
A Controladoria-Geral da União (CGU) iniciou uma investigação para apurar possíveis irregularidades na importação de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A iniciativa partiu de um pedido formal da própria Conab, que solicitou à CGU a apuração da regularidade do procedimento de leilão de importação.
A Conab, por meio de ofício, colocou-se à disposição para colaborar com as investigações, disponibilizando “os documentos necessários”.
Além disso, a Conab está conduzindo suas próprias investigações internas através de sua Corregedoria e acionou a Polícia Federal para auxiliar no esclarecimento dos fatos.
A decisão da CGU de abrir a investigação veio horas depois da Polícia Federal afirmar que iniciará um inquérito para apurar possíveis irregularidades no leilão promovido pelo governo federal para a compra de arroz importado.
A informação foi confirmada por uma fonte da entidade. A abertura do procedimento pela Polícia Federal está prevista para ocorrer ainda nesta semana.
Devido às suspeitas de fraudes, o governo federal decidiu cancelar a compra de 263,37 mil toneladas de arroz arrematadas em leilão pela Conab.
A decisão foi anunciada na terça-feira (11) após questionamentos públicos sobre a capacidade, qualificação e conduta das empresas vencedoras do leilão. Entre essas empresas estão uma fabricante de sorvetes, uma mercearia especializada em queijo e uma locadora de veículos.
A única empresa atuante no ramo, a Zafira Trading, que trabalha no comércio exterior desde 2010, ganhou o direito de vender 73,8 mil toneladas de arroz por R$ 368,9 milhões, representando 28% do total comprado no leilão.
Ainda não há data prevista para a realização de um novo certame, mas o governo federal pretende contar com o apoio da CGU e da Advocacia-Geral da União (AGU) para conduzir um novo leilão, desta vez com empresas que demonstrem capacidade adequada.
Em decorrência deste episódio, o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, foi exonerado do cargo por suspeita de favorecimento aos vencedores. Deputados avaliam que ele foi utilizado como “bode expiatório”.