Jornal Folha Regional

Vereador de Três Corações investigado por abuso sexual contra a filha pode ser cassado

Vereador de Três Corações investigado por abuso sexual contra a filha pode ser cassado - Foto: redes sociais
Vereador de Três Corações investigado por abuso sexual contra a filha pode ser cassado – Foto: redes sociais

A Câmara Municipal de Três Corações (MG) realiza, nesta quarta-feira (4), às 14h, sessão Extraordinária que pode definir o futuro político do vereador Evandro Guimarães (PL). O parlamentar é alvo de uma Comissão Processante aberta após denúncia de possível quebra de decoro parlamentar relacionada a um inquérito policial por suspeita de violência sexual contra a filha de 14 anos.

A votação ocorrerá no plenário, com acesso restrito a pessoas que apresentarem documento oficial com foto, conforme comunicado divulgado pela Casa Legislativa. A ação foi pedida pelo presidente da Casa, Dj Wesley (Podemos), e busca garantir a segurança dos presentes e a ordem dos trabalhos, em uma sessão que deve atrair forte mobilização.

Comissão Processante

A comissão responsável pela apuração foi composta pelos vereadores Werbinho (PL) como presidente, Leo Vilela (PP) como relator e Ricardinho do Gás (Avante) como membro. Durante mais de dois meses, o grupo ouviu testemunhas indicadas pela acusação e pela defesa, além de solicitar documentos a órgãos públicos. O relatório final foi concluído e deve ser disponibilizado aos demais parlamentares antes da votação.

Evandro foi convocado duas vezes para prestar depoimento, mas não compareceu. Na primeira ocasião, apresentou atestado odontológico; na segunda, alegou troca de advogado. A defesa também tentou suspender o processo na Justiça, mas os pedidos foram negados.

Votação

Durante a sessão, o vereador e seu advogado terão direito à defesa oral. Em seguida, os demais 13 parlamentares votarão o parecer da comissão. Para que o mandato de Evandro Guimarães seja cassado, é necessário o voto de ao menos nove vereadores. Por estar diretamente envolvido, ele não poderá votar. Sua suplente, Cristian Timbó, será convocada para participar da deliberação e poderá assumir a cadeira de forma definitiva, caso a cassação seja aprovada.

Mesmo que tenha o mandato cassado, Guimarães poderá recorrer à Justiça.

O que diz Evandro

Pelas redes sociais, o vereador publicou um vídeo alegando ser alvo de perseguição política. Segundo ele, o processo foi construído com base em um documento sigiloso “rasurado” e vazado ilegalmente, o que, para ele, configura um crime. “Mesmo com tempo de sobra, a Comissão Processante, em claro atropelo ao devido processo legal e, sobretudo, ao contraditório e ampla defesa, encerrou seus trabalhos desprezando o meu depoimento”, afirma.

Evandro também aponta supostos conflitos de interesse. Segundo ele, o advogado da comissão recebeu R$ 30 mil de fundo eleitoral para atuar na campanha do PT em Três Corações em 2024. “Infelizmente, a esquerda se uniu e está usando a instituição da comissão processante e a nossa casa de leis para me atacar, para me perseguir politicamente.”

Ao final do vídeo, o parlamentar reafirma sua inocência e conclama seus eleitores. “O seu voto, você já pensou nisso? Amanhã, 1.214 votos tricordianos podem ser jogados no lixo. (…) Reafirmo categoricamente: sou inocente. E não há justificativa real para cassar o meu mandato.”

Entenda

Em março deste ano, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o vereador por suspeita de violência sexual contra a própria filha, de 14 anos. Segundo o boletim de ocorrência registrado pela mãe da adolescente, o caso teria ocorrido no dia 1º de março,  durante o Carnaval, em Bom Sucesso (MG).

A denúncia aponta que o vereador teria tocado as partes íntimas da menina. A Polícia solicitou medida protetiva e segue apurando o caso. O inquérito motivou a abertura de uma Comissão Processante na Câmara Municipal.

Sessão de cassação de vereador em Alfenas dura 10 horas e tem defesa feita diretamente da penitenciária

Pedro Alencar Azevedo (Pedrinho MinasAcontece) deu seu depoimento ao vivo em sessão que cassou o eu mandato de vereador em Alfenas — Foto: reprodução/redes sociais
Pedro Alencar Azevedo (Pedrinho MinasAcontece) deu seu depoimento ao vivo em sessão que cassou o eu mandato de vereador em Alfenas — Foto: reprodução/redes sociais

A sessão de cassação do, agora, ex-vereador Pedro Alencar Azevedo, o Pedrinho MinasAcontece (União Brasil), durou 10h30 e teve a sua participação diretamente da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia, onde está preso desde 21 de fevereiro. Ele responde a um processo por lesão corporal qualificada, ameaça e injúria, além de posse irregular de munições e porte ilegal de arma de fogo.

A sessão começou às 17h para votar a quebra de decoro parlamentar. Foi exibido vídeos de todas as testemunhas ouvidas pela Comissão Processante (CP).

A principal testemunha foi a ex-namorada de Pedrinho que relatou agressões sofridas na noite de 18 de fevereiro e na madrugada do dia 19 e ela expôs aspectos da sua relação com o ex-vereador.

Também foi passado um vídeo do depoimento do próprio Pedrinho. Em seguida, foram lidas as considerações da defesa, o relatório da CP e, por fim, Pedrinho entrou ao vivo por videoconferência para fazer suas declarações e expor sua defesa por cerca de 2 horas.

Ele negou as acusações e disse que foram feitas sem provas, que a arma era uma herança de família e que seus atos não eram motivo de cassação de mandato.

Após os trâmites, iniciou-se a votação e Pedrinho foi cassado por unanimidade com o voto de todos os dez vereadores presentes. Não votaram apenas o presidente Matheus Paccini (PDT) – que somente votaria para atingimento do quórum de maioria absoluta de 7 votos – e o vereador Márcio Fernando Costa que não esteve presente à sessão, alegando que tinha interesse direto na matéria por ser o suplente do vereador cassado.

“Tudo foi feito dentro da legalidade. Desde o primeiro momento que a gente soube da prisão e dos fatos, essa casa se colocou à disposição de ir atrás dos fatos, notificar os órgãos competentes e também de fazer todos os ritos legais. É algo que é praticamente inédito na nossa cidade”, afirmou o presidente da Câmara Matheus Paccini (PDT).

Com a perda do mandato de Pedro Alencar, Márcio Fernando Costa, conhecido como Márcio Dunga (União), que já estava no cargo de suplente, permanece como vereador.

Agressão e prisão

Sessão de cassação de vereador em Alfenas dura 10 horas e tem defesa feita diretamente da penitenciária - Foto: reprodução/redes sociais
Sessão de cassação de vereador em Alfenas dura 10 horas e tem defesa feita diretamente da penitenciária – Foto: reprodução/redes sociais

Na época da denúncia de agressão, a ex-namorada de Pedrinho, uma mulher de 22 anos, não quis gravar entrevista, mas disse à equipe de reportagem que mantinha um relacionamento com o vereador há sete meses e há três moravam juntos.

Ainda segundo a mulher, em 25 de janeiro, ela teria sido agredida e ameaçada e disse que procuraria a polícia. Na noite de 18 de fevereiro, em nova briga, a mulher novamente disse que procuraria a polícia.

A namorada disse tentou gravar as agressões, mas ele a teria agredido com chutes. O vereador também teria jogado todas as roupas e objetos da jovem pela janela do sobrado onde moravam.

As agressões foram confirmadas por exames médicos posteriormente. Durante buscas na residência do suspeito, a Polícia Militar encontrou munições e entorpecentes.

O advogado da vítima informou que solicitou medida protetiva para sua cliente a fim de resguardar sua integridade física.

Em 27 de fevereiro, a Polícia Civil concluiu o inquérito policial e indiciou o vereador de Alfenas por lesão corporal qualificada, ameaça e injúria, além de posse irregular de munições e porte ilegal de arma de fogo. Ele foi preso em flagrante em 19 de fevereiro.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Pedro Alencar Azevedo permanece preso na Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia, onde deu entrada em 21 de fevereiro.

A defesa de Pedrinho apresentou pelo menos dois pedidos de habeas corpus para que ele respondesse ao processo em liberdade. A defesa alegou que ele é um homem trabalhador, de boa índole e não oferece qualquer risco à aplicação da Lei penal. Em ambos os casos, os pedidos foram negados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em 25 de abril, os advogados da defesa requereram o relaxamento da prisão, sob alegação de excesso de prazo no término da instrução processual.

O pedido foi indeferido pela juíza da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Alfenas, em 30 de abril, pois o processo segue regularmente e não permaneceu paralisado indevidamente em nenhum momento.

O último andamento do processo foi em 16 de maio, com a juntada das alegações finais do Ministério Público sobre o caso.

O TJMG salientou que o processo tramita em Segredo de Justiça e não tem autorização para repassar informações detalhadas sobre o caso para preservar as partes incluídas como vítimas, bem como as indiciadas em procedimentos investigatórios.

Via: G1

Câmara de Alfenas vota cassação do vereador Pedrinho nesta quarta-feira

Câmara de Alfenas vota cassação do vereador Pedrinho nesta quarta-feira - Foto: redes sociais
Câmara de Alfenas vota cassação do vereador Pedrinho nesta quarta-feira – Foto: redes sociais

A Câmara Municipal de Alfenas (MG) vota nesta quarta-feira (21) a cassação do vereador Pedro Alencar Azevedo (União) por quebra de decoro parlamentar.

O vereador, conhecido como Pedrinho Minas Acontece, foi indiciado e deverá responder criminalmente por por lesão corporal qualificada, ameaça e injúria, além de posse irregular de munições e porte ilegal de arma de fogo, após agredir a namorada de 22 anos. Ele está preso desde 19 de fevereiro.

O relatório final da Comissão Processante foi entregue em 14 de maio e o presidente da Câmara Matheus Paccini (PDT) convocou uma reunião extraordinária para a votação pela cassação ou não de Pedrinho. O teor do relatório não foi divulgado pela Câmara e deverá ser lido apenas na reunião.

A reunião deverá ser iniciada às 17h, será aberta ao público e transmitida pelo canal da Câmara no Youtube.

Namorada relatou agressões

A vítima, uma mulher de 22 anos, não quis gravar entrevista, mas disse à reportagem que mantinha um relacionamento com o vereador há sete meses e há três moravam juntos.

Ainda segundo a mulher, em 25 de janeiro, ela teria sido agredida e ameaçada e disse que procuraria a polícia. Na noite de 18 de fevereiro, em nova briga, a mulher novamente disse que procuraria a polícia.

A namorada disse que tentou gravar as agressões, mas ele a teria agredido com chutes. O vereador também teria jogado todas as roupas e objetos da jovem pela janela do sobrado onde moravam.

O advogado da vítima informou que solicitou medida protetiva para sua cliente a fim de resguardar sua integridade física.

Inquérito

Em 27 de fevereiro, a Polícia Civil concluiu o inquérito policial e indiciou o vereador de Alfenas por lesão corporal qualificada, ameaça e injúria, além de posse irregular de munições e porte ilegal de arma de fogo.

As agressões foram confirmadas por exames médicos posteriormente. Durante buscas na residência do suspeito, a Polícia Militar encontrou munições e entorpecentes.

Durante a ação policial, o suspeito teria descartado um objeto no lote vizinho. Pela manhã, os policiais civis retornaram ao local e localizaram uma arma de fogo municiada, reforçando os indícios dos crimes investigados.

Vereador permanece preso

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Pedro Alencar Azevedo permanece preso na Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia, onde deu entrada em 21 de fevereiro.

A defesa de Pedrinho apresentou pelo menos dois pedidos de habeas corpus para que ele respondesse ao processo em liberdade. A defesa alegou que ele é um homem trabalhador, de boa índole e não oferece qualquer risco à aplicação da Lei penal. Em ambos os casos, os pedidos foram negados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em 25 de abril, os advogados da defesa requereram o relaxamento da prisão, sob alegação de excesso de prazo no término da instrução processual.

O pedido foi indeferido pela juíza da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Alfenas, em 30 de abril, pois o processo segue regularmente e não permaneceu paralisado indevidamente em nenhum momento.

O último andamento do processo foi em 16 de maio, com a juntada das alegações finais do Ministério Público sobre o caso.

O TJMG salientou que o processo tramita em Segredo de Justiça e não tem autorização para repassar informações detalhadas sobre o caso para preservar as partes incluídas como vítimas, bem como as indiciadas em procedimentos investigatórios.

Via: G1

Prefeito do Sul de Minas tem mandato cassado pela Câmara de Vereadores

Prefeito do Sul de Minas tem mandato cassado pela Câmara de Vereadores - Foto: reprodução
Prefeito do Sul de Minas tem mandato cassado pela Câmara de Vereadores – Foto: reprodução

Há pouco menos de um mês para o fim do mandato, o prefeito de São Gonçalo do Sapucaí (MG), Brian Mendes Drago (Avante) teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores.

A votação aconteceu na noite desta quarta-feira (11). Dentre os 11 vereadores, nove votaram a favor da cassação, um não compareceu e um votou contra.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi criada para investigar uma suposta ilegalidade na contratação de máquinas para a obra na Praça Eugênio Horta.

“Apurou-se inicialmente que foi realizada a contratação de uma empresa de carvoaria para realizar algumas obras na cidade, dentre elas a Praça Eugênio Horta. E ocorre que na Praça Eugênio Horta, segundo as testemunhas, foi constatado que não foi realizado essa obra com nenhuma máquina alugada somente pela máquina da prefeitura. Ou seja, a nota que havia sido apresentada era uma nota fria, sendo o pagamento feito de maneira irregular”, explicou o assessor jurídico da Câmara de Vereadores, Luiz Francisco Paiva.

Brian Mendes Drago (Avante) assumiu a prefeitura em 2021. O processo de cassação do prefeito teve dois momentos: primeiro uma CPI e depois uma Comissão Processante.

“Primeiro uma CPI investigou a irregularidade que tivemos na Praça Eugenio Horta. Começou mais ou menos ali por volta de abril, tendo o seu relatório final sendo votado no comecinho de outubro, com o relatório final sendo apresentado, votado por todos os vereadores em maioria absoluta, inclusive por unanimidade. Foi constatada algumas irregularidades que vieram depois a ser objeto de uma denúncia de um eleitor e deu início a uma Comissão Processante. Passado todo o processo, nós tivemos ontem a votação na sessão de julgamento”, explicou.

Segundo o assessor jurídico da câmara, o relatório final foi encaminhado para o Ministério Público, que irá apurar a denúncia contra Brian.

“O relatório de imediato da CPI já foi encaminhado para o Ministério Público para apuração. A CPI apura, indica que houve um problema e encaminha para o Ministério Público. Agora, a Comissão Processante, que apurou as infrações político administrativas advindas do relatório, foi feito a cassação do prefeito, imediatamente deu se posse ao vice-prefeito. Senhor Sandro e hoje ele já assumiu o termo de posse. A partir daqui, vai assumir a prefeitura até o dia 31 de dezembro”.

Com a cassação do mandato, quem assume a prefeitura é o atual vice-prefeito, Sandro Marcelo Santos (PSBD). Em janeiro de 2025, o prefeito eleito Elói Radim (União Brasil) tomará posse do cargo na Prefeitura de São Gonçalo do Sapucaí.

O que diz Brian Drago

Em nota, Brian Drago disse que, o que aconteceu foi uma perseguição política, pois dois dias antes das eleições municipais ele fez um vídeo relatando o descompromisso da maioria dos vereadores com os projetos de interesse da população.

Segundo Brian, esse vídeo teve mais de 22 mil visualizações e provocou uma renovação na câmara municipal inédita no município, de 11 vereadores apenas 3 foram reeleitos.

Na nota, Brian diz que o presidente da Câmara não foi reeleito e liderou essa comissão processante como vingança pelo ocorrido. Ele completa a nota dizendo que já entrou na Justiça com uma ação anulatória aos efeitos da cassação, uma vez que o julgamento foi político e não técnico.

Via: G1

Deputada Silvia Waiãpi tem mandato cassado por gastar verba eleitoral com harmonização facial

Deputada Silvia Waiãpi tem mandato cassado por gastar verba eleitoral com harmonização facial – Foto: redes sociais

O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) cassou, por unanimidade, o mandato da deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) por utilização de verba pública de campanha eleitoral para procedimento de harmonização facial durante as eleições de 2022, quando ela foi eleita para uma vaga na Câmara dos Deputados.

Cabe recurso da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nos autos, a deputada negou irregularidades e afirmou que suas contas de campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.

De acordo com a ação, Silvia teria determinado que uma assessora de campanha repassasse R$ 9 mil para um cirurgião-dentista depois de receber verba oriunda do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).

Foram realizados, segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), dois repasses no dia 29 de agosto daquele ano. O primeiro, no valor de R$ 2 mil, e o segundo, na quantia de R$ 7 mil.

O caso foi levado ao conhecimento do MP pela própria assessora. Durante sessão da última quarta-feira (19), do TRE-AP, os desembargadores acompanharam trecho do depoimento prestado pelo cirurgião-dentista, que confirmou ter recebido pagamento pelo procedimento estético da então assessora eleitoral da parlamentar.

Durante o julgamento, o MPE apresentou recibos do procedimento estético feito pela deputada.

Em nota, a assessoria da deputada disse que “soube pela imprensa que seu mandato havia sido ‘cassado’”.

“Porém, as contas já haviam sido julgadas e as mesmas aprovadas pelo mesmo tribunal. É estranho que a deputada Silvia Waiãpi não tenha sido intimada tampouco seus respectivos advogados”, disse a equipe. “Agora cumpre aos advogados tomarem ciência do que de fato foi julgado e tomar as medidas cabíveis”.

Câmara Municipal de Guapé acata pedido de cassação do prefeito Nelson Lara e cria comissão processante

Câmara Municipal de Guapé acata pedido de cassação do prefeito Nelson Lara e cria comissão processante - Foto: reprodução
Câmara Municipal de Guapé acata pedido de cassação do prefeito Nelson Lara e cria comissão processante – Foto: reprodução

A Câmara Municipal de Guapé (MG) acatou o pedido de cassação do prefeito Nelson Lara (PT) e criou uma comissão processante. A denúncia foi enviada no dia 15 de fevereiro de 2024, por Thiago Sávio Câmara, com a assistência do advogado Mariel Marra.

O documento pede que seja decretado o impedimento do prefeito mediante a perda de seu cargo, e a inabilitação para exercer função pública pelo prazo de oito anos, contados do término do mandato.

O denunciado, atual ocupante do cargo de prefeito, é acusado de ter cometido uma infração político-administrativa grave, passível de apuração e punição pela Câmara Municipal.

Desde 2021, Thiago Câmara tem apresentado uma série de denúncias ao Promotor de Justiça, Fernando Muniz Silva.

As acusações apontam para uma rede complexa de corrupção, incluindo suspeitas de favorecimento em contratações públicas, aquisições de imóveis por meios ilícitos e trocas de favores envolvendo figuras políticas e seus familiares.

Além disso, as denúncias sugerem possíveis operações ilegais relacionadas à Santa Casa de Misericórdia de Guapé e à Associação dos Agricultores Familiares de Guapé, indicando um esquema mais abrangente.

Especificamente, o documento destaca que o prefeito Nelson Lara nomeou três homens, com quem tinha um relacionamento amoroso, como assessores, embora nenhum deles tenha desempenhado efetivamente suas funções públicas. De acordo com o documento, os gastos foram mantidos com dinheiro público.

Um dos ‘funcionários’ foi nomeado para o cargo de superintendente do programa “Mais Genética”, e recebia um salário de R$ 2.700,00. O outro, foi contratado para o cargo de assessor especial de governo, com salário de R$ 3.400,00, e o terceiro foi nomeado para o cargo de assessor de comunicação social, com salário de R$ 4.500,00.

Além disso, a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) revela que, além dos salários, esses contratados também recebiam diárias sem realizar as viagens correspondentes, o que sugere a utilização indevida de recursos públicos para benefício pessoal, em detrimento das responsabilidades oficiais dos cargos nomeados.

A denúncia aponta também o uso indevido de bens públicos, especificamente os automóveis da frota municipal, incluindo o veículo vinculado ao gabinete do prefeito, marca Jeep, modelo Commander.

Um diálogo anexado ao documento, demonstra que o veículo oficial também é destinado ao uso particular de Nelson. Na ocasião, o prefeito utilizou o veículo na tarde de um sábado, dia 21 de outubro de 2023, exclusivamente para lazer, ocasião em que se compromete em levar os contratados a uma cachoeira.

O prefeito Nelson Alves Lara, foi preso durante uma operação do Gaeco no dia 7 de março. A ação tem objetivo de combater um esquema de corrupção na cidade sul-mineira.

Segundo o Ministério Público, foram expedidos 38 mandados judiciais, sendo seis de prisão preventiva, seis de afastamento dos cargos e 26 de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em Guapé e no Rio de Janeiro (RJ).

De acordo com o MP, os mandados de prisão foram expedidos contra o prefeito de Guapé, o procurador-geral do município, o diretor-geral do Saae, o gestor de obras e dois empresários.

Os suspeitos são investigados por pelos crimes de corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e entrega de veículo automotor a pessoa não habilitada. O MP informou que já foi oferecida denúncia contra seis pessoas pela prática de oito crimes.

Comissão processante

A audiência com a Comissão Processante – Oitiva de Nelson Lara, aconteceu na última quinta-feira (2), onde participaram a relatora, vereadora Jacenir Souza Miranda, o presidente, Leilamilton Teixeira e o membro, vereador Éverton Gonçalves de Oliveira, que por motivo desconhecido, não participou. Esteve presente o advogado que acompanha o processo, Dr. Edmar Brandão Luciano.

Ao ser questionado sobre a veracidade das denúncias, o prefeito negou todas as acusações. Referente à denúncia de contratação dos três cargos de confiança, Nelson disse que é inverídica.

‘’Todas as nomeações são de livre e espontâneas vontade do prefeito. Todas as nomeações são feitas para ocupar um cargo. Todas as nomeações foram legais. Prestavam horário de serviço normal, então quer dizer, eu não vejo nada errado nisso. Agora essa questão de beneficiar amante, para falar a verdade, a verdade vai chegar, eu sou inocente, isso aí é uma injustiça grande. Levantar uma calúnia dessa, quem me conhece sabe, mais de quinze anos governando Guapé. Eu como prefeito, respeitos todos os seres humanos, independente de raça, cor, sexo, eu sou um prefeito do povo. Eu acho que a Câmara deveria abrir uma CPI para averiguar essas denúncias, para ver a verdade’’.

O acusado disse também que o seu relacionamento com os contratados citados no documento, é igual a todos os cargos de confiança nomeados e que não tem possui um relacionamento ‘diferenciado’.

O prefeito também negou que usava veículos da prefeitura para benefício próprio.

‘’O carro do prefeito fica com o prefeito vinte quatro horas por dia. Isso já é um costume de todos os prefeitos. A questão de usar o carro para aquilo particular meu eu nunca usei. O carro fica com o prefeito, mas nunca usei para fins particulares meu’’.

Nelson diz que não tem ciência sobre recebimento de diárias sem realização de viagens por parte dos contratados

‘’Todos que receberam diárias, fizeram o que fizeram. Essa questão aí, tem uma controladoria, tem um controle interno. No meu conhecimento, nenhum assessor meu pegou a diária e não viajou’’.

O gestor finalizou dizendo que é inocente, mas tem dificuldades para provar por estar preso.

‘’Eu como prefeito, estou no quarto mandato, sempre dediquei a minha vida para o povo, para o povo mais simples, mais humilde, aqueles que não tiveram oportunidades. Eu sou um cara que gosta de dar oportunidades. Eu vejo assim, por mais que o Ministério Público tenha o seu poder de fazer o que ele está fazendo, isso daí é uma injúria muito grande, porque?! Estou aqui preso, além de mim, mais cinco, sem ter condições de nos defender. Todas as denúncias eu provo que não tem nada de ilegal’’.

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