa do Bolsonaro, que me coagiu para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele. Só para vocês terem ideia. E é lógico que eu denunciei”, disse o senador.

Após essa declaração, Marcos do Val publicou em suas redes sociais que estava renunciando ao cargo de senador. 

Deputados e senador eleitos para a nova legislatura tomam posse na ALMG

Os 77 deputados estaduais eleitos por Minas Gerais são empossados na última terça-feira (01) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na presença do governador reeleito Romeu Zema (Novo-MG) e do vice-governador Matheus Simões (Novo-MG), os parlamentares eleitos e reeleitos assinaram o termo de posse, sem poder manifestar qualquer apoio partidário, cumprindo o regimento da Casa. 

A exceção na cerimônia ficou por conta da deputada estadual eleita Chiara Biondini (PL), que não pôde ser empossada junto aos outros parlamentares eleitos. Chiara não tem os 21 anos necessários para tomar posse. O aniversário da deputada mais jovem é em 22 de fevereiro. Somente a partir dessa data, Chiara poderá ser empossada. 

Um marco desta legislatura é o número de mulheres eleitas. 15 deputadas estaduais foram escolhidas pelo povo mineiro. Esse é o maior número desde 2002, quando foram eleitas 11 mulheres. 

Logo após a posse dos deputados, será realizada a eleição da nova mesa diretora da ALMG para o biênio 2023-2025, composta pelo presidente, três vices e três secretários.

Os deputados eleitos iniciam a nova legislatura no dia 1º de fevereiro de 2023 e termina no dia 31 de janeiro de 2027.

Cleitinho toma posse como senador

Cleitinho (Republicanos-MG) tomou posse na tarde desta quarta-feira (1/2) como senador por Minas Gerais pelos próximos oito anos. Ele foi eleito em 2 de outubro de 2022, ao receber 4.268.193 votos (41,52% dos votos válidos) nas eleições gerais.

No compromisso dos empossandos, Cleitinho jurou honrar os familiares, o Brasil e Minas. “Pela família, pelo meu Brasil, pela minha Minas Gerais, assim o prometo”, afirmou, na primeira reunião preparatória do Senado, que também contou com a posse de 27 novos senadores – são 81 ao total.

Na disputa, o então deputado estadual mineiro Cleitinho teve como principais rivais Alexandre Silveira (PSD-MG) e Marcelo Aro (PP-MG). Silveira, que tentava reeleição, aliou-se com Alexandre Kalil (PSD), candidato derrotado ao Governo de Minas, e Lula (PT), eleito presidente da República. Silveira, que teve 35,79% dos votos válidos, acabou escolhido como ministro de Minas e Energia.

Já o então deputado federal Marcelo Aro fechou parceria com o governador reeleito em primeiro turno Romeu Zema (Novo). O ex-deputado conseguiu 19,70% dos votos válidos.

Já Cleitinho se aliou com o então presidente, Jair Bolsonaro (PL). No segundo turno da eleição presidencial, Zema se juntou a ele no apoio a Bolsonaro, que acabou perdendo a disputa para Lula.

Cleitinho foi vereador de Divinópolis, cidade da Região Centro-Oeste de Minas, entre 2017 e 2018. No ano seguinte, ele assumiu como deputado estadual, cargo que ocupou até 2022.

Zema apresenta principais demandas de Minas Gerais para Lula

O governador Romeu Zema participou, nesta sexta-feira (27), do encontro de governadores com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília. A convite do governo federal, os representantes do executivo de cada ente federativo tiveram a oportunidade de apresentar as principais demandas do estado e discutir propostas com a União. 

O governador entregou um ofício à presidência elencando prioridades para o estado, como as questões de infraestrutura, essenciais para os mineiros. 

“A infraestrutura das rodovias federais que cruzam o estado deixam muito a desejar e estão em situação ruim. Queremos que essas estradas sejam recuperadas o quanto antes, entre elas a BR-262, a 040 e a 381, que são vias federais que precisam de investimento e melhorias. A segunda parte é a região do semiárido mineiro que precisa ser atendida com relação a obras que estão há décadas paralisadas. Por exemplo, Berizal e Jequitaí, que são duas represas fundamentais para o progresso do Norte de Minas e não foram concluídas”, afirma o governador.

Continuidade de projetos

Romeu Zema também solicitou ao governo federal a continuidade de projetos que já estavam em andamento em parceria com a gestão anterior. “Queremos agilidade do governo federal em programas que estão em andamento, como o metrô de Belo Horizonte, que já foi concedido, e também o Regime de Recuperação Fiscal que já está avançado na Secretaria do Tesouro Nacional e que vai possibilitar um equilíbrio nas contas do estado”, disse. 

“Além disso, temos ainda o ponto principal, que é a conclusão do acordo do Termo de Reparação referente à tragédia do rompimento de barragem em Mariana. São pontos fundamentais para o povo mineiro, pois vai possibilitar que obras importantes sejam executadas, principalmente na região da bacia do Rio Doce, já que a maior parte desse recurso será destinado para estas cidades. Espírito Santo, Minas Gerais e União estão com tratativas avançadas e queremos que o Governo Federal encerre esse processo, que será bom para ambas as partes”, finalizou Zema. 

Diálogo

A reunião foi o segundo compromisso do governador ao longo de dois dias de agenda de trabalho em Brasília. Na quinta-feira (26/1), ele participou do Fórum  Nacional de Governadores, que também contou com os chefes do executivo e representantes dos 27 estados brasileiros e do Distrito Federal. Os governadores debateram questões fiscais e econômicas dos estados e, também, sobre as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Janones diz que José Múcio renunciará ao cargo; ministro desmente deputado

O deputado e ex-coordenador de campanha de Lula nas redes sociais, André Janones (Avente-MG), disse, nesta terça-feira (10), que José Múcio, ministro da Defesa, irá renunciar ao cargo nas próximas horas.

O ministro, no entanto, negou que tenha entregado carta de demissão ou sido retirado do governo, na última terça-feira (10).

Perguntado sobre o assunto, Múcio respondeu que “de jeito nenhum” deixou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em nota oficial, também negou a saída.

O desgaste entre José Múcio e o governo Lula teria se dado quando bolsonaristas vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8). O ministro assumiu o cargo em 2 de janeiro, promovendo um discurso conciliador”.

Múcio tem uma longa carreira política, que soma mais de 40 anos, e começou em 1976, como vice-prefeito de Rio Formoso (PE). Ele exerceu o cargo até 1982. No mesmo ano, até 1983, foi prefeito do mesmo município de Pernambuco.

Ainda na década de oitenta, foi presidente da então estatal Companhia Energética de Pernambuco (atual Neoenergia Pernambuco) e secretário dos Transportes, Comunicação e Energia da sua terra natal.

Na sequência, foi eleito por cinco vezes como deputado federal por Pernambuco. Na Câmara dos Deputados, foi definido pelo então presidente Lula (PT), em 2007, como líder do governo na Casa. Durante sua atividade parlamentar, foi titular de comissões permanentes, como Economia, Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Em 2009, Lula indicou Múcio para ocupar a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), na vaga aberta pela aposentadoria de Marcos Vilaça. No mesmo ano, seu nome foi aprovado pelo Senado Federal e o pernambucano assumiu o cargo. Em 2018, tomou posse na presidência do TCU. Em 2020, deixou a instituição.

Deputados federais e senadores não tomaram posse dia 1°; entenda

O primeiro dia de janeiro marca, além da chegada do novo ano, a data das cerimônias de posse de governadores, do presidente e do vice-presidente da República.

Em solenidades oficias realizadas no Palácio do Planalto, nas Assembleias Legislativas dos respectivos estados ou em locais definidos pelas legislaturas, os mandatários são empossados para os próximos quatro anos.

Porém, deputados federais e senadores não tomam posse neste dia, assumindo os cargos apenas em 1° de fevereiro de 2023. Essa é a data do início da nova legislatura do Congresso Nacional, que termina em 31 de janeiro de 2027.

Nela também será feita a eleição da nova Mesa Diretora. Os horários para esses eventos ainda serão divulgados.

A partir do dia 3 de fevereiro, acontece a posse do secretariado parlamentar, feita pessoalmente ou por procuração.

Zema toma posse em Minas, menciona tragédia de Brumadinho e enaltece gestão da crise

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), exaltou ações do seu primeiro mandato no estado durante discurso de posse neste domingo 1º, após ter sido reeleito em outubro.

Zema mencionou os acordos de reparação firmados com os atingidos pela tragédia de Brumadinho, ocorrida em janeiro de 2019. O rompimento, que causou pelo menos 267 mortes, é atribuído por especialistas à falta de responsabilidade de mineradoras e a um sistema de licenciamento afrouxado.

“Assumimos a responsabilidade de buscar uma justa reparação aos atingidos, uma justa compensação pelo impacto socioeconômico e ambiental provocado em todo o estado e de solucionar a crise de insegurança gerada por mais um rompimento de barragem de enormes proporções”, declarou.

Zema disse que seu governo firmou o “maior termo de reparação da história do Brasil” e mencionou o valor de 37 bilhões de reais. Segundo ele, o montante aplicado “já dá resultados práticos”. O governador, no entanto, é criticado por movimentos sociais que tratam do tema, sob a acusação de favorecer as mineradoras.

Ele evitou mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diferentemente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que enalteceu a última gestão federal e fez agradecimentos.

Associado ao eleitorado bolsonarista, Zema venceu o candidato indicado pelo presidente Lula (PT), Alexandre Kalil (PSD). O petista, porém, saiu vencedor no estado no segundo turno contra Bolsonaro, com 50,2% dos votos.

Leia a íntegra do discurso de Zema:

Quero saudar primeiramente o vice-presidente da ALMG, deputado Antônio Carlos Arantes, em nome de quem eu saúdo todos os demais deputados. Quero também cumprimentar e agradecer a presença dos meus familiares, agradeço também a presença dos familiares do vice-governador e estendo a todas as demais autoridades do Legislativo, Executivo, Judiciário, integrantes das forças de segurança, prefeitos, vereadores, imprensa e demais autoridades que nos honram com sua presença. Há quatro anos iniciava neste mesmo local minha trajetória como gestor público, depois de mais de 30 anos de experiência com empresas, começou naquele dia uma jornada em serviço aos mineiros. E se os setores públicos e privados são verdadeiramente diferentes, o intuito por trás muito se assemelha quando o olhar do gestor é pelo atendimento às pessoas. No balcão de uma loja ou no serviço de atendimento público, o desejo de quem os procura é o mesmo: ser atendido corretamente, de maneira honesta, justa, e principalmente, receber por aquilo o que paga. Especificamente, no caso do setor público, em tributos. Assim, retorno hoje a essa casa legislativa, no meio da travessia que se renovou por mais quatro anos diante da confiança daqueles que diariamente são atendidos pelos serviços do Estado. Seja na saúde, na educação, estradas, nos campos e nas cidades. O que significa que, em sua maioria, enxergam na atual gestão do governo de MG o atendimento adequado, ou pelo menos melhor do que acontecia antes.

Isso acontece porque o ambiente agora é completamente diferente do momento inicial, assumi o governo de MG em uma situação de total descrença com a política, em um dos piores momentos da história desse Estado. As galerias aqui estavam lotadas de prefeitos em greve simbólica protestando contra um calote inédito provocado pelo Executivo estadual passado. As manifestações que emergiam transformaram o momento solene em cobrança. Justa, é verdade, mas que naquele momento sequer havia tomado conhecimento do seu tamanho. Portanto, desde o primeiro momento da minha gestão, fui cobrado e sabia que teria um desafio extraordinário para colocar nosso Estado de novo nos trilhos.

Já no primeiro mês do governo, enfrentamos a tragédia de Brumadinho e assumimos a responsabilidade de buscar uma justa reparação aos atingidos, uma justa compensação pelo impacto socioeconômico e ambiental provocado em todo Estado, e de solucionar a crise de insegurança gerada por mais um rompimento de barragem de enormes proporções. Firmamos o maior termo de reparação da história do Brasil, no valor de R$ 37 bi e que já dá resultados práticos.

Junto com o Ministério Público e essa ALMG, implementamos a lei “Mar de Lama Nunca Mais”, que aumentou a segurança dos empreendimentos minerários e tornou mais rigoroso o monitoramento da atividade. As barragens a montante foram proibidas em novos licenciamentos e as já existentes estão em processos de descomissionamento. Estruturas como essas que causaram os desastres de Brumadinho e Mariana serão parte de um passado.

A partir do meu segundo ano de gestão, também enfrentamos a maior pandemia dos últimos 100 anos, que nos colocou sob pressão a ponto de em determinado momento ter que exigir restrições para o bem estar coletivo. Tivemos que gerenciar uma demanda de saúde pública só vista em cenários de guerra. Entramos em estado de calamidade pública, movemos forças imensuráveis para comprar equipamentos, contratar médicos, abrir leitos e reduzir os impactos da enorme crise sanitária e social. Fizemos a maior operação de vacinação da história, ainda estamos superando a pandemia, mas já ultrapassamos o pior, com relevante índice para nós mineiros: a menor taxa de mortalidade das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. As vidas salvas não retiram a dor e o sofrimento de famílias que perderam seus entes queridos, mas são um alento e demonstração que a gestão pública dos recursos e da saúde foi feita de maneira honesta e com responsabilidade.

Em meio aos desafios previstos e tantos outros inesperados, alcançamos conquistas e melhorias em praticamente todas as áreas de atuação do Estado. Resumidamente, vou elencar aqui as principais. Pagamos R$ 30 bi em dívida, inclusive com as prefeituras, que agora têm condição de investir. Alcançamos o posto de Estado mais seguro do Brasil, segundo dados do Ministério da Justiça. Aumentos a participação da economia mineira no PIB do Brasil de 8,8% para 9,3%, o melhor resultado em 20 anos. Facilitamos a vida de quem trabalha e produz, geramos mais de 600 mil empregos diretos com carteira assinada. Atraímos mais de R$ 270 bi em investimentos privados. Reformamos 1.700 escolas estaduais. Retomamos o pagamento do piso mineiro de assistência social e reajustamos o valor do mesmo em 50%, um compromisso com as prefeituras e pessoas mais vulneráveis. Estamos dando uma profissão para 130 mil jovens mineiros que estão participando dos cursos técnicos do Trilhas de Futuro. Tivemos investimentos recordes em saúde com reforma e ampliação de hospitais e das cirurgias eletivas. Fomos também o primeiro Estado da América do Sul a aderir à campanha de zerar as emissões de gases estufa até 2050, demonstrando nosso compromisso com a sustentabilidade. Os servidores passaram a receber em dia os salários e benefícios e tiveram em 2022 a reposição inflacionária, uma obrigação que ficou quase 6 anos sem ser cumprida. Nos momentos críticos da economia brasileira, congelamos tributos e reduzimos impostos para aliviar o bolso dos mineiros e fizemos tudo isso sendo o Estado mais transparente do Brasil, segundo ranking da Controladoria Geral da União. Demonstrando que é possível, sim, fazer gestão pública de maneira honesta, justa e, principalmente, com respeito com recursos públicos.

É verdade que não tivemos somente acertos, mas vale ressaltar que minha gestão tem a humildade de estar sempre aberta ao diálogo que promova melhorias, sem compromisso com erro, muitas vezes precisamos reavaliar decisões e corrigir rotas. Há conhecimentos que só a experiência é capaz de trazer, mas só é possível alcança-lo se houver abertura ao diálogo para ouvir contraditórios que permitam ampliar a visão. As urnas mostraram com a nossa vitória em primeiro turno, que nosso saldo é positivo e que estamos trilhando o caminho certo. Por isso teremos mais 4 anos para trabalhar. Após arrumar a casa, e colocar o trem de novo nos trilhos, estamos prontos para fazer essa locomotiva acelerar. Com a experiência adquirida, agora em cenário mais positivo de equilíbrio fiscal, meu compromisso é o de fazer nesses próximos 4 anos um governo muito melhor que o primeiro e para isso conto com o auxílio e contribuição dos senhores e senhoras. Temos muito o que fazer ainda. Em 2023 teremos a retomada das obras dos hospitais regionais há anos paralisadas, uma demanda histórica que começa a se transformar em realidade e vai beneficiar milhares de mineiros. As rodovias começaram a passar por uma grande restauração. Ao longo de quase todo o meu mandato, só pude fazer tapa-buracos, por isso ainda é crítica a situação das estradas e reconhecemos isso. Mas agora estamos recuperando as rodovias com asfalto novo. Colocaremos em obra o Rodoanel, que será a maior intervenção viária da região metropolitana das últimas décadas, que vai reduzir o número atrasos e acidentes no Anel Rodoviário. Conseguimos garantir o leilão do metrô de BH, um investimento de mais de $3 bi, que vai, enfim, melhorar o sistema atual e expandir a linha para o Barreiro, facilitando o transporte de milhares de pessoas na capital. Obras fundamentais para o desenvolvimento de Minas, que vão levar mais que os 4 anos da nova gestão, mas o mais importante já está feito, que é garantir os recursos para execução e começa-las. Em 2023 os produtos rurais de Minas começam o ano com Estado reconhecido como área livre da febre aftosa, o que libera a obrigatoriedade de vacinação, gerando redução de custos e a abertura ao mercado internacional.

Por fim, temos como missão fazer a repactuação dos termos da tragédia de Mariana, que dará finalmente uma justa reparação à população da Bacia do Rio Doce atingida por esse desastre há mais de 7 anos. Seguiremos avançando em todas as áreas, fortalecendo os serviços públicos, economia para que possa se realizar o sonho de termos um emprego digno para cada mineiro. O sonho de dizer que aqui em Minas só não trabalha quem não quer, pois igualdade de oportunidades haverá para todos. Em meu primeiro discurso de posse, disse que Minas sairia da crise em que estava maior do que entrou. Estamos hoje no meio desse caminho de retomada do protagonismo político, econômico e social.

Na maior obra da literatura brasileira, em Grande Sertão Veredas, o mineiro Guimarães Rosa escreveu: “O real não está na saída, nem na chegada, ele se dispõe pra gente no meio da travessia”. É agora, percorrendo esse caminho, que podemos influenciar o futuro que deixaremos para os mineiros. A saída já ficou pra trás, é parte do passado, a chegada é uma meta, mas a nossa travessia está em curso e ela será bem mais rápida e bem sucedida se estivermos todos juntos, no mesmo barco, remando na mesma direção. Tenho certeza que o bem estar dos mineiros é interesse comum entre o Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, MP, Defensoria Pública e a sociedade civil. Todos temos como missão fazer de Minas e do Brasil um lugar mais livre, mais rico e mais igualitário. Por isso é fundamental que sejamos alinhados sobre o caminho que devemos seguir. Se estamos no mesmo barco e remamos em sentidos opostos, permaneceremos no mesmo lugar. Os maiores avanços que alcançamos ao longo do nosso governo vieram quando, juntos, seguimos em uma mesma direção. Cito como exemplos termo de reparação de Brumadinho e acordos firmados para pagamentos de dívidas com os municípios e também com o TJMG.

Muitas vezes, para remarmos em um mesmo sentido, é preciso que a tripulação discuta sobre qual a melhor rota e chegar a esse entendimento pressupõe diálogo e respeito mútuo. Ao deparamos com dificuldades para um consenso, o caminho deve ser sempre o da flexibilidade para concessões e disposição para continuar o trabalho em busca de união e nunca pra ver quem rema mais forte. Tenham a certeza que o governo de MG seguirá os próximos anos pautado pelos princípios de colaboração, justiça e transparência. Muito dos desafios que enfrentaremos nesse nosso governo só serão superados com apoio dessa casa legislativa. Temos e teremos projetos importantes para destravar o desenvolvimento do Estado. Estamos todos no mesmo barco, temos todos o mesmo objetivo, por isso conto com os senhores e senhoras deputadas para atuarmos como um grande time que conduzirá Minas para outro patamar. Essa é a principal meta do meu segundo governo.

Podem contar também com apoio do Executivo estadual para discutir as pautas relevantes que surgirem do parlamento e que são fundamentais para essa evolução. Vamos caminhar em harmonia com os demais poderes para alcançar um Estado eficiente, que melhore a vida de todos, servindo de exemplo para o Brasil de que é possível um projeto político inovador, com compromisso fiscal, transparência e valorização da execução técnica, voltado exclusivamente para atender corretamente, de maneira honesta, justa e, principalmente, oferecer serviços com qualidade, respeitando os recursos pagos em tributos provenientes do esforço e trabalho de todos nós mineiros. Teremos, com toda certeza, um ótimo 2023, fica aqui os meus votos de feliz ano novo para todos.

Lula toma posse diante de centenas de milhares, recebe a faixa de representantes do povo e defende a democracia

Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse no último domingo (1º) como o 39º presidente da história do país. A celebração do início do mandato levou centenas de milhares de apoiadores à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em um dos momentos mais marcantes, Lula recebeu a faixa presidencial de pessoas comuns, representantes do povo brasileiro.

Em discursos, o presidente ressaltou a defesa da democracia e o foco no combate à pobreza e à fome. Ao falar de fome, no parlatório do Palácio do Planalto, de frente para a multidão, Lula chegou a chorar.

Ele também fez críticas ao governo anterior, sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Veja o que de principal aconteceu na posse:

Desfile no Rolls Royce

A equipe de Lula não havia confirmado até o início da tarde se o presidente faria o trajeto até o Congresso Nacional em carro aberto.

A dúvida acabou quando, no início da tarde, ele subiu no tradicional Rolls Royce da Presidência. Lula estava acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e da mulher do vice, Lu Alckmin.

Tropas em revista

Em seguida, na chegada ao Congresso, Lula passou em revista as tropas militares, uma das etapas tradicionais da celebração da posse (veja no vídeo abaixo).

Discurso no Congresso

Lula foi oficialmente empossado no Congresso, em cerimônia diante de parlamentares e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em uma fala de 31 minutos, o presidente exaltou a “democracia para sempre”.

“Sob os ventos da redemocratização, dizíamos ‘ditadura nunca mais’. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer ‘democracia para sempre'”, afirmou.

Lula disse ainda que seu governo vai ser de esperança, união do país e sem revanchismo.

“Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que essa nação levantou a partir de 1988, vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer esse edifício de direitos e valores nacionais que vamos dirigir todos os nossos esforços”, disse Lula.

Sem citar o nome de Bolsonaro, afirmou que irregularidades na pandemia devem ser investigadas.

“Em nenhum outro país, a quantidade de vítimas fatais foi tão alta proporcionalmente à população quanto no Brasil, um dos países mais preparados para enfrentar as emergências sanitárias”, argumentou.

“Este paradoxo só se explica pela atitude criminosa de um governo negacionista, obscurantista e insensível à vida. As responsabilidades por este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes”, acrescentou Lula.

Faixa presidencial

Ao sair do Congresso, Lula foi para o Palácio do Planalto e subiu a rampa.

Em uma das cenas mais históricas da posse, ele subiu acompanhado de Janja, cidadão comuns e a cachorrinha do casal, chamada de Resistência, em referência ao período em que Lula passou preso.

No alto da rampa, a faixa passou pelas mãos dos representantes do povo e foi finalmente entregue a Lula por Aline Sousa, uma mulher de 33 anos, catadora desde os 14.

Choro ao falar sobre fome

Já com a faixa no peito, Lula se dirigiu ao parlatório do palácio, para falar à multidão que o aguardava na Praça dos Três Poderes.

Foi nesse discurso que, ao falar da fome no país, Lula chorou.

“Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando lixo em busca de alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo. Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a que têm direito”, disse.

“Trabalhadores e trabalhadoras desempregados, exibindo nos semáforos cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: ‘por favor, me ajuda'”, continuou, perdendo a voz em razão do choro.

Líderes estrangeiros e posse de ministros

A próxima etapa no dia de Lula foi, dentro do Palácio do Planalto, receber cumprimentos de líderes estrangeiros. Entre eles, estavam 17 chefes de Estado.

Na sequência, Lula deu posse a seus 37 ministros.

Primeiros atos

Ainda no Palácio do Planalto, Lula assinou os primeiros atos administrativos de seu mandato. Um deles foi a medida provisória que garante o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família.

Lula também assinou decreto que altera a política de Bolsonaro de flexibilização de acesso às armas.

Outro ato do presidente prevê reavaliar sigilos impostos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em documentos

Lula anuncia Jean Paul Prates para presidência da Petrobras

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira (30) a indicação do advogado, economista e senador do PT Jean Paul Prates para a presidência da Petrobras. 

Com o início do próximo governo, a indicação deverá ser formalizada pelo Ministério de Minas e Energia, para o qual foi anunciado o senador Alexandre Silveira (MDB-MG). 

Prates foi eleito em 2014 primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), para o período 2015-2022, e assumiu a vaga dela no Senado em 2019, após sua eleição para governadora do Rio Grande do Norte.

O senador foi às redes sociais nesta sexta-feira para declarar que estava honrado com a escolha e disse que o “olhar para o futuro” foi a principal demanda dada a ele pelo presidente eleito Lula.

“Precisamos pensar no futuro e investir na transição energética para atender às necessidades do país, do planeta e da sociedade, além dos interesses de longo prazo de seus acionistas [da Petrobras]”, disse ele. Afirmou, ainda, que Lula “acredita que a empresa deve permanecer como uma referência de mercado, tecnologia, governança e responsabilidade social”.

Braspetro

O indicado cursou Direito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Economia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Na pós-graduação, fez mestrado em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos. Na França, concluiu o segundo mestrado, em Economia de Petróleo, Gás e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo.

Prates foi membro da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no fim da década de 1980, e teve sua atuação profissional ligada à área de petróleo e gás, participando da elaboração da Lei do Petróleo e da redação do modelo do contrato de concessão oficial brasileiro e do decreto dos royalties

Governo publica autorização para assessores de Bolsonaro acompanharem o presidente em viagem a Miami

Foto: Alan Santos/PR

O governo publicou nesta sexta-feira (30), no “Diário Oficial da União”, uma autorização para assessores que trabalharão com Jair Bolsonaro após o fim do mandato acompanharem o presidente em viagem a Miami, nos Estados Unidos.

Questionado oficialmente, o Palácio do Planalto não confirma a viagem internacional do presidente.

O despacho no “Diário” prevê que a viagem dos assessores vai durar do dia 1º de janeiro, próximo domingo, até o dia 30 de janeiro.

O mandato de Bolsonaro termina neste sábado (31). No domingo, assume o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Após deixar de ser presidente, Bolsonaro tem direito a manter assessores com dinheiro público. Por isso a autorização da viagem é feita pelo governo.

Cinco assessores vão acompanhar o presidente, para dar apoio e fazer a segurança, segundo o despacho oficial.

Desde que perdeu as eleições, no fim de outubro, o presidente praticamente não compareceu a compromissos oficiais e reduziu a quase zero suas manifestações e falas públicas. Bolsonaro tem passado a maior parte dos dias na residência oficial do Palácio da Alvorada.

Simone Tebet aceita convite de Lula para ser ministra do Planejamento

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) aceitou o convite do presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ser ministra do Planejamento. O anúncio foi feito nesta terça-feira (27), pelo deputado Alexandre Padilha (PT-SP), futuro titular da Secretaria das Relações Institucionais na Presidência da República. Ele negou, porém, que Lula tenha discutido com Tebet mudar a estrutura atual do ministério.

“Temos uma sinalização positiva de que ela aceitou o ministério do Planejamento”, disse Padilha. “O presidente Lula fez o convite à senadora Simone Tebet pelo papel que ela teve no segundo turno e como prefeita, como senadora e capacidade como gestora.”

O futuro ministro disse que não haverá mudança, por enquanto, na estrutura já debatida do governo com Lula e demais ministros. O Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que a senadora teria sinalizado interesse em levar para o Planejamento como forma de robustecer a pasta, continua na Casa Civil.

Segundo Padilha, a senadora conversará com Lula ainda nesta terça-feira, em encontro sem horário definido. O convite foi feito na sexta-feira passada, dia 23, para que Tebet avaliasse assumir a pasta com o desenho e organograma montados previamente por Lula e outros ministros. Ele negou que tenham sido discutidos transferências de órgãos do governo para a pasta a ser chefiada por Tebet.

“Não tem acordo. Tem um convite feito para o Planejamento, na estrutura e nas responsabilidades do Ministério do Planejamento, que tem um papel decisivo de acompanhamento, participa dos comitês gestores coordenados pela Casa Civil. Inclusive do comitê gestor do PPI, que é coordenado pela Casa Civil e executado pelo ministério que está na ponta. O convite foi feito para essa estrutura do Planejamento e tivemos uma sinalização positiva”, afirmou Padilha. “Recebi uma sinalização de que (ela) tem a vontade de compor o Ministério do Planejamento e estaria aceitando o convite feito sexta-feira, quando o presidente mostrou o organograma, os papéis e responsabilidades do ministério.”

Outras confirmações

A confirmação de Tebet no Planejamento encerra longas semanas de discussões e pode destravar a montagem final da composição da equipe de Lula, em negociações com o MDB, PSD e União Brasil. Lula vai dar sequência a reuniões com lideranças partidárias para concluir o anúncio dos 16 ministérios pendentes.

O Planejamento foi uma das opções aventadas a Tebet pelo gabinete de transição, depois que a senadora foi preterida do Desenvolvimento Social, pasta que mais desejava. A parlamentar foi cogitada no Meio Ambiente, Cidades e Turismo.

Ela buscava uma posição com destaque e visibilidade política, com capacidade de tocar programas e entregar diretamente à população, embora o Planejamento tenha perfil mais burocrático.

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