Impactos das queimadas no agronegócio mineiro serão discutidos em audiência – Foto: reprodução
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil registrou quase 70 mil focos de queimadas em agosto. A fumaça se espalhou pelo céu do País e o fogo consumiu animais e lavouras.
Para discutir os impactos dos incêndios rurais no agronegócio do Estado, a Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) se reúne nesta quarta-feira (11/9/24), a partir das 15 horas, no Auditório do andar SE do Palácio da Inconfidência.
A audiência foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Raul Belém (Cidadania), que pretende dar especial atenção às consequências das queimadas para o setor sucroenergético, tendo em vista que Minas conta com a segunda maior produção de etanol e açúcar do País.
“Milhares de hectares de cana foram queimados. Várias pessoas já foram presas por provocar incêndios criminosos, que têm gerado enormes prejuízos ao agronegócio, sobretudo ao setor sucroenergético”, destaca.
Segundo Raul Belém, a audiência será uma oportunidade de discutir com representantes da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Polícia Militar de Meio Ambiente ações para a fiscalização e responsabilização dos criminosos que têm ateado fogo por todo o Estado.
“É importante esclarecer que o produtor rural é vítima. Ele que cuida, zela pela terra, teve sua produção queimada e ainda é envolvido em falácias”, ressalta, em resposta a acusações de que o setor produtivo foi o verdadeiro responsável pelas queimadas.
Cana-de-açúcar impulsiona empregos no agronegócio mineiro em 2023 – Foto: reprodução
O cultivo mineiro de cana-de-açúcar em 2023 impactou em um crescimento de 20% na geração de empregos no setor em comparação com 2022, totalizando a abertura de 540 empregos com carteira assinada. Esse aumento significativo é resultado, em boa parte, de uma safra que deve se provar recorde no estado, com mais de 80 milhões de toneladas produzidas. O salto produtivo fez Minas Gerais subir da terceira para a segunda colocação entre os maiores produtores brasileiros, ultrapassando Goiás.
O cenário favorável não apenas reflete números positivos, mas transforma vidas, como a da analista de laboratório da Usina Coruripe, Ana Clara Lourenço Medeiros. Aos 19 anos de idade, a moradora de Iturama, no Triângulo Mineiro, encara a oportunidade de emprego no ano passado como um divisor de águas. “Desde que comecei a trabalhar na usina, muita coisa mudou. Tive uma estabilidade financeira para ajudar os meus pais, consegui alcançar meu objetivo, que era ter um cargo de analista, um sonho meu, e várias conquistas, como a minha carteira de habilitação. Agora, vou atrás da minha moto”, conta a jovem, que planeja cursar uma graduação e evoluir na empresa e comprar a casa própria.
Crescimento da produção
Os dados da geração de postos de trabalho no setor da cana-de-açúcar são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Já a estimativa da produção faz parte do 3º levantamento da safra 2023/2024, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O balanço fechado da safra tem publicação prevista para abril, quando provavelmente será comprovado o melhor desempenho da série histórica, com início em 2005/2006.
“Para processar todo esse volume de cana, foi necessária a contratação de mais funcionários diretos. Mas o setor também gera muitas oportunidades de forma indireta, porque tem uma cadeia longa, então a geração real de empregos deve ser ainda maior”, explica o empresário do setor e presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Thales Fernandes, destaca a importância da aproximação entre o poder público e a iniciativa privada para a geração de empregos e renda em Minas Gerais.
“Os excelentes resultados da última safra de cana-de-açúcar são fruto de uma cadeia produtiva robusta e bem estruturada, que conta com o total apoio do Governo de Minas para seguir crescendo. O Estado está empenhado em atrair investimentos para o setor e incentivar o consumo do etanol como combustível”, avalia o secretário.
Planta de biometano
As perspectivas para 2024 são promissoras. Neste ano, o Triângulo Mineiro irá ganhar a sua primeira usina de biometano, um gás natural renovável produzido a partir da vinhaça, resíduo orgânico da cana. Esse biocombustível é altamente eficiente e tem baixo impacto ambiental.
“Além do açúcar, do etanol e da biodiversidade de energia elétrica produzida, nós teremos esse novo produto, gerando oportunidades em Minas Gerais”, comenta o presidente da Siamig.
A implementação da planta começou em outubro de 2022, no município de Tupaciguara, com um investimento inicial de R$ 30 milhões pela ZEG Biogás. A capacidade produtiva será de 4 milhões de metros cúbicos de biometano por ano, porém com potencial para expansão, atingindo até 16 milhões de metros cúbicos anuais, com um aporte total estimado de R$ 120 milhões.
O biocombustível irá substituir o diesel na frota agrícola da Usina de Aroeira, contribuindo para a redução da pegada de carbono. A proposta visa aproveitar a vinhaça para fins próprios e comerciais. A expectativa é que a venda do biometano comece em abril.
Política pública
Em janeiro deste ano, o governador Romeu Zema sancionou a Lei nº 24.652, instituindo a Política Estadual de Incentivo ao Consumo de Etanol. Seus objetivos são o fomento ao uso do combustível renovável e o fortalecimento do agronegócio e do setor sucroenergético.
Dentre os pontos de destaque, a nova lei estabelece que entidades e órgãos públicos devem priorizar o abastecimento de veículos flex com álcool. A mesma diretriz se aplica à frota adquirida por meio de recursos de emendas parlamentares individuais ou de bloco.
Outro aspecto relevante da norma é o apoio à criação de microdestilarias de base associativa, incentivando os agricultores associados a utilizar o etanol. Além disso, o estímulo à utilização do combustível renovável será reforçado durante o mês de junho, quando é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente.
“O Governo de Minas tem colaborado com o setor com diversas iniciativas, nos ajudando a manter um ambiente de negócio propício ao desenvolvimento. Dessa forma, as empresas vêm anunciando investimentos. Nós temos observado o crescimento das usinas existentes, reativações de unidades e também a compra de usinas por grupos de fora do estado”, enfatiza Mário Campos.
Atração de investimentos
O Governo de Minas e a Siamig anunciaram, em setembro do ano passado, um dos maiores conjuntos de investimentos da história do setor de biocombustíveis e açúcar, totalizando R$ 11,3 bilhões. Esses aportes terão impacto na criação de aproximadamente 1,6 mil empregos diretos, especialmente na região do Triângulo Mineiro.
As melhorias planejadas incluem a construção de terminal rodoferroviário, a renovação do canavial, modernização da irrigação, automação, produção de bioenergia, reforma e a expansão das plantas industriais.
Doze empresas do setor irão realizar os investimentos, cobrindo as várias etapas produtivas, desde o plantio e a colheita da cana até a produção de energia renovável. Entre as principais vantagens, está a descarbonização da economia, por meio de uma transição ambientalmente sustentável.
Recorde histórico: Exportações do agronegócio brasileiro superam US$ 140 bilhões em 2023 – Foto: reprodução
As exportações do agronegócio brasileiro atingiram um feito histórico em 2023, ultrapassando a marca de US$ 140 bilhões.
Esses dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura, e segundo a coluna Radar da revista Veja, o setor cresceu mais de 3% em valor e quase 10% em volume em comparação com o ano anterior.
Os principais responsáveis por esse desempenho foram os setores de soja, cana-de-açúcar e cereais, farinhas e preparações, de acordo com o Ministério. Ao olharmos para os destinos das exportações, a Ásia se destacou como o maior comprador, investindo US$ 74,60 bilhões em produtos agropecuários brasileiros.
A União Europeia ficou em segundo lugar, adquirindo produtos no valor de US$ 18,43 bilhões. A China, um parceiro comercial essencial para o Brasil, continuou desempenhando um papel crucial, absorvendo mais de US$ 51 bilhões em produtos.
Esse aumento notável nas exportações não apenas fortalece a posição do Brasil no mercado global, mas também contribui para a sustentabilidade econômica do agronegócio brasileiro.
Exportações do agronegócio mineiro alcançam US$ 5,8 bilhões no período de janeiro a maio – Foto: reprodução
As exportações do agronegócio mineiro totalizaram US$ 5,8 bilhões no acumulado de janeiro a maio deste ano, com queda de 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume embarcado alcançou 6,1 milhões de toneladas, registrando aumento de 10,5%. As vendas do setor agropecuário responderam por 35,6% das vendas de Minas ao mercado internacional.
Em relação ao mês de maio, o valor exportado alcançou US$ 1,4 bilhão, com o embarque de 1,7 milhão de toneladas. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda de 6% nos preços e alta de 14% no volume embarcado.
Na avaliação da assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) Manoela Teixeira, a retração da receita, no acumulado deste ano, ainda é reflexo da diminuição das vendas do café nos primeiros meses. “Como essa commodity é a que tem maior participação na comercialização da pauta do agronegócio mineiro, o seu desempenho acaba refletindo no resultado geral. Entretanto, são esperados bons resultados para esta safra nova. Analisando o comportamento mensal do preço do café, isoladamente, já houve recuperação de 17% entre maio e abril” explica.
Mercados
No período de janeiro a maio, 529 diferentes produtos do setor agropecuário mineiro foram enviados para 163 países. Os principais destinos foram a China (35%), Estados Unidos (9%), Alemanha (7%), Itália (4%) e Japão (3%). O preço médio dos produtos exportados foi negociado em torno de US$ 943,82 a tonelada.
Exportações do agronegócio mineiro alcançam US$ 5,8 bilhões no período de janeiro a maio – Seapa / Divulgação
Café
Líder das exportações do setor agropecuário mineiro, o café alcançou a receita de US$ 2,1 bilhões nos cinco primeiros meses do ano, com o embarque de 9,4 milhões de sacas. Os dados apontam queda de 26% no valor e 22% no volume. “A expectativa é de recuperação das vendas com o início da colheita de nova safra no país, além da janela de oportunidade que há com os estoques baixos do Vietnã”, avalia a assessora da Seapa Manoela Teixeira.
Os principais compradores de café do estado foram Estados Unidos (US$ 399 milhões), Alemanha (US$ 345 milhões), Itália (US$ 203 milhões), Bélgica (US$ 141 milhões) e Japão (US$ 115 milhões).
Complexo Soja
O complexo soja (grãos, farelo e óleo) obteve a receita de US$ 1,9 bilhão, com o embarque de 3,5 milhões de toneladas. O setor registrou crescimento de 3% no valor e 11% no volume. A soja em grãos, principal componente desse segmento, segue com bom ritmo de vendas, impulsionadas pelas compras da China, Tailândia, Irã, Argentina, Taiwan e Vietnã.
Produtos Florestais
As vendas externas de produtos florestais (celulose, madeira, papel e borracha) somaram US$ 514 milhões e 682 mil toneladas, com aumento de 50% na receita e de 8% no volume. O setor segue em ritmo acelerado de vendas, obtendo recordes, decorrentes, principalmente do desempenho da celulose. Os principais países compradores de produtos florestais de Minas Gerais foram China (US$ 217 milhões), Estados Unidos (US$ 62 milhões), Japão (US$ 61 milhões), Países Baixos (US$ 57 milhões) e Itália (US$ 47 milhões).
Carnes
O setor de carnes registrou US$ 500 milhões e 156 mil toneladas, representando 9% das vendas do agronegócio de Minas Gerais. O segmento de carne bovina seguiu com o cenário de desaceleração da demanda pelo mercado chinês, o que contribuiu para o recuo de 35% no valor e 21% do volume.
Por outro lado, as carnes de frango, que representaram 31% das vendas do segmento, seguiram em alta, contabilizando US$ 156 milhões e 78 mil toneladas, com a valorização de 16% na receita e de 9% na quantidade vendida.
A carne suína também obteve performance positiva, somando US$ 16 milhões e 7,7 mil toneladas, com aumento de 12% na receita e 5% no volume.
Complexo Sucroalcooleiro
O complexo sucroalcooleiro representou 8% das vendas do agronegócio mineiro. Açúcar, álcool e demais açucares renderam ao estado US$ 453 milhões. O bom resultado foi puxado, principalmente, pelo açúcar que representou 88% das vendas do setor, alcançando US$ 400 milhões. O bom resultado é reflexo da baixa oferta mundial.
Pela primeira vez, as Regiões Cafeicultoras de Minas: Região do Cerrado Mineiro, Caparaó, Campo das Vertentes, Chapada de Minas, Região das Matas de Minas, Mantiqueira de Minas e Sul de Minas, se reúnem para a Abertura da Safra Mineira de Café, que acontece no dia 1º de junho, às 9h, na Coocacer em Araguari (MG).
Com presença confirmada do Governador Romeu Zema e do Ministro da Agricultura Carlos Fávaro, a Abertura Safra Mineira de Café entra na reta final de preparativos para receber mais de 600 representantes do setor, entre produtores rurais, empresários, estudantes e autoridades políticas das 55 cidades que compõem a Região do Cerrado Mineiro.
Uma mega estrutura repleta de atrações estará à espera dos participantes. Uma delas é o Espaço Casa de Café Cerrado Mineiro, um espaço aconchegante onde serão servidos cafés das regiões cafeicultoras de Minas Gerais para degustação.
Nesse espaço, o movimento “Elas no Café” juntamente com cafeicultores convidados, apresentarão cafés com o selo da Denominação de Origem da Região do Cerrado Mineiro, além de produtos mineiros artesanais como queijos e doces à venda.
E não para por aí: as pinturas do artista Júlio Monteiro são uma verdadeira declaração de amor ao Cerrado, e terão destaque garantido no evento. Em painéis de LED espalhados por diferentes ambientes, os visitantes poderão acompanhar a história vibrante da cafeicultura da Região do Cerrado Mineiro.
As atrações contemplam os cinco sentidos: paladar, olfato, tato, visão e audição. É por isso que a música ficará sob o comando do Conservatório Estadual de Música e Centro Interescolar de Artes Raul Belém, de Araguari.
Parcerias para fortalecimento da cafeicultura
A ação, inédita na cafeicultura mineira integra as regiões produtoras de café do estado, conecta a cadeia produtiva do café e fortalece a atividade, valorizando os esforços que promovem desenvolvimento e crescimento nos municípios em que a cultura está inserida, tornando o momento da colheita ainda mais singular.
O evento, que é uma realização da Região do Cerrado Mineiro, Prefeitura Municipal de Araguari e Ademinas, conta com patrocinadores e apoiadores que acreditaram na importância do evento. São eles: LD Celulose como Patrocinador Master; Sicoob Aracoop, Imepac Centro Universitário; Fuerza Segurança Privada e Sicoob Aracredi como patrocinadores Diamante; Coocacer Araguari, Nucooffe Syngeta Syngenta e Timac Agro como patrocinadores Ouro. O apoio governamental desta iniciativa conta com Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Governo de Minas Gerais, Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Deputado Federal Zé Vitor e Deputado Estadual Raul Belém. Apoiam de forma institucional o evento: Sebrae, Conab, Emater, Sistema OCB, Sistema OCEMG e Conselho Nacional do Café (CNC). O apoio cultural ficou a cargo da FAEC e do Conservatório Estadual e Centro Interescolar de Artes Raul Belém, de Araguari.
SOBRE O EVENTO
A abertura da Safra Mineira de Café é uma idealização da Coocacer, cujo evento encontrou na visão arrojada do Deputado Federal Zé Vitor, caminhos para ter a ideia inicial ampliada e expandida somando-se à atitude visionária da Região do Cerrado Mineiro, liderada por Francisco Sergio de Assis e Gláucio de Castro; da Prefeitura Municipal de Araguari, por meio Prefeito Renato Carvalho, em parceria com a Ademinas – Agência de Desenvolvimento de Minas Gerais para ser uma realidade. Acesse o site do evento e saiba mais: https://www.saframineiradecafe.com.br/
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