Três pessoas são presas por cárcere privado em clínica de Piumhi – Imagem: reprodução/Agência Inova
Na última quarta-feira (5), três pessoas foram presas pela Polícia Militar por cárcere privado contra uma paciente em uma clínica em Piumhi (MG). Entre os detidos estão um coordenador e um psicólogo da instituição.
Segundo a PM, a vítima relatou ter sido internada contra sua vontade por familiares devido à dependência química. Inicialmente, ela ficou em uma clínica em Guapé, que foi interditada judicialmente. Com o fechamento do local foi transferida para clínica em Piumhi, no dia 29 de outubro de 2024, permanecendo nesse local contra a sua vontade até a presente data, quando conseguiu fugir.
Mesmo solicitando sua liberação, permaneceu internada durante nove meses. A vítima alegou que era mantida na instituição sob pressão para assinar documentos relacionados a questões patrimoniais.
A vítima não possuía nenhuma interdição judicial e conseguiu escapar durante uma caminhada supervisionada, buscando ajuda da Polícia Militar. Outras testemunhas foram ouvidas.
Funcionários de clínica de reabilitação no Sul de Minas são presos por maus-tratos, tráfico e sequestro; internos relatam ‘sala de tortura’ – Foto: reprodução
O “ambiente acolhedor” e o “tratamento humanizado” prometido pelo Centro Terapêutico Caminho de Luz, em Machado, no Sul de Minas, contrasta com denúncias de internos, que relataram à Polícia Civil (PC) terem sido vítimas de torturas físicas e psicológicas na clínica de reabilitação.
Na última quinta-feira (6 de junho), uma inspeção no local levou cinco pessoas à prisão em flagrante pelos crimes de tortura, maus-tratos, tráfico de drogas, sequestro, cárcere privado e organização criminosa.
A ação, realizada em conjunto pela PC com o Ministério Público e a Vigilância Sanitária, ainda constatou “diversas irregularidades nas condições sanitárias” da clínica, voltada para dependentes químicos.
Um cenário bem distante do que o centro terapêutico relata oferecer aos internos em divulgação no próprio site. “Nosso principal objetivo é proporcionar um ambiente acolhedor e de apoio”, afirma. “Estamos preparados para receber pacientes com muita qualidade e conforto em nossas instalações. Oferecemos tratamento humanizado.”
Entretanto, segundo a PC, internos (homens de 19 a 54 anos) relataram a existência de uma ‘sala de tortura’. Nela, os policiais encontraram objetos que, segundo as vítimas, eram usados nos maus-tratos, como faixas e cinturões com braceletes para imobilização.
Também foram achados recipientes com substâncias identificadas como álcool e outras drogas, além de caixas de remédios controlados sem prescrição e blocos de receitas em branco assinados por um médico. De acordo com a PC, os internos contaram que os medicamentos eram usados para sedá-los quando tentavam fugir da clínica e eram administrados por qualquer funcionário.
Em meio à inspeção, o gerente do centro terapêutico tentou fugir, mas foi preso pela Polícia Militar. Os funcionários detidos foram encaminhados à delegacia. Documentos foram apreendidos para o prosseguimento da investigação.
A reportagem, uma funcionária do Centro Terapêutico Caminho de Luz afirmou que a clínica “só vai se comunicar com a imprensa quando tudo estiver resolvido.”
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