Jornal Folha Regional

Argentina congelará preços de 1.500 bens de consumo em meio a inflação galopante

Vendedor pesa produtos em mercado de Buenos Aires; inflação argentina deve chegar a 100% neste ano

O governo argentino anunciou nesta sexta-feira (11), um acordo com supermercados e fornecedores de bens de consumo de massa para congelar ou regular os preços de cerca de 1.500 produtos, na tentativa de conter uma inflação que deve chegar a 100% este ano.

O governo peronista de centro-esquerda está lutando contra uma queda na popularidade e protestos de rua, enquanto os preços em espiral minam o poder de compra dos consumidores, mesmo conforme um déficit acentuado e reservas em moeda estrangeira cada vez menores criam riscos para a economia.

O Ministério da Economia disse em um decreto formal que um novo programa de “Preços Justos”, abrangendo bens de consumo de alimentos e bebidas a produtos de limpeza, ajudará a “estabilizar os preços dos produtos em favor do consumidor”.

Alguns itens terão alta de 4% antes de entrarem no esquema de congelamento de preços por quatro meses, enquanto outros iniciarão o programa nos valores atuais, mas poderão aumentar em até 4% ao mês.

Antes das eleições do próximo ano, a insatisfação tem começado a crescer, com os níveis de pobreza perto de 40%. Milhares protestaram na quinta-feira contra o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que emprestou bilhões de dólares ao país latino-americano.

“Temos inflação de três dígitos. O aumento dos preços dos alimentos é bárbaro e estamos diante de um dezembro brutal”, disse a manifestante Monica Sulle.

Argentinos vão às ruas em protesto por trabalho

Crise deixou 42% da população na pobreza, com uma taxa de desemprego de 10,2%

Milhares de argentinos saíram às ruas de Buenos Aires no último sábado (8), em protesto contra a falta de empregos e a pobreza, em um país que sofre há anos com a crise econômica, intensificada pela pandemia de coronavírus.

Segundo a agência Reuters, organizações de desempregados e grupos de esquerda encabeçaram o protesto que começou no santuário de San Cayetano – patrono local do trabalho -, terminando na Praça de Maio, em frente a Casa Rosada, sede do governo.

“Venho pedir pelas pessoas que não têm trabalho: meu irmão não tem, meus vizinhos ficaram sem trabalho e muita gente que vemos que está mal de todas as formas”, disse Néstor Pluis, auxiliar escolar de 41 anos.

A Argentina busca crescer 7% em 2021 para deixar para trás uma recessão com inflação alta iniciada em 2018, que foi agravada pela quarentena decretada com a pandemia de covid-19. A crise deixou 42% da população na pobreza, com uma taxa de desemprego de 10,2%.

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