Jornal Folha Regional

São José da Barra regulamenta atividade de mergulho na submersa Barra Velha

São José da Barra regulamenta atividade de mergulho na submersa Barra Velha – Foto: reprodução

A Prefeitura de São José da Barra (MG) publicou um decreto que prevê ações de preservação e permissão para atividade de mergulho no local denominado como “Barra Velha: Cidade Submersa”, situada no Lago de Furnas. Segundo a administração, o documento ainda delimita como área protegida todo o patrimônio cultural subaquático da antiga cidade.

De acordo com o decreto, será permitida a atividade de mergulho no local, após assinatura do Termo de Responsabilidade, contendo orientação expressa sobre as regras de preservação histórica do local e preenchimento correto do Aviso de Saída junto a Delegacia Fluvial de Furnas.

Segundo o documento, os tipos de mergulho compreendidos no decreto são o mergulho recreacional técnico e de pesquisa. O horário permitido para a realização da atividade será de 7h às 18h.

PROCEDIMENTOS

O decreto aponta que compete à Secretaria de Educação, Cultura, Esporte, Lazer e Turismo do município a avaliação para a execução da atividade de mergulho na “Barra Velha”. O requerimento deve ser encaminhado em um prazo de até cinco dias antes da data do mergulho para o e-mail cultura saoiosedabarra.mg.gov.br com cópia para [email protected], sob pena de indeferimento do pedido.

PROIBIÇÕES

Segundo o decreto, a autorização para a atividade de mergulho é conferida a pessoas tecnicamente habilitadas, com prática profissional comprovada e sem impedimento legal ou administrativo do exercício profissional, possuindo certificação de mergulho técnico (circuito aberto) e certificação de Rebreather (formação de mergulhadores).

Conforme o documento, é proibido a retirada irregular de bens submersos por causar danos irreversíveis ao patrimônio cultural, devendo ser aplicada as legislações de responsabilidade e crime contra o patrimônio cultural vigentes.

O decreto proíbe ainda a utilização de aparelhos de detecção aproximada ou remota, como detectores de metais, magnetômetros, resistivímetros, sonares de varrimento lateral e de sísmica de reflexão e penetração, com exceção às atividades de pesquisa, que deverão solicitar mediante requerimento devidamente fundamentado e identificado aos órgãos competentes.

Segundo ainda o decreto, será exigido que a embarcação contenha, no mínimo, bandeira alfa (sinalização para barcos, navios, iates e outras embarcações sobre a existência de mergulhadores na área), além de plano de emergência e boia sinalizadora (dive alert).

O cumprimento do decreto será fiscalizado pela Delegacia Fluvial de Furnas, de acordo com o plano de trabalho do convênio celebrado entre a prefeitura e a Marinha do Brasil.

Prefeitura prevê aumento do potencial turístico na região do Lago de Furnas

Para a chefe do setor de Cultura do município, Lorraine Nunez, a medida marca uma conquista importante para história da preservação dos patrimônios culturais que estão debaixo d’água, em lagos, rios e represas.

“A administração está investindo muito no estímulo ao turismo e na valorização da cultura da cidade. São José da Barra é muito rica, tanto em paisagens naturais quanto em cultura. São atrativos que se complementam e se tornam destinos turísticos diferenciados. Com essa iniciativa do decreto pretendemos atingir, principalmente, o público praticante de mergulho que possui na ‘veia’ a busca por tesouros e histórias nas cidades ‘perdidas’”, disse.

Segundo ela, a regulamentação é fruto do engajamento do Setor de Cultura, do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, da Delegacia Fluvial de Furnas (Marinha do Brasil) e da escola de mergulho Scuba Minas, que buscaram nas legislações vigentes um caminho para a preservação do local, possibilitando uma maior harmonia entre turismo e preservação de patrimônio cultural.

“A antiga cidade de São José da Barra está totalmente submersa pelas águas do Lago de Furnas. Por esse motivo, tem havido, nos últimos anos, o crescente aumento de mergulhos recreativos na área, ações que elevam o potencial turístico da cidade e da região, mas que também causava receio à comunidade que almejam a sua proteção”, afirmou Lorraine.

Segundo o vice-prefeito do município, André Luiz, o decreto é um instrumento que veio garantir a visibilidade do sítio histórico submerso na cidade de São José da Barra. “Permite que possamos dizer que fazemos parte do contexto histórico de criação de uma das maiores e mais importante Usinas Hidrelétricas do Brasil, em uma época em que ela era necessária para o crescimento e desenvolvimento econômico do país”, disse.

“A ‘Barra Velha’ é importante para a história nacional, e agora turistas poderão visitar o sítio histórico subaquático de forma segura e consciente de sua importância, e, portanto, da sua preservação”, afirmou.

Via: Clic Folha

São José da Barra completa 28 anos e o Jornal Folha Regional tem orgulho em fazer parte desta história

Nesta quinta-feira (21), São José da Barra (MG) carinhosamente chamada por “Nova Barra” completa 28 anos, de muitas histórias, lutas e conquistas.

Uma cidade acolhedora, de pessoas humildes que lutam diariamente em prol de uma vida digna.

Quantas lembranças temos das folias de Reis, gincanas escolares, os desfiles de 7 de setembro – isso quando a cidade não era asfaltada. Ah! O “corginho” do sr. Odilon, o poção perto do campo de futebol, as pingelas para atravessar de uma rua para a outra, os mourrões que cercavam as ruas sem saídas, as festas de quermesses com barracas de bambu, a discoteca do finado Mozart Gomes, o ranchinho do Nabor éle muito mais.

Quantas memórias em? E você o que lembra de São José da Barra?

Parabéns cidade linda e abençoada!

Nós do Jornal Folha Regional temos a honra de levar o nome desta cidade para milhões de internautas em toda região, estado, país e até mesmo mundo a fora.

Um brinde à NOVA BARRA! Pelos 28 anos de emancipação política!

21 de dezembro – Aniversário de São José da Barra

Manifesto aqui primeiramente o orgulho de ser cidadão barrense a qual por nada trocaria, onde contribuo com o meu trabalho para fazer desta cidade um lugar ainda melhor para se viver e ser feliz.

Sinto imensurável orgulho de nossa cidade, de suas belezas, histórias incomparáveis e localização geográfica privilegiada. São José da Barra é, acima de tudo, um lugar de gente de bem, acolhedora, amiga.

Nossa amada “Nova Barra” está em um processo de desenvolvimento contínuo. Sei que não sou o único a me orgulhar de morar aqui. Por isso, divido essa alegria com todos vocês que se sentem da mesma forma.

Feliz aniversário, querida São José da Barra! Parabéns pelos seus 27 anos de emancipação política!

uma homenagem do vereador Matheus da Serrinha e família.

21 de dezembro – Aniversário de São José da Barra

Parabenizo o município pelos seus 27 anos de emancipação política. O dia do aniversário de São José da Barra é também o dia do aniversário de cada um de nós. É o dia das pessoas de bem, honradas e guerreiras que constroem o dia a dia desse município. Parabéns a todos!

O aniversário de uma cidade é muito mais do que um marco na vida de cada cidadão, é uma página que viramos para conquistar novos sonhos, novas realizações e continuar reescrevendo a história. Aniversários são anos que refletem a permanência de algo que dura. Por isso com orgulho devemos comemorar o aniversário do nosso município.

Nova Barra, popularmente conhecida como uma cidade de um povo acolhedor, é uma cidade de povo ordeiro e trabalhador que luta com expectativa de atingir grandes vitórias. Compete a nós, continuarmos lutando para alcançar a transformação do nosso Município e os objetivos do nosso povo.

Neste 21 de dezembro, desejo que cada munícipe seja um ponto de apoio nesta construção diária, com valores sólidos, que ajude preparar as crianças e jovens, neste processo contínuo de transformação. Semear ações e colher conquistas, buscando no presente o futuro!

Desejo que as conquistas da comunidade sejam sempre crescentes, demonstrando que somos nós que fazemos o amanhã e que nossa perseverança é a luz que ilumina o caminho rumo a uma São José da Barra cada vez melhor.

Parabéns a todos que diariamente cumprem sua missão, contribuindo assim com o desenvolvimento do Município, buscando sempre novos projetos e aceitando o desafio de fazer mais e melhor, não perdendo de vista os anseios da comunidade.

Parabéns, São José da Barra!

Homenagem do vereador Darci Cardoso e família.

Barra Velha: a Atlântida Mineira.

Em julho de 1958, profissionais tiveram que desafiar a engenharia em uma das obras mais complexas já realizadas no país até hoje: a Usina Hidrelétrica de Furnas. Hoje, a criação está localizada entre os municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória.

Mas para que a construção estivesse completa, Juscelino Kubitschek, o então presidente visionário, estava prestes a mudar o curso do rio. Diversos municípios e propriedades teriam que ser desapropriadas. Oito mil casas, 0,4% do território de Minas inundado e 33 municípios parcialmente alagados — 22,59 bilhões de m³ e uma área de 1 440 km².

Na antiga vila denominada Barra Velha — até então distrito de Passos e logo depois Alpinópolis —, construída no encontro do Rio Grande e Rio Sapucaí, as águas chegaram em 9 de janeiro de 1963, quando o então presidente João Belchior Marques Goulart, conhecido popularmente como Jango, ordenou o fechamento das comportas da Usina. Depois disso, o Lago de Furnas já começava a se formar, subindo aproximadamente um metro por hora. Em apenas 48 horas, boa parte da cidade já estava inundada.

Os ‘negociadores’ ficaram responsáveis por convencer as pessoas a deixarem suas residências: ‘’Olha meu senhor, isto aqui é muito importante para o Brasil, o país precisa de suas terras’’. E assim, às famílias foram deixando suas propriedades, uma a uma, com a certeza que suas vidas mudariam para sempre e que dali só restaria a velha nostalgia. Casas, estradas e pontes desapareciam em meio às águas. 

Moradores locais não acreditavam que aquilo pudesse ser real, não acreditavam e não imaginavam que pouco tempo depois tudo aquilo estaria a muitos metros debaixo d’água. Diversas pessoas que resistiram, foram acordadas com a água já invadindo suas casas. Assim, com muita angústia foram sendo retiradas de barcos e helicópteros. 

A água subia rapidamente, inundando e cobrindo tudo que via pela frente. Famílias chorando, desoladas, desesperadas, preocupadas e aflitas, é o que descreve aquele momento. Um misto de medo e raiva.

Moradores afirmam que a desocupação não foi pacífica. José Carlos Emerenciano, quando avistou a água chegando perto rapidamente, pegou uma corda, amarrou em uma mangueira que tinha em seu quintal e se enforcou. Preferiu tirar a própria vida do que viver em um mundo que para ele não fazia mais sentido. 

Clarice, proprietária da Fazenda Corredeiras de Furnas, foi símbolo de resistência contra a construção da usina. Dona Dárci, como era mais conhecida, conseguiu atrasar a construção da hidrelétrica em seis meses. O próprio presidente precisou enviar uma carta escrita à mão para ela e a convidar para uma viagem ao Rio de Janeiro. Quando voltou, Dona Darci cedeu as terras. 

Os moradores foram levados ao novo povoado. Até então, a vila era distrito de Alpinópolis, apenas em 21 de dezembro de 1995 foi instalado o município de São José da Barra. Hoje com mais de 7.000 habitantes, a cidade é uma das mais ricas do Sudoeste de Minas Gerais devido ao ICMS da Usina Hidrelétrica. 

O novo arraial foi planejado e construído a pedido do padre Ubirajara Cabral, pároco local, em forma de banjo. Na mudança, muitas pessoas ficaram depressivas, pois tiveram de largar suas casas e terras, além de vendê-las por preços baixos, já que a água iria cobri-las. 

O local não possuía saneamento básico, asfalto e rede elétrica, apesar de estar vizinho a maior hidrelétrica do mundo daquela época, onde seria construída uma vila para os funcionários de Furnas com toda a infraestrutura, inclusive hospital, cinema e clube, benefícios que não poderiam ser desfrutados pelos habitantes da Nova Barra.

Hoje, devido a usina construída em solo mineiro, a região acumula desenvolvimento e lembranças de um passado recente. Mas a usina representa muito mais que isso. Atualmente, Furnas é considerado o Mar de Minas, um paraíso entre as montanhas que não para de ganhar admiradores. 

Em meio a conquistas e devastações que a primeira grande hidrelétrica do país nasceu. Porém, para que o progresso viesse, muitas histórias foram literalmente parar embaixo d’água. Saudade: palavra mais ouvida dos antigos moradores. 

Montamos um acervo com registros de um tempo e lugar que não existe mais.

Por Valter Junior.

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