Jornal Folha Regional

Nobel do estudante: mineira de 17 anos está entre melhores alunos do mundo

Nobel do estudante: mineira de 17 anos está entre melhores alunos do mundo – Foto: arquivo pessoal

A mineira Milena Xavier Martins, de 17 anos, está entre os 50 melhores estudantes do mundo. Ela é uma das finalistas do Global Teacher Prize, considerado o prêmio Nobel dos estudantes. A jovem é de Juiz de Fora (MG), e cursa o ensino médio no Colégio de Aplicação (Coluni), na Universidade Federal de Viçosa. 

É dentro do campus que ela criou o “Autinosis”, uma ferramenta de triagem de autismo baseada em Inteligência Artificial que é capaz de estimar a probabilidade de uma pessoa ou criança possuir autismo por meio de um simples formulário. Os resultados saem na mesma hora. A ideia surgiu por conta de um amigo que apresentava traços de autismo, mas não tinha acesso ao diagnóstico.

Com o projeto, foi ganhadora da Olimpíada Brasileira de Inteligência Artificial, finalista na seleção da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), top 1 projeto da seleção do Programa de iniciação científica (PIBIC), medalha de Prata na Conferência Internacional de Jovens Cientistas (ICYS) na Turquia e selecionada para receber uma bolsa em uma conceituada instituição de pesquisa. 

Aos 14 anos, ela fundou a Prep Olimpíadas, a maior ONG de olimpíadas científicas do Brasil. Mais de 100 mil impactados ao longo de quase quatro anos. A IA utilizada no projeto com o PrepAI, uma plataforma voltada para conectar estudantes, escolas e olimpíadas científicas. O aplicativo responde dúvidas dos alunos e compartilha lições de história e matemática. Ao todo, mais de 60 mil alunos já utilizaram a ferramenta.

Seu trabalho em pesquisa científica e olimpíadas levou-a a ser convidada para integrar o Conselho Consultivo da Olimpíada Internacional de Pesquisa (IRO), tornando-se a mais jovem e única latina no comitê.

Conhecimento para mudar o mundo

Aos 10 anos, Milena ia com a mãe para a escola em que dava aulas, testemunhando os desafios enfrentados por aqueles alunos. Desde pequena, ela já queria buscar melhores oportunidades e ajudar outras pessoas. Ainda criança, as duas organizaram uma campanha de presentes de Natal para os alunos, arrecadando mais de 30 brinquedos. 

O interesse pelas olimpíadas científicas começou quando ela soube da Olimpíada de Astronomia (OBA) de um estudante premiado. A escola, de início, relutou em participar da competição. Durante a pandemia, ela participou de forma independente.

Percebendo que muitos alunos careciam de apoio escolar para essas competições na época, ela iniciou uma tutoria para 12 colegas, de olho nas olimpíadas de matemática. É daí que surgiu a Prep Olimpíadas. 

Por conta de seu trabalho, ela foi a pessoa mais jovem a aparecer na lista Forbes Under 30 na categoria ‘Ciência e Educação’ . Além de representar o Brasil na Olimpíada Internacional de IA (IOAI) na Bulgária, sendo a primeira latino-americana a participar. 

Ela ganhou prêmios, incluindo o Prudential Young Visionaries Award, foi aceita em programas prestigiosos como Yale Young Global Scholars e recebeu bolsas de estudo integrais de várias escolas secundárias internacionais.

A jovem ainda organizou aulas gratuitas para crianças em favelas, sendo que sete de seus alunos ganharam medalhas e receberam bolsas de estudo. Ela também coordenou a Olimpíada Afrodiversidade Brasileira (OBAFRO), impactando 20.000 participantes e aumentando a conscientização sobre questões raciais. 

“Sua determinação em superar desafios é evidente em sua história pessoal. Mudando sozinha para uma nova cidade aos 15 anos, ela enfrentou dificuldades de adaptação e lidou com uma proprietária de pensão psicologicamente instável. Apesar dessas adversidades, continuou sua educação e seguiu sua paixão pela ciência, colhendo todos os feitos e reconhecimentos que resultaram desses esforços”, destacou o site da premiação.

A premiação é realizada anualmente pela Varkey Foundation. Em setembro, serão anunciados os dez finalistas.

O ganhador recebe US$ 100 mil e vai viajar à Nova York para discursar em uma assembleia com líderes mundiais. Até agora, o Global Student Prize só foi vencido por homens – e nenhum deles era do Brasil.

Aluna de medicina de MG vive há 1 ano em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula

Aluna de medicina de MG vive há 1 ano em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula - Foto: arquivo pessoal
Aluna de medicina de MG vive há 1 ano em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula – Foto: arquivo pessoal

A estudante de medicina Larissa Moraes de Carvalho, de 31 anos, ainda se encontra em estado vegetativo um ano após ter realizado uma cirurgia para corrigir a mandíbula e o maxilar, em Juiz de Fora (MG).

Larissa, que também é formada em Farmácia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), deu entrada no dia 16 de março de 2023 na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora para realizar a cirurgia ortognática, voltada para corrigir alterações de crescimento dos maxilares e mandíbulas. Após realizar a cirurgia, a estudante passou seriamente mal.

Segundo Ricardo Carvalho, pai da Larissa, a jovem teve uma parada cardiorrespiratória durante o transporte do centro cirúrgico para a enfermaria, o que a levou ao estado vegetativo no qual se encontra hoje.

Aluna de medicina de MG vive há 1 ano em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula - Foto: arquivo pessoal
Aluna de medicina de MG vive há 1 ano em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula – Foto: arquivo pessoal

Carvalho ficou internada na unidade até 15 de março deste ano. Depois, a família da jovem conseguiu autorização para que ela desse sequência na recuperação em decorrência das complicações que teve na cirurgia em tratamento domiciliar.

Ainda segundo o pai da jovem, não se sabe em qual momento exato ocorreu a parada respiratória ou ao menos o que a teria causado.

O pai alega que o termo de consentimento livre e informado (TCLE) assinado pela paciente em 08/03/2023 não detalhava nenhum dos riscos associados à anestesia geral, nem mencionava diretamente a possibilidade de parada cardiorrespiratória, com sequelas associadas.

Aluna de medicina de MG vive há 1 ano em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula - Foto: arquivo pessoal
Aluna de medicina de MG vive há 1 ano em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula – Foto: arquivo pessoal

A família ainda ressalta que não foi procurada por ninguém do hospital para esclarecer o ocorrido. Por isso, solicitam uma reunião com a diretoria, o que somente ocorreu em 05/04/23.

Para o pai, a anestesista teve atitudes completamente incorretas que não condizem com a correta prática médica. Segundo relatado pelo médico-cirurgião, que realizou o procedimento em Larissa, a anestesista responsável por acompanhar prontamente os sinais vitais da jovem, se ausentou da sala em vários momentos durante a cirurgia.

O que diz a Santa Casa de Misericórdia

Procurado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Presidente da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Dr. Renato Vilela Loures, comunicou ao órgão que:

“O prontuário médico e os respectivos laudos dos exames realizados pela paciente Larissa Moraes de Carvalho foram entregues ao seu genitor, ora representante, em 25 de abril de 2023, dentro do prazo institucional para disponibilização de prontuários.

Quanto às filmagens das câmeras de segurança do Hospital, infelizmente não é possível disponibilizá-las, uma vez que as gravações expiram em 30 dias e os fatos narrados pelo representante ocorrem em 16/03/2023.”, disse a presidência do hospital ao MPMG.

Procurada pela reportagem, a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora informou que não irá se manifestar sobre o caso:

“A Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora informa que, uma vez já instaurada ação na Justiça, em respeito ao devido processo legal, o Hospital não fará quaisquer comentários sobre o assunto fora dos autos judiciais. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e a qualidade no atendimento prestado à toda comunidade ao longo de nossa história, que soma quase dois séculos”, afirmou o hospital.O que diz o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG)

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) informou que todas as denúncias recebidas, formais e de ofício, são apuradas, sendo respeitada a ampla defesa e o contraditório. Todos os procedimentos tramitam sob sigilo, conforme previsto no Código de Processo Ético-Profissional.

Estudante negra de 12 anos é pisoteada e xingada de ‘macaca’ e ‘cabelo de bombril’ por alunos em escola municipal

Estudante negra é pisoteada e xingada de ‘macaca’ e ‘cabelo de bombril’ por alunos em escola municipal - Foto: redes sociais
Estudante negra é pisoteada e xingada de ‘macaca’ e ‘cabelo de bombril’ por alunos em escola municipal – Foto: redes sociais

Uma estudante negra, de 12 anos, foi pisoteada por colegas na Escola Municipal Hebe de Almeida Leite Cardoso, em Novo Horizonte, no interior de São Paulo. Durante a agressão, ela teria sido alvo de ofensas racistas.

O caso ocorreu no dia 11 de março, mas foi revelado só nesta quinta-feira (21).

Os alunos do ensino fundamental da escola teriam jogado terra e fezes de gato no uniforme da menina. A vítima diz ainda ter sido chamada de “macaca”, “cabelo de bombril” e “capacete de astronauta”.

“Eu me sinto triste. Minha cor e meu cabelo. Isso dói muito. Eles me xingaram, me humilharam, me chamaram de ‘macaca’”, relatou a menina.

A mãe da jovem, que preferiu não ser identificada, levou o caso à delegacia da cidade e pediu medida protetiva, que foi concedida pela Justiça após exame de corpo de delito. Os estudantes estão proibidos de se aproximar e devem ficar a 100 metros de distância dela.

“Ela chorava muito. Não quero que nunca mais que alguma criança sinta o que a minha sentiu. Para que nunca mais uma mãe chore que nem eu chorei de dor ao ver minha filha na situação que eu vi. Quero justiça”, disse a mãe. 

A Prefeitura de Novo Horizonte, junto a Secretaria Escolar Municipal e a instituição onde ocorreu a agressão da jovem negra não deram detalhes de quais medidas foram tomadas. A nota à reportagem usa apenas o termo ‘sanções’ para casos de bullying e racismo. O comunicado também não confirmou quantos alunos estão envolvidos na agressão.

Entre as possíveis ações estariam: advertência, suspensão e convocação dos responsáveis. Nenhuma versa sobre a expulsão de estudantes, o que é questionado pela advogada da família, Kelly Ranolfi. 

“Não tem como ela estar em um lugar onde os agressores poderiam chegar perto e ela sofrer novamente. É um perigo eminente e há o risco de eles a agredirem de novo”, afirmou a advogada.

A Escola Municipal Hebe de Almeida Leite Cardoso, por sua vez, negou racismo e disse que está apurando o ocorrido. A Polícia Civil também investiga o caso. 

 

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