Jornal Folha Regional

Paciente supera câncer raro após receber prognóstico de morte

Paciente supera câncer raro após receber prognóstico de morte - Foto: arquivo pessoal
Paciente supera câncer raro após receber prognóstico de morte – Foto: arquivo pessoal

Apesar de vários exames afirmarem que o nódulo que o headhunter Julio Cesar Dantas tinha na garganta era benigno, ele tinha um pressentimento ruim. “Passei três anos tentando descobrir o que era. Fui em três médicos sem que nenhum fechasse o diagnóstico”, conta ele.

Julio Cesar fez até uma biópsia do nódulo. O resultado não apontou o problema que só foi identificado em maio de 2020: ele tinha um linfoma raro, o das células do manto (LCM).

A notícia ruim veio acompanhada de várias outras. Não só se tratava de um tipo de câncer agressivo e considerado incurável, como também era uma sentença de morte. As primeiras previsões eram de que ele viveria apenas mais algumas semanas. Com muita sorte, poucos meses.

O linfoma do manto

O LCM é uma doença rara com uma taxa de sobrevida mediana de apenas 3 a 5 anos. A condição representa apenas 5% dos cerca de 12 mil casos de linfomas não Hodgkin diagnosticados anualmente no Brasil e, embora progrida em geral de forma lenta, ele é resistente ao tratamento e há poucos anos não havia chance de dar mais anos de vida aos pacientes.

Geralmente, os tumores são identificados em homens a partir dos 60 anos. Julio tem apenas 45 anos. O LCM atinge as células do manto, que estão na borda externa dos gânglios linfáticos, medula e baço.

“O linfoma do manto pode aparecer de diversas formas, algumas sintomáticas, outras, não. Ele pode causar um aumento dos gânglios, como uma íngua na garganta; sintomas de anemia; aumento súbito dos linfócitos do sangue ou lesões no intestino que ficam invisíveis por algum tempo”, explica o hematologista Rony Schaffel, especialista em linfoma, professor da UFRJ e médico de Julio.

Paciente supera câncer raro após receber prognóstico de morte - Foto: arquivo pessoal
Paciente supera câncer raro após receber prognóstico de morte – Foto: arquivo pessoal

Uma luta pelo diagnóstico

O caso de Julio Cesar era um dos praticamente assintomáticos. Ele não sentia nada além do caroço em seu pescoço, que era sensível ao toque e tinha cerca de oito centímetros de diâmetro. “Dava para pegar com o dedo”, lembra.

A primeira biópsia que ele fez antes do diagnóstico apontou que se tratava de um tumor benigno, mas ele ainda tinha o pressentimento de que algo a mais estava acontecendo. Julio continuou procurando médicos e foi só quando finalmente passou por um pet scan (um exame de corpo inteiro que identifica tumores distribuídos pelo organismo) que veio o diagnóstico.

“Fui para a consulta com certa tranquilidade. Sabia que tinha um linfoma, mas tinha pesquisado e visto que era um tipo de câncer que se recuperava de forma relativamente fácil. Foi só diante do médico que descobri que meu tumor era de um tipo mais raro e que meu prognóstico era viver apenas mais algumas semanas”, conta.

Ele foi encaminhado para uma consulta com Schaffel para debater o caso. O especialista apontou que não havia, até 2020, nenhum caso de paciente com linfoma do manto que tivesse alcançado a remissão (ausência total de tumores no corpo). “Eu disse para ele que estava determinado a ser o primeiro”, lembra Julio.

Tratamentos para tentar reverter a doença

O tratamento começou com altas doses de quimioterápicos, mas o câncer não estava respondendo bem às tentativas. A principal esperança passou a ser o transplante de medula.

Em fevereiro de 2021, ele passou pelo procedimento usando células do próprio organismo, o chamado transplante autólogo. A técnica injeta células-tronco do próprio paciente de volta na medula dele após uma quimioterapia intensa para recuperar o organismo.

Entretanto, Julio Cesar acabou tendo falência medular, quando o tratamento torna a produção de sangue do organismo insuficiente. Para piorar, o headhunter contraiu no hospital uma infecção por superbactéria (KPC), o que aumentou a quantidade de remédios administrados.

Apesar de todo o esforço, o tratamento não foi suficiente para eliminar o câncer. Uma pequena porção de células do linfoma se preservou no intestino de Julio Cesar e, sobrevivendo a todo o tratamento, elas se tornaram mais resistentes. O tumor passou para o tipo blastoide, uma forma ainda mais resistente de células do LCM que corresponde a cerca de 10% dos casos.

Paciente supera câncer raro após receber prognóstico de morte - Foto: arquivo pessoal
Paciente supera câncer raro após receber prognóstico de morte – Foto: arquivo pessoal

“Esse tipo de linfoma é o mais agressivo que temos. As células do linfoma do manto já são naturalmente mais resistentes ao tratamento: elas ficam muito tempo no organismo e isso as torna difíceis de serem identificadas como ameaças pelas defesas do corpo. Para piorar, as células blastoides são mais fortes e raramente podem ser destruídas”, explica o hematologista Schaffel.

Transformação de fé

Em maio de 2021, quando o câncer de Julio Cesar se transformou, ainda não estavam disponíveis opções de tratamento mais avançadas, como o tratamento com CAR-T que vem sendo testado no Brasil com bons resultados para esse tipo de linfoma.

Como as células tinham se tornado do tipo blastoide menos de três meses após o transplante de medula, os médicos a voltaram a desenganar Julio. As chances de alcançar a remissão eram praticamente nulas.

“Para mim, essa jornada passou a ser sobrenatural. Embora eu tenha sempre sido um homem muito pragmático, o que ocorreu comigo foi um milagre. Acabei desenvolvendo uma sensibilidade muito grande e uma relação muito próxima com Deus. Decidi continuar o tratamento e pedia a cura nas minhas orações. No final da terapia, já conseguia sair da quimio e ir jogar futebol com meus filhos. Era um progresso inexplicável”, lembra.

Contra todos os prognósticos, em janeiro de 2022 os exames apontaram que o tratamento funcionou e não havia mais registro de células cancerígenas no organismo de Julio Cesar.

“Ainda estou em uma jornada que está longe de acabar. Tenho que continuar o acompanhamento, mas a doença me transformou como indivíduo. Hoje, acredito que sirvo a um propósito”, conclui ele.

Para o hematologista que acompanhou o caso de Julio Cesar, o fato de ele ter alcançado a remissão diante de tantos prognósticos negativos é de fato uma raridade que deve ser muito celebrada. A ciência tem trabalhado para que essas histórias de superação sejam cada vez mais comuns.

Em março de 2024, começou a ser vendido no Brasil um remédio específico para tratamento do linfoma de manto, o Jaypirce (pirtobrutinitbe), da farmacêutica Eli Lilly. Ele inibe a produção de uma enzima no organismo que é característica desse tipo de linfoma e atua de forma específica, diminuindo os impactos de quimioterapias mais genéricas que eram feitas anteriormente, como as que Julio Cesar fez.

Estudo alerta que casos de câncer de próstata deve dobrar até 2040

Estudo alerta que casos de câncer de próstata deve dobrar até 2040 – Foto: reprodução

O envelhecimento da população deve impulsionar a incidência de câncer de próstata em todo o mundo nas próximas décadas. De acordo com cientistas, os registros de novos casos da doença devem saltar de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões até 2040. No mesmo período, pesquisadores projetam alta de 85% nas mortes pela doença, que vão se aproximar de 700 mil ocorrências por ano.

A estimativa faz parte de novo estudo publicado nesta quinta-feira (04/04) por comissão científica da revista “The Lancet”, desenvolvida com o apoio do Instituto de Pesquisa sobre Câncer do Reino Unido. Segundo os autores, a tendência é que o ritmo de crescimento da doença seja maior em países de baixa e média renda.

“À medida que mais e mais homens ao redor do mundo chegam à meia-idade e à velhice, haverá um aumento inevitável no número de casos de câncer de próstata. Sabemos que esse aumento de casos está chegando, então precisamos começar a planejar e agir agora”, afirma Nick James, principal autor do estudo.

O especialista destaca a importância da detecção precoce e programas de educação para atenuar os impactos da doença. “Isso é especialmente verdadeiro para países de baixa e média renda, que suportarão o peso avassalador dos casos futuros”, acrescenta James.

A comissão do “The Lancet” aponta para a urgência de se ampliar a capacidade de atendimento cirúrgico e de radioterapia nesses países. Hoje, uma das principais barreiras para tratamento de pacientes é a falta de serviços e profissionais especializados. Segundo o estudo, a implementação de centros regionais poderia fornecer a infraestrutura necessária para aumentar o treinamento e melhorar o acesso.

Os principais fatores de risco para o câncer de próstata são idade e histórico familiar. Homens com mais de 50 anos são especialmente afetados, e pessoas com parentes próximos que tiveram a doença também têm risco aumentado.

A comissão também alerta para a necessidade de se aprimorar mecanismos de testagem e conscientização. Além do exame de toque retal, o câncer de próstata pode ser detectado pelo teste PSA, feito a partir de análise de amostra de sangue. A confirmação da doença depende da realização de biópsia.

“Com o câncer de próstata, não podemos esperar que as pessoas se sintam doentes e procurem ajuda -devemos incentivar os testes em aqueles que se sentem bem, mas que têm alto risco de doença para detectar câncer de próstata letal cedo”, diz James.

Câncer de próstata no Brasil

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 71.730 novos casos de câncer de próstata serão registrados por ano no Brasil entre 2023 e 2025.
De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, a doença matou 16.292 pessoas em 2022 – aproximadamente 44 óbitos por dia.

Segundo o médico Maurício Dener Cordeiro, coordenador do departamento de uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia, além do envelhecimento, a maior exposição da população a outros fatores de risco favorece a tendência de aumento de casos da doença. “Tabagismo, alcoolismo, obesidade, sedentarismo. Esses fatores, ao longo do tempo, aumentam a incidência de inúmeras neoplasias, inclusive o câncer de próstata”, afirma.

Apesar da disponibilidade do exame PSA e do tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Cordeiro avalia que o acesso da população ainda é insuficiente, sobretudo em regiões interioranas, onde os centros oncológicos são mais raros.

Um dos efeitos dessa carência é que parte significativa dos casos é descoberta tardiamente. Segundo Cordeiro, que coordena o departamento de uro-oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), maior centro de oncologia do país, 60% dos pacientes operados na unidade já têm a doença em estágio avançado, com risco maior de necessitar radioterapia.

Menino de 13 anos é o primeiro no mundo a ser curado de um câncer cerebral mortal

Menino de 13 anos é o primeiro no mundo a ser curado de um câncer cerebral mortal - Foto: redes sociais
Menino de 13 anos é o primeiro no mundo a ser curado de um câncer cerebral mortal – Foto: redes sociais

Lucas Jemeljanova, garoto da Bélgica, tinha seis anos quando foi diagnosticado com glioma intrínseco difuso (DIPG), câncer cerebral raro e agressivo, que mata estatisticamente 98% dos pacientes. Atualmente com 13 anos, Lucas surpreendeu a todos ao descobrir ser a primeira criança no mundo a ser curada e não apresentar vestígios do tumor.

Normalmente espera-se que as crianças com o DIPG vivam um ano após o diagnóstico, estudos recentes apontam que apenas 10% ficam vivas dois anos depois. A radioterapia, em alguns casos, pode retardar a doença agressiva, mas nenhum medicamento até então havia se mostrado eficaz para cura.

Porém, os pais do menino, Credric e Olesja, o levaram à França para ser um dos primeiros inscritos no ensaio Biomede, que testava potenciais novos medicamentos para o DIPG. Lucas respondeu bem ao tratamento e o tumor foi desaparecendo gradativamente. Ainda não se sabe por que Lucas se recuperou tão bem.

“Lucas venceu todas as possibilidades”, disse Jacques Grill, chefe do programa de tumores cerebrais do centro de câncer Gustave Roussy, em Paris. Aproximadamente 300 crianças por ano nos Estados Unidos são diagnosticadas com DIPG, de acordo com o Dana-Faber Cancer Institute. Sete outras crianças no ensaio clínico foram consideradas como “respostas prolongadas” depois de não terem tido recaídas durante três anos após o diagnóstico, mas apenas o tumor de Lucas desapareceu completamente.

A possível razão pela qual algumas crianças respondem aos medicamentos e outras não é provavelmente devido às “particularidades biológicas” dos seus tumores, disse o Dr. Grill.

Tumor fatal

O DIPG apresenta tumor raro e agressivo pelo crescimento rápido, é normalmente encontrado em crianças entre cinco e nove anos. Esse tipo de tumor está localizado na base do cérebro e no topo da coluna, mas não se sabe o que os causa. O tumor pressiona a área do cérebro chamada ponte, que é responsável por uma série de funções corporais críticas, como respiração, sono e pressão arterial. Com o tempo, o tumor afeta os batimentos cardíacos, a respiração, a deglutição, a visão e o equilíbrio.

Hospital Bom Pastor inaugura novo Acelerador Linear que reduz tempo de tratamento para pacientes com câncer em Varginha

Hospital Bom Pastor inaugura novo Acelerador Linear que reduz tempo de tratamento para pacientes com câncer em Varginha — Foto: Prefeitura de Varginha
Hospital Bom Pastor inaugura novo Acelerador Linear que reduz tempo de tratamento para pacientes com câncer em Varginha — Foto: Prefeitura de Varginha

Foi inaugurado na última segunda-feira (19) no Hospital Bom Pastor, em Varginha (MG), o novo Acelerador Linear para tratamento avançado em radioterapia para pacientes com câncer, que promete reduzir pela metade o tempo de espera.

Hoje, existem apenas 16 aceleradores lineares como este no país, instalados em capitais e grandes centros urbanos. Esse será o primeiro equipamento do tipo em operação em Minas Gerais.

O investimento do equipamento é de R$ 10 milhões. Ele foi comprado com parte de recursos do município e a oura metade viabilizado via emenda parlamentar do deputado federal Diego Andrade (PSD).

O equipamento estará disponível para atender pacientes oncológicos de 52 municípios, com uma população de aproximadamente 900 mil habitantes.

“Irá beneficiar nossos 52 municípios atendidos aqui no Hospital Bom Pastor, o que dá mais ou menos em torno de 900 mil pessoas que passam em atendimento pela oncologia do nosso hospital. O equipamento vem realmente para otimizar o atendimento, melhorar a qualidade de atendimento e diminuir cada vez mais a fila das pessoas que sofrem com essa patologia tão grave que é o câncer”, disse o secretário de Saúde de Varginha, Adrian Nogueira.

Hospital Bom Pastor inaugura novo Acelerador Linear que reduz tempo de tratamento para pacientes com câncer em Varginha — Foto: Prefeitura de Varginha
Hospital Bom Pastor inaugura novo Acelerador Linear que reduz tempo de tratamento para pacientes com câncer em Varginha — Foto: Prefeitura de Varginha

O prefeito de Varginha, Vérdi Lúcio Melo (Avante), comemorou a aquisição do novo equipamento.

“É um equipamento que há muito tempo nos reivindicamos. Para ser ter uma ideia, o aparelho antigo a gente fazia a radioterapia para os pacientes da cidade à noite, para dar oportunidade para os de fora fazer durante o dia, era um sofrimento danado, uma morosidade muito grande, quando dava defeito naquele equipamento ficava 10, 15 dias parado e interrompia o tratamento”, disse o prefeito.

Com o equipamento, a capacidade de atendimento passa de 100 para 150 pacientes por dia.

“Nós vamos conseguir atender o paciente de uma forma mais confortável, menos invasiva e com uma dosagem menor em menor tempo. O paciente que ficava aqui tratando 39 dias, a gente vai conseguir reduzir para 20 dias em alguns casos e nos casos mais excepcionais até para sete dias. Hoje a gente atende uma região com 52 municípios, são aproximadamente 100 pacientes atendidos por dia, porém a gente estende esse horário até a madrugada. Com esse novo equipamento, nós vamos conseguir aproximadamente 150 pacientes por dia em horário comercial, até as 18 horas”, completou o coordenador da oncologia, Leandro Sarto.

Rei Charles III não acredita em quimio e prefere tratar câncer com “poções”

Rei Charles III não acredita em quimio e prefere tratar câncer com “poções” – Foto: reprodução

O Rei Charles III não acredita em quimioterapia e quer tratar seu câncer com “poções”. A alegação parte de Tom Bower, comentarista político inglês especializado na Família Real Britânica, em entrevista ao site GB News. Ele disse que o monarca é grande entusiasta de “medicinas alternativas”.

O diagnóstico de Charles III foi revelado ao mundo na última segunda-feira, dia 4 de janeiro. O Palácio de Buckingham não expôs, no entanto, qual forma de câncer foi diagnosticada.

“O Rei é grande fã e defensor de medicinas alternativas”, disse Bower. “Ele não tem planos para quimioterapia e sempre argumentou contra [o tratamento quimioterápico]”.

“Ele tem grande devoção por ervas medicinais e poções e outras coisas do tipo”, relatou Bower. “Ele está sendo aconselhado por Michael Dickson, diretor do instituto de medicina alternativa do rei. Ele já foi desacreditado por muitos, mas o rei é fiel a ele. Ele não acredita [em quimioterapia], o que acho um risco”.

Os assessores da Família Real Britânica não se pronunciaram sobre o relato de Bower. Ontem, dia 7 de fevereiro, Charles III fez seu primeiro pronunciamento público em seguida ao seu diagnóstico. Sem entrar no mérito de sua doença, ele parabenizou Granada, no Caribe, pelos 50 anos de sua independência.

Charles foi visitado recentemente por seu caçula, Príncipe Harry. O marido da atriz e Duquesa Meghan Markle fez uma viagem rápida ao Reino Unido para confortar o pai em seguida ao seu diagnóstico.

Harry ocupa atualmente a quinta posição na linha sucessória ao trono britânico. A primeira posição é do Príncipe William. Entre os dois irmãos estão os três filhos do primogênito de Charles III: Príncipe George (10 anos), Princesa Charlotte (8 anos) e Príncipe Louis (5 anos).

Farmacêutica anuncia investimentos milionário para acelerar vacinas contra câncer

Farmacêutica anuncia investimentos milionário para acelerar vacinas contra câncer´- Foto: divulgação

A farmacêutica Moderna anunciou, na última segunda-feira (11), um acordo com a criadora de terapias anti-câncer Immatics para acelerar o desenvolvimento de vacinas contra o câncer. A empresa fará um investimento imediato de 120 milhões de dólares na Immatics para potencializar as pesquisas neste campo.

As empresas trabalharão juntas combinando duas técnicas avançadas que cada uma delas domina. A primeira é a tecnologia da vacina mRNA – que foi usada pela Moderna para lançar seu imunizante contra a Covid – e a segunda é a imunoterapia, tratamento que vem se destacando no combate ao câncer.

A imunoterapia trabalha com o melhoramento em laboratório das células de defesa do próprio paciente para que elas se tornem capazes de reconhecer e aniquilar células cancerígenas. A técnica é semelhante ao CAR-T, que está sendo testada experimentalmente e também é considerada uma aposta no combate à doença.

Além do desenvolvimento de vacinas contra o câncer, a Moderna e a Immatics vão atuar em conjunto para elaborar terapias que melhorem os remédios imunoterápicos.

Homem que perdeu os três filhos para o câncer morre no Dia dos Pais

Morreu no último domingo (13), Dia dos Pais, o homem que perdeu os três filhos por causa do câncer. Régis Feitosa Mota foi diagnosticado três vezes com a doença, entre 2016 e 2023, no entanto a família ainda não informou a causa oficial da morte. A família residia no Ceará.

Portador da rara síndrome hereditária Li-Fraumeni (LFS), Régis tinha três filhos que morreram em decorrência de câncer em um intervalo de quatro anos. A síndrome aumenta as chances em 90% do portador desenvolver câncer até os 70 anos de idade.

Em 2018, a filha caçula, Beatriz, 10, foi diagnosticada com leucemia linfóide aguda, passou por um transplante, mas a doença retornou meses depois. Pedro, 22, morreu em 2020 devido a um tumor no cérebro. A última perda do empresário foi Anna Carolina, 25, que morreu em 2022.

Régis havia publicado, nas redes sociais, um vídeo no qual relatava a realização de exames e a espera por um transplante de medula óssea, que foi adiado devido a falta dos testes que realizou.

“Nosso guerreiro foi ao encontro dos filhos exatamente no dia dos pais. Que Deus o tenha, meu irmão! Te amamos muito!”, escreveu Rogério Feitosa Mota, irmão do corretor de imóveis, em uma rede social.

Pastor leva jovem para motel com bebê no colo, prometendo ‘cura espiritual’ em MG

Pastor leva jovem para motel com bebê no colo, prometendo ‘cura espiritual’ em MG – Foto: reprodução

O pastor de 45 anos preso após levar mulher de 23 a motel mentiu para a vítima afirmando que ia curá-la de suposto câncer usando óleo e sabonete. O homem disse que uma oração “revelou” que a vítima estava com câncer e que ele poderia fazer uma “cura espiritual”.

Segundo a polícia, o pastor levou a membra de congregação ao motel no bairro Santa Rita nessa segunda-feira (10) em Governador Valadares prometendo cura e foi preso. A mulher conseguiu fugir.

O líder religioso segundo a polícia disse que dentro do quarto explicou a jovem como seria o procedimento: passaria um óleo ungido na cabeça dela, depois ela tomaria um banho com um sabonete consagrado.

Antes de começar “a cura espiritual” o pastor contou que resolveu tomar um banho para se limpar e que ao sair do banheiro, não encontrou a jovem mais no quarto.

Ainda segundo a PM, a jovem que estava com um bebê ficou assustada e aproveitou o momento em que o pastor entrou no banheiro para fugir do motel. A mulher pediu ao marido para buscá-la, em seguida o casal procurou a polícia e contou a situação.

Trocou monte por motel

O pastor contou que marcou com a jovem para subir um monte para iniciar o procedimento, mas como a vítima estava com um bebê, ele achou melhor ir para um local mais fresco, para o conforto da criança seguindo para o motel. O líder religioso afirmou para a polícia que achou que o local era um hotel comum.

De acordo com a Polícia Militar, a vítima disse que o homem marcou o procedimento e a buscou no Vila Bretas e os dois foram em direção ao bairro Santa Rita, mas a jovem afirmou que não sabia o destino. Ainda contou que os dois entraram com o carro no local desconhecido onde o pastor estacionou e eles foram para um quarto, momento que ela percebeu que se tratava de um motel.

Pastor e vítima se conheceram em uma rede social

Durante depoimento o pastor contou que há aproximadamente 30 dias a jovem o procurou em uma rede social pedindo cesta básica, já que ele tem costume de fazer doações e depois do primeiro contato, a vítima passou a frequentar a igreja onde ele é pastor.

Mas a mulher explicou para a polícia que é membra da igreja há pouco tempo e lá conheceu o pastor da congregação. Em um dia de oração, o homem disse que teve uma visão que a vítima estava com um câncer e que ele poderia curá-la.

Prisão por violação sexual mediante fraude

Segundo a PM, depois dos esclarecimentos, o pastor foi autuado e encaminhado para a delegacia. Em seguida ele foi levado para o presídio de Governador Valadares.

Pacientes com câncer que perderam cordas vocais voltam a falar com ajuda de ‘laringe eletrônica’ em MG

Pacientes recebem laringe eletrônica no Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), em BH. — Foto: Janaína de Oliveira/ACS da Fhemig

Pessoas que perderam a laringe e as cordas vocais na luta contra o câncer de cabeça e pescoço podem voltar a falar com a ajuda de um pequeno aparelho: a laringe eletrônica.

O equipamento foi entregue, pela primeira vez no Sistema Único de Saúde (Sus) de Minas Gerais, a oito pacientes do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), em Belo Horizonte, na última terça-feira (11).

Pessoas que perderam a laringe e as cordas vocais na luta contra o câncer podem voltar a falar com a ajuda da laringe eletrônica.  — Foto: Jean de Jesus/ACS da Fhemig
Pessoas que perderam a laringe e as cordas vocais na luta contra o câncer podem voltar a falar com a ajuda da laringe eletrônica. — Foto: Jean de Jesus/ACS da Fhemig

A laringectomia total é o procedimento cirúrgico adotado nos estágios avançados da doença e consiste na extração da laringe e das pregas vocais, o que faz com que a pessoa perca a capacidade de falar.

A recuperação da linguagem, então, só é possível por meio da laringe eletrônica. O aparelho portátil, com baterias recarregáveis, emite ondas sonoras contínuas ao encostar no pescoço e, a partir do movimento dos músculos, reproduz a voz eletronicamente.

“A laringe eletrônica permite a comunicação desses pacientes. O retorno da voz, ainda que seja eletrônica, é uma reintegração social, reintegração de vida mesmo. Cada aparelho custa cerca de R$ 2,2 mil. É um investimento relativamente pequeno aos olhos do Sus”, afirma Cláudia Fernanda Andrade, diretora assistencial do Complexo Hospitalar de Especialidades da Fhemig.

Pessoas que perderam a laringe e as cordas vocais na luta contra o câncer podem voltar a falar com a ajuda de um pequeno aparelho: a laringe eletrônica.  — Foto: Jean de Jesus/ACS da Fhemig
Pessoas que perderam a laringe e as cordas vocais na luta contra o câncer podem voltar a falar com a ajuda de um pequeno aparelho: a laringe eletrônica. — Foto: Jean de Jesus/ACS da Fhemig

O HAC é da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) e referência em oncologia. No primeiro semestre de 2023, foram feitos mais de mil atendimentos oncológicos, sendo 250 de câncer de laringe.

Prevenção

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que a cada ano são registrados cerca de 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Somente para este ano estão previstos quase oito mil novos casos de câncer de laringe no país.

O tabaco e o álcool estão entre as principais causas da doença. Quem fuma aumenta em dez vezes as chances de desenvolver a enfermidade e, quando também há ingestão de bebidas alcoólicas, a possibilidade de incidência sobe 43 vezes.

Pai recebe terceiro diagnóstico de câncer, após perder 3 filhos para a doença

Régis Feitosa Mota, 53 anos, foi diagnosticado com câncer perdeu os três filhos para a doença em um intervalo de apenas quatro anos. Sem acreditar que era uma coincidência, o economista foi atrás de respostas e descobriu que os diagnósticos estavam associados a uma síndrome rara hereditária pouco conhecida no Brasil. 

Régis é portador de uma síndrome rara hereditária chamada Li-Fraumeni (LFS). A doença é causada por uma mutação genética que aumenta a probabilidade em até 90% nas chances dos portadores desenvolverem câncer até os 70 anos.

O economista que faz tratamento com para leucemia linfóide crônica e para um linfoma não Hodgkin, um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático. Recentemente, compartilhou em suas redes sociais que recebeu um novo diagnóstico para a doença: um mieloma múltiplo.

“Descobrimos aí mais uma doença. Já tratamos leucemia, linfoma, não Hodgkin, que estão estabilizados, mas a gente vem tratando, não estão curados. Dessa vez descobrimos um mieloma múltiplo, que atinge inclusive os ossos”, disse Régis Feitosa em um vídeo publicado na rede social.

Perda dos filhos

O drama familiar começou em 2009, quando a filha mais velha, Ana Carolina, foi diagnosticada leucemia linfoide aguda, o câncer mais comum na infância, que tem início na medula óssea. Em 2021, Ana descobriu um tumor no cérebro e morreu em novembro de 2022. 

Antes, o filho do economista, Pedro, apresentou cinco episódios de câncer e morreu em 2020 com um tumor no cérebro.

Já em 2017, a filha caçula, Beatriz, à época com 10 anos, foi diagnosticada com leucemia linfóide aguda e morreu um ano depois.

Receber notificações de Jornal Folha Regional Sim Não