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Calor encarece bebidas e já provoca efeito sobre a inflação de BH

Calor encarece bebidas e já provoca efeito sobre a inflação de BH – Foto: reprodução

Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) revela que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte teve alta de 0,64% durante a terceira quadrissemana de setembro (período de 24 de agosto a 23 de setembro de 2023). No decorrer deste ano, a inflação da capital, medida pelo IPCA, registrou um aumento acumulado de 5,05%, enquanto nos últimos doze meses a alta atingiu 6,53%. Segundo o Ipead a alta na prévia da inflação de setembro, medida na terceira quadrissemana, foi provocada pelo forte calor, que elevou demanda de bares e restaurantes e provocou alta de bebidas e alimentação fora de casa.  

Nesta quadrissemana, a elevação do IPCA está relacionada também à alta do preço médio dos itens gasolina comum e automóvel novo, com as variações, respectivamente, 8,02% e 5,11%. Já alimentação fora da residência volta a subir provocada pelo calo. O subgrupo alimentação fora da residência apresentou alta nesta quadrissemana, puxada pela elevação apresentada pelo item bebidas em bares e restaurantes, com alta de 3,32%.  

Por outro lado, o grupo alimentação, como um todo, apresenta queda de 0,34% neste mês de setembro. Esta queda se explica pelo subgrupo alimentação na residência que registrou redução de 0,64% em comparação com a terceira quadrissemana de agosto, ou seja, em relação ao mês anterior. Todos os itens deste subgrupo apresentaram queda nesta quadrissemana, mas a principal contribuição para essa queda provém do subgrupo alimentos in natura (que inclui frutas, legumes, tubérculos, hortaliças e ovos), que experimentou uma diminuição significativa de 2,09%. 

Ambev e Heineken avisam governo que preços das cervejas vão aumentar

A indústria cervejeira, liderada por Ambev e Heineken, já avisou ao Ministério da Fazenda e aos diversos Estados, que hoje pensam em elevar impostos do setor para reforçar o caixa, que não consegue mais segurar o preço da bebida.

Representados pelo Sindicerv, as fabricantes apresentaram um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrando que, desde 2019 até o fim de 2022, absorveram 52,8% do aumento dos custos de produção. O repasse aos preços foi, segundo a entidade, de 14%. O setor tem peso no cálculo da inflação medida pelo IPCA.

Essa política fez reduzir as já apertadas margens de lucro. Para as microcervejarias, o resultado foi pior: nada de retorno.

A entidade afirma que o aumento dos custos se deve à escassez de embalagens, alta nos preços de malte e lúpulo, insumos primordiais da cerveja, ambos importados em grande maioria.

Mesmo assim, a expectativa é fechar este ano com um aumento de 4,5% na produção e consumo da bebida, atingindo o patamar de 16,5 bilhões de litros.

Catar proíbe venda de álcool nos estádios da Copa

Após um acordo com o Catar que havia liberado a cerveja nos estádios da Copa do Mundo de 2022, a Fifa anunciou nesta sexta-feira (18) a revogação da decisão e o banimento da venda de bebidas alcoólicas no entorno e dentro dos estádios, a apenas dois dias do início da Copa do Mundo.

“Após discussões com o país-sede e a Fifa, foi tomada a decisão de que as bebidas alcoólicas serão vendidas apenas nas ‘fan zones’ e nos pontos autorizados e licenciados para isso, e não no perímetro dos estádios”, afirmou a Fifa em comunicado.

Não foi citada a razão para a decisão surpresa, mas relatos da mídia afirmam que teria havido uma intervenção da família governante do Catar.

A medida deve impactar o acordo da Fifa com a fabricante de cerveja AB InBev, detentora da marca Budweiser e patrocinadora da Copa. A distribuidora oficial de cerveja durante o torneio agora só poderá vender nos estádios sua versão sem álcool.

A multinacional belgo-brasileira AB InBev paga dezenas de milhões de dólares em cada Copa do Mundo pelos direitos exclusivos de venda de cerveja e já despachou a maior parte de seu estoque do Reino Unido para o Catar, na expectativa de vender seu produto a milhões de torcedores. A parceria da empresa com a Fifa começou no Mundial de 1986, e há negociações em andamento para renovar o contrato para a próxima Copa do Mundo.

Comércio restrito

O Catar é um país onde o comércio de álcool é bastante restrito, limitado a alguns hotéis. Durante a Copa, essa regra foi flexibilizada, mas ainda não é possível comprar álcool nos supermercados. Além disso, bebidas alcoólicas são comercializadas a preços altos, com um litro de cerveja com preço acima de R$ 70 e um copo de uísque acima de R$ 220.

Durante o torneio, foram programados “happy hours” em hotéis, ‘fan zones’ e estádios, e foi permitida a venda de bebidas alcoólicas, embora com restrições, para que as pessoas não possam comprar mais de duas cervejas ao mesmo tempo.

Quando o Catar lançou sua candidatura para sediar a Copa do Mundo, o país havia concordado com as exigências da Fifa de vender álcool nos estádios e novamente ao assinar contratos após vencer a votação em 2010. Na Copa do Mundo de 2014 no Brasil, o país-sede foi obrigado a mudar uma lei para permitir a venda de álcool em estádios.

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