Além da dengue, Passos também tem recorde de ataques de escorpiões: 310 casos – Foto: reprodução
Passos (MG) registrou 310 casos de ataques de escorpiões à população no ano passado, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan – do Ministério da Saúde
O número representa quase o dobro de registros somados nas outras maiores cidades do Sul de Minas, sendo que em Varginha foram registrados 101 casos, Lavras 64, Poços de Caldas 30 e Pouso Alegre 21.
O Sinané alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de Setembro de 2017), mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região. (Observo)
“Eu tive que sair de dentro da minha casa, porque a vítima sou eu. Eu tive que deixar minha casa, tirar minha filha dos brinquedos dela. Eu tive que sair da minha comodidade porque eu corro risco”.
Este é o sentimento da mulher de 45 anos após ter sido ofendida racialmente por um vizinho. Nesta sexta-feira (26), o homem esteve na casa da cerimonialista, onde a insultou de “macaca”, “feia” e “encardida” depois que outra vizinha reclamou dos cães dele. Toda ação foi filmada e repercutiu nas redes sociais.
A história aconteceu em um prédio na região central de Boa Esperança. De acordo com o boletim de ocorrência, um vizinho teria pedido para que o Célio Donizeti Custódio Sobrinho, de 53 anos, abaixasse o volume do som e tentasse acalmar os cachorros porque estava atrapalhando outra vizinha.
O suspeito então teria ficado insatisfeito com as reclamações, ido até a casa da vítima e feito ofensas. De acordo com relato da vítima, afiliada Globo, estas denúncias teriam sido feitas por outros vizinhos, porém o autor afirmava que teria sido ela.
”Eu via muito ódio nele. Eu louvo a Deus e agradeço a Deus o tempo todo porque se aquele portão tivesse aberto, certamente eu não estaria sentada aqui”, disse Keila Aparecida Ribeiro, cerimonialista e vítima”.
Vítima de ofensas raciais deixa casa após ataque de vizinho em MG: ‘corro risco’ — Foto: Reprodução
De acordo com o boletim de ocorrência. Célio já havia insultado o síndico do prédio por mensagens e áudios enviados por meio de aplicativos de mensagem por causa das reclamações dos moradores.
“Pago meu aluguel em dia! Se você ficar incomodado com essas desgraçadas, me tira daqui, entra na justiça e me tira, tá bom? Agora não me manda mais recado que essas desgraçadas, essas feias, são duas pretas, duas pretas feias, esse povo que ninguém quer saber, preta feia, vou repetir, preta feia, preta feia, me tira daqui…”
A outra moradora citada no áudio pelo suspeito é Marluce Oliveira. Ela mora na casa do lado ao prédio.
“A gente pensa que nunca vai acontecer com a gente. A gente sempre vê na televisão. Um dia me perguntaram, você já sofreu racismo? Eu respondi não. E de repente acontece isso com uma pessoa que é vizinho. Foi muito chocante, foi muito desagradável, foi triste e a gente imaginar que isto aconteça todo dia, ne?”, disse Marluce.
Se o crime for definido como racismo ou injúria racial, a lei prevê a prisão da pessoa. Ela não pode ser liberada nem com o pagamento de fiança. Porém, neste caso, o homem foi ouvido e colocado em liberdade. A polícia não informou porque o suspeito foi liberado, mas disse que está investigando o caso.
“O crime de injúria racial foi equiparado ao crime de racismo pela lei 14.532 de 2023 e se tornou inafiançável e imprescritível. Um crime abominável que tem que ser combatido socialmente, juridicamente pela polícia e, naquele momento, era uma situação de flagrante, tinha acabado de acontecer. Quando a Keila desceu para a delegacia tinha acabado de acontecer o fato e, além disso, ela tinha provas, porque ela gravou toda a situação que ocorreu”, explicou a advogada da vítima, Thamires Firmino de Souza.
Em entrevista, Keila afirmou que irá buscar os direitos dela na Justiça.
“A gente que é negro vive com o preconceito camuflado em várias áreas. A gente sempre passa por isso, mas eu já tinha vivido coisas parecidas, mas não de tamanha profundidade. A gente percebe ali o racismo subliminar, disfarçadinho em piadinha, mas nesta brutalidade eu nunca tinha passado”, afirmou Keila.
“Espero que ele seja indiciado e ele será responsabilizado criminalmente. Vamos fazer tudo o que for possível para correr atrás das medidas cabíveis juridicamente para que ele responda pelo que ele fez. Isso tem que ser combatido de todas as maneiras. Se as pessoas não querer evoluir por bem, por consciência, vão evoluir pelo rigor da lei”, afirmou a advogada.
O governador Romeu Zema (Novo) visitou nesta quarta-feira (12) a escola Escola Estadual Amélia Santana Barbosa, no bairro Guarujá, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, para anunciar o novo protocolo de acesso aos prédios escolares. A medida foi elaborada pelo recém-lançado Núcleo Interinstitucional de Proteção Escolar do governo de Minas, criado na última segunda-feira (10) como resposta ao pânico gerado pela onda de ataques a instituições ocorridos em escolas do país. Outra medida adotada é a ampliação na instalação de câmeras de segurança, para atingir 100% das unidades de ensino do Estado.
Com o novo fluxo a ser seguido pelos gestores escolares, tanto na rede pública quanto na privada, os diretores deverão comunicar casos de violência ou ameaças às Superintendências Regionais de Ensino (SREs). Por outro lado, os órgãos comunicarão imediatamente à seção de planejamento operacional regional – P3 – da Polícia Militar (PM).
“Este setor policial acionará a Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para a identificação do autor”, adiantou o governo.
O núcleo criado pelo governo conta com a participação da Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) e representantes do MPMG, da Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), da PM, da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Minas Gerais (Undime) e do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep).
O grupo de trabalho criado para propor políticas de prevenção e enfrentamento à violência nas escolas se reuniu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) e discutiu ações emergenciais que devem ser implementadas. Entre elas, a possibilidade de criação de um disque denúncia exclusivo para receber alertas sobre ameaças em instituições de ensino.
De acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana, a intenção é que o canal seja semelhante a outros disque denúncias já existentes, como o 180 para violências contra mulheres.
“A ideia é criar um canal direto, específico, porque é importante as pessoas se anteciparem. Sentiu um episódio suspeito em relação a um colega de sala de aula, a uma pessoa na rua, no bairro? É um dos pontos que nós queremos ter viabilidade o mais rápido possível para criar, um canal de disque denúncia de violência nas escolas, para ter esse canal mais rápido”, disse o ministro.
Outras ações emergenciais em debate são campanhas de comunicação envolvendo redes sociais, meios que costumam abrigar, atualmente, ideias de potenciais criminosos, e o repasse de recursos para que as escolas construam ações voltadas à cultura da paz com alunos. Além disso, são discutidos programas de capacitação de professores e diretores e protocolos que precisam ser estabelecidos para evitar casos de violência.
O grupo foi criado na quarta-feira (5) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, o mandatário foi motivado pelos ataques a uma creche em Blumenau (SC), na quarta, que deixou quatro crianças mortas, e a uma escola em São Paulo (SP) na última semana, que terminou com uma professora morta.
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