Jornal Folha Regional

Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga tentativa de golpe de Estado

Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga tentativa de golpe de Estado – Foto: Isac Nóbrega

A Polícia Federal fez, na última quinta-feira (8), uma operação para investigar uma tentativa de golpe de Estado. Entre os alvos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, militares de alta patente, quatro ex-ministros e ex-assessores do governo Bolsonaro.

A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão em nove estados e no Distrito Federal. A Operação Tempus Veritatis — que em latim quer dizer “hora da verdade” – foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes com o aval da Procuradoria-Geral da República.

A operação é um desdobramento de vários inquéritos que tramitam no STF — o principal deles, o das milícias digitais. Segundo a investigação da Polícia Federal, os alvos se dividiam em seis núcleos que agiam de forma simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula.

Logo no início da manhã, a Polícia Federal esteve na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, para apreender o passaporte dele. A defesa de Bolsonaro informou que o documento já foi entregue à PF.

Segundo as investigações, ele teria participado ativamente da tentativa de golpe para permanecer no poder. Bolsonaro está inelegível desde junho de 2023 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Foram duas condenações :

  • a primeira pelos ataques sem provas ao sistema eleitoral durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho de 2022;
  • A segunda, por abuso de poder político e econômico durante as celebrações dos 200 anos da independência.

Pelas decisões, ele está proibido de concorrer em qualquer eleição até 2030.

A PF dividiu os núcleos de acordo com a atuação de cada um no suposto projeto de golpe de Estado:

Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral

Encarregado da produção, divulgação e amplificação de informações falsas sobre as eleições presidenciais de 2022. O ex-ministro da Justiça Anderson Torres é citado como integrante desse núcleo. A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele em Brasília.

Outro integrante, o ex-assessor de Bolsonaro Tércio Arnaud Thomaz, seria do chamado “gabinete do ódio”. Segundo a defesa dele, Tércio estava em Angra dos Reis com o ex-presidente Bolsonaro e teve o celular apreendido.

Núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de estado

Que elegia alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas. O ex-ministro da Defesa general Braga Netto, apontado como integrante deste núcleo, foi alvo de busca e apreensão, em Brasília.

Núcleo jurídico

De assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas. Neste núcleo está um dos alvos de prisão desta quinta: Filipe Martins, que foi assessor internacional de Jair Bolsonaro.

De acordo com a denúncia da PGR, foi ele quem entregou ao ex-presidente a minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Núcleo operacional de apoio às ações golpistas

A partir da coordenação e interlocução com o então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Cid, atuavam em reuniões de planejamento e execução de medidas no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília.

Neste núcleo dos militares, foram alvos de mandado de prisão preventiva o major Rafael Martins de Oliveira, que já está preso, e o coronel Bernardo Romão Correa Neto, que está nos Estados Unidos e, segundo autoridades americanas, já se apresentou e será encaminhado ao Brasil.

Núcleo de inteligência paralela

Que coletava dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões de Bolsonaro na consumação do golpe de Estado e monitorava o itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da república com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de golpe de Estado.

O quarto mandado de prisão foi para o ex-assessor especial de Bolsonaro Marcelo Câmara, citado neste núcleo. Outro integrante, o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi alvo de busca e apreensão.

Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos

Que se utilizando da alta patente militar que detinham, agiram para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado.

Neste núcleo, são citados o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha, e o general da reserva Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, chefe do comando de operações terrestres do Exército durante o governo Bolsonaro.

Em Brasília, os policiais também cumpriram mandado de busca e apreensão contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Eles foram até a sede do partido pelo qual Bolsonaro concorreu à reeleição em 2022.

Valdemar foi preso em flagrante por estar com uma arma de fogo com o registro vencido e em nome de outra pessoa.

A reportagem mostrou que, também na sede do PL, os agentes encontraram um documento com argumentos para a decretação de um estado de sítio e da garantia da lei e da ordem no Brasil. O texto estava dentro do escritório do ex-presidente Jair Bolsonaro. O texto diz:

Para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, declaro estado de sítio e, como ato contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem”.

No fim do texto, está escrita a palavra “com” e reticências. O documento não está assinado, foi apreendido e está sendo investigado pela PF.

Para a Polícia Federal fica claro que havia toda uma movimentação para o golpe de Estado, envolvendo milícias digitais, uma parte operacional e uma jurídica.

De acordo com a Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, atuou na maioria dos núcleos. Em 2023, Cid fechou um acordo de delação premiada com a PF, que foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele não foi alvo da operação desta quinta (8).

O que dizem os citados:

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro manifestou indignação e inconformismo. Afirmou que o ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou das instituições, que Bolsonaro vem sendo alvo de repetidos procedimentos que insistem em uma narrativa divorciada de quaisquer elementos que amparassem as graves suspeitas e que, apesar de sempre se voluntariar e se disponibilizar a comparecer às convocações feitas por determinação do Supremo, teve o passaporte apreendido, uma medida que, segundo a defesa, é absolutamente desnecessária e afastada dos requisitos legais e fáticos que visam garantir a ordem pública e regular as investigações.

Sobre o documento apreendido na sede do PL, com argumentos para a decretação de um estado de sítio e da garantia da lei e da ordem no Brasil, a defesa de Bolsonaro declarou que o padrão do documento não condiz com as tradicionais e reconhecidas falas de Bolsonaro, que o conteúdo escrito depende mandatoriamente da ação conjunta de outros Poderes e que a vontade de tentar colocar Bolsonaro num cenário político que ele jamais concordou não tem limite.

As defesas do ex-ministro Anderson Torres e dos ex-assessores de Bolsonaro Tércio Arnaud Thomaz, Filipe Martins e Marcelo Câmara declararam que ainda não tiveram acesso aos autos.

O ex-comandante da Marinha almirante de esquadra Almir Garnier Santos disse que busca sempre fazer o que é certo.

As assessorias do Exército e da Marinha divulgaram notas sobre a operação desta quinta. A Marinha reafirmou que pauta sua conduta pela fiel observância da lei, da ética e da transparência e o Exército declarou que está acompanhando a operação da PF e prestando todas as informações necessárias.

Zema e Bolsonaro se encontraram em BH neste sábado: ‘Racha não existe de jeito nenhum

O ex-líder do Planalto chegou em uma padaria, localizada na Pampulha, onde se encontrou com Zema por volta das 7h58 deste sábado

Zema e Bolsonaro se encontraram em BH neste sábado – Foto: Instagram/Romeu Zema

Apesar dos rumores de desentendimento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Romeu Zema (Novo) compartilharam um café na manhã deste sábado(7).

O ex-líder do Planalto chegou ao Hangar dos Pães, localizado na Pampulha, onde se encontrou com Zema por volta das 7h58.

Questionado, o governador negou qualquer desentendimento com o ex-presidente. “Expectativa ótima para o encontro. Racha não existe de jeito nenhum.”

O deputado federal Nicolas Ferreira também participou do encontro – Foto: Instagram/Romeu Zema

Bolsonaro está em Belo Horizonte para cumprir uma agenda com o partido. Ele chegou na sexta-feira (6), e já se reuniu com importantes figuras políticas, incluindo o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG).

Suposta desavença entre Zema e Bolsonaro teria surgido quando o governador percebeu que, atualmente, não seria prudente manter uma proximidade com o ex-presidente.

Zema e Bolsonaro se encontraram em BH neste sábado – Foto: Instagram/Romeu Zema

Bolsonaro passará por 2 cirurgias nesta terça; saiba o estado de saúde

Bolsonaro passará por 2 cirurgias nesta terça; saiba o estado de saúde – Foto: redes sociais

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado, na tarde da última segunda-feira (11), no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. No local, ele será submetido a duas cirurgias que devem ser realizadas nesta terça-feira (12). 

A informação foi confirmada pelo advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, que disse que a internação foi feita por volta das 14h30. “Fez exames preparatórios para os procedimentos cirúrgicos que terão início amanhã às 6h30”, acrescentou. 

Dois procedimentos distintos serão realizados no ex-presidente: um de correção das alças intestinais — partes móveis do órgão que, se obstruídas podem impedir que as fezes se movimentem de forma adequada, causando dor, acúmulo de gases e dificuldade para evacuar — e outro que corrigirá uma hérnia de hiato, que provoca refluxo. 

Além disso, um terceiro procedimento cirúrgico, de desvio de septo, é previsto pelos médicos, mas ainda não há data marcada para ser realizado. Segundo o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, caso os dois primeiros procedimentos no intestino ocorram normalmente, a operação no nariz deve ser feita no mesmo dia. Não foram divulgados quais sintomas poderiam ter motivado as cirurgias.

Em agosto, Bolsonaro ficou internado em São Paulo para coleta de exames preparatórios para as cirurgias, como tomografias, colonoscopia, endoscopia e uma prova de função pulmonar, além de um ultrassom de abdômen total.

Desde 2018, Bolsonaro já passou por quatro cirurgias para tratar complicações da facada que sofreu em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, durante campanha eleitoral.

Bolsonaro fará duas cirurgias após passar por exames em hospital de SP

Bolsonaro fará duas cirurgias após passar por exames em hospital de SP – Foto: Evaristo Sá/AFP

Após passar por exames de rotina, na manhã desta quarta-feira (23/8), no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá de passar por duas cirurgias para corrigir as consequências do atentado que sofreu em 2018, em Juiz de Fora (MG).

Os procedimentos em questão se tratam de duas correções: uma para eliminar o refluxo e outra na alça “apertada” do intestino, que já causou três aderências. As cirurgias estão marcadas para depois de 10 de setembro.

Nas redes sociais, o assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, explicou que os exames realizados por Bolsonaro têm o objetivo de avaliar a condição clínica do ex-presidente, principalmente no sistema digestivo, no tráfego intestinal, nas aderências, na hérnia abdominal e no refluxo.

“Todos os sintomas e exames desse momento, por óbvio, decorrem do atentado contra sua vida de 6/9/18, ainda sem resolução”, escreveu Wajngarten no Twitter.

Apesar do comentário do assessor, as investigações do ataque a facadas contra o ex-presidente foram concluídas pela Polícia Federal. Adélio Bispo, autor do crime, está preso desde 2018.

Silas Malafaia revela que fará greve de fome para impedir cassação de Bolsonaro

Silas Malafaia entrou em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diante do julgamento marcado para o próximo dia 22 de junho, preparado pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em virtude dos ataques ao sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores, em julho de 2022.

O pastor, que é líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, teria afirmado que pretende entrar em greve de fome para defender o político e amigo, que caso seja condenado, pode se tornar inelegível para qualquer disputa em cargo público nas próximas eleições.

“Não aceitarei cassação nenhuma dia 22, querem impedir esse varão de se candidatar para ajudar os pobres desse país, como faz a mais de 30 anos, não aceitarei, farei uma greve de fome feroz, posso até morrer, mas não vão cassar Bolsonaro…”, disse o Silas Malafaia, de acordo com o perfil ‘Na Mira do Repórter’, no Twitter.

A relação entre Silas Malafaia e Bolsonaro sempre foi de grandes amigos e aliados no ramo político. Mais recentemente, inclusive, o religioso entrou em defesa do ex-presidente sobre o escândalo das joias, e garantiu que não houve tentativa de furto por parte do político, e da sua esposa, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.

Bolsonaro quer ser candidato ao Senado em 2026

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou com aliados que pretende lançar candidatura ao Senado Federal em 2026, e estuda disputar a cadeira em alguma das localidades onde recebeu mais votos na eleição do ano passado, entre as opções está o Distrito Federal.

Segundo informações, o ex-presidente tem no horizonte uma possível condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o deixaria inelegível por oito anos. No entanto, ele acredita que pode reverter a decisão após a troca de postos na corte — o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, deixará o tribunal em junho de 2024. E os ministros indicados por Bolsonaro ao STF, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, estarão no TSE.

Além do DF, Rondônia e Mato Grosso são opções para Bolsonaro. Mas o DF é a principal opção. Além de ter mais facilidade na troca do endereço eleitoral — Bolsonaro tem residência fixa em Brasília — ele recebeu 58,81% dos votos na disputa do segundo turno na capital federal em 2022, contra 41,19% de Lula.

A eleição da ex-ministra Damares Alves também é uma prova da força do conservadorismo no DF. Vale lembrar que, em 2026, diferente do ano passado, cada Unidade da Federação terá disponível duas vagas ao Senado Federal.

Bolsonaro faz live de despedida, critica ato terrorista e diz que nada está perdido com Lula 3

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma live de despedida do cargo na manhã desta sexta-feira (30), na qual condenou a tentativa de um ato terrorista em Brasília, criticou a montagem do governo Lula (PT), repetiu o discurso de perseguido, ensaiou uma fala como líder da oposição e defendeu os atos antidemocráticos de seus apoiadores pelo país.

No começo da tarde, ele decolou para os Estados Unidos para passar a virada do ano. Bolsonaro decidiu desprezar o rito democrático e não passará a faixa para Lula.

“É um governo que começa capenga”, disse Bolsonaro na live, sobre a gestão petista que se inicia neste domingo (1º). O presidente ainda ensaiou um discurso de oposição ao governo Lula, o que vinha evitando em sua reclusão após a derrota de outubro.

“Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostrar que somos diferentes.” Ainda sobre o Lula 3, disse que “nada está perdido” e que o “Brasil não vai se acabar nesse 1º de janeiro”. “O Brasil não sucumbirá, acreditem em vocês”, afirmou o presidente. “Perde-se batalha, mas não perderemos a guerra.”

Na live, Bolsonaro não chegou a mencionar sua viagem ao exterior, mas embarcou horas depois em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Também nesta sexta, o governo publicou uma autorização para que assessores o acompanhem na ida para Miami de 1 a 30 de janeiro. Foram autorizados a viajar com ele 4 dos 8 nomes que foram nomeados para serem assessores de Bolsonaro após ele deixar o governo.

Ao falar dos limites de sua caneta, Bolsonaro ficou com os olhos marejados na live que durou quase uma hora. Disse ter feito o possível pela reeleição, criticou os nomes indicados para o ministério de Lula e repetiu o discurso de que teria sido perseguido por imprensa e Judiciário ao longo de seus quatro anos de mandato.

No mesmo pronunciamento, Bolsonaro mais uma vez criticou a Justiça Eleitoral, dizendo que a eleição não foi imparcial, em novo ataque ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob o comando de Alexandre de Moraes. “Não vamos duvidar das urnas aqui”, disse em seguida, ao oscilar o tom da crítica.

O presidente disse que não quis se envolver nos atos antidemocráticos em frente aos quartéis, aos quais chamou de pacíficos. Os atos, porém, pedem um golpe militar e escalam em casos de violência pelo país. Eles têm sido atiçados pelo próprio Bolsonaro desde a derrota para Lula no segundo turno das eleições.

Segundo Bolsonaro, esses atos foram espontâneos e não serão perdidos com o tempo. As pessoas que estão ali e pedem golpe militar, segundo o presidente, estão em busca da liberdade e da democracia.

“Nada justifica aqui em Brasília essa tentativa de ato terrorista no aeroporto de Brasília. Nada justifica. Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão. Agora massifica em cima do cara como bolsonarista o tempo todo. É a maneira da imprensa tratar”, disse, em referência ao bolsonarista preso após planejar um atentado com um caminhão de combustível.

Essa escalada da violência nos atos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público do presidente e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.

Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico e acenderam o alerta das autoridades, que realizaram prisões e investigam até possível crime de terrorismo.

Na mesma live desta sexta, o presidente admitiu que negociou cargos com deputados e senadores para consolidar maioria no Congresso, mas disse que isso só ocorreu no segundo escalão e que definiu seus ministros por critérios técnicos, o que não é verdade.

Ele afirmou que “é um momento de reflexão” e que “não é momento de procurar responsáveis pelo que está acontecendo”.

“Não é caso de ficar atacando pessoas, instituições. Quando a situação está difícil, tem que buscar apoio, ajuda, trazer gente para nosso lado, prepará-las para momentos difíceis”, afirmou.

Bolsonaro também criticou Lula, falou para as pessoas compararem os ministros de seu governo “com os indicados pelo opositor” e que procurou uma solução para evitar a posse do petista.

“Eu busquei dentro das quatro linhas, dentro das leis, respeitando a Constituição saída para isso aí. Se tinha alternativa para isso, se podia questionar ou não alguma coisa, tudo dentro das quatro linhas”, disse.

“Como foi difícil ficar dois meses calado trabalhando para buscar alternativas. Qualquer coisa que falasse seria um escândalo na imprensa. Eu quieto sou atacado. Mas vamos lá.”

Bolsonaro lamentou o que chamou de “censura à liberdade de expressão” em relação às fake news que disseminou sobre a vacina da Covid.

Afirmou que o país e a mídia criticavam o que era dito sobre Covid por parte de médicos e por ele, se referindo ao processo da Polícia Federal que imputou crimes ao presidente por dizer que as vacinas contra Covid causavam a infecção por HIV.

A informação constava em live do dia 21 de outubro de 2021, quando, segundo relatório da PF, o mandatário fez disseminação “consciente, de forma direta e voluntária” de desinformação produzida por seu ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid. O vídeo foi derrubado pelo Facebook e pelo YouTube.

O mandatário fez poucos pronunciamentos desde que perdeu as eleições.

O primeiro deles foi dois dias após o pleito, quando deu declaração à imprensa em que criticou bloqueios nas estradas por seus aliados, mas falou que as manifestações eram fruto de sentimento de indignação e injustiça com a eleição na qual foi derrotado pelo petista.

No dia seguinte, divulgou um vídeo em que pediu para sua militância liberar as rodovias.

Após a derrota, o presidente verborrágico que não hesitava em comprar brigas e comentar os principais acontecimentos do noticiário deu lugar a um Bolsonaro recluso e de poucas palavras após a derrota.

A posse de Lula ocorrerá no próximo domingo. É praxe que o presidente que deixa o poder passe para o sucessor a faixa presidencial. Bolsonaro, porém, já vinha falando a interlocutores desde que perdeu as eleições que não pretendia cumprir o rito democrático.

Bolsonaro decide não passar faixa a Lula e viajará para resort de Trump

O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no Palácio da Alvorada
Imagem: Lucio Tavora/Xinhua

O presidente Jair Bolsonaro (PL) não apenas decidiu não passar a faixa presidencial para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 1º de janeiro como pretende estar fora do país nessa data.

Bolsonaro disse a amigos que passará uma temporada no condomínio Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida. O ex-presidente Donald Trump é o dono da propriedade, que abriga um resort de luxo, também pertencente às empresas de Trump. Ele e Bolsonaro jantaram lá em março de 2020, durante uma visita oficial do presidente brasileiro ao então presidente americano, no começo da pandemia da covid 19.

A reportagem não conseguiu confirmar se Bolsonaro ficará na residência de Trump ou em outra casa da propriedade.

A viagem de Bolsonaro está programada para o próximo dia 28. O em breve ex-presidente disse a amigos que pretende “descansar por um ou dois meses” na Flórida.

Bolsonaro renova concessão da Globo por 15 anos

Segundo Ministério das Comunicações, é necessária uma série de requisitos que devem ser cumpridos para que as emissoras consigam a renovação

Foto: Reprodução

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), editou um decreto que manifesta concordância para a renovação da concessão de radiodifusão de sons e imagens das emissoras Globo, Bandeirantes e Record por mais 15 anos.

Após a portaria, as outorgas seguem para o Congresso Nacional, onde também precisam ser aprovadas. O decreto ainda deve ser publicado no Diário Oficial da União (DOU) na madrugada desta quarta-feira (21).

Segundo o Ministério das Comunicações, é necessária uma série de requisitos que devem ser cumpridos para que as emissoras consigam a renovação. “Neste sentido, a área técnica e a Consultoria Jurídica do Ministério das Comunicações se manifestaram favoravelmente às renovações das outorgas”, afirmou a pasta, após ter analisado os documentos das emissoras.

Apesar da concordância do presidente, os pedidos de renovação precisam passar pela aprovação do Congresso. Na última semana, Bolsonaro também assinou decreto para renovação da concessão do SBT e de outras emissoras afiliadas, que ainda precisam passar pela análise dos parlamentares.

É falsa capa de A Gazeta afirmando que Bolsonaro decretou estado de sítio

A reprodução do que seria a capa de A Gazeta do dia 6 de dezembro de 2022, cuja manchete afirma que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teria decretado estado de sítio e que a medida seria implantada em 72 horas, trata-se de uma fake news. Tanto a publicação quanto o conteúdo são falsos.

A suposta capa de A Gazeta, jornal cuja versão impressa não existe mais desde 2020, traz ainda um endereço do site que não é mais usado. Já são três anos desde que o endereço www.gazetaonline.com.br foi substituído por www.agazeta.com.br. Além da manchete, os outros tópicos relacionados na publicação são igualmente falsos.

Uma rápida consulta no Google pelas palavras-chave “Bolsonaro” e “estado de sítio” retorna reportagens que apontam a falsidade do alegado no material que está sendo divulgado por grupos bolsonaristas.

O assunto já havia sido pautado anteriormente pelos manifestantes contrários ao resultado das eleições, que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No dia 23 de novembro, o Yahoo Notícias classificou como falso o conteúdo de decretação de estado de sítio por Bolsonaro.

Uma consulta à seção de notícias do site da presidência também é uma fonte confiável sobre atos do governo. O conteúdo mais recente é desta quarta-feira (7), anunciando que Bolsonaro participou da posse dos novos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A notícia anterior é de segunda (5), quando o presidente esteve em cerimônia de fim de ano das Forças Armadas. (A Gazeta)

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