Jornal Folha Regional

Produtores da Canastra participam do Festival do Queijo Artesanal de Minas, no Expominas

Evento será promovido de 13 a 15 de junho, em BH, com o intuito de apresentar a variedade da produção no estado e valorizar o trabalho de pequenos produtores

Por Thiago Carvalho

Produtores da Canastra participam do Festival do Queijo Artesanal de Minas, no Expominas - Foto: divulgação
Produtores da Canastra participam do Festival do Queijo Artesanal de Minas, no Expominas – Foto: divulgação

Sete produtores de queijo da região da Canastra, apoiados pelo Sebrae Minas, vão participar da 6ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas, entre os dias 13 e 15 de junho, no Expominas, em Belo Horizonte. O evento, que divulga as características únicas dos queijos produzidos no estado, confere ainda mais visibilidade à região que reúne as cidades de São Roque de Minas, Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Delfinópolis, Bambuí e Piumhi.

O produtor Miguel Marcelio Faria, de São Roque de Minas, é um deles. A receita do legítimo queijo Canastra está na família dele há gerações. Ele conta que aprendeu a produção com os pais que, por sua vez, receberam o aprendizado dos avós dele. “Na minha infância, a produção era de 1 kg de queijo por dia. Na época das águas (chuva intensa), chegava a 3 kg. A gente comia queijo três vezes ao dia: no café da manhã, no almoço com macarrão ou abóbora, e à noite. O amarelinho (queijo curado) era vendido”, lembra.

Hoje, o Queijo do Miguel é reconhecido em todo o país. Há sete anos, conquistou o Selo Arte – assegura que o produto alimentício de origem animal é elaborado de forma artesanal. O produtor também foi um dos primeiros a receber o Selo de Caseína, que traz informações sobre a origem do queijo, o método produtivo, e resguarda e valoriza a conquista das chancelas de Indicação Geográfica (IG), dos produtores de queijo da Canastra, no Centro-Oeste do estado. A estratégia apoiada pelo Sebrae Minas evita falsificações e promove diferenciais competitivos no mercado.

No festival, o produtor vai expor peças do queijo Canastra Tradicional e do Extra Maturado, com variações de maturação entre seis meses e um ano. “Participei de todas as edições do Festival. O apoio do Sebrae Minas fortalece ainda mais os produtores da Canastra, por isso, não perco essa oportunidade”, afirma.

De acordo com o gerente executivo da Associação dos Produtores do Queijo Canastra (Aprocan), Higor Freitas, a participação dos produtores no Festival do Queijo Artesanal de Minas tem o objetivo de promover uma experiência cultural e gastronômica para todos os visitantes do evento. “O queijo da Canastra tem mais de 200 anos de tradição, e se mantém ‘vivo’ a cada geração. Esperamos agradar a todos os paladares com o sabor único e especial do queijo artesanal produzido na nossa região, e possibilitar uma conexão entre o consumidor e o produtor”, destaca.

PRODUTORES DO QUEIJO CANASTRA PARTICIPANTES DO FESTIVAL:

Queijaria Pedacin da Serra – Medeiros

Produtora: Francielle Cristina Leite

A queijaria Pedacin da Serra existe desde março de 2020, mas o queijo está presente na família da produtora há cinco gerações. Após atuar por dez anos no setor de Engenharia Civil, ela optou por se dedicar 100% à queijaria, que teve o produto premiado com medalha de Ouro no Mundial do Queijo do Brasil 2024, em São Paulo. “Acredito que teremos uma boa visibilidade, assim como ocorreu em edições anteriores, com acesso a novos mercados”, ressalta.

Queijaria Pontevelhano – Medeiros

Produtor: Marcos da Cunha Lana

A produção do queijo é feita na fazenda que pertenceu ao avô do produtor, adquirida em 1984. No ano de 2015, Marcos Lana passou a residir em Medeiros, realizando diversas melhorias na propriedade. Cinco anos depois, a queijaria foi inaugurada, e a conquista do Selo Arte veio em 2022. “Será a primeira participação no festival. Além de apresentar nossos produtos para o público de BH, quero estabelecer uma rede de relacionamento com produtores e comerciantes”, conta.

Queijaria Capela Velha – São Roque de Minas

Produtor: Guilherme Henrique Silva

A queijaria surgiu da necessidade de agregar valor à maturação do queijo Canastra, em uma infraestrutura adequada à legislação federal para produtos artesanais. A expectativa com o evento é gerar novos negócios, além do relacionamento direto com o cliente final e com produtores de outras regiões do estado. “Será uma oportunidade de trocar experiências e memórias com os amigos queijeiros. O público é intenso e a organização grandiosa, fato que torna o festival o maior evento queijeiro do estado, e um dos principais do país”, diz.

Tradição da Canastra – São Roque de Minas

Produtores: José Gabriel da Silva e Edna Barreto

O negócio teve início em 2015, idealizado pelo produtor José Gabriel, nascido em São Roque de Minas. Aos 17 anos, ele foi estudar Engenharia, em Belo Horizonte, e a família continuou no interior, dedicada à produção do queijo Canastra. Após a morte dos pais, a fazenda foi vendida. Tempo depois, José Gabriel retornou à cidade, comprou parte da propriedade que foi dos pais e iniciou a produção de leite. Hoje, produzindo queijo, mantém a tradição da família e a memória dos antepassados. “Espero poder divulgar nosso queijo para todo o estado, com bons resultados de vendas e novos contatos”, conta.

Queijaria Irmãos Faria – São Roque de Minas

Produtores: Leonardo Faria, Fernando Faria e Rafaela Faria

A queijaria Irmãos Faria nasceu há cinco anos, mas a tradição do queijo Canastra na família tem muitas décadas. O início foi com o bisavô dos irmãos Leonardo, Fernando e Rafaela. “Esta é a primeira vez que participamos do festival. Vamos levar nosso melhor queijo, premiado com a medalha Super Ouro, no Mundial do Queijo realizado no Brasil. Esperamos conhecer outros produtores e trocar experiências em BH”, destaca Leonardo.

Queijaria Lobeira – Bambuí

Produtora: Mariana Urquiza Veloso

A empresa surgiu da paixão da produtora pela iguaria. Na época, Mariana Veloso era advogada e morava em São Paulo. Em 2019, decidiu mudar de vida, adquiriu a fazenda e investiu na queijaria. “O Festival é o maior evento queijeiro do nosso estado. Será uma excelente oportunidade para apresentar meus queijos, conhecer outras regiões queijeiras e estabelecer contato com produtores, clientes e lojistas”, afirma.

Festival do Queijo Artesanal de Minas

A 6ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas é promovida pelo Sebrae Minas e Sistema Faemg Senar, com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais (Seapa) e da Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo). A programação inclui palestras e seminários técnicos, oficinas de harmonização, Agenda de Relacionamento e votação popular para escolha do melhor queijo do festival. Haverá, ainda, a venda de produtos da agroindústria mineira, além da degustação de pratos preparados por chefs renomados, que utilizarão os queijos produzidos em 13 regiões do estado como ingredientes principais. Informações: festivalqam.com.br.

SERVIÇO

6ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas

Local: Expominas (Av. Amazonas, 6020 – Gameleira, Belo Horizonte)

Data: 13/6 – 12h às 22h

14/6 – 12h às 22h

15/6 – 10h às 22h

Mais informações e ingressos gratuitos: www.festivalqam.com.br

Produtores da Canastra e do Serro usam selo de procedência para assegurar a origem dos queijos artesanais

Estratégia, apoiada pelo Sebrae Minas, oferece mais segurança para o consumidor e garante a rastreabilidade dos produtos

Produtores da Canastra e do Serro usam selo de procedência para assegurar a origem dos queijos artesanais - Foto: reprodução
Produtores da Canastra e do Serro usam selo de procedência para assegurar a origem dos queijos artesanais – Foto: reprodução

Para resguardar a origem dos Queijos Minas Artesanais (QMA) e valorizar a conquista das chancelas de Indicação Geográfica (IG), produtores de queijo da Canastra, no Centro-Oeste do estado, e do Serro, no Vale do Jequitinhonha, apoiados pelo Sebrae Minas, estão utilizando selos de procedência para evitar falsificações e criar diferenciais competitivos no mercado.

Tanto o Serro como a Canastra conquistaram, respectivamente em 2011 e 2012, a IG na modalidade de Indicação de Procedência (IP), conferida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A chancela reconhece a autenticidade dos queijos produzidos em determinada região, valorizando a cultura e a tradição local, impulsionando o desenvolvimento econômico do território e fortalecendo a reputação regional.

“O reconhecimento de regiões produtoras delimita as áreas de produção e permite que os produtores se organizem e direcionem ações para a conquista de novos mercados. Ao mesmo tempo, viabiliza o apoio de instituições e entidades de fomento e extensão rural. Além disso, a notoriedade do queijo e as características de cada região permite que o consumidor passe a valorizar não só o produto em si, mas as histórias e tradições de onde ele é originado”, afirma o analista do Sebrae Minas, Ricardo Boscaro.

Em 2017, após uma missão internacional para a França, lideranças da Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan) conheceram uma nova tecnologia para evitar a falsificação de queijos. A solução trata-se de uma etiqueta a base de uma proteína comestível do próprio leite (caseína) e carbono vegetal, incorporados ao queijo durante o processo de produção. A etiqueta de caseína da Canastra é o próprio Selo da Indicação de Procedência, que contém um código numérico único, que ao ser inserido no site da Aprocan, identifica o produtor,  local de origem e o dia da fabricação.

“O objetivo da etiqueta de caseína é controlar e proteger a produção do legítimo queijo da Canastra, funcionando como uma ferramenta de identificação de cada peça produzida, que é única. Permite aos produtores comprovar a procedência e a legitimidade dos queijos produzidos nos municípios que, reconhecidamente, fazem parte da região da Canastra – São Roque de Minas, Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Delfinópolis, Bambuí e Piumhi -, além de inibir a falsificação e permitir sua rastreabilidade”, explica Boscaro.

Para receber o selo, o produtor tem que cumprir uma série de requisitos do Caderno de Especificações Técnicas da IG, entre elas, apresentar registro sanitário e seguir os padrões sensoriais do produto.  Atualmente, cerca de 45 dos 800 produtores da região utilizam o selo da Indicação de Procedência (IP).

Fortalecimento do território

Em março deste ano, quatro produtores de queijo da região do Serro, receberam os primeiros selos que comprovam a procedência e a legitimidade do modo de fazer queijo artesanal em 10 municípios que formam a área delimitada pela IG. Como na Canastra, o selo permite a rastreabilidade do produto inibindo possíveis falsificações.

O selo de procedência – adesivado na embalagem dos produtos – possui a marca da região, a identidade da Indicação de Procedência (IP), um QR Code e um código numérico, que identificam o produtor e a peça fabricada, e que podem ser consultados no site da Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro (Apaqs).

Outros quatro produtores já estão em processo de análise. Aqueles que produzem queijo na região e queiram pleitear o selo devem cumprir as normas estabelecidas no Caderno de Especificações Técnicas, além de passarem por visitas de verificação que comprovem que o produtor segue as especificações exigidas. “Os selos valorizam a origem e fortalecem a representatividade do queijo do Serro no mercado, possibilitando o aumento da renda do produtor e, consequentemente, a melhoria da sua qualidade de vida”, conta Boscaro.

QMA

Atualmente, 15 regiões de Minas Gerais produzem queijos artesanais a partir do leite cru (in natura) e sem nenhum processo mecânico/industrial. Dessas, 10 regiões – Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro – produzem o tipo Queijo Minas Artesanal (QMA), em pequenas propriedades rurais, utilizando receitas tradicionais e familiares, que preservam a identidade cultural do povo mineiro. 

Para preservar essa tradição e garantir a qualidade do produto, o ‘modo de fazer’ do QMA tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2008. No final deste ano, esse reconhecimento poderá ser internacional com a conquista do título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. A candidatura é apoiada pelo Sebrae Minas.

Festival 

O Sebrae Minas e o Sistema Faemg Senar promovem, entre os dias 13 a 15 de junho, a 6ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas (FQAM). O evento é realizado no Expominas, em Belo Horizonte. A programação do festival é voltada tanto para produtores de queijo quanto para apreciadores da iguaria. Entre as atividades, palestras e seminários técnicos, oficinas de harmonização, Agenda de Relacionamento votação popular para escolha do melhor queijo do festival, venda de produtos da agroindústria mineira, além da degustação de pratos preparados por chefs renomados, que utilizarão os queijos produzidos no estado como ingredientes principais. Informações: festivalqam.com.br.

SERVIÇO

6º Festival do Queijo Artesanal de Minas (FQAM)

Dias 13 e 14 de junho (quinta e sexta-feira), das 12h às 22h, e dia 15 de junho (sábado), das 10h às 22h.

Expominas – Avenida Amazonas, 6.200 – Gameleira

Belo Horizonte/MG

Inscrições: festivalqam.com.br

Queijo Canastra está entre os três queijos mineiros na lista dos melhores do mundo

Queijo Canastra está entre os três queijos mineiros na lista dos melhores do mundo – Foto: reprodução

Três queijos brasileiros estão na lista dos 100 melhores do mundo do site “Taste Atlas”, espécie de enciclopédia online da culinária global. Na posição mais alta entre as opções do Brasil, está o mineiro Canastra, em 24º. Abaixo dele, estão o queijo coalho (85ª posição) e o queijo Minas (93ª).

O ranking leva em conta 1.378 queijos catalogados e 24.296 avaliações dos usuários do site, que classificam as opções de 0,5 a cinco. O Canastra alcança 4,47; o coalho, 4,3; e o Minas, 4,28. Veja a lista completa, em inglês.

Os três primeiros lugares da lista ficam com queijos italianos. Em primeiro, está o Parmigiano Reggiano, cujo sabor é descrito pelo site como “de acastanhado a robusto e levemente picante, dependendo do quanto maturou”. Em segundo, está a muçarela de búfala Campana e, em terceiro, o cremoso Stracchino di Crescenza.

Minas também foi lembrada pelo “Taste Atlas” na lista de 100 melhores regiões gastronômicas do mundo. O Estado aparece em 30º lugar, com destaque para o pão de queijo, o tutu de feijão, o feijão tropeiro, a vaca atolada e o biscoito de polvilho.

Região da Canastra lança marca território do café em Piumhi

Região da Canastra lança marca território do café em Piumhi – Imagem: reprodução

A cafeicultura tem ganhado destaque com uma produção significativa. E para valorizar ainda mais a origem produtora, a Associação dos Cafeicultores da Canastra (Acanastra) e o Sebrae Minas lançam, na próxima terça-feira, 27, em Piumhi, a marca território ‘Café da Canastra’, uma estratégia de promoção e posicionamento do produto no mercado para fortalecer a união dos produtores e a identidade do território.

Nos últimos anos, a cafeicultura na Região da Canastra tem se desenvolvido, beneficiando todos os elos da cadeia – fornecedores de insumos, assistência técnica, produtores, armazéns e empresas de torrefação – dando visibilidade ao território como ofertante de cafés diferenciados no estado.

Anualmente, a Região da Canastra produz cerca de 750 mil sacas de café de 60 kg, em mais de 1,1 mil propriedades, em um total de 33 mil hectares de área plantada. O território é formado por 10 municípios aptos para a produção sustentável de cafés especiais. São eles: Bambuí, Capitólio, Delfinópolis, Doresópolis, Medeiros, Pimenta, Piumhi, São João Batista do Glória, São Roque de Minas e Vargem Bonita.

Em 2019, as duas associações de produtores de café existentes na região buscaram o apoio do Sebrae Minas para unir forças e criar uma nova instituição que representasse os cafeicultores da Região da Canastra, sendo constituída a Acanastra, que hoje contabiliza 35 associados. A entidade surge com o objetivo de criar uma identidade própria para os cafés produzidos na região e colocar a origem Canastra no mapa das regiões produtoras de cafés do Brasil.

Neste período também foram promovidas ações voltadas para a melhoria dos processos da produção cafeeira na região. Por meio do programa Educampo – importante ferramenta de gestão da atividade cafeeira disponibilizada pelo Sebrae Minas – e de consultorias e acompanhamentos do pós-colheita, foi possível gerar aumento na produtividade e na melhoria da qualidade do café produzido.

“Há uma década, o Sebrae Minas promove diversas ações na região para resgatar a tradição e identidade em torno da produção do agronegócio. A exemplo do queijo, agora com o café, o resultado pode ser visto nos ganhos de qualidade, sabor e, principalmente, de valor. Tudo isso graças ao esforço e comprometimento dos produtores da região que não têm poupado esforços para buscar mais conhecimento técnico e novas soluções para suas lavouras, garantindo a qualidade do produto”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.

Estratégia

Em 2022, o Sebrae Minas e a Acanastra deram início ao trabalho de branding do café produzido na Região da Canastra. Para isso, foi realizado um diagnóstico que identificou as características regionais e as diferenciações do produto, que resultaram na criação da marca território Café da Canastra. “Essa estratégia expressa e comunica o propósito, valores, identidade, tradições e o posicionamento da região no mercado. Mais do que isso, serve para mostrar que não se trata de um simples café, mas de um produto com origem determinada e controlada, gerando valor para o território, produtores, compradores e consumidores”, disse Marcelo Silva.

Após o lançamento, a marca território ‘Café da Canastra’ será incluída, gradativamente, nas embalagens dos produtos, assim como em materiais promocionais da região. O próximo passo será a elaboração de um plano de ação com o objetivo de regulamentar, proteger, controlar e promover a marca território. O lançamento da marca território tem o apoio dos Sicoob Credialto, Credibam, Credicapi e Sarom.

Para o presidente da Acanastra, José Carlos Bacili, o trabalho de reposicionamento do café da região vai elevar o patamar da atuação dos cafeicultores locais no mercado.

“Estamos na Serra da Canastra, na nascente do Rio São Francisco. Aqui não usamos sequer um litro de água do Rio São Francisco e dos seus afluentes para irrigarmos nossos cafés. Ao longo dos anos, desde a introdução da cafeicultura na região, criamos um jeito único de produzir café, integrado com a valorização do ambiente e de nossa cultura. Nossas plantações são indústrias de ‘céu aberto’ e a natureza governa tudo. Sendo assim, estamos atentos a novas tecnologias e manejo que favorecem o armazenamento de água no solo e, consequentemente, mais produtividade e qualidade dos nossos cafés. Com a parceria do Sebrae Minas, organizamos nossa governança para valorizarmos ainda mais o trabalho dos produtores e o reconhecimento da região. A criação da marca território é um importante marco em todo esse processo”, comemora Bacili.

Iniciativa da Acanastra busca valorização de origem da bebida

A Canastra se torna a sétima região em todo o estado beneficiada com o trabalho do Sebrae Minas em relação ao desenvolvimento local em torno da cafeicultura. Outras regiões contempladas são: Cerrado Mineiro, Matas de Minas, Mantiqueira de Minas, Chapada de Minas e a Região Vulcânica – sendo as três primeiras citadas, já com a Indicação Geográfica (IG).

O ‘Café da Canastra’ difere de outras regiões do estado, por possuir características climáticas e geográficas que influenciam na qualidade do produto, além de métodos de cultivo e colheita utilizados pelos produtores locais. Em geral, os cafés da região apresentam aroma e sabor de mel, frutas amarelas, tropicais e cítricas e chocolate ao leite com nuances de castanha, limão-cravo e laranja. Possui doçura alta com notas de açúcar mascavo e cana-de-açúcar em equilíbrio com a acidez elevada e predominantemente cítrica. O corpo é denso, cremoso e sedoso com finalização longa e doce.

Devido a essas caraterísticas únicas, que em 2022, a Acanastra, com apoio do Sebrae Minas, deu entrada ao pedido de registro de IG, na modalidade Denominação de Origem (DO), no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A opção pela modalidade de DO garante que o nome do território ou localidade do produto possui qualidades e características exclusivas ou essencialmente ligadas ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.

Para dar embasamento ao pedido feito ao INPI, entre 2021 e 2022, foram realizados estudos para delimitação da área geográfica do Café da Canastra, além da organização da governança, elaboração do Caderno de Especificações Técnicas da DO, constituição do conselho regulador da DO e a criação de um estatuto da Associação dos Cafeicultores da Canastra.

Assim, como foi para o ‘Queijo da Canastra’, a conquista da Indicação Geográfica garantirá a qualidade e a autenticidade dos cafés produzidos nos 10 municípios que fazem parte da região, valorizando a cultura e a tradição local, agregando valor à produção, impulsionando o desenvolvimento econômico do território e fortalecendo a imagem da Canastra, garantindo assim um diferencial competitivo do café no mercado. A expectativa é que futuramente outros produtos da Canastra recebam o mesmo apoio da valorização de origem dada ao queijo e ao café. (Clic Folha)

Aprocan deve aprovar Glória e Capitólio como associados

Aprocan deve aprovar Glória e Capitólio como associados – Reprodução

Os produtores de queijo artesanal dos municípios de São João Batista do Glória e Capitólio aguardam para integrar à Indicação Geográfica da Canastra. As cartas de intenções e a documentação necessária foram entregues à Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan). Porém, o processo de aprovação ainda não tem prazo para acontecer.

Segundo o gerente-executivo da Aprocan, Higor Freitas, a inclusão do Glória já foi registrada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) há mais de um ano, enquanto que, Capitólio ainda está no prazo de discussão e análise dos interessados.

“Primeiro temos que analisar todo o material que foi entregue pelos seus representantes. Depois vem o estudo, a identificação, o levantamento de dados e a localização geográfica. Feito isso, é necessário a aprovação pelos produtores associados em assembleia extraordinária, com a construção de um dossiê e enviá-lo ao Inpi. Só com o aval do órgão é que os fabricantes de queijo artesanal podem utilizar o selo da Indicação Geográfica”, disse.

De acordo com o gerente-executivo, para o município se integrar aos outros sete do grupo, envolve também o suporte jurídico da Aproca, que obriga o cumprimento de uma série de regras registradas no Caderno de Especificações Técnicas, que vão desde a ordenha até o produto final.

É bastante moroso o processo de registro até cumprir todas as etapas de regularização entre os futuros produtores. Outros órgãos como o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Emater-MG e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também são atores fundamentais na história, antes da solicitação chegar até o Inpi. Estamos estudando agora a carta de intenção de Capitólio, mas a solicitação do Glória, como já foi protocolado há algum tempo, deve ser aprovada em breve”, ressaltou Higor.

A Aprocan, com sede na estrada Parnacanastra, zona rural de São Roque de Minas, conta com mais municípios associados – Tapiraí, Bambuí, Medeiros, Vargem Bonita, Piumhi e Delfinópolis.

A associação conta com cerca de 70 produtores de queijo artesanal, sendo que, 40 estão credenciados a utilizar o selo da Indicação Geográfica para comercialização, inclusive em outros países. (Via: Clic Folha)

Queijo Canastra é considerado um dos melhores do mundo; veja o ranking

O tradicional queijo Canastra foi classificado como o 12º melhor queijo do mundo pela enciclopédia gastronômica Taste Atlas. O ranking apresenta os 50 queijos mais renomados do mundo, sendo o vencedor o Parmigiano Reggiano, da Itália.

O sucesso da culinária mineira foi escolhido com base em votações on-line, de forma colaborativa, e divulgado na última segunda-feira (13). O queijo recebeu a nota 4.7 no site da pesquisa.

A Serra da Canastra, no Sudeste de Minas Gerais, que dá nome ao queijo, é o local em que o alimento é produzido há mais de duzentos anos e já foi premiado diversas vezes. O modo artesanal da fabricação é considerado patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O Queijo de Coalho também aparece na lista, na 38° posição.

Em 2022, a pesquisa Taste Atlas o classificou o queijo Canastra como o melhor do mundo.

Já o grande vencedor do ranking, o Parmigiano Reggiano, é um símbolo da culinária italiana produzido na região de Emilia Romagna, na cidade de Parma. Na pesquisa, o alimentou recebeu a classificação 4.8.

Confira os top 15 melhores queijos do mundo:

1 – Parmigiano Reggiano

2 – Gorgonzola piccante

3 – Burrata

4 – Grana Padano

5 – Oaxaca Cheese

6 – Stracchino di Crescenza

7 – Mozzarella di Bufala Campana

8 – Queijo Serra da Estrela

9 – Pecorino Sardo

10 – Pecorino Toscano

11 – Bundz

12 – Canastra

13 – Reblochon

14 – Comté

15 – Pecorino Romano

ICMBio faz curso para condutores de turistas na Canastra

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realiza em fevereiro e março um curso de condutores de turistas no Parque Nacional da Serra da Canastra para 80 candidatos aprovados em seleção. O treinamento será feito em São João Batista do Glória e São Roque de Minas, das 8h às 12h e das 13h às 17h.

No Glória, o curso será feito entre 6 e 10 de fevereiro, no auditório da prefeitura, localizado na praça Belo Horizonte, 22. Em São Roque, será de 27 de fevereiro a 3 de março, na Câmara Municipal, localizada na rua Mario Alvin, 121.

De acordo com o edital, o curso terá dois dias de aulas práticas na Serra da Canastra. No Glória, a programação está prevista para o dia 9, na AEI Casca-d’Anta Parte Baixa, e, no dia 10, no Chapadão da Canastra. Em São Roque, também haverá dias de aulas práticas mas a data não foi divulgada.

Segundo o documento, os candidatos devem estar aptos a percorrer as trilhas dos atrativos e o custeio logístico para realização das práticas é de responsabilidade do ICMBio.

O curso de condutores, que está sendo divulgado pelo Parque Nacional da Serra da Canastra, se trata de uma iniciativa que vem sendo ministrada há alguns anos pela gestão da unidade do ICMBio. Com o objetivo de atender as demandas vigentes na Portaria ICMBio n° 769/2019, o curso é realizado para que os selecionados tenham a oportunidade de se especializar em um dos três cursos que são requisitos básicos para a prestação de serviço de condutores de visitantes”, informa o instituto.

Segundo o ICMBio, a seleção é realizada conforme os critérios definidos no edital. O órgão também informa que, atualmente, o Parque Nacional da Serra da Canastra possui cerca de 100 condutores autorizados, que agregam diretamente no uso público da unidade, não só garantindo a segurança dos visitantes, mas oferecendo uma experiência completa, que envolve o ecoturismo e o turismo cultural da região. Segundo informações do instituto, há 22 nomes na lista de espera no Glória e 27 em São Roque. (Clic Folha)

Circuito Turístico Nascentes das Gerais e Canastra convida empresários para roteirização turística

O Circuito Turístico Nascentes das Gerais e Canastra, após lançar oficialmente suas rotas turísticas entre os dias 03 e 05 de novembro, em um grande evento em Piumhi (MG), convida a todos para fazer parte do projeto de roteirização turística, com o novo cadastramento de empreendimentos turísticos, com participação gratuita.

Foram lançadas quatro categorias de cadastramento: Hospedagem, Atrativos Naturais, Atrativos Diversos e Restaurantes e Similares.

Para todas as categorias é obrigatório estar inscrito no portal Minas Gerais do governo do Estado (INVITUR). Para as categorias de Hospedagem e Restaurantes e Similares é obrigatório CADASTUR. Para empreendimentos localizados em zona rural, caso não tenha o CADASTUR, é obrigatório inserir no mesmo campo, o número do cartão de produtor rural.

Dúvidas sobre INVITUR OU CADASTUR, entrar em contato com o Departamento de Turismo de sua cidade.

O prazo para prenchimento do formulário é até o dia 10 de dezembro de 2022.

O contato sobre o projeto pode ser feito através do e-mail [email protected].

Os links dos formulários:

Hospedagem 

https://forms.gle/GcKRtkZUUs7KAfgy9

Atrativos Naturais

https://forms.gle/441mx3PieMHzFPaW9

Atrativos Diversos

https://forms.gle/7YEayq7gC5deoVCW7

Restaurantes e Similares

https://forms.gle/zSv6w9vzALmN8uEm8

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Queijo da Serra da Canastra é escolhido como melhor de Minas Gerais entre 185 concorrentes

Untuoso, frutado, com uma leve doçura. Feito de leite, “pingo” e sal. Este é o queijo mais perfeito de Minas Gerais, o que não é pouca coisa. A iguaria, produzida na cidade de Vargem Bonita, na Serra da Canastra, venceu o Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal, edição especial 300 anos de Minas Gerais, divulgado nesta segunda-feira (14), pela internet.

“Nós somos da primeira cidade banhada pelo Rio São Francisco. E lá a gente produz um queijo com muito carinho. Isso já vem de família”, disse Reinaldo de Faria Costa, produtor que deu o próprio nome à criação, “queijo Reinaldo”.

O concurso reuniu 185 queijos diferentes das regiões produtoras de Araxá, Campo das Vertentes, Serra da Canastra, Serro, Salitre, Cerrado e Triângulo Mineiro.

O “queijo Reinado” foi o mais bem pontuado. Ele conquistou 95 dos 100 pontos avaliados pelos jurados.“Eu estou muito feliz”, disse ele.

Não é pra menos, afinal Reinaldo produz a melhor iguaria que define o estado de Minas Gerais. Queijo é bom demais.

Fonte: G1 Centro Oeste

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