Jornal Folha Regional

Cemig está substituindo medidores de energia em Passos, São José da Barra, Alpinópolis, Carmo do Rio Claro e região

Serviço é gratuito e visa trocar medidores antigos por equipamentos mais modernos e tecnológicos

Equipes da Cemig estão visitando unidades consumidoras em Passos e outros municípios da região sudoeste de Minas, trocando medidores de energia antigos por equipamentos mais modernos e tecnológicos. Caso os clientes recebam a visita de técnicos da companhia, no intuito de trocar o medidor de energia instalado, saiba que a ação é legítima e faz parte dos serviços de rotina da empresa. Somente no ano passado, foram trocados mais de 600 mil medidores, e é importante saber que essa ação está sendo intensificada em 2024.

A iniciativa acontece em toda a área de concessão da Cemig. Na região sudoeste, a ação está sendo realizada nos municípios de Passos, Itaú de Minas, Fortaleza de Minas, São João Batista do Gloria, Pratápolis, Cassia, Capetinga, Delfinópolis, Ibiraci, Claraval, São Sebastião do Paraiso, São Tomás de Aquino, Jacuí, Alpinópolis, São José da Barra, Conceição Aparecida e Carmo do Rio Claro. O objetivo da ação, que não tem custo para o cliente, é manter o parque de medidores renovado, com equipamentos modernos e que proporcionam mais agilidade e segurança do processo de medição e leitura, além de facilitar o acompanhamento por parte dos consumidores.

A substituição dos medidores está amparada pelo artigo 228 da resolução Aneel 1000, de 07/12/2021, que prevê que a distribuidora “é responsável por instalar, operar, manter e arcar com a responsabilidade técnica e financeira dos medidores e demais equipamentos de medição para fins de faturamento em unidade consumidora e em distribuidora a ela conectada”.

De acordo com Marcelo Moreira Correia, engenheiro da Cemig, todo medidor possui um tempo de vida útil. Por isso, a Cemig busca otimizar seus equipamentos, substituindo medidores antigos por aparelhos que utilizam tecnologia recente e que apresentam maior exatidão. “Uma das principais vantagens é que o novo medidor traz mais segurança na obtenção dos dados e agilidade aos leituristas na coleta de dados para o faturamento. Para o cliente, o equipamento moderno oferece mais facilidade no acompanhamento do consumo mensal”, explica.

Tem dúvidas em relação à visita dos técnicos?

Veja como identificar os profissionais da Cemig

Para que a Cemig possa realizar este trabalho, é importante que o cliente libere o acesso dos técnicos da companhia ao medidor em sua residência. No entanto, a Cemig destaca que os clientes devem sempre estar atentos: apesar do objetivo da empresa ser modernizar o processo de leitura e facilitar o acompanhamento pelos consumidores, estelionatários podem se aproveitar dessa ação de troca dos medidores e tentar aplicar golpes alegando estar realizando este tipo de serviço, mas com o intuito de entrar nas casas utilizando o nome da companhia.

A Cemig alerta que nenhum colaborador da empresa está autorizado a cobrar por esse tipo de serviço ou solicitar qualquer documento ou dados bancários. A empresa recomenda que o morador exija sempre a identificação daqueles que se apresentam em nome da companhia.

Todos os funcionários da Cemig ou de empreiteiras a serviço da companhia usam crachá de identificação e uniforme, além de veículo caracterizado como “A serviço da Cemig”. Também vale destacar que os clientes cujos medidores serão trocados podem entrar em contato com a companhia pelo telefone 116 para confirmar a legitimidade do serviço.

Cemig registra aumento de 50% no número de clientes desligados por pipas em maio

Cemig registra aumento de 50% no número de clientes desligados por pipas em maio - Foto: reprodução
Cemig registra aumento de 50% no número de clientes desligados por pipas em maio – Foto: reprodução

O número de clientes da Cemig que teve o serviço de energia interrompido por ocorrências causadas por pipas aumentou em 50% em maio, quando comparado aos quatro primeiros meses de 2024. No mês passado, quase 53 mil unidades consumidoras da companhia foram prejudicadas pela brincadeira em 214 incidentes com a rede de distribuição da empresa.

Se somados os cinco primeiros meses deste ano, esse tipo de brincadeira já prejudicou mais de 150 mil clientes da Cemig em 672 ocorrências no sistema elétrico. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram registrados 289 incidentes provocados por pipas, com 73 mil unidades consumidoras interrompidas. 

O engenheiro eletricista da Cemig, Demetrio Aguiar, destaca que soltar pipa não é o problema. O especialista alerta que a brincadeira deve ser feita em locais descampados e sem uso de linhas cortantes, pois quando uma linha de papagaio é cortada, o vento carrega aleatoriamente o aparato, que pode cair sobre redes elétricas ou vias públicas, provocando acidentes ou interrupções no fornecimento de energia.

“Soltar pipa é uma atividade lúdica e que as crianças e jovens gostam muito. Mas é importante que se tenha consciência de que a brincadeira deve ser realizada em áreas abertas e sem rede elétrica, pois pode causar acidentes graves ou provocar interrupções no fornecimento de energia e prejudicar muitos clientes”, afirma.

Demetrio Aguiar lembra que, apesar de o período de férias escolares ainda não ter começado e os ventos ainda não serem os mais propícios para as brincadeiras, as ocorrências no sistema elétrico da Cemig já são relevantes.

“A partir de junho essa brincadeira tende a se intensificar, pelo aumento dos ventos em função da transição entre outono e inverno, além da proximidade com as férias escolares do meio do ano. E em julho isso se potencializa muito mais. Por isso, é importante que os pais e responsáveis estejam atentos para que não haja acidentes com os jovens e também ocorrências no sistema elétrico”, explica.

Resgate perigoso

Outra situação que também deve ser evitada é o resgate de pipas presas à rede elétrica. Essa ação é muito arriscada e pode causar acidentes graves. “As redes de distribuição e transmissão, bem como as subestações da Cemig, são construídas dentro de padrões das normas técnicas brasileiras com características e distanciamento que são seguros. Dessa forma, a aproximação indevida para retirar pipas presas à rede e o uso de cerol e linha chilena são os principais motivos de acidentes com a rede elétrica da companhia”, comenta.

Importante destacar que, ao longo do ano, a Cemig realiza campanhas de segurança e conscientização sobre os riscos de se soltar pipas próximas das redes elétricas em escolas, entidades e veículos de comunicação.

Linhas cortantes são proibidas por lei

Essas linhas são muito perigosas e podem causar acidentes fatais. No mês passado, um homem de 23 anos morreu ao ser cortado por uma linha chilena na MG-010, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A lei 23.515/2019 proíbe a utilização de cerol ou linha chilena no estado. Essa legislação, que veda a comercialização e o uso de linha cortante em pipas, papagaios e similares, está em vigor desde dezembro de 2019. A multa para quem for flagrado vendendo linhas cortantes varia de R$ 5.279,70 a R$ 263,98 mil (em casos de reincidência). Já quando a linha cortante apreendida estiver em poder de criança ou adolescente, seus pais ou responsáveis legais serão notificados da autuação e o caso será comunicado ao Conselho Tutelar.  

Além da legislação, engenheiro da Cemig alerta para o fato de que o uso do cerol pode transformar uma simples linha de papagaio em material condutor e provocar choque elétrico ao entrar em contato com a rede. Além disso, muitas crianças amarram as pipas com arames e fios. “São materiais altamente condutores e que acabam sendo energizados quando tocam os cabos da rede de energia, causando o choque elétrico”, afirma.  

As linhas cortantes também representam perigo para outras pessoas. “Quando alguém utiliza uma linha cortante, ela pode romper os cabos de energia e causar acidentes graves para quem está brincando ou com outras pessoas. Nunca se deve usar cerol ou linha chilena neste tipo de brincadeira”, alerta o especialista.  

Conta de luz fica mais cara a partir desta terça-feira em Minas Gerais

Conta de luz fica mais cara a partir desta terça-feira em Minas Gerais - Foto: reprodução
Conta de luz fica mais cara a partir desta terça-feira em Minas Gerais – Foto: reprodução

A conta de luz fica mais cara em Minas Gerais a partir desta terça-feira (28). O reajuste aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de 6,70% nas tarifas residenciais da Cemig Distribuição. Para consumidores atendidos em alta tensão, como as indústrias, o impacto médio será de 8,63%. A alta vai atingir aproximadamente 7,8 milhões clientes residenciais.

Segundo a Cemig, do valor cobrado na tarifa, apenas 25,8% ficam na Companhia e se destinam a remunerar o investimento, cobrir a depreciação dos ativos e outros custos. Os demais 74,2% são utilizados para cobrir encargos setoriais (16,7%), tributos pagos aos Governos Federal e Estadual (20,9%), energia comprada (26,7%), encargos de transmissão (9,4%) e receitas irrecuperáveis (0,5%).

Os impostos arrecadados na tarifa de energia, como taxa de iluminação pública, ICMS, PIS e Cofins são repassados integralmente para as prefeituras, além dos governos Estadual e Federal, ressaltou a Companhia.

Os consumidores irão perceber o reajuste na tarifa na fatura de junho, com vencimento em julho. Em junho, os consumidores pagarão uma parte do consumo ocorrido antes de 28 de maio, ainda conforme a tarifa antiga, e a outra parcela do consumo já com o novo valor.

Trabalhadores do setor de energia solar protestam contra o Governo Federal e a Cemig

Trabalhadores do setor de energia solar protestam contra o Governo Federal e a Cemig - Foto: divulgação
Trabalhadores do setor de energia solar protestam contra o Governo Federal e a Cemig – Foto: divulgação

Trabalhadores de empresas do setor de energia solar fizeram um protesto, nesta segunda-feira (27), contra o Governo Federal e a Cemig alegando falta de interesse do poder público em alavancar projetos na área. A manifestação ocorreu em frente ao Minascentro, local onde foram realizadas as primeiras reuniões preparatórias do G-20 do setor de energia.

“Há um bloqueio para projetos de produção de energia solar”, declarou Wedson Silva, representante da Frente Mineira de Geração Distribuída (FMGD), que reúne empresários e trabalhadores do setor.

De acordo com o vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus (Novo), que participou da abertura do encontro do G-20 do setor de energia, o papel essencial da Cemig é trabalhar na distribuição e não na geração.

“Nós temos 99,5% de geração de energia limpa em Minas Gerais. Então, não é verdade que não há investimentos em energia limpa”, disse, em entrevista coletiva antes do início do encontro no Minascentro.

O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, ainda não chegou ao local do evento.

Aneel aprova reajuste médio de 7,32% nas tarifas da Cemig

Aneel aprova reajuste médio de 7,32% nas tarifas da Cemig - Foto: reprodução
Aneel aprova reajuste médio de 7,32% nas tarifas da Cemig – Foto: reprodução

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou, nesta terça-feira (21), em reunião ordinária do órgão regulador do setor elétrico, a nova tarifa da Cemig Distribuição. Os cerca de 7,8 milhões clientes residenciais da companhia terão um reajuste de 6,70% na conta de energia. Conforme previsto no contrato de concessão, o valor passa a valer a partir de 28/5 e terá duração de um ano.

O anúncio da tarifa da companhia é sempre feito pela Aneel na reunião da terça-feira anterior ao dia do início da vigência, que é a data definida para o reajuste das tarifas da Cemig D, conforme determina o contrato. Importante destacar que as tarifas de todas as distribuidoras brasileiras são definidas pelo órgão federal.

“As distribuidoras cumprem um papel que vai além de simplesmente entregar a energia. São esses agentes que sustentam o fluxo financeiro do setor, afinal, as concessionárias de distribuição fazem a interface com os usuários de energia elétrica, arrecadando, por meio das faturas, todo o montante necessário para financiar a operação do sistema.”, explica o gerente de Tarifas da Cemig, Giordano Bruno Braz de Pinho Matos.

Do valor cobrado na tarifa, apenas 25,8% ficam na Cemig Distribuição e se destinam a remunerar o investimento, cobrir a depreciação dos ativos e outros custos. Os demais 74,2% são utilizados para cobrir encargos setoriais (16,7%), tributos pagos aos Governos Federal e Estadual (20,9%), energia comprada (26,7%), encargos de transmissão (9,4%) e receitas irrecuperáveis (0,5%). Os impostos arrecadados na tarifa de energia, como taxa de iluminação pública, ICMS, PIS e Cofins são repassados integralmente para as prefeituras, além dos governos Estadual e Federal.

Reajuste está abaixo da inflação nos últimos cinco anos

O reajuste da Cemig está abaixo do acumulado da inflação dos últimos cinco anos. Enquanto o valor da tarifa da companhia foi reajustado em 27%, o IPCA no período foi de 32%.

O cliente da Cemig vai perceber o reajuste total a partir da fatura de junho com vencimento em julho de 2024. Em junho, os consumidores pagarão uma parte do consumo ocorrido antes de 28 de maio, ainda conforme a tarifa antiga, e a outra parcela do consumo já com o novo valor.

Cemig contribui para restabelecimento de energia no Rio Grande do Sul

Cemig contribui para restabelecimento de energia no Rio Grande do Sul - Foto:
Cemig contribui para restabelecimento de energia no Rio Grande do Sul – Foto:

A Cemig intensifica o apoio nas ações realizadas para colaborar com a recuperação do Rio Grande do Sul. Na última segunda-feira (13), a companhia enviou unidades móveis de geração de energia e veículos especiais para apoiar a Equatorial CEEE, empresa que atende à região metropolitana de Porto Alegre, capital do estado, no restabelecimento de energia. 

Técnicos e engenheiros da companhia foram para o RS reforçar os recursos mobilizados pela distribuidora local, além de cinco modernos geradores e cinco quadriciclos do tipo UTV. 

Na semana passada, a companhia já havia disponibilizado um helicóptero para apoio na recuperação do sistema elétrico do estado do Sul, que continua atuando por lá. 

Com potência de 500KVA cada, os cinco geradores poderão abastecer cerca de 2,5 mil residências de médio porte. 

Já os quadriciclos fora-de-estrada do tipo UTV (sigla em inglês para Utility Vehicle Task) são ideais para utilização em locais onde não é possível transitar com o veículo normal ou 4 x 4, principalmente no período chuvoso, facilitando o serviço das equipes de campo e reduzindo o tempo de atendimento das manutenções emergenciais. 

Além de levar os colaboradores em áreas de difícil acesso, os UTV também vão contribuir para o transporte de equipamentos e materiais.

Força-tarefa   

Os técnicos e engenheiros da Cemig que fazem parte da comitiva vão atuar junto às equipes da Equatorial Energia na instrução de como instalar e operar os equipamentos.

O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, destaca que “neste momento tão difícil para a população do Rio Grande do Sul, a Cemig está se solidarizando e disponibilizando estes importantes recursos para auxiliar no restabelecimento do fornecimento de energia para a região impactada pela ação da chuva. Vamos apoiar no que for possível para o restabelecimento do sistema elétrico no Rio Grande do Sul ”, afirma o executivo.

Helicóptero

O helicóptero da Cemig enviado para auxiliar a distribuidora RGE desde 3/5 permanece na atividade. Além do piloto, também um técnico de manutenção de aeronaves trabalha na ação. 

O transporte aéreo vai permanecer na região por tempo indeterminado e está realizando vários sobrevoos transportando técnicos locais e equipamentos, conforme a necessidade da distribuidora do Rio Grande do Sul. Já foram realizadas, até o momento, pela aeronave da Cemig,  34 horas de voo e inspecionados cerca de 200 quilômetros de rede elétrica no RS. 

O parque de ativos da Cemig inclui dois helicópteros, vinte UTVs e 14 unidades móveis de geração, utilizados no dia a dia na operação, manutenção e expansão do sistema de distribuição. Estas tecnologias estão de prontidão para realizar atendimentos. 

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, enviou um comunicado à Cemig destacando o seu auxílio à Rio Grande Energia. 

“Nesse momento, a ajuda da Cemig, com apoio de aeronave especializada para resgate de pessoas isoladas no estado do Rio Grande do Sul, decorrente das chuvas intensas, será de muita relevância, e mostra a união do setor para o enfrentamento de grave crise climática, sem precedentes em nosso país. No contexto da Sala de Crise criada pela Aneel, por meio da PRT 131/2024, daremos ciência à Diretoria da Agência para eventuais autorizações e reconhecimento de custos que sejam necessários pela regulação setorial”, destaca. 

Federalização de Cemig, Copasa e Codemig pode abater 20% da dívida de Minas

A federalização de Cemig, Copasa e Codemig para abater parte dos cerca de R$ 165 bilhões da dívida de Minas com a União ainda é uma incógnita — Foto: Flavio Tavares
A federalização de Cemig, Copasa e Codemig para abater parte dos cerca de R$ 165 bilhões da dívida de Minas com a União ainda é uma incógnita — Foto: Flavio Tavares

A federalização da Cemig, da Copasa e da Codemig poderia abater apenas 20% da dívida de Minas Gerais com a União. A estimativa foi feita por especialistas em Ciências Econômicas de acordo com o valor de mercado e a participação acionária do Estado em cada uma das estatais sugeridas como alternativa pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), para amortizar a dívida, que, hoje, está próxima a R$ 165 bilhões.

Para Ricardo Machado Ruiz, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cemig, Copasa e Codemig, se federalizadas, renderiam R$ 34 bilhões ao Estado. “Com sorte”, pontua Ricardo. “Se o governo vender a Cemig (para a União), consegue entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões. A Copasa, por exemplo, dá mais uns R$ 4 bilhões. Com a mina de nióbio, a Codemig, embora não haja uma precificação, auditada e pública, de quanto valha, pode chegar a R$ 20 bilhões.”

Ruiz observa que, ao fim do ano, a dívida de Minas com a União, que chegaria a R$ 170 bilhões corrigida por um IPCA de 4%, mais uma taxa nominal de juros de 4%, seria de R$ 135 bilhões caso as três estatais sejam federalizadas. “Isso basicamente diz o seguinte: a participação do Estado na Cemig, na Copasa e na Codemig não consegue fazer uma redução estrutural da dívida de Minas Gerais”, aponta o professor, que pondera, no entanto, que os números são uma “percepção frágil” dos ativos.

Em participação no podcast Stock Pickers, do Infomoney, o economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, chegou a estimar que, juntas, Cemig, Copasa e Codemig valeriam R$ 17 bilhões. Procurado, ele diz que foi apenas uma conjectura, mas para raciocinar sobre a “ineficácia” da estratégia. “Mesmo que (a federalização de Cemig, Copasa e Codemig) valesse o dobro, no agregado, ainda assim estaria distante do valor da dívida”, emenda o ex-secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo.

Questionado se considerava a federalização eficaz apenas caso toda a dívida fosse abatida, Salto pondera. “Acho que esta discussão está meio fora de lugar, do ponto de vista do governo de Minas. Não vejo uma estratégia anunciada, valores etc. O que o Estado ganha? Quanto cairia o serviço da dívida? O espaço fiscal seria usado para quê? Resolve-se o problema fiscal grave com o qual Minas está às voltas há bastante tempo?”, indaga.

A um mês do fim do prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a carência do pagamento do serviço da dívida, a viabilidade da federalização de Cemig, Copasa e Codemig ainda é uma incógnita. Apesar de o modelo ser estudado em um grupo de trabalho da Secretaria do Tesouro Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não teriam tocado no assunto durante a reunião com o governador Romeu Zema (Novo) o último dia 6.

Governo Zema estima até R$ 40 bilhões com federalizações   

A estimativa de amortização com a federalização da Cemig, da Copasa e da Codemig é mais otimista entre interlocutores do governo Zema do que entre especialistas. A expectativa é que, juntas, as estatais possam render até R$ 40 bilhões, ou seja, 25% da dívida do Estado com a União. A Cemig valeria R$ 6 bilhões, a Copasa, R$ 4 bilhões, e a Codemig, R$ 30 bilhões – o ex-secretário de Fazenda Gustavo Barbosa chegou a dizer que ela valeria R$ 25 bilhões conforme estudo da corretora Goldman & Sachs.

Ruiz lembra que, apesar de haver a percepção de que o Estado poderia arrecadar, como com a Cemig, por exemplo, a sua participação acionária é restrita. “A Cemig é um ativo de R$ 50 bilhões. As pessoas acham que o governo teria R$ 50 bilhões, mas qual é o problema? O governo é dono só de 17,04% da empresa, que é muito endividada, inclusive”, aponta o professor de Ciências Econômicas da UFMG, que acrescenta que a solução para a dívida deve ser “extramercado”, ou seja, política. 

Além de sugerir a federalização, Pacheco propõe a criação de um novo programa de refinanciamento da dívida dos Estados com a União. O Refis permitiria que o saldo fosse dividido em até 144 meses, ou seja, em 12 anos. A adesão a ele impediria os Estados de entrarem no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e pedir a suspensão do pagamento da dívida, como já fez Minas.

Ao ser perguntado se o parcelamento do restante da dívida, em um programa similar ao RRF, depois da federalização, como propôs Pacheco, não seria uma alternativa, Salto é cauteloso. “É preciso analisar os termos do novo acordo, se ocorrer nessa linha, para entender as contrapartidas. Não podemos incorrer nos mesmos erros do passado, de renegociar e deixar as contrapartidas em segundo plano”, diz o economista-chefe da Warren Investimentos. 

Mudança de indexador está na pauta

Após Haddad prometer que apresentaria uma proposta para renegociar a dívida dos Estados com a União até o fim deste mês, há a expectativa que o ministro da Fazenda se reúna com os governadores na próxima terça-feira (26/3). Está na pauta a mudança do indexador, que, desde 2014, é formado pela soma do IPCA à taxa nominal de juros de quatro pontos percentuais. Entretanto, ele é limitado à Selic, a taxa básica de juros, que, hoje, é de 11,25%. 

Em novembro do ano passado, os governadores dos Estados do Sul e do Sudeste apresentaram a Haddad uma proposta para que a dívida seja corrigida de acordo com a meta da inflação. De acordo com a projeção do Conselho Monetário Nacional, a meta para 2024 e 2025 é de 3%. Além disso, os governadores propuseram a revisão do estoque da dívida. O vice-governador Mateus Simões (Novo) chegou a dizer que, dos R$ 156,57 bilhões da dívida à época, R$ 23,5 bilhões eram por conta do indexador. 

‘Venda’ da Cemig, Copasa e Codemig para abater dívida de Minas pode levar 2 anos

‘Venda’ da Cemig, Copasa e Codemig para abater dívida de Minas pode levar 2 anos - Foto: reprodução
‘Venda’ da Cemig, Copasa e Codemig para abater dívida de Minas pode levar 2 anos – Foto: reprodução

Caso o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decida assumir o controle acionário de Cemig, Copasa e Codemig para abater parte da dívida de cerca de R$ 162 bilhões de Minas Gerais com a União, a federalização tomará mais tempo do que os 80 dias restantes do prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que a dívida volte a ser cobrada do Estado. A operação, que, dada a complexidade, exigiria diligências, precificações e, ainda, uma manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU), poderia se estender por até dois anos.

A professora de Direito Administrativo da PUC Minas Maria Fernanda Pires observa que, por mais que haja o interesse dos governos Lula e Romeu Zema (Novo), a federalização não levará “menos do que dois anos”. “São três empresas com realidades muito distintas e que vão precisar de um corpo técnico muito habilitado para fazer a avaliação do preço correta, e, mais do que isso, atender a todas as exigências do TCU”, argumenta a doutora em Direito Público.  

Assim como Maria Fernanda, Rodolfo Tamanaha, professor de Direito Administrativo do IBMEC, avalia que o prazo de 20 de abril seria curto para concluir a federalização. “Mas talvez ele seja suficiente para pelo menos chegar a um acordo do que vai ser feito”, pondera Tamanaha. Para ele, o acordo seria um ponto de partida. “A operação precisa ter um contrato. Por mais que precise de autorização legislativa para ser efetivado, o ponto principal seria firmar o contrato, fixar o preço, aquela coisa toda.” 

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), já sinalizou, ainda no fim de 2023, logo após o ministro Kassio Nunes Marques acatar o pedido para prorrogar a carência da dívida, que uma nova solicitação poderia ser feita ao STF. Caso haja a anuência da Advocacia Geral do Estado, a Advocacia Geral da União poderia pedir uma nova dilatação do prazo a Nunes Marques. 

A professora de Direito Administrativo da PUC Minas aponta que, durante a federalização, a União deveria fazer diligências junto ao Estado e à Cemig, à Copasa e à Codemig para conhecer os passivos fiscais, tributários e previdenciários de cada uma delas. “A partir do momento que há o diligenciamento, começa, digamos assim, uma briga pela avaliação do preço daquela estatal. Então, Minas obviamente fará a avaliação, mas a União também. Então, o TCU daria o aval sobre os valores”, explica Maria Fernanda.

Para Tamanaha, o aval do TCU não seria obrigatório, mas uma consulta tanto a ele quanto ao Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) seria aconselhável. “Acho que os Tribunais de Contas não têm competência para autorizar a federalização, porque, afinal de contas, é uma entidade vinculada ao Legislativo, mas o que os Tribunais de Contas podem fazer é avaliar apenas se a negociação que está sendo estabelecida não fere o interesse público”, pontua o professor de Direito Administrativo do IBMEC.

Segundo Maria Fernanda, a Secretaria de Estado de Fazenda e o Ministério da Fazenda serão os responsáveis pelas precificações. “Isso é extremamente complexo”, reitera a professora de Direito Administrativo da PUC Minas. “Eu nunca vi um, digamos, ao vivo e a cores, mas, efetivamente, pelo o que já li sobre o tema, é um processo extremamente complexo.”  

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD), foi procurado, mas em razão do recesso parlamentar, não respondeu à reportagem até a publicação da matéria. O governo de Minas e o Ministério da Fazenda também foram procurados. Ambos não responderam até a publicação deste texto. O espaço está aberto e caso respondam, a matéria será atualizada.

Subsidiária, Gasmig seria federalizada?

De acordo com Maria Fernanda, a complexidade está, entre outras coisas, no capital das estatais, como a Cemig, que tem subsidiárias. “Imagine o que é pegar uma empresa como a Cemig, que é lucrativa, avaliar todo o seu patrimônio, e, além disso, fazer um cálculo de todos os passivos que ela tem?”, questiona a professora de Direito Administrativo da PUC Minas, que ainda lembra que um eventual programa de demissão voluntária (PDV) também deveria ser levado em conta.   

Ricardo Machado Ruiz, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lembra que uma das subsidiárias é a Gasmig, o que, consequentemente, a coloca sobre a mesa – a Cemig tem 99,6% da Gasmig, e os 0,4% restante é de Belo Horizonte. “A Cemig é uma distribuidora e geradora de energia, tem participação em transmissora, e a Gasmig é uma outra lógica. É uma distribuidora só, não é geradora de gás. Ela compra gás e distribui”, observa o doutor em Economia.  

Questionada se há modelos que poderiam ser um caminho, Maria Fernanda diz que as federalizações anteriores deveriam ser observadas, mas pondera que o processo, caso aconteça, deve “colocar muito claramente” a manutenção da qualidade dos serviços e dos projetos sociais da Cemig. “Qual é a grande preocupação? A Cemig é um manancial de Minas. Embora o mineiro não saiba que, de fato, o Poder Público tenha muito pouco das ações, há uma sensação dos mineiros para com a Cemig de que ela é nossa”, aponta.

A Cemig, a Copasa e a Codemig não seriam as primeiras estatais de Minas Gerais usadas para abater a dívida do Estado com a União. Quando o governo Eduardo Azeredo (1995-1999) tomou um empréstimo com a União, cerca de R$ 9 bilhões à época, para refinanciar a dívida de Minas, a Assembleia Legislativa autorizou a federalização das Centrais de Abastecimento (CeasaMinas), da Companhia de Armazéns e Silos (Casemg) e do Banco do Estado (Bemge) para pagar parte do total. As três estatais foram avaliadas em R$ 1,8 bilhão na época.

CEMIG anuncia R$ 23 bilhões em investimentos na rede de distribuição de MG

CEMIG anuncia R$ 23 bilhões em investimentos na rede de distribuição de MG - Foto: reprodução
CEMIG anuncia R$ 23 bilhões em investimentos na rede de distribuição de MG – Foto: reprodução

A Cemig anunciou o investimento de R$ 23 bilhões na rede de Distribuição que atende mais de 9 milhões de clientes em todo o Estado, nos próximos cinco anos (2024-2028). Esse é o maior plano de investimentos da sua história no setor, ampliando os R$ 18,4 bilhões anunciados em 2023 com prazo de execução até 2027. Entre as melhorias, está a construção de mais 120 subestações (SEs) de energia, dando prosseguimento ao Mais Energia, programa que está melhorando a qualidade e a confiabilidade do fornecimento de energia. Ao todo, o Mais Energia entregará 200 novas subestações, totalizando 615 instalações.

“Desde o início do Programa Mais Energia, entregamos 80 subestações que iniciaram suas operações e foram conectadas à rede existente, aumentando a capacidade de atendimento para milhões de clientes da Cemig”, ressaltou o vice-presidente de Distribuição da Cemig, Marney Antunes.

Outro programa contemplado no Plano de Investimentos 2024-2028 é o Minas Trifásico, que vai converter cerca de 30.000 km de redes elétricas rurais monofásicas em redes trifásicas. Com ele, a Cemig levará energia com mais qualidade e quantidade para a população que vive no campo. O programa beneficiará quase todos os 774 municípios da área de concessão da Cemig, promovendo a potencialização acelerada do agronegócio local, mais desenvolvimento, emprego e renda para as regiões mineiras.

Para absorver todas as solicitações de conexão de clientes e empreendimentos, a Cemig vai realizar o reforço e reforma do sistema elétrico, além de garantir a dupla alimentação a todas as sedes municipais, com realização de investimentos na expansão das redes de média e baixa tensão e na alta tensão.

REGULARIZAÇÃO

Outra ação contemplada no Plano de Investimentos é a regularização do fornecimento de energia de aproximadamente 240 mil famílias carentes, que vivem nos principais núcleos urbanos do Estado, por meio do Programa Energia Legal. O investimento abrange a implantação de novas redes, inclusão na tarifa social e doações de padrões de energia e lâmpadas eficientes.

MODERNIZAÇÃO DA REDE ELÉTRICA

Com foco na melhoria da qualidade do fornecimento, renovação de ativos, expansão na capacidade de suprimentos e mudança de patamar tecnológico, o Plano de Desenvolvimento da Distribuição (PDD) prevê, ainda, a instalação de cerca de 5.000 religadores trifásicos, substituição de mais de um milhão de medidores obsoletos e instalação de mais 1,25 milhão de medidores inteligentes, investimentos em telecomunicações e meio ambiente, além de ações de manutenção e operação de redes de distribuição, como podas de árvores e inspeções, para reduzir o tempo de restabelecimento de energia, no caso de ocorrências.

“Os religadores trazem grande benefício para a continuidade do fornecimento de energia, pois recompõem o sistema elétrico automaticamente, no menor tempo possível, em caso de interrupções por defeitos transitórios. O aumento do número destes equipamentos instalados na nossa rede de distribuição torna o sistema mais seguro e confiável, com efeitos imediatos para toda a população ”, explicou o vice-presidente de Distribuição da Cemig.

Funcionários de empresa terceirizada da Cemig são detidos após venderem 120 kg de fio de cobre furtados

Funcionários de empresa terceirizada da Cemig são detidos após venderem 120 kg de fio de cobre furtados – Foto: divulgação/Polícia Militar

Três funcionários de uma empresa terceirizada da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foram detidos após venderem 120 kg de fio de cobre furtados para um comerciante em Pimenta.

A reportagem entrou em contato com a Cemig, que, em nota, informou que está colaborando com as autoridades na apuração da ocorrência.

O caso foi descoberto após a Polícia Militar receber uma denúncia, envolvendo um comerciante de sucata, que possivelmente estaria comprando cabos e fios de origem criminosa.

Os militares abordaram o suspeito de 69 anos, responsável pela compra e venda de sucata no município, e no carro dele foi localizado os 120 kg de fios de cobre que pertencem à Cemig.

Após levantamentos, os policiais chegaram aos funcionários da empresa terceirizada da Cemig. Eles confessaram que negociaram e entregaram os cabos furtados ao comerciante, o qual também foi preso por receptação.

Os três homens e o comerciante foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Civil, juntamente com o material apreendido.

O que diz a Cemig

“A Cemig informa que está colaborando com as autoridades na apuração da ocorrência de furto de cabos em uma subestação em Pimenta, que irá ampliar a oferta de energia na região. A estrutura está sendo construída e a Vision é uma das empreiteiras que está atuando nas obras da subestação.

Pela apuração preliminar da companhia, os cabos furtados foram retirados de canaletas e não prejudicaram o andamento das obras da subestação.”

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