Jornal Folha Regional

Escolas estaduais de Minas transformam ambiente escolar após proibição de celulares

Escolas estaduais de Minas transformam ambiente escolar após proibição de celulares - Foto: divulgação
Escolas estaduais de Minas transformam ambiente escolar após proibição de celulares – Foto: divulgação

Menos telas, mais interação. A proibição do uso de celulares nas escolas mineiras vem transformando o ambiente escolar, incentivando a socialização entre os estudantes e melhorando o aprendizado.

Com a sanção da Lei Federal nº 15.100/2025, que restringe o uso de dispositivos eletrônicos na educação básica, as instituições públicas e privadas do estado passaram a adotar novas estratégias para estimular o engajamento dos estudantes em sala de aula e nos momentos de convivência.

Com a nova lei, o debate sobre os impactos dessa restrição ganhou força. Desde o início do ano letivo de 2025, em fevereiro, as escolas da rede da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) têm se adaptado a essa nova realidade. 

A subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica da SEE/MG, Kellen Senra, destaca o cuidado na implementação da lei na rede estadual. “Orientamos toda a rede para que a regulamentação chegue às salas de aula de forma a gerar impactos positivos. O uso pedagógico ainda é permitido, e nossa rede conta com várias ferramentas que apoiam a integração dessas tecnologias. Estamos em um período de adaptação, mas confio que colheremos bons frutos dessa mudança”, afirma.

Regulamentação na prática

De acordo com o Relatório Global de Monitoramento da Educação, publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2023, com dados de 14 países, “a mera presença de um celular pode distrair os estudantes e impactar negativamente o aprendizado”.

Na Escola Estadual Pedro II, em Belo Horizonte, essa nova realidade já é evidente e bem recebida pela comunidade escolar. Para substituir o uso de celulares durante os intervalos, a escola oferece uma sala de música, uma biblioteca com livros e jogos, além de atividades tradicionais, como jogos com bolas e petecas.

A professora Leila Miranda, que leciona filosofia há dez anos, observa que a restrição do uso dos celulares impacta diretamente o convívio social dos jovens. “O ser humano é um ser social e, ao eliminar o uso das telas, os estudantes buscam mais o contato uns com os outros. A socialização ‘olho no olho’ se torna mais frequente na sala de aula”, explica.

Opinião dos estudantes

Escolas estaduais de Minas transformam ambiente escolar após proibição de celulares - Foto: divulgação
Escolas estaduais de Minas transformam ambiente escolar após proibição de celulares – Foto: divulgação

O estudante Daniel Henrique, 17 anos, da E.E. Pedro II, percebeu mudanças significativas neste primeiro mês. “No aspecto da socialização, notei melhorias. Pessoas com quem eu nunca havia falado agora conversam. Minha sala criou um espaço físico para compartilhar pensamentos, e isso teve um impacto positivo”, relata Daniel.

Anelly Lima, também de 17 anos, vivenciou desafios nos primeiros dias de adaptação, mas reconhece os avanços, especialmente na interação com os colegas e na aprendizagem. “No ensino, ajudou bastante porque o celular acaba nos prendendo. Quando o professor explicava algo importante, às vezes nos perdíamos nas telas. Agora, nossa atenção melhorou”, enfatiza a jovem.

Arte na escola

Na Escola Estadual Professora Marieta Amorim Vieira, em Buritizeiro, no Norte de Minas, a arte é uma aliada no desenvolvimento de competências que os jovens podem aplicar em diversas áreas da vida.

A Mostra Arte funciona como um elo para promover competências e discussões sobre tecnologia na aprendizagem. Essa abordagem inovadora fortalece a interdisciplinaridade e minimiza conflitos, reforçando o impacto positivo de práticas pedagógicas estruturadas.

Para a diretora Jane Alcântara, o projeto aborda áreas que antes eram negligenciadas pelo uso excessivo do celular. “A Mostra Arte é o momento em que os estudantes podem extravasar suas energias, uma oportunidade de estimular a criatividade e as habilidades motoras. Além disso, envolve a comunidade escolar, permitindo que conheçam os trabalhos desenvolvidos pelos alunos ao longo do ano letivo”, observa.

Escolas estaduais de Minas transformam ambiente escolar após proibição de celulares - Foto: divulgação
Escolas estaduais de Minas transformam ambiente escolar após proibição de celulares – Foto: divulgação

Governo de Minas devolve 292 celulares recuperados na segunda etapa da ação Tá Entregue

Governo de Minas devolve 292 celulares recuperados na segunda etapa da ação Tá Entregue - Foto: divulgação
Governo de Minas devolve 292 celulares recuperados na segunda etapa da ação Tá Entregue – Foto: divulgação

Governo de Minas realizou a devolução de 292 celulares nesta sexta-feira (28/2), em mais uma etapa da Tá Entregue, iniciativa da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) para restituir aparelhos que haviam sido furtados, roubados ou extraviados em Belo Horizonte.

A ação foi realizada no Instituto de Identificação de Minas Gerais (IIMG), na capital mineira, entre 8h30 às 10h, e contou com a participação do vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus, e da chefe da PCMG, delegada-geral Letícia Gamboge.

Assim como na primeira fase do projeto, após levantamentos, a Polícia Civil convocou pessoas que estariam em posse de aparelhos com sinalização de furto, roubo ou extravio, resultando na recuperação dos smartphones devolvidos nesta sexta.

Ao acompanhar a ação de entrega dos aparelhos celulares recuperados, o vice-governador enfatizou a importância da iniciativa que traz a sensação de segurança.

“Quem teve o celular roubado ou furtado, conta com o mutirão da Polícia Civil para conseguir, por meio da tecnologia, localizar os telefones e as pessoas que estão com estes aparelhos para que sejam recuperados. Isso faz toda a diferença, ainda mais em tempo de festa”, destacou Professor Mateus.

O volume de aparelhos apreendidos e restituídos nesta etapa se soma aos 337 celulares devolvidos em dezembro de 2024. Ao todo, 629 aparelhos recuperados pela PCMG estarão novamente nas mãos de seus proprietários.

“Para além da ação efetiva de restituição, destaco o compromisso da Polícia Civil na repressão às ações de furto e roubo de telefones celulares. Temos uma série de investigações em andamento para identificar autores”, explicou a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegada-geral Leticia Gamboge.

Para garantir que mais pessoas tenham acesso ao programa, a instituição reforça a importância do registro do boletim de ocorrência em casos de perda, furto ou roubo de celulares. O procedimento permite o rastreamento e a localização dos dispositivos, aumentando as chances de recuperação.

Alívio para turista paulista

A sensação de receber a mensagem da PCMG com o aviso que o seu celular foi recuperado fez com que a microempreendedora Maria Celma do Santos saísse de Campinas, no interior de São Paulo, para buscar seu celular.

Ela foi vítima de furto quando esteve em Belo Horizonte, em setembro do ano passado, durante uma celebração religiosa.

“Graças à eficiência da Polícia Civil aqui de Minas, recebi a mensagem de que meu celular foi recuperado e mudei até o itinerário da viagem do Carnaval para vim aqui buscar”, conta.

Como funciona

A estratégia da PCMG para otimizar o processo de devolução inclui a notificação das vítimas por meio de mensagens via WhatsApp, com informações sobre a retirada dos aparelhos.

No site da instituição, também está disponível um campo onde os proprietários podem consultar, mediante CPF ou CNPJ, se seus celulares estão na lista de recuperação.

Os aparelhos que não forem retirados nesta sexta-feira, estarão à disposição dos proprietários a partir da próxima quinta-feira (6/3), na sede do 1º Departamento de Polícia Civil, na Praça Rio Branco, número 56, Centro de Belo Horizonte.

Tá Entregue

Inspirada em experiências bem-sucedidas de outros estados, a iniciativa Tá Entregue vem se consolidando como um importante instrumento de combate ao furto, roubo e extravio de celulares. Ela integra ações investigativas do Laboratório de Inteligência Cibernética, do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) e do 1º Departamento de Polícia Civil.

Petição contra veto a celular nas escolas atinge 1,5 milhão de assinaturas em uma semana

Petição contra veto a celular nas escolas atinge 1,5 milhão de assinaturas em uma semana - Foto: reprodução
Petição contra veto a celular nas escolas atinge 1,5 milhão de assinaturas em uma semana – Foto: reprodução

Um professor e influenciador digital brasileiro iniciou uma petição online contra a lei que proíbe o uso de celulares nas escolas, inclusive fora do período de aula. Atualmente, o abaixo-assinado já reúne mais de 1,5 milhão de participantes que concordam com o pedido.

O responsável pela petição é Luís Rodrigues. Ele não pede a anulação completa da medida, que entra em vigor já no período letivo de 2025, mas uma “revisão” da lei e mudanças na abordagem de determinados pontos.

O vídeo de mais de 10 minutos em que o professor explica o projeto já tem mais de 6 milhões de visualizações, além de vários comentários pedindo o apoio de mais pessoas e o aumento do engajamento do clipe na plataforma.

Reduzir, mas não proibir

Luís sugere que seja “terminantemente proibido que as escolas retirem dispositivos móveis dos alunos em qualquer circunstância”. Na lei atual, os alunos devem manter o aparelho guardado em um lugar fornecido pela instituição e só retirá-lo ao fim do dia ou para atividades específicas.

Além de reclamar do banimento até mesmo em períodos de intervalo, ele argumenta que escolas não possuem a estrutura necessária para guardar os dispositivos — a lei foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva já no período de férias letivas, com pouco tempo até o início da vigência.

O professor diz que uma regulamentação pedagógica e gradual seria mais eficaz, até para possibilitar a integração da tecnologia de forma responsável e consciente no processo de ensino. Ele ainda propõe a realização de “atividades de conscientização e prevenção ao cyberbullying”, além de tarefas que sirvam “para identificar fake news e golpes digitais”.

Apesar dos pedidos, Luís reconhece “impactos significativos” do uso excessivo de celulares por pessoas de todas as idades e que o tema é uma “preocupação global” que merece cuidados. “No entanto, a tecnologia também oferece oportunidades inegáveis para o aprendizado, a inclusão e a modernização da educação”, argumenta no texto.

Na Lei Federal 15.100, já está previsto o uso de smartphones em determinadas situações, como em atividades pedagógicas e didáticas. Além disso, eles não são proibidos se forem necessários para casos de acessibilidade ou inclusão.

O Ministério da Educação foi procurado pela reportagem e rejeitou a possibilidade de fazer mudanças, além de reforçar que há autonomia por parte das instituições sobre como agir em certos pontos, inclusive a forma de guardar os aparelhos, até que orientações nacionais sejam divulgadas. “Cabe a cada uma das redes de ensino e escolas, públicas e privadas, definir suas próprias estratégias de implementação até o início do ano letivo”, diz a nota.

Tarcísio sanciona lei que proíbe celulares em escolas de São Paulo

Tarcísio sanciona lei que proíbe celulares em escolas de São Paulo - Foto: reprodução
Tarcísio sanciona lei que proíbe celulares em escolas de São Paulo – Foto: reprodução

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou a lei que proíbe celulares nas escolas em todo estado paulista.

A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo na última sexta-feira (6). A lei entra em vigor a partir da data de sua publicação.

A nova legislação proíbe a utilização de celulares e outros dispositivos eletrônicos por estudantes da rede pública e privada de ensino básico de SP. Tarcísio já havia prometido sancionar a lei sem vetos nesta quinta (5).

“Fica proibida a utilização de celulares e outros dispositivos eletrônicos pelos alunos nas unidades escolares da rede pública e privada de ensino, no âmbito do Estado de São Paulo”. A lei é válida para as instituições de ensino básico: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.

A lei 18.058 altera dois artigos da lei 12.730/2007. O texto de 2007 já proibia os celulares nas escolas, mas apenas durante o horário das aulas. A nova lei, a qual o projeto teve autoria da deputada estadual Marina Helou (Rede), restringe o aparelho no período das aulas.

Segundo o texto, é considerado “período das aulas” toda a permanência do aluno na escola. Isso inclui intervalos entre aulas, recreios e atividades extracurriculares.

Sobre os dispositivos eletrônicos que também serão proibidos, a lei considera quaisquer aparelhos que possuam acesso à internet: celulares, tablets, relógios inteligentes e outros equipamentos similares.

Por causa da falta de meios de comunicação individuais, a legislação estabelece que os colégios públicos e privados “deverão criar canais acessíveis para a comunicação entre pais, responsáveis e a instituição de ensino”.

Os alunos que decidirem levar seus aparelhos eletrônicos para as escolas deverão deixá-los armazenados, mas sem acessá-los durante o período das aulas.

Conforme a lei, a própria escola deverá disponibilizar os armazenamentos durante todo o horário escolar.

Apesar da proibição, o uso dos eletrônicos será permitido exclusivamente em caso de necessidade pedagógica na sala de aula ou para estudantes com deficiência que precisem de auxílio tecnológico para participar das atividades escolares.

Lei não deve alterar rotina escolar

Entre os educadores consultados pela reportagem, a proposta foi bem recebida, apesar da nova legislação não trazer grandes alterações para a atual rotina escolar. Regras para restrição de aparelhos eletrônicos já existem em grande parte dos colégios.

Em nota, a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo (Seduc-SP) afirmou que o acesso a aplicativos e plataformas sem fins didáticos já é restrito nas unidades da rede pública.

“Acreditamos que a educação digital é essencial para o ensino no século XXI, e muitas de nossas práticas já se beneficiam da tecnologia. Nosso material didático inclui recursos multimídia, e diversas aulas são apoiadas por aplicativos educacionais. A implementação da lei contribuirá para educar os alunos sobre o uso adequado dos dispositivos móveis no ambiente escolar, promovendo um aprendizado mais eficaz”, pontuou Emerson Bento Pereira, Diretor de Tecnologia Educacional do Colégio Bandeirantes, situado no bairro do Paraíso, na zona sul de São Paulo.

Na mesma linha, o Colégio Etapa, com unidades na capital e no interior, afirmou que já “não libera o uso de aparelhos recreativos ou de comunicação (incluindo telefones celulares) em sala de aula que possam desviar o foco e a atenção dos alunos da dinâmica escolar”.

O Colégio Santo Américo, situado no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, já possui uma logística parecida, conforme explicou a diretora pedagógica Cláudia Zaclis. Por lá, o uso de celulares é proibido para todas as séries até o 9° Ano do Ensino Fundamental, em todo horário escolar, das 8h às 16h20.

Segundo a diretora, caso os alunos levem os celulares à escola, eles podem guardar os aparelhos em seus próprios armários junto com outros materiais escolares, e buscá-los no fim do dia. Em caso de infração da regra, os funcionários do colégio tomam os celulares até o fim do dia, quando devolvem os equipamentos aos alunos. Essa regra é previamente combinada com os pais e com os alunos.

O Colégio Visconde Porto Seguro, também no Morumbi, integra a lista de instituições que se anteciparam à lei. Por lá, a restrição de aparelhos celulares foi implementada de forma gradual.

“A escola como espaço educativo, precisa envolver a todos neste processo de conscientização de não uso do celular. Por isto, o colégio optou em desenvolver um trabalho educativo com foco na promoção do bem estar no ambiente escolar, ampliando o projeto ‘Disconnect’ com atividades recreativas, esportivas e culturais nos intervalos sugeridos pelos próprios alunos”, relembrou Meire Nocito, diretora institucional educacional do colégio.

Pesquisa do Sind-UTE revela o que professores pensam do uso de celular nas escolas

Levantamento com 2.209 docentes de 660 cidades de Minas mostra que 94,6% vê prejuízos no uso inadequado dos celulares pelos estudantes

Pesquisa do Sind-UTE revela o que professores pensam do uso de celular nas escolas - Foto: reprodução
Pesquisa do Sind-UTE revela o que professores pensam do uso de celular nas escolas – Foto: reprodução

Uma pesquisa realizada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) revela que a ampla maioria dos educadores é contra o uso dos celulares em salas de aula ou no ambiente escolar e consideram que sua utilização pelos alunos prejudica o processo de ensino-aprendizagem. Conforme a pesquisa, 94,6% confirmam que há prejuízos no uso inadequado de celulares em escolas, enquanto 5,1% responderam que não. A pesquisa foi realizada com apoio da plataforma Google Forms e contou com a participação de 2.209 educadores das redes estadual e municipal, de 660 cidades mineiras

PREOCUPAÇÕES

A pesquisa questiona ainda aos docentes quais são as suas principais preocupações com o uso de celulares no ambiente escolar e as respostas variaram da falta de atenção e concentração no conteúdo apresentado às questões disciplinares e até como forma de intimidação.

FALTA DE FOCO

Para 62,3% dos educadores a falta de atenção e concentração nas aulas é o principal problema. Eles afirmam que os celulares comprometem a atenção e o foco dos alunos, desviando-os do conteúdo pedagógico e dificultando a concentração.

Já para 17,0% o problema é o uso para entretenimento. Os professores relatam que os alunos utilizam os celulares para redes sociais, jogos e outras atividades não relacionadas ao aprendizado, o que compete diretamente com as atividades escolares.

INDISCIPLINA

Outros 6,5% dos docentes destacam o desrespeito e indisciplina. Eles observaram que o uso de celulares interfere na disciplina em sala, promovendo comportamentos de desrespeito e dificultando a gestão da autoridade do professor.
Segundo a pesquisa, 1,4% das respostas incluíram sugestões explícitas para a regulamentação, evidenciando uma preocupação menor com as políticas em comparação ao impacto direto do uso dos celulares no ambiente escolar.

ONDE USAR

Outra pergunta feita pela enquete foi sobre como e onde deve ocorrer a regulamentação do uso de celulares, um tema divergente entre os educadores. Entretanto, a maioria, 63,8% defende que a regulamentação ou proibição do uso de celulares deve ser aplicada em todo o ambiente escolar, abrangendo desde as salas de aula até outros espaços. Já 36,2% acreditam que a regulamentação deve ser restrita apenas às salas de aula, permitindo maior flexibilidade no restante do ambiente escolar.

PANDEMIA

A diretora de Comunicação do Sind-UTE/MG, Marcelle Amador, considera o excesso do uso de telas um problema pandêmico e que impacta as pessoas de diversas maneiras. “Se os adultos são afetados de maneira muito forte, imagine as crianças, adolescentes, que estão em fase de desenvolvimento, de aprendizado “, compara.

Ela justifica a realização da pesquisa como uma forma de contribuir para o debate que está em pauta para a toda a sociedade e tornou-se Projeto de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados. A proibição do uso de celulares em ambientes escolares também já vem sendo adotada por algumas escolas, estados e municípios. “Para não ficar somente no achismo, o que a gente pensa, o que a gente sente, o SindUTE/MG tem a responsabilidade analisar como a categoria está pensando o tema. Como os trabalhadores da educação estão vendo este PL, este excesso do uso do telefone. Por isso resolvemos fazer uma pesquisa entre a educadores sobre o assunto”, explica.

Marcelle Amador disse que a metodologia da pesquisa adotou perguntas baseadas no PL, para saber o que pessoa pensa sobre os temas mais relevantes e onde ela está em MG.

“Dos mais de 2 mil pesquisados, foram majoritárias as respostas dizendo que o uso de celulares no ambiente escolar causa prejuízos. A maioria respondeu sim e quando respondeu não se contradizia, porque tem perguntas mais específicas, como a que pede para apontar os principais impactos negativos e foram maciças também as respostas dizendo que o uso de celulares causa falta de atenção, é feito de forma inapropriada ou mesmo que alunos gravam os professores como forma de intimidação”, comenta.

PROIBIR É O CAMINHO?

No sentido de aprofundar o debate sobre o tema, Marcelle Amador,
questiona se proibir o uso de celulares no ambiente escolar é a solução. “Será que educar não é o caminho?”, provoca, destacando que também é preciso colocar em discussão que até hoje não existe uma educação tecnológica, uma formação digital dos alunos, as escolas não tem sala de informática adequada, salas de multimeios, nem capacitação dos trabalhadores de educação sobre o tema. “São várias questões que permeiam o assunto, que o Sindicato acredita que é mais importante do que simplesmente proibir. Proibição não vai solucionar”, afirma.

Para Marcelle Amador uma proposta possível “é uma educação digital responsável, uma boa conexão nas escolas, o equilíbrio entre a tecnologia e a aprendizagem. O caminho deve ser construído entre as pessoas envolvidas e não ser uma determinação de cima para baixo, simplesmente de uma proibição”.

OPINIÕES

À pergunta aos educadores se suas experiências em sala de aula
confirmavam os estudos que indicam prejuízos no uso inadequado de
celulares em escolas, as respostas seguem diversas tendências, veja algumas delas:

“O mundo moderno está cada vez mais tecnológico. Ao invés de proibir deveria ensinar a usar e explorar os benefícios quanto ao uso da tecnologia”.
Professor de Divinópolis

“Se bem direcionado pode ser um benefício”.
Professora de Teófilo Otoni

“Proibição não é garantia de dedicação”.
Professora de Três Marias, afirmando que a proibição do uso de celulares não é garantia de atenção dos alunos.

“O celular não deve ser usado nem para fins pedagógicos”.
Professor da Santa Luzia

“Capacitação permanente dos professores para o uso de tecnologias e metodologias inovadoras. Participação dos estudantes na definição das regras, a partir da informação e reflexão sobre o uso dos recursos tecnológicos”.
Professora de Santana do Riacho

Comissão de Educação da Câmara aprova projeto que proíbe uso de celulares em escolas

Comissão de Educação da Câmara aprova projeto que proíbe uso de celulares em escolas - Foto: reprodução
Comissão de Educação da Câmara aprova projeto que proíbe uso de celulares em escolas – Foto: reprodução

A Comissão de Educação (CE) da Câmara de Deputados aprovou na última quarta-feira (30) o projeto de lei 104/2015, que proíbe o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos portáteis em salas de aula.

O projeto, aprovado em votação simbólica na CE, segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O texto proíbe o uso de aparelhos eletrônicos dentro das salas de aula para todos os estudantes, exceto se necessários para atividades pedagógicas e autorizados pelos professores.

Para alunos da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, o uso em outras dependências da escola, como em intervalos, também será proibido.

De acordo com o relator do projeto, Diego Garcia (Republicanos-PR), a decisão leva em conta a comprovação dos riscos do uso exagerado e precoce de telas, além de considerar os benefícios da socialização e engajamento em jogos e brincadeiras fora da sala de aula.

“Parece-nos que o uso e porte de aparelhos eletrônicos na escola para a faixa etária da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental podem ser adiados em benefício da constituição de hábitos de atividades físicas e de ferramentas de socialização que ajudarão esses alunos nos anos seguintes da pré-adolescência”, escreve Garcia no relatório.

Os aparelhos serão permitidos, inclusive dentro das salas de aula, para alunos com deficiência ou necessidades especiais para tornar o processo educacional acessível.

A inciativa de proibir o uso de aparelhos eletrônicos em sala e aula está sendo discutida pelo governo federal há um tempo.

No final de setembro, o Ministério da Educação (MEC) anunciou que estava construindo um projeto próprio sobre o tema, a fim de dar segurança jurídica para estados e municípios que já vinham adotando a proibição.

Em fevereiro, o uso de celulares e outros dispositivos tecnológicos foi proibido nas escolas da rede pública municipal do Rio de Janeiro.

O decreto, assinado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), vetou os aparelhos dentro e fora da sala de aula, ou seja, nos intervalos e recreios também.

Na Assembleia Legislativa de São Paulo, o tema também está em discussão por meio de um projeto de lei. Em algumas unidades da rede municipal, a utilização já é limitada para alunos e professores.

A proibição é defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Países como Bélgica, Espanha e Reino Unido já adotaram a medida com base em estudos que apontam uma correlação negativa entre o uso excessivo de tecnologias e o desempenho acadêmico.

Colombiano é preso pela PM após furtar 35 celulares no evento Federal Fantasy, em Alfenas

Colombiano é preso pela PM após furtar 35 celulares no evento Federal Fantasy, em Alfenas - Foto: divulgação/Polícia Militar
Colombiano é preso pela PM após furtar 35 celulares no evento Federal Fantasy, em Alfenas – Foto: divulgação/Polícia Militar

Por volta das 3h40 do último domingo, a Polícia Militar foi procurada em sua Base Comunitária Móvel, posicionada no bairro Loteamento Trevo, em Alfenas (MG), onde acontecia o evento Federal Fantasy.

Segundo a PM, a solicitante, de 37 anos, relatou que estava no evento e que por volta de 1h40, ao ir buscar bebidas, se deparou com um indivíduo, o qual lhe deu um esbarrão. Posteriormente, a vítima percebeu que sua bolsa de ombro estava aberta e o seu aparelho celular IPhone 13, da marca Apple, havia sido furtado.

De acordo com a polícia, a mulher repassou as características do suspeito aos militares, que momentos depois conseguiram abordá-lo. Foi constatado que se tratava de um homem colombiano, de 33 anos, residente da cidade de São Paulo (SP).

Com o autor foram localizados 35 aparelhos celulares de diversas marcas e modelos, estes acondicionados por uma cinta elástica, tipo colete, por baixo de uma blusa de frio.

Não sabendo explicar a procedência do grande volume de celulares que tentava ocultar aderido ao corpo, o homem recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia de Plantão, sendo adotados os procedimentos de praxe.

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