Brasil confirma 1º foco de gripe aviária em granja comercial – Foto: reprodução
O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) confirmou nesta sexta-feira (16) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade em uma granja de aves comerciais no Rio Grande do Sul.
A detecção, que pode levar a embargos comerciais, ocorreu no município gaúcho de Montenegro de 64 mil habitantes, e é o primeiro foco da doença registrado em sistema de avicultura comercial no país, disse a pasta, em comunicado.
O ministro Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) decretou emergência zoossanitária por 60 dias no município de Montenegro, em um raio de dez quilômetros ao redor do estabelecimento onde foi encontrado o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade. Essa área pode ser alterada posteriormente pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa.
O ministério disse que está tomando as medidas necessárias para conter e erradicar o foco, além de realizar a comunicação oficial à OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), aos parceiros comerciais do Brasil e outros.
“As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população”, explicou o comunicado.
O Brasil, maior exportador de frango do mundo, confirmou os primeiros surtos da gripe aviária altamente patogênica entre aves selvagens em maio de 2023 e, desde então, registrou surtos na natureza em pelo menos sete Estados.
Após o primeiro surto, o Japão suspendeu as compras de aves do Espírito Santo, onde na época um surto foi confirmado em uma fazenda não comercial.
A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou de ovos, afirmou o ministério, observando que o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas.
“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, diz o comunicado.
Segundo o ministério, o Serviço Veterinário brasileiro está treinado e equipado para enfrentar a doença desde a primeira década dos anos 2000. As ações adotadas incluem o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, e o treinamento constante de técnicos, acrescentou.
Na terça-feira (13), o parque zoológico de Sapucaia do Sul, a 50 quilômetros de Montenegro, também registrou mortes de 38 cisnes e diferentes espécies de patos. O parque está fechado de forma preventiva desde então e investiga os casos estudando amostras dos animais e dos lagos que eles habitavam.
“Os veterinários da Sema [Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul] estão atentos e acompanhando possíveis sintomas nos demais animais”, disse a secretaria em nota. A previsão é de que as visitas voltem a ocorrer neste sábado (17).
O vírus da influenza H5N1 tem avançado entre diferentes animais nas Américas nos últimos anos. Nos Estados Unidos, em 2024, houve registro de gripe aviária em gado leiteiro e, na Argentina e no Chile, houve casos em leões marinhos, sendo alguns fatais.
Empresas da China anunciam R$ 27 bilhões em investimentos no Brasil – Foto: divulgação
Empresas chinesas vão anunciar R$ 27 bilhões em investimentos no Brasil, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve o primeiro compromisso oficial nesta segunda-feira (12).
Haverá anúncios de investimento em áreas como automóveis, combustível de aviação, defesa, além do mercado de semicondutores e de serviços, como delivery e fast-food.
A informação foi divulgada pelo presidente da Agência de Promoção de Exportações (Apex Brasil), Jorge Vianna. Ele integra a delegação brasileira que acompanha Lula e conta com cerca de 200 empresários.
Alguns dos anúncios e planos de investimentos foram divulgados após o Seminário Empresarial Brasil-China, encerrado por Viana e Lula, em Pequim, na capital chinesa.
Confira a seguir algumas das empresas chinesas que vão investir no Brasil e os valores:
GWM: a montadora de carros anunciou investimentos de R$ 6 bilhões para ampliar operações no Brasil e pretende exportar para América do Sul e México.
GAC Motor: a montadora anunciou a sua instalação em Catalão (GO) para fabricar três modelos de carros (um híbrido e dois elétricos) e um plano de investimento de US$ 1,3 bilhão.
Envision: empresa que atua no ramo de energia eólica, armazenamento de energia e no desenvolvimento de SAF [sigla em inglês para Combustível Sustentável de Aviação], planeja investimentos de até RS$ 5 bilhões num parque industrial no Brasil.
Meituan: empresa anunciou um investimento de R$ 5,6 bilhões, em cinco anos. Líder no mercado de entregas na China, vai entrar no Brasil para concorrer, principalmente, com o Ifood. A estimativa é de geração de 100 mil empregos indiretos, além da instalação de uma central de atendimento no Nordeste, com até 4 mil empregos diretos.
Didi: controladora do aplicativo de transporte 99 Taxi, também vai investir em serviço de entrega no Brasil e planeja construir cerca de 10 mil pontos de recarga para promover a eletrificação de veículos na frota nacional.
Mixue: vai passar a comprar frutas do Brasil para fabricação dos sorvetes e bebidas geladas, como chás. A empresa é a maior rede e fast-food do mundo, com 45 mil lojas, à frente do Mc Donald’s. A empresa vai iniciar operação no Brasil com capital de RS$ 3,2 bilhões e projeta 25 mil empregos até 2030.
CGN: vai investir R$ 3 bilhões em um hub de energia renovável no Piauí, com foco em energia eólica, solar, e armazenamento de energia, com previsãoa de mais de 5 mil empregos na construção das unidades.
Longsys: por meio da subsidiária Zilia, anunciou um plano de investimentos para 2024 e 2025 de R$ 650 milhões, nas plantas de fabricação de São Paulo e Manaus, que terão capacidade ampliada. Fabrica componentes para semicondutores e também dispositivos de memória, os circuitos integrados de memória DRAM e Flash.
Nortec Química: formalizou parceria com chinesas e vai investir RS$ 350 milhões numa plataforma industrial.
Essa é a quarta visita de Estado de Lula à China — a terceira em pouco mais de dois anos. Nesta segunda, o presidente brasileiro participou de quatro audiências com executivos de empresas chinesas ligadas aos setores de energia sustentável e defesa.
Os encontros resultaram no anúncio de investimentos de US$ 1 bilhão na produção de SAF (sigla em inglês para combustível renovável para aviação) por meio da Envision Group, e na criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em parceria entre a Windey Technology e a Senais Cimatec na área de energia renovável.
Na primeira audiência, Lula recebeu o presidente do grupo automotivo GAC, Feng Xingya. Em seguida, Lula reuniu-se com o presidente do Conselho da Windey Energy Technology Group, Chen Qi. A empresa lidera a pesquisa, o projeto, a fabricação e a manutenção de turbinas eólicas de grande porte na China.
A terceira audiência foi concedida a Cheng Fubo, CEO da Norinco (China North Industries Corporation). A estatal chinesa opera na indústria de defesa, além de projetos voltados à infraestrutura, como construção de rodovias, ferrovias, usinas hidrelétricas e estações de tratamento de água.
Por fim, Lula recebeu o CEO da Envision Group, Lei Zhang. Com sede em Xangai, e empresa atua em soluções de energia inteligente e em setores como energia eólica, armazenamento de energia e, com especial destaque, no desenvolvimento de SAF, uma das prioridades da nova agenda de transição energética brasileira, incluída na Lei do Combustível do Futuro.
“O presidente atendeu separadamente várias empresas que vão investir no Brasil, fazer parcerias com instituições brasileiras, montar centros de pesquisa, e gerar desenvolvimento de tecnologia na área de energia”, disse o ministro Rui Costa (Casa Civil), ao final dos encontros.
“Concluímos uma audiência com um anúncio de investimento de US$ 1 bilhão para a produção de SAF a partir da cana-de-açúcar no Brasil. O Brasil se tornará um dos maiores produtores de combustíveis verdes de aviação”, contou Rui Costa.
O SAF é uma alternativa ao combustível aeronáutico de origem fóssil, produzido a partir de matérias-primas e processos que atendam a padrões de sustentabilidade.
“Nós assinamos aqui um centro de P&D com a Senai Cimatec na área de energia renovável”, disse o ministro. “Todas essas sinergias buscam fazer parcerias na área de desenvolvimento tecnológico, incluindo formação de talentos e a instalação de centros de pesquisa e produção no Brasil.”
Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, “o presidente veio à China para, mais uma vez, fortalecer essa relação bilateral tão fundamental para o desenvolvimento e para a convergência de ambos os países”. Ele também revelou que outros investimentos deverão ser anunciados ainda durante esta visita de Estado.
China é a maior parceira comercial do Brasil
Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Desde 2004, quando Lula visitou a China pela primeira vez, o comércio bilateral cresceu mais de 17 vezes, e chegou, em 2023, ao recorde de US$ 157,5 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 104,3 bilhões, importações de US$ 53,1 bilhões e superávit para o Brasil de US$ 51,14 bilhões.
As exportações brasileiras para a China foram superiores à soma das vendas do país para os Estados Unidos (US$ 36,9 bilhões) e para a União Europeia (US$ 46,3 bilhões).
Entre janeiro a março de 2025, o intercâmbio comercial entre os países foi de cerca de US$ 38,8 bilhões. No período, o Brasil exportou US$ 19,8 bilhões e importou US$ 19 bilhões.
Entre os principais produtos exportados pelo Brasil estão óleos brutos de petróleo, soja e minério de ferro e concentrados. O Brasil, por sua vez, importa principalmente embarcações, equipamentos de telecomunicações, máquinas e aparelhos elétricos, válvulas e tubos termiônicos (válvulas).
A China foi o destino de mais de um terço de toda a exportação do agro brasileiro (36,2%) em 2024. Os dois governos têm mantido contatos para ampliar e diversificar a pauta comercial agrícola.
Em março, as autoridades sanitárias chinesas anunciaram a habilitação de 38 novos frigoríficos brasileiros exportadores de carne, o maior número de plantas autorizadas de uma só vez na história: 24 plantas produtoras de carne bovina, oito de carne de aves e um estabelecimento de carne bovina termoprocessada, além de cinco entrepostos (um de carne bovina, três de frango e um de suínos).
Antes dessa leva de autorizações, o Brasil tinha 106 plantas habilitadas para a China: 47 de aves, 41 de bovinos, 17 de suínos e 1 de asininos.
Quem são os cardeais brasileiros que votam no conclave e podem ser papa – Foto: reprodução
A Igreja Católica define quem será o próximo papa através de um processo de votação sigiloso e secular conhecido como “conclave”.
Quem participa desse método para escolher um novo chefe de Estado para o Vaticano são os cardeais.
No entanto, não são todos os membros do chamado Colégio dos Cardeais que têm direito ao voto ao entrar na Capela Sistina para o conclave papal.
A constituição apostólica “Universi Dominici Gregis”, promulgada pelo papa João Paulo II em 1996, aponta que só participarão da eleição os cardeais com menos de 80 anos e que haverá um limite de 120 eleitores.
O especialista em Vaticano e doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Gregoriana, com sede em Roma, Filipe Domingues, explicou à CNN que esse limite de eleitores não deve ser seguido no próximo conclave, já que a Igreja Católica possui atualmente 135 cardeais com menos de 80 anos e aptos a votar.
“É uma indicação para evitar que o colégio fique muito grande”, pontuou.
Na lista de cardeais eleitores, estão sete cardeais brasileiros que devem participar do processo de votação para escolher o próximo papa.
Quem são os cardeais brasileiros que votarão para eleger o próximo papa?
João Braz de Aviz
O cardeal brasileiro João Braz de Aviz deixa o Salão Paulo VI no final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em 12 de outubro de 2023 na Cidade do Vaticano, Vaticano. Aos 77 anos, ele é um dos cardeais brasileiros que podem votar em um conclave papal. • Franco Origlia/Getty Images
O cardeal João Braz de Aviz nasceu na cidade de Mafra, em Santa Catarina, em 24 de abril de 1947.
Ele foi ordenado padre em 26 de novembro de 1972 para a Diocese de Apucarana. Possui licenciatura em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana e é doutorado em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Lateranense.
Foi arcebispo de Maringá, no Paraná, e de Brasília, e foi proclamado cardeal pelo papa Bento XVI, em 2012. Ele participou do conclave de março de 2013, que elegeu o papa Francisco.
Odilo Scherer
Dom Odilo Scherer • Divulgação
Nascido em Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, em 21 de setembro de 1949, Dom Odilo Pedro Scherer é arcebispo da Arquidiocese de São Paulo.
Em outubro de 2024, um mês após completar 75 anos, ele seguiu as orientações do Código de Direito Canônico e anunciou a renúncia à arquidiocese paulista, mas concordou em permanecer no cargo por mais dois anos a pedido do papa Francisco.
Antes de assumir o cargo de arcebispo em abril de 2007, ele atuou como professor de filosofia e teologia em Toledo (PR) e diretor e professor do Centro Interdiocesano de Teologia de Cascavel, também no Paraná.
Em novembro de 2007, foi proclamado cardeal pelo papa Bento XVI. No conclave de 2013, ele foi um dos cotados para ser o próximo papa, mas seu nome perdeu força ao longo do processo.
Orani João Tempesta
O cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, durante celebração da via sacra de Jesus Cristo na Catedral Metropolitana do Rio, na Sexta-feira Santa • Onofre Veras/TheNews2/Estadão Conteúdo
O cardeal Orani João Tempesta nasceu em São José do Rio Pardo, em São Paulo, em 23 de junho de 1950.
Ele se tornou um monge cisterciense (da Ordem de Cister) após concluir o ensino médio e estudou Filosofia e Teologia em São Paulo.
Tempesta foi ordenado padre em 7 de dezembro de 1974. Ele chegou a ser arcebispo de Belém do Pará antes de, em 2009, ser nomeado pelo papa Bento XVI como arcebispo do Rio de Janeiro.
Nesse cargo, ele foi responsável por receber o papa Francisco durante sua visita ao Brasil, em julho de 2013, para a Jornada Mundial da Juventude.
Tempesta foi proclamado cardeal em 22 de fevereiro de 2014.
Leonardo Ulrich Steiner
Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo de Manaus, fala na coletiva de imprensa de abertura da campanha de Natal Adveniat • Guido Kirchner/picture Alliance via Getty Images
Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo de Manaus, fala na coletiva de imprensa de abertura da campanha de Natal Adveniat • Guido Kirchner/picture Alliance via Getty Images
Leonardo Ulrich Steiner nasceu em 6 de novembro de 1950 em Forquilhinha, no estado de Santa Catarina.
Segundo o Vaticano, Steiner foi ordenado padre em 21 de janeiro de 1978. “Estudou Filosofia e Teologia com os franciscanos em Petrópolis. Obteve o título de bacharel em Filosofia e Pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena”, acrescenta a Sala de Imprensa da Santa Sé.
Arcebispo de Manaus desde 2019, ele foi proclamado cardeal pelo papa Francisco em agosto de 2022.
Sérgio da Rocha
O arcebispo de Brasília Sérgio Rocha (à direita) ao ser proclamado cardeal pelo papa Francisco em 19 de novembro de 2016, na Cidade do Vaticano. • Franco Origlia/Getty Images
O arcebispo de Brasília Sérgio Rocha (à direita) ao ser proclamado cardeal pelo papa Francisco em 19 de novembro de 2016, na Cidade do Vaticano. • Franco Origlia/Getty Images
Sérgio da Rocha nasceu em Dobrada, no interior de São Paulo, em 21 de outubro de 1959. Ele foi ordenado padre em 14 de dezembro de 1984.
Atual arcebispo em Salvador, na Bahia, ele foi proclamado cardeal pelo papa Francisco em 19 de novembro de 2016.
No início de 2023, ele se tornou o primeiro brasileiro a ser indicado para integrar o Conselho de Cardeais – grupo criado em 2013 com a tarefa de auxiliar o papa no governo da Igreja Católica e estudar um projeto de revisão da Cúria Romana (instituições administrativas da Santa Sé).
Jaime Spengler
Papa Francisco e dom Jaime Spengler • via CNBB
Jaime Spengler nasceu em 6 de setembro de 1960 em Gaspar, Santa Catarina.
Ele cursou Filosofia Instituto Filosófico São Boaventura, no Paraná, e Teologia no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Spengler é arcebispo metropolitano de Porto Alegre desde 18 de setembro de 2013.
Em abril de 2023, ele foi eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o mandato 2023-2027.
Spengler foi o último brasileiro a ser proclamado cardeal. Ele foi anunciado no início de outubro de 2024 e proclamado oficialmente, em Roma, no consistório de 7 de dezembro de 2024.
Paulo Cezar Costa
Cardeal Paulo Cezar Costa, arcebispo metropolitano da arquidiocese de Brasília. • Grzegorz Galazka/Archivio Grzegorz Galazka/Mondadori Portfolio via Getty Images
Paulo Cezar Costa nasceu em 20 de julho de 1967 em Valença, no Rio de Janeiro. Ele foi ordenado padre em dezembro de 1992.
Foi pároco, reitor do seminário e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio).
O religioso é graduado em teologia pelo Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro (1991), mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (1998) e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (2001).
Desde outubro de 2020, é arcebispo metropolitano da arquidiocese de Brasília.
Ele foi proclamado cardeal pelo papa Francisco em 27 de agosto de 2022.
MG lidera lista suja do trabalho escravo no Brasil com 21% dos empregadores – Foto: reprodução
Minas Gerais segue como o Estado com mais empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. Conforme a “Lista Suja”, levantamento realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e divulgado nesta quarta-feira (9), 159 dos 745 nomes divulgados em todo o país estão no Estado, o que corresponde a 21% do total. No último balanço, divulgado em outubro de 2024, Minas também liderava o ranking com 165 dos 725 — ou seja, 22%.
“Considero que esses números refletem o trabalho que temos feito no Estado. Não acredito, por exemplo, que Minas tem mais empregadores que mantém os trabalhadores em condições análogas à escravidão que os estados do Amazonas, Bahia e Pará. Porém, mesmo com a eficiência do trabalho, os números mostram um cenário preocupante”, afirma o superintendente do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans. Conforme o levantamento, 1.479 trabalhadores foram resgatados no Estado nos últimos meses.
A atualização é feita a cada seis meses e, segundo o MTE, tem o objetivo de “dar transparência às ações de combate ao trabalho escravo realizadas por auditores-fiscais do Trabalho”. Nesta nova atualização, 155 empregadores, entre pessoas físicas (patrões) e jurídicas (empresas), foram incluídos no cadastro em todo o país. Deste total, 15 em razão da comprovação de trabalho análogo à escravidão em atividades domésticas.
As atividades com maior número de inclusões nesta edição foram criação de bovinos (21), cultivo de café (20), trabalho doméstico (18), produção de carvão vegetal (10) e extração de minerais diversos (7). “Em Minas Gerais, 80% dos casos são na agricultura. Trabalhadores que estão em fazendas e sítios sem acesso à água, em condições degradantes, dormindo no chão e com jornadas exaustivas”, acrescenta o superintendente.
A Lista Suja
O Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores à condição análoga à de escravo, popularmente conhecido como “Lista Suja”, existe desde 2003. Segundo o MTE, depois que o nome do empregador é incluído no Cadastro, ele permanece publicado por dois anos, conforme portaria que regula a lista.
“A inclusão de pessoas físicas ou jurídicas no Cadastro de Empregadores só acontece após a conclusão do processo administrativo que analisou o auto de infração por trabalho análogo ao de escravo. Para que o nome seja incluído, é necessário que a autuação tenha sido considerada válida em decisão final, sem possibilidade de recurso”, disse o MTE.
Ainda segundo o MTE, 120 nomes que haviam completado o prazo de dois anos deixaram a lista no dia 4 de abril deste ano.
Como denunciar
As denúncias de trabalho escravo podem ser feitas no Sistema Ipê, plataforma lançada pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, do MTE, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2020. Os relatos podem ser feitos de forma remota e sigilosa.
Vale dos Tucanos, em São José da Barra/MG – Foto: reprodução
Segundo o Observatório do Turismo de Minas Gerais, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), que monitora os números do setor no Estado, mais de 32 milhões de turistas estiveram em Minas Gerais em 2024. Desse número, cerca de 42,6 mil visitantes são estrangeiros. Com o aumento de 100%, comparado com a média nacional em 2024, Minas Gerais alcançou a liderança no turismo no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o aumento de visitantes no estado, o setor de turismo também cresce.
Em Três Marias, cidade localizada na Central Mineira, a artista Zackia Daura e sua família estão à frente do Grupo Mar Doce, empresa que atua no setor do turismo no município. Fundado em 1985, o grupo iniciou suas operações com um posto de combustíveis, mas logo percebeu a necessidade de oferecer mais infraestrutura e suporte ao turismo local. Assim, expandiu seus negócios para o setor hoteleiro e gastronômico, consolidando-se em serviços de apoio ao viajante. “É um conglomerado que atua no setor de turismo, oferecendo uma experiência completa para viajantes da BR 040 na região de Três Marias e BR 365, região de Pirapora. As atividades incluem postos de serviços, hotéis e restaurantes, para quem visita ou transita pela região”, comenta Vicente Resende, seu sócio no empreendimento.
A empresa, que comemora 40 anos em 2025, busca integrar diferentes serviços turísticos. Além de oferecer combustível e infraestrutura para viajantes, o grupo aposta na hospedagem e gastronomia de qualidade, para que o turista tenha conforto na estadia. Outro ponto é o compromisso com a experiência do cliente. “Desde o primeiro contato até a estadia nos hotéis e restaurantes, o grupo busca atender seus visitantes com um atendimento de serviços diferenciados. O Mar Doce investe em infraestrutura para atender melhor os viajantes, tornando a jornada mais segura”, comentam Lucas Resende Daura e Amanda Resende Daura, atuais gestores.
Para além da garantia de conforto aos turistas, o Grupo Mar Doce tem parcerias que geram o impacto positivo na comunidade. Uma delas é a Fundação Salua Daura de Arte e Cultura (FADA). A instituição sem fins lucrativos promove a transformação social por meio da arte e da cultura. “A parceria entre o Grupo Mar Doce e a FADA reforça o compromisso da empresa com a sociedade, utilizando a arte como ferramenta de inclusão, educação e desenvolvimento humano. Com essa iniciativa, o grupo não apenas impulsiona o turismo, mas também contribui para um ambiente mais justo, culturalmente rico e sustentável para as futuras gerações”, salienta Zackia.
A expectativa é boa para o turismo em 2025. Com os 40 anos da empresa, os objetivos se fortalecem. Além de aprimorar a experiência do turista, inovar em serviços e estrutura e expandir práticas sustentáveis, o Grupo Mar Doce também quer se tornar referência. “Desejo tornar referência em turismo e hospitalidade em Minas Gerais, ampliar e diversificar os negócios mantendo o compromisso com a inovação, qualidade e atendimento personalizado”, conclui.
Minas Gerais retoma produção de soros antipeçonhentos para abastecer todo o Brasil – Foto: divulgação
O Governo de Minas reinaugurou, nesta terça-feira (25/3), a Fábrica de Produção de Soros Hiperimunes da Fundação Ezequiel Dias (Funed), essencial para o combate aos efeitos de envenenamento por animais peçonhentos no Brasil. O governador Romeu Zema e o vice-governador Mateus Simões participaram da solenidade que marcou a retomada de uma das atividades históricas da instituição.
“É um momento importantíssimo para Minas Gerais. Hoje estamos retomando a produção de soros que vai abastecer o Brasil e toda a América Latina. É uma vitória para todos nós. Com esse soro, vamos conseguir salvar muitas vidas”, disse Romeu Zema.
Com a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Funed retoma a produção de soros antipeçonhentos e reforça o abastecimento nacional por meio do Ministério da Saúde. Os soros devem estar disponíveis na rede pública ainda em 2025, garantindo mais segurança para a população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“A Funed passou por uma restruturação completa para tornar essa retomada possível. Isso nos permite garantir o fornecimento dos medicamentos necessários para cada um dos mineiros. Vale lembrar que a Funed também produz os soros antiofídico e antiescorpiônico para todo Brasil”, destacou Mateus Simões.
Histórico e compromisso com a saúde
Fundada em 1907, a Funed tem papel central na pesquisa e produção de imunobiológicos. A instituição, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), iniciou a extração de veneno de serpentes em 1918, em parceria com o Instituto Butantan e, posteriormente, com o Instituto Vital Brazil, tornando-se referência no combate ao escorpionismo.
A produção própria de soros teve início em 1935 e, com investimentos do Programa de Autossuficiência Nacional em Imunobiológicos (Pasni), atingiu a marca de 150 mil ampolas anuais na década de 1980.
Em 2016, a produção foi interrompida para adequações às Normas de Boas Práticas de Fabricação. A retomada, agora concretizada, é resultado de esforços da atual gestão estadual que, desde 2023, implementa melhorias na unidade fabril e na Fazenda Experimental São Judas Tadeu, em Betim. A autorização da Anvisa, conquistada no final de 2024, foi o último passo para a volta da produção.
“Essa foi uma decisão tomada pelo Governo de Minas, sem a qual não haveria outro lugar, além do Butantan, que produzisse. Fizemos isso para salvar as vidas dos mineiros e dos brasileiros”, pontuou o secretário de Estado Saúde, Fábio Baccheretti.
Produção e distribuição
A Funed possui registro para a produção de oito tipos de soros, entre eles os antipeçonhentos (antiofídicos e antiescorpiônicos), antitóxicos (antitetânico) e antivirais (antirrábico). Em 2025, a previsão é produzir soros antibotrópico (pentavalente), anticrotálico (cascáveis) e antiescorpiônico, ampliando a variedade nos anos seguintes conforme os contratos firmados com o Ministério da Saúde.
Os soros passam por rigoroso controle de qualidade interno antes do envio ao ministério, que distribui os produtos para armazenamento em Guarulhos (SP) e posterior destinação aos estados e municípios, garantindo acesso rápido e seguro aos pacientes do SUS.
Capacidade e impacto
Com estrutura modernizada, a Fábrica de Produção de Soros Hiperimunes da Funed tem capacidade produtiva de 150 mil ampolas anuais, assegurando a autossuficiência do país e a proteção da população contra os efeitos do envenenamento por animais peçonhentos. A retomada da produção reforça o compromisso do Estado com a saúde pública e a segurança sanitária da população brasileira.
“Após entregarmos essas ampolas em agosto, poderemos produzir anualmente entre 160 mil e 200 mil, contribuindo para quase 40% desses soros no Brasil”, ressaltou o presidente da Funed, Felipe Attiê.
Minas Gerais lidera a preservação do patrimônio cultural no Brasil – Foto: reprodução
Minas Gerais reafirma sua posição como líder nacional na preservação e conservação do patrimônio cultural, consolidando-se como referência no Brasil.
Dados recentes mostram que, em 2021, o estado já possuía 802 municípios com legislação municipal de proteção ao patrimônio. Em 2024, esse número chegou a 840, demonstrando um avanço significativo e a quase totalidade dos municípios mineiros com políticas ativas de conservação.
Esse modelo incentiva os municípios a criarem e aplicarem legislações próprias para a preservação do patrimônio, garantindo não apenas o tombamento de bens, mas também sua conservação e promoção.
“Minas Gerais é o estado que mais protege sua história e identidade cultural. A liderança nacional na preservação do patrimônio pelos municípios é fruto de políticas públicas consistentes e do trabalho exemplar realizado pelo Iepha. O ICMS Cultural tem sido uma ferramenta fundamental para estimular essa preservação, garantindo que cada cidade mineira cuide do seu patrimônio e valorize sua história”, destaca Leônidas de Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
Modelo de sucesso
O ICMS Patrimônio Cultural funciona como um incentivo direto aos municípios que investem na proteção do patrimônio histórico. A transferência de recursos pelo Governo de Minas permite que os municípios tenham autonomia para ações de preservação, recuperação e valorização de seus bens culturais.
“O modelo do ICMS Patrimônio Cultural é um dos mais bem-sucedidos do Brasil. Ele incentiva os municípios a desenvolverem políticas próprias de conservação, além de promover o engajamento da sociedade na valorização do seu patrimônio. Esse avanço demonstra o compromisso dos mineiros com a preservação da sua identidade”, afirma o presidente do Iepha-MG, João Paulo Martins.
Esse modelo tem sido referência para outros estados do Brasil, mostrando como políticas públicas bem estruturadas são capazes de estimular o desenvolvimento local por meio da cultura e do turismo.
“A cultura é um vetor de desenvolvimento econômico e social. Municípios que investem na preservação do seu patrimônio também fortalecem o turismo, geram empregos e promovem um senso de pertencimento na população. Minas Gerais lidera esse processo no Brasil e segue avançando, garantindo que seu patrimônio histórico continue sendo uma fonte de riqueza cultural e econômica”, ressalta Leônidas de Oliveira.
Referência para o Brasil
O trabalho desenvolvido pelo Iepha-MG tem sido fundamental para que Minas Gerais se mantenha na liderança da preservação do patrimônio no Brasil. Além de assessorar os municípios, o instituto realiza capacitações, estudos técnicos e políticas de incentivo, fortalecendo a gestão municipal do patrimônio.
Com 840 municípios engajados na proteção de seus bens culturais, Minas Gerais reafirma sua posição como o estado que mais valoriza e protege sua história, sendo exemplo para o país.
“Minas Gerais sempre esteve à frente na proteção do seu patrimônio histórico e cultural. O crescimento do número de municípios com legislação de preservação mostra que estamos no caminho certo”, conclui João Paulo Martins.
Cidades de MG registram as duas maiores temperaturas do país – Foto: reprodução
As cidades de Coronel Pacheco e São Romão, nas regiões da Zona da Mata e Norte de Minas Gerais, registraram as duas maiores temperaturas do país nessa segunda-feira (11).
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os municípios registraram, respectivamente, 38,4ºC e 38,1ºC, ocupando o primeiro e segundo lugar da lista.
Os termômetros de Três Lagoas (MS) também bateram 38,1ºC, ocupando o terceiro lugar do ranking. Já Alfredo Chaves (ES) registrou 37,9ºC.
As altas temperaturas em Minas ocorrem em meio à chegada de uma frente fria no Sul do estado. A condição climática não tem força o suficiente para trazer o frio, mas diminui o calorão em algumas regiões, além de causar chuva.
Previsão do tempo em MG
Segundo a previsão meteorológica, a frente fria favorece o aumento de nebulosidade e precipitações nas regiões Sul e Zona da Mata. A tendência é que o estado apresente instabilidade nos próximos dias, inclusive na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No entanto, as temperaturas seguem elevadas em todas as regiões mineiras.
A previsão indica que o dia será de céu claro a parcialmente nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas nas regiões Sul/Sudoeste, Campo das Vertentes e Zona da Mata. Nas demais regiões, a terça será de céu claro a parcialmente nublado. Além da Grande BH, as regiões Oeste, Triângulo e Alto Paranaíba podem ter pancadas de chuva isoladas.
Geralmente, a mpox apresenta quadros leves e moderados que duram de 2 a 4 semanas. Os pacientes costumam ter lesões na pele, como bolhas e feridas, além de febre, dor de cabeça, calafrio e fraqueza – (crédito: ERNESTO BENAVIDES / AFP)
O Ministério da Saúde confirmou na última sexta-feira (7), o primeiro caso de mpox no Brasil causado por uma nova cepa do vírus, a 1b. A paciente é uma mulher de 29 anos da região metropolitana de São Paulo, cujo quadro clínico evolui bem. Ela teve contato com um familiar do Congo, país africano onde a doença é endêmica.
De acordo com o ministério, não foram identificados casos secundários até o momento. A vigilância sanitária municipal de São Paulo está rastreando possíveis contatos da paciente. Até agora, apenas a cepa 2 do vírus tinha sido identificada no Brasil.
O caso da nova cepa foi confirmado por laboratório, segundo o ministério. A análise sequenciou o genoma completo do vírus, que é muito próximo aos casos da cepa 1b detectadas em outros países.
No Brasil, foram 2.052 casos da doença em 2024. Neste ano, são 115 casos até fevereiro. Não foi registrada nenhuma morte por mpox no País nos últimos dois anos. O ministério afirma que os pacientes geralmente apresentam sintomas leves e moderados.
O Ministério da Saúde afirmou que acompanha o caso em conjunto com as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde de São Paulo. A pasta disse ainda que comunicou o caso à Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS decretou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) para a mpox em agosto de 2024.
O Congo é um país da África Central, onde a mpox é considerada endêmica (frequente) desde a década de 1970. Segundo o Ministério da Saúde, o país teve um surto nacional da doença em dezembro de 2022. Nesse período, o surgimento da cepa 1b motivou um “aumento significativo” de casos no país, segundo nota técnica do ministério.
Ainda de acordo com o ministério, casos da cepa 1b foram registrados em Uganda, Ruanda, Quênia, Zâmbia, Reino Unido, Alemanha, China, Tailândia, Estados Unidos da América, Bélgica, Angola, Zimbábue, Canadá, França, Índia, Paquistão, Suécia, Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar e África do Sul.
O que é mpox e quais os sintomas
A mpox é causada pelo vírus MPXV. A transmissão ocorre por contato com pacientes infectados ou por materiais contaminados pelo vírus. Abraços, beijos e relação sexual com pessoas contaminadas oferecem risco, assim como o contato com lesões na pele, feridas, bolhas ou secreção.
Geralmente, a mpox apresenta quadros leves e moderados que duram de 2 a 4 semanas. Os pacientes costumam ter lesões na pele, como bolhas e feridas, além de febre, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. Os sintomas podem aparecer até 21 dias após a infecção.
O Ministério da Saúde recomenda que pessoas com sintomas procurem uma unidade de saúde. Elas devem informar se tiveram contato com alguém doente e, se possível, evitar atividades sociais e coletivas e contato próximo com outras pessoas.
Bloqueio da China a três exportadores dos EUA pode favorecer a soja brasileira – Foto: reprodução
Em resposta ao tarifaço de 20% imposto pelos Estados Unidos, a China intensificou as retaliações na última terça-feira (4), suspendendo as licenças de importação de soja de três fornecedores americanos e interrompendo a compra de madeira serrada do seu principal parceiro comercial. A disputa acirra a concorrência pelo abastecimento do maior mercado importador de alimentos do mundo, onde o Brasil pode ampliar sua vantagem.
Especialistas do agronegócio preveem reação imediata do mercado global. Os contratos futuros de commodities como soja, milho e trigo devem registrar novas quedas na Bolsa de Chicago, enquanto o Brasil se consolida como alternativa para atender parte da demanda chinesa. Com a perda de competitividade dos EUA, os preços pagos aos exportadores brasileiros tendem a subir, beneficiando produtores e comerciantes.
Além das tarifas mais altas, a suspensão de três exportadores americanos de soja – CHS Inc., Louis Dreyfus Company Grains Merchandising LLC e EGT – deve restringir ainda mais o fornecimento da oleaginosa para a China. Segundo o departamento de alfândega chinês, as cargas apresentavam problemas nas sementes, enquanto a interrupção das importações de madeira dos EUA foi atribuída à presença de pragas e vermes.
As medidas de Pequim são uma retaliação direta à decisão do presidente Donald Trump de dobrar a tarifa de importação da China de 10% para 20%. No mesmo dia, os EUA também impuseram um tarifaço de 25% sobre importações do Canadá e México, alegando falta de cooperação desses países no combate ao tráfico de drogas sintéticas.
Brasil já tem ampla vantagem sobre os EUA na exportação de soja para a China
O Brasil, maior exportador global de soja, vendeu 69 milhões de toneladas do grão para a China em 2024, totalizando R$ 175 bilhões. As tensões comerciais entre Pequim e Washington fortalecem essa relação, já que o Brasil oferece preços mais competitivos.
Em contrapartida, as exportações americanas de soja para a China somaram ano passado 22,13 milhões de toneladas, queda de 5,7% em relação ao ano anterior. Apesar disso, a China atingiu recorde de 105,03 milhões de toneladas de soja importadas em 2024, volume 6,5% maior do que no ano anterior.
Cerca de metade das exportações americanas de soja têm a China como destino, movimentando US$ 12,8 bilhões em 2024, segundo o US Census Bureau. A suspensão da madeira serrada ocorre também como resposta à decisão de Trump, em 1º de março, de investigar a importação desse produto, sinalizando a possibilidade de tarifas de 25%.
Exportadores de carnes veem oportunidade, mas evitam fazer projeções
A retaliação chinesa sobre produtos agrícolas americanos, como soja, algodão, milho e carnes, pode abrir espaço para o agronegócio brasileiro. No entanto, segundo reportagem do O Estado de S. Paulo, produtores e exportadores mantêm cautela. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, ressalta que ainda é cedo para medir impactos, embora o Brasil seja alternativa mais competitiva.
Em 2023, a China importou 562,2 mil toneladas de carne de frango e 241 mil toneladas de carne suína do Brasil, volumes 17,6% e 38% menores que no ano anterior. O país asiático continua sendo o principal destino da carne de frango brasileira e o segundo maior para a carne suína. No momento, porém, há restrições pontuais a algumas unidades frigoríficas brasileiras.
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