Jornal Folha Regional

Anvisa proíbe venda e determina recolhimento de três marcas de “café fake”

Anvisa proíbe venda e determina recolhimento de três marcas de "café fake" - Foto: reprodução
Anvisa proíbe venda e determina recolhimento de três marcas de “café fake” – Foto: reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda, distribuição, fabricação e divulgação de três marcas de pó para preparo de bebida sabor café. Além das determinações, o órgão ainda estabeleceu o recolhimento dos produtos pelas empresas produtoras. 

A medida foi adotada após inspeção realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que verificou as condições de produção e identificou diversas irregularidades, entre elas: contaminação no produto acabado.

A proibição atinge as seguintes marcas e empresas:

  • Pó para o preparo de bebida sabor café – Master Blends Indústria de Alimentos Ltda. 
  • Pó para o preparo de bebida sabor café tradicional marca Melissa – D M Alimentos Ltda. 
  • Pó para o preparo de bebida sabor café preto marca Pingo Preto – Jurerê Caffe Comércio de Alimentos Ltda.

Segundo a agência, esses produtos devem ser recolhidos pelas empresas e não devem ser consumidos. A verificação da Anvisa encontrou as mesmas irregularidades nas três marcas, sendo elas:

  • Uso de matéria-prima imprópria para o consumo humano, contaminada com ocratoxina A, uma micotoxina produzida por fungos;  
  • Presença de matérias estranhas e com impurezas, denominadas incorretamente no rótulo como polpa de café e café torrado e moído, que, na verdade, eram cascas e resíduos de café;
  • Contaminação no produto acabado, indicando falhas nas boas práticas de fabricação, no processo de seleção de matérias-primas, e na produção e controle de qualidade do produto final; 
  • Os rótulos dos produtos também continham imagens e informações que podem causar erro e confusão em relação à natureza do produto, podendo levar o consumidor a entender que o produto se trata de café. 

Anvisa proíbe venda de “Metbala”, medicamento de tadalafila

Anvisa proíbe venda de “Metbala”, medicamento de tadalafila - Foto: reprodução
Anvisa proíbe venda de “Metbala”, medicamento de tadalafila – Foto: reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda da bala de tadalafila chamada “Metbala”, fabricada pela empresa FB Manipulação Ltda.

Segundo a agência, a medida foi adotada porque o produto não tem qualquer tipo de regularização na Anvisa. Além disso, a empresa identificada não tem autorização da Anvisa para fabricar medicamentos.

A resolução com a medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (14). A proibição também se aplica a qualquer pessoa, empresa ou veículo de comunicação que comercializem ou divulguem o produto.

De acordo com a legislação, medicamentos só podem ser comercializados por farmácias e drogarias e precisam estar registrados na Anvisa. O registro é a comprovação de que o produto possui eficácia, segurança e qualidade.

A tadalafila é um medicamento sujeito à prescrição médica e o uso depende de uma avaliação sobre as condições específicas do paciente. A agência alerta que aqueles que fazem propaganda de produtos irregulares também cometem infração sanitária e está sujeito a penalidades.

Anvisa aprova primeiro medicamento indicado contra Alzheimer

Anvisa aprova primeiro medicamento indicado contra Alzheimer - Foto: reprodução
Anvisa aprova primeiro medicamento indicado contra Alzheimer – Foto: reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (22/04), o primeiro medicamento indicado para tratamento de comprometimento cognitivo leve ou demência leve associados à doença de Alzheimer sintomática inicial.

O Kisunla (donanemabe), fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, é um anticorpo monoclonal que se liga à proteína beta-amiloide. Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro e o medicamento atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, prometendo um retardamento da progressão da doença.

Um estudo feito em oito países com 1.736 pacientes em estágio inicial mostrou que, com a posologia de 700 miligramas do medicamento a cada quatro semanas nas três primeiras doses e, depois, com 1.400 miligramas a cada quatro semanas, na 76ª semana, os pacientes tratados com donanemabe apresentaram progressão clínica menor e estatisticamente significativa na doença de Alzheimer em comparação aos pacientes tratados com placebo.

O produto injetável, administrado uma vez por mês, será comercializado em embalagem de ampola com doses de 20 mililitros sob prescrição médica e não é recomendado para pacientes de Alzheimer portadores do gene da apolipoproteína E ε4 (ApoE ε4).

Existe ainda a contraindicação do medicamento para pacientes que estejam tomando anticoagulantes (incluindo varfarina) ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral.
As reações mais comuns do medicamento são relacionadas à infusão, como febre e sintomas semelhantes aos da gripe, e dores de cabeça.

O donanemabe foi aprovado em julho do ano passado nos Estados Unidos, um ano após o Laqembi (lecanemabe), também destinado ao tratamento de Alzheimer. Os dois, no entanto, são alvos de controvérsias na comunidade médica. Alguns especialistas dizem que, embora sejam os medicamentos mais eficazes até agora contra a doença, é uma eficácia ainda muito limitada.

Na última semana, a Comissão Europeia aprovou o uso de lecanemabe para o tratamento de Alzheimer. Contudo, em março deste ano, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou a recusa do uso de donanemabe para mesma finalidade.

No Brasil, a Anvisa publicou que irá monitorar a segurança e efetividade do donemabe sobre rigorosa análise. Segundo o Ministério da Saúde, a doença costuma evoluir de forma lenta e irreversível. A sobrevida média das pessoas com Alzheimer oscila entre 8 e 10 anos. e o quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios.

Os estágios do Alzheimer

O primeiro, a forma inicial da doença, causa alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais. Foi nesse estágio da doença que estavam os pacientes participantes do estudo com donanemabe.

O segundo provoca dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia também são comuns nesta fase.

Já o estágio três é a forma grave de Alzheimer, com resistência do paciente à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva.

O último estágio da doença é o terminal, com restrição ao leito, dor à deglutição e infecções intercorrentes do paciente.

Anvisa proíbe lâmpadas de alta potência para bronzeamento artificial

Anvisa proíbe lâmpadas de alta potência para bronzeamento artificial - Foto: reprodução
Anvisa proíbe lâmpadas de alta potência para bronzeamento artificial – Foto: reprodução

Em mais um esforço para banir de vez as câmaras de bronzeamento artificial, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso das lâmpadas fluorescentes de alta potência, usadas nestes equipamentos.

A resolução, publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (2/4), veta, ainda, o armazenamento, comercialização, distribuição, fabricação, importação e propaganda destas lâmpadas no país.

Desde novembro de 2009 as câmaras de bronzeamento artificial para fins estéticos são proibidas em todo o Brasil. Mas, segundo a Anvisa, elas vem sendo usadas, sistematicamente, de forma irregular.

De acordo com o órgão regulador, a decisão de agora tem como base uma publicação da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer, vinculada à Organização Mundial de Saúde (OMS), que concluiu que o uso de câmaras de bronzeamento artificial é cancerígeno para humanos.

Na resolução publicada agora, a Anvisa cita que entre os problemas de saúde associados ao uso desses equipamentos estão, além do câncer de pele, queimaduras, cicatrizes, rugas, ferimentos cutâneos, inflamação da córnea e da íris, conjuntivite e catarata precoce.

Anvisa interdita linha de cremes dentais da Colgate após lesões bucais em consumidores

Anvisa interdita linha de cremes dentais da Colgate após lesões bucais em consumidores - Fotos: reprodução
Anvisa interdita linha de cremes dentais da Colgate após lesões bucais em consumidores – Fotos: reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou a linha de cremes dentais da Colgate ‘Clean Mint’ após reações que geraram lesões bucais em consumidores. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (27), no Diário Oficial da União (DOU). A medida é cautelar, conforme o órgão, e vale a partir da publicação.

De acordo com a Anvisa, que estava monitorando a situação, a interdição foi implementada a partir do “número significativo de relatos de eventos adversos associados ao uso do produto” até que seja comprovado se os cremes dentais são nocivos, ou não, à saúde. O órgão, a depender da avaliação, pode determinar a suspensão da fabricação e venda do produto. 

A reportagem procurou a Colgate, que ainda não se posicionou sobre o assunto. 

O caso 

A mudança na fórmula de cremes dentais da Colgate gerou críticas de consumidores, que relataram reações alérgicas e inflamatórias após o uso do produto na higiene bucal. O problema foi registrado nas pastas da linha ‘Total 12’ e ‘Clean Mint’ que passaram a ser chamadas de ‘Prevenção Ativa’. 

Na plataforma ReclameAqui, a empresa recebeu mais de mil queixas sobre alergias relacionadas ao uso. O processo de alteração na formulação dos cremes dentais foi realizado no final de 2024, com lançamento em novembro. À época, a Colgate afirmou que tratava-se da ‘melhor fórmula da história para prevenção de doenças bucais’. “A fórmula superior de Colgate Total, como nenhuma outra, destroi as bactérias e cria uma poderosa barreira de proteção por até 24 horas, e previne que elas voltem”, diz a empresa, em vídeo publicitário. 

A principal alteração se deu na troca do fluoreto de sódio para o fluoreto de estanho – composto químico que consiste na combinação do estanho com íons de flúor, e tem propriedades antimicrobianas. De acordo com a Anvisa, os registros enviados por consumidores foram classificados como “eventos adversos relacionados ao uso de cremes dentais da marca Colgate que, recentemente, passaram por mudanças em sua formulação”. 

Os principais sintomas relatados incluem inchaço nas amígdalas, lábios e na mucosa oral, acompanhados de sensação de queimação, ardência e sensibilidade nas gengivas, presença de aftas e vermelhidão nos lábios. A advogada e influenciadora Luiza Guimarães foi uma das pessoas com problemas após o uso do creme dental. Ela notou ferimentos na boca, que só começaram a cessar quando deixou de usar o produto. 

“E o pior é que você nunca vai imaginar que é uma pasta de dente que está te dando alergia, principalmente porque é uma que a gente sempre usa, usou a vida inteira”, disse ela, em storie publicado no perfil @ocasaldebh, nesta segunda-feira (24), para mais de 1 milhão de seguidores. “Quando eu ia escovar dente me dava até vontade de chorar e é a pasta de dente, pensa bem. Que absurdo!”, criticou a advogada ao mostrar feridas na língua e na gengiva. 

Quem também passou por problemas foi o estudante Pedro Maciel, de 25 anos. Em janeiro, ele observou o surgimento de dezenas de aftas na gengiva, nos lábios, além de ferimentos na língua. “Eu nunca tive tantas aftas na boca, foram mais de 50, sem nenhum exagero, e várias ao mesmo tempo. Isso durou quase um mês, fui em quatro médicos e nenhum soube dar um diagnóstico, suspeitaram de estomatite e candidíase e me passaram remédios para tratar os sintomas”, contou ele que deixou de fazer o uso do creme dental. 

Pedro relatou ainda que o incômodo o impediu de se alimentar corretamente por quase uma semana, em função das dores e lesões na boca. “Tudo que eu comia era gelado, um sorvete, açaí e até mesmo uma sopa eu não aguentava comer quente”, completou. Procurada, a Colgate confirmou que a nova fórmula da Colgate Total possui o fluoreto de estanho. 

“Um ingrediente seguro, eficaz e amplamente usado em cremes dentais em todo o mundo. A nova fórmula é o resultado de mais de uma década de pesquisa e desenvolvimento e testes extensivos com consumidores, inclusive no Brasil, para proporcionar às pessoas uma excelente saúde bucal. Nossos produtos e seus ingredientes passam por testes rigorosos e são aprovados por agências regulatórias em todo o mundo. No entanto, uma pequena minoria das pessoas pode apresentar sensibilidade a determinados ingredientes – como fluoreto de estanho, corantes ou sabores”, disse a empresa. 

A Colgate recomendou que consumidores afetados com alguma reação devem interromper o uso para alívio dos sintomas. “Nossa equipe monitora atentamente esses tipos de relatos e acompanha cada situação individualmente. Para consumidores com dúvidas, contamos com um canal de atendimento por meio do 0800 703 7722”, reiterou a nota. 

A reportagem também procurou o Conselho Federal de Odontologia (CFO) que, em nota, afirmou que não recebeu reclamações relacionadas ao uso do produto. “O CFO está aguardando informações da empresa fabricante para que possa se manifestar. O Conselho reforça o compromisso com a proteção integral da saúde bucal da população”, disse.

Anvisa proíbe venda de 47 pomadas para modelar cabelos; veja lista

Anvisa proíbe venda de 47 pomadas para modelar cabelos; veja lista - Foto: reprodução
Anvisa proíbe venda de 47 pomadas para modelar cabelos; veja lista – Foto: reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização de 47 pomadas para fixar e modelar cabelos que não estão conforme as adequações exigidas pela agência. 

A maioria dos produtos não apresentou uma série de obrigações do Sistema de Automação de Registro de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Entre as exigências, está a declaração da empresa titular que atesta a segurança do produto

O uso de pomadas irregulares ou inadequadamente pode provocar efeitos como cegueira temporária (perda temporária da visão), forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça.  

A resolução da agência, de setembro de 2023, que definia os novos critérios de adequação ocorreu após casos de cegueira e queimaduras no Brasil. As novas regras exigiam uma arte do rótulo que indica a correta utilização do produto

A Agência definiu o dia 31 de dezembro do ano passado como prazo para as empresas se adequarem. A partir desta data, a Anvisa passou a avaliar o cumprimento dos critérios e requisitos técnicos necessários para o produto estar no mercado.

As marcas irregulares foram notificadas e tiveram a venda dos produtos proibida pelo órgão sanitário. Veja a lista de produtos proibidos:

Briefing Agencia De Publicidade E Representações LTDA 

  • Pomada Modeladora Efeito Seco Mr. Dan 
  • Pomada Modeladora Efeito Matte Glum
  •  Pomada Cabelo E Barba Efeito Seco 

B&M Indústria, Comércio E Distribuição De Cosméticos LTDA-ME 

  • Pomada Capilar Efeito Cola Grecco Men 
  • Pomada Modeladora Capilar 3 Em 1 Grecco Men 
  • Pomada Finalizadora Efeito Teia Elástica Grecco Men By Mié Barber
  • Pomada Finalizadora Waves Grecco 360Waves
  • Pomada Modeladora Matte Effect Toque Seco Grecco Men

Chams Indústria De Cosméticos LTDA – ME 

  • Pomada Fixadora Glue Hair 
  • Pomada Matte Maxi Farma 
  • Pomada Efeito Seco Hair On Forza 
  • Pomada Modeladora e Finalizadora Jan Rosê 
  • Pomada Líquida Grooming Tuning Nohraan 
  • Pomada Modeladora Matte L2K 
  • Pomada Matte Pomada Téia Hair On 
  • Pomada Cera Para Cabelo Nohraan 
  • Pomada Matte Masculina 
  • Pomada Efeito Água Saada 
  • Pomada Matte Saada 
  • Pomada Matte Uni Cosmética 
  • Pomada Matte Pomada 6 Cilindros 
  • Pomada Fixadora 
  • Pomada Spider Web Nohraan 
  • Pomada Branca Modeladora Devons 
  • Pomada Speed Envoke 
  • Pomada Efeito Teia 
  • Pomada Efeito Água (Ressonante) 
  • Pomada Modeladora Black Capitano

Agape Indústria E Comercio De Cosméticos LTDA 

  • Pomada Modeladora Molding Premium – Scolari Profissional 
  • Pomada Modeladora Matte Dartagnan Exosso.Dermal Booster Fluid – La Cutanée
  • Pomada Capilar Modeladora Floraminas

Conceito A Industria E Comercio De Cosmeticos LTDA 

  • Pomada Chappers Efeito Teia 130G

Alianza Indústria E Comércio De Cosméticos LTDA EPP 

  • Pomada Matte Fixação Alta Gambler

Aliyah Industria Cosmetica LTDA

  • Pomada Teia

B. F. Martins LTDA 

  • Pomada Para Cabelo Alta Fixação Efeito Matte

De Sirius Cosmeticos LTDA – EPP

  •  Pomada Fixadora Sculpt De Sírius

Bothânico Hair Cosmetic Natural LTDA ME 

  • Pomada Capilar Nofrizz Bothânico Hair

Cosmaidi Indústria De Cosméticos LTDA ME 

  • Pomada Modeladora Para Cabelos Awatã Efeito Seco 120GR

Ultran Cosmética LTDA 

  • Pomada Modeladora Rehidratt Mega Brilho 60G 
  • Pomada Modeladora Capilar For Men Rehidratt 60 G 
  • Pomada Modeladora Rehidratt Controle E Equilibrio 60G 
  • Pomada Modeladora Rehidratt Sérum Pro Repair 60G

Timage Industria Comercio De Cosméticos LTDA – EPP 

  • Pomada Modeladora – Coreto Matte Extreme – X-Way Professional

Trezzo Indústria E Comércio De Cosméticos LTDA 

  • Pomada Fixadora Homens Vitiss

Rehair Industria E Comercio De Cosméticos LTDA 

  • Máscara BTX Quiabo Tratamento Capilar

Anvisa analisa nova vacina contra a dengue, a primeira em dose única

Anvisa analisa nova vacina contra a dengue, a primeira em dose única - Foto: Flickr/Governo de SP
Anvisa analisa nova vacina contra a dengue, a primeira em dose única – Foto: Flickr/Governo de SP

O Instituto Butantan submeteu, na última segunda-feira (16), à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro para a Butantan-DV, vacina que desenvolveu contra a dengue. Caso seja aprovado, o imunizante será o primeiro do mundo em dose única contra a doença e se somará à Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda e à disposição do público no Sistema Único de Saúde (SUS).

O processo de submissão contínua permitiu que os dados do Butantan fossem enviados à Anvisa conforme eram gerados, agilizando as etapas de avaliação e acelerando a aprovação. O pedido de registro foi feito 48h depois que o Ministério da Saúde lançou, no sábado, o Dia D contra a Dengue — campanha de esclarecimento da população, que visa impedir o avanço da doença a partir da chegada do verão, no dia 21. Somente neste ano, há o registro de aproximadamente 6,5 milhões de casos prováveis. As mortes estão em torno de 5,9 mil.

A Butantan-DV é uma vacina tetravalente desenvolvida para combater os quatro sorotipos do vírus da dengue. Os ensaios clínicos da vacina foram concluídos em junho, após o último participante completar cinco anos de acompanhamento.

Os dados de segurança e eficácia da Butantan-DV foram publicados no New England Journal of Medicine e têm uma eficácia geral de 79,6% na prevenção de casos sintomáticos de dengue. Resultados da fase 3, divulgados na revista The Lancet Infectious Diseases, apontaram uma proteção de 89% contra formas graves da doença e casos com sinais de alarme, além de eficácia e segurança comprovadas por até cinco anos.

“É um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do país e uma enorme conquista em nível internacional. Que o Instituto Butantan possa contribuir com a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue. Mostra que vale a pena investir na pesquisa feita no Brasil e no desenvolvimento interno de imunobiológicos. Vamos aguardar e respeitar todos os procedimentos da Anvisa, mas estamos confiantes nos resultados que virão”, afirmou Esper Kallás, diretor do Butantan.

100 milhões de doses

Se aprovada, o instituto estima entregar cerca de 100 milhões de doses da vacina ao Ministério da Saúde ao longo dos próximos três anos. Em 2025, está prevista a entrega de um milhão de doses, com o restante distribuído em 2026 e 2027.

A definição dos critérios para vacinação da população caberá ao Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A fábrica da vacina Butantan-DV foi inspecionada pela Anvisa e considerada adequada. A agência também emitiu o certificado de Boas Práticas de Fabricação (BPF) para a planta de fabricação.

Segundo o infectologista Leandro Machado, a nova vacina pode mudar radicalmente o enfrentamento da dengue no Brasil: “Com apenas uma dose, ela não só facilita o acesso para milhões de pessoas, mas, também, oferece proteção prolongada e eficaz contra a doença. Isso significa menos casos graves, menos internações e menos vidas perdidas. Para um país como o nosso, onde a dengue é um problema constante, essa vacina traz esperança de um futuro com muito menos sofrimento”, explica. Questionada pelo Correio, a Anvisa informou que analisará os documentos submetidos nos próximos dias.

Anvisa aprova medicamento para câncer de pulmão que reduz morte em 76%

Anvisa aprova medicamento para câncer de pulmão que reduz morte em 76% - Foto: reprodução
Anvisa aprova medicamento para câncer de pulmão que reduz morte em 76% – Foto: reprodução

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na última segunda-feira (25) um medicamento para tratamento de câncer de pulmão diagnosticado em fases iniciais. O remédio Alecensa, composto pela molécula alectinibe, já era usado em casos avançados da doença.

Um estudo publicado em abril deste ano no The New England Journal of Medicine mostrou que o medicamento reduz o risco de recorrência da doença ou morte em 76% dos pacientes com o tipo de câncer de pulmão não pequenas células ALK-positivo em fase inicial.

O estudo, realizado em 27 países com 257 pacientes, avaliou a eficácia e segurança do alectinibe em comparação à quimioterapia baseada em platina, que é o tratamento padrão para câncer de pulmão não pequenas células metastático. Após três anos de tratamento, nove em cada dez pacientes ficaram livres da doença.

Segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o tumor no pulmão é a quarta neoplasia mais incidente no Brasil, além de ser a que apresenta a maior mortalidade. Cerca de 85% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão no país são do tipo não pequenas células. Destes, aproximadamente 5% possuem alteração do gene ALK. Os pacientes com essa mutação costumam ser pessoas jovens, com menos de 55 anos, que nunca fumaram ou com histórico leve de tabagismo.

Aproximadamente metade dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão de não pequenas células nos estágios iniciais apresentam recidiva mesmo após a cirurgia e a quimioterapia, de acordo com Clarissa Baldotto, presidente do GBOT (Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica) e diretora da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica).

“O alectinibe é o primeiro inibidor de ALK aprovado para pessoas com câncer de pulmão não pequenas células em estágio inicial, que foram submetidas à cirurgia para remover o tumor. Atualmente, após a cirurgia, esse tipo de câncer é tratado com quimioterapia, mas em muitos casos, infelizmente, a doença regressa, se espalhando para outras partes do corpo”, explica Michelle França, líder médica da Roche Farma Brasil, farmacêutica desenvolvedora do remédio.

França destaca que o Alecensa é a única terapia-alvo aprovada no mundo para o tratamento do câncer de pulmão não pequenas células ressecado ALK-positivo em estágio inicial. Para o tratamento desse mesmo tipo de tumor, quando diagnosticado em estágio avançado ou metastático, além do próprio alectinibe, outras terapias estão disponíveis.

Com o remédio, a expectativa das especialistas é que seja reduzido também o risco de desenvolvimento de metástases cerebrais na população mais jovem, que é a mais impactada pelo problema.

O Radar do Câncer, do Instituto Oncoguia, aponta que quase 90% dos casos de câncer de pulmão no Brasil são diagnosticados nos estágios mais avançados ou metastáticos, em que o tratamento é mais difícil e custoso e o desfecho dos pacientes costuma ser pior.

“A comunidade médica, as associações de pacientes e a indústria têm reforçado cada vez mais a necessidade de uma política de rastreamento para pessoas com alto risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão —semelhante ao que é feito com o câncer de mama, por exemplo. Estudos mostram que uma política de rastreio em escala nacional, aliada a estratégias antitabagismo, pode ampliar significativamente o diagnóstico precoce e reduzir em cerca de 20% a mortalidade pela doença”, afirma a líder médica da Roche.

O medicamento composto pela molécula alectinibe é oral e já foi aprovado em mais de 100 países (incluindo o Brasil) como primeira ou segunda linha de tratamento do câncer de pulmão ALK-positivo em estágio avançado ou metastático. A nova indicação do alectinibe, agora para o cenário inicial, também foi aprovada na Europa e nos Estados Unidos.

A Roche ainda não entrou com pedido para que o medicamento seja incluído no SUS (Sistema Único de Saúde), informou que deve fazê-lo no futuro, mas não deu um prazo.

No início do mês, a Anvisa já havia aprovado uma outra terapia para câncer de pulmão de pequenas células em estágio avançado. Esse é o tipo de câncer de pulmão mais agressivo, apesar de não ser o mais comum.

Anvisa alerta para mensagens fraudulentas enviadas por e-mail

Anvisa alerta para mensagens fraudulentas enviadas por e-mail - Foto: reproduçãoe
Anvisa alerta para mensagens fraudulentas enviadas por e-mail – Foto: reproduçãoe

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou para o envio de e-mails “fraudulentos” supostamente enviados pela agência, indicando a realização de vistorias em empresas.

Em nota, a entidade informou que os e-mails têm como remetente [email protected], com o número de vistoria variando.

Segundo a Anvisa, há relatos ainda de e-mails falsos enviados em nome da agência abordando assuntos como Procedimentos Operacionais Padrão (POP) e solicitações de pagamento, entre outros. “Esses e-mails não pertencem à agência, caracterizando, portanto, tentativa de fraude”, destacou a entidade.

“Trata-se de ataque de e-mail spoofing, ou seja, uma técnica usada por hackers para se passar por outra pessoa ou uma empresa legítima e roubar dados. Assim, o usuário malicioso induz o leitor a pensar que o e-mail veio de uma fonte confiável e o leva a clicar em algum link, compartilhar informações sensíveis ou baixar arquivos que podem causar danos.”

A Anvisa orienta o público em geral que, em caso de recebimento desse tipo de e-mail, não clique em nenhum link e que registre denúncia por meio de um dos canais oficiais de atendimento.

Anvisa proíbe venda e uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde ou estético

Anvisa proíbe venda e uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde ou estético – Foto: reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e o uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde em geral ou estéticos. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União.

No início deste mês, um jovem de 27 anos morreu em São Paulo após complicações geradas por um peeling de fenol. O rapaz fez o procedimento em uma clínica estética. A dona do local não tinha especialidade ou autorização para fazer esse tipo de peeling. A polícia investiga o caso como homicídio. A clínica foi interditada e multada.

Em nota, a Anvisa informou que a proibição tem como objetivo zelar pela saúde e pela integridade física da população, “uma vez que, até a presente data, não foram apresentados à agência estudos que comprovem a eficácia e segurança do produto fenol para uso em tais procedimentos”.

“A determinação ficará vigente enquanto são conduzidas as investigações sobre os potenciais danos associados ao uso desta substância química, que vem sendo utilizada em diversos procedimentos invasivos”, completou a Anvisa.

Entenda

O peeling de fenol é um procedimento autorizado no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é indicado para tratar envelhecimento facial severo, caracterizado por rugas profundas e textura da pele consideravelmente comprometida.

A técnica – executada de forma correta e seguindo as orientações – traz resultados na produção de colágeno e redução significativa de rugas e manchas. A entidade, entretanto, considera o procedimento invasivo e agressivo e diz que a realização em toda a face demanda extrema cautela.

“É importante ressaltar que o procedimento apresenta riscos e tempo de recuperação prolongado, exigindo afastamento das atividades habituais por um período estendido”, explicou a Anvisa.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) defende que procedimentos estéticos invasivos, como o peeling de fenol, sejam feitos apenas por médicos, preferencialmente com especialização em dermatologia ou cirurgia plástica, de forma a garantir ao paciente atendimento com competência técnica e segurança.

O CFM reitera ainda que, mesmo realizado por médicos, todo procedimento estético invasivo deve ser realizado em ambiente preparado, com obediência às normas sanitárias e com estrutura para imediata intervenção de suporte à vida em caso de intercorrências.

A entidade chegou a cobrar providências, por parte de outros órgãos de controle, para coibir abusos e irregularidades na área.

“A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o apoio das vigilâncias estaduais e municipais, deve reforçar a fiscalização aos estabelecimentos e profissionais que prestam esse tipo de serviço sem atenderem aos critérios definidos em lei e pelos órgãos de controle”.

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