
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) pediu a prisão do pastor bolsonarista André Valadão por incitar evangélicos a matarem pessoas LBTQIA+. Ela enviou uma denúncia à 18ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) citando “fatos criminosos praticados” pelo religioso.
No documento, a deputada diz que o culto religioso de Valadão, “Deus Odeia o Orgulho”, realizado na Igreja Batista da Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos, apresenta “evidente referência discriminatória à população LGBTQIA+”. A parlamentar ainda cita decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que equipara a homotranfobia ao crime de racismo.
“Foi demonstrado que a pregação realizada pelo Representado [André Valadão] era composta por inúmeras incitações ao ódio contra a população LGBTQIA+, o que confrontava diretamente com a tese alcançada pelo Supremo Tribunal Federal”, diz a denúncia.
“A situação, portanto, foi reveladora da necessidade de instauração de um procedimento para apurar a responsabilidade criminal de André Machado Valadão”, conclui a deputada no documento.

Durante culto em sua igreja, o pastor atacou a população LGBTQIA+ e sugeriu que evangélicos deveriam matá-los. “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: não, não, não. Pode parar, reseta. Aí Deus fala: Não posso mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas prometi para mim mesmo que eu não posso. Agora tá com vocês”, afirmou.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) também anunciou que vai processar Valadão. “Vamos representar criminalmente para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência”, afirmou o petista pelas redes sociais.
Após a repercussão da fala, o pastor bolsonarista gravou um vídeo negando ter incitado que evangélicos matem pessoas LGBTQIA+. Segundo ele, a pregação “nunca será sobre matar pessoas”, mas sobre “deixar claro o que é a vontade de Deus”.