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Julho Verde reforça a conscientização e prevenção do câncer de cabeça e de pescoço

Julho Verde reforça a conscientização e prevenção do câncer de cabeça e de pescoço - Foto: Rafael Assis
Julho Verde reforça a conscientização e prevenção do câncer de cabeça e de pescoço – Foto: Rafael Assis

Hélio Francisco da Costa trabalhava como pedreiro quando começou a apresentar rouquidão constante. “O tempo foi passando e meus colegas sempre me dizendo que não era normal e que eu deveria procurar um médico. Quando eu finalmente fui consultar, tive a notícia que estava com câncer de laringe”, conta ele, que descobriu a doença há três anos.

O tratamento incluiu sessões de radioterapia e cirurgia. “No início foi muito difícil, eu ficava muito nervoso, pois tentava me comunicar com as pessoas, mas somente a minha irmã me entendia, já que com a retirada das cordas vocais eu não podia mais falar”, lembra. 

Ele foi um dos 13 pacientes do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), que receberam uma laringe eletrônica em 2023. Um ano depois, Seu Hélio, que ainda frequenta a unidade para consultas regulares de acompanhamento, só tem a agradecer. “Agora está muito bom, melhorou 100%. Me comunico com qualquer pessoa, sem nenhum problema”, afirma feliz.

Julho Verde reforça a conscientização e prevenção do câncer de cabeça e de pescoço - Foto: Rafael Assis
Julho Verde reforça a conscientização e prevenção do câncer de cabeça e de pescoço – Foto: Rafael Assis

O Hospital Alberto Cavalcanti, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), foi o primeiro hospital público estadual a entregar laringes eletrônicas. O investimento total foi de R$ 50 mil na compra das 20 primeiras unidades do equipamento. 

Em 2024, oito novas laringes eletrônicas já foram entregues e outras duas estão previstas para os próximos dias. 

“Todos os pacientes que foram submetidos a tratamentos que resultaram na retirada completa das cordas vocais – laringectomia total – são elegíveis ao uso de laringe eletrônica. Isto melhora a qualidade de vida dos pacientes e familiares, principalmente daqueles com dificuldades de comunicação escrita”, afirma o médico cirurgião Guilherme de Souza Silva, coordenador do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HAC.

Julho Verde

Neste mês, a campanha Julho Verde intensifica os alertas sobre a importância da prevenção e da detecção precoce do câncer na região da cabeça e pescoço, que atinge órgãos como boca, língua, gengivas, faringe, laringe, esôfago, tireóide, cavidade nasal, seios paranasais e glândulas salivares. 

Entre o período de 2019 e 2024 foram registrados em Minas Gerais mais de 22,7 mil casos e 8.645 óbitos por causa desse tipo de câncer.

Dentre as neoplasias de cabeça e pescoço, o câncer de lábio e cavidade oral estão entre os mais prevalentes. Entre 2019 e 2024 foram diagnosticados 3.504 casos do câncer de orofaringe e 2.976 casos da doença na língua e mais de 30 mil internações associadas ao câncer de cabeça e pescoço. Cerca de 66% delas estavam relacionadas ao câncer de boca.

Esse é o quinto tipo de câncer mais incidente no Brasil, mas seu índice de cura pode chegar a 90% se tratado precocemente. “Quando o diagnóstico é feito na fase inicial da doença, as chances de cura são muito altas”, destaca o médico cirurgião.

Fatores de risco e prevenção

Esse tipo de câncer atinge, em sua maioria, homens acima de 50 anos. Todavia, o médico alerta para o crescimento do número de mulheres acometidas pela doença, que é causada, em grande parte, pelo consumo exagerado de cigarros e bebidas alcoólicas. O número de casos em fumantes chega a ser de duas a três vezes maior que entre não fumantes. 

“Há alguns anos, a proporção era de 11 homens para cada mulher. Hoje, com o aumento no número de mulheres fazendo uso de álcool e cigarros, essa proporção diminuiu e temos três homens para cada mulher com a doença”, ressalta Guilherme de Souza Silva. 

Além disso, outros fatores de risco são o uso de cigarros eletrônicos ou de narguilé, exposição ao sol sem proteção, que representa risco importante para o câncer de lábio, e infecção pelo vírus HPV, que está relacionada a alguns casos de câncer de orofaringe quando transmitida por sexo oral.

“A principal forma de prevenção é não fumar nem consumir bebidas alcoólicas. Além disso, a vacina contra HPV também ajuda a prevenir”, afirma o médico.

Diagnóstico

Os cânceres de cabeça e pescoço afetam as partes superiores ou iniciais das vias respiratórias e digestivas, sendo o câncer de boca o mais comum.  Os primeiros sinais de que algo pode estar errado são feridas na boca e garganta que não cicatrizam, dificuldade e dor para engolir e alterações na voz, podendo surgir ainda nódulos no pescoço e sintomas como falta de ar.

“Diante de qualquer lesão no lábio e na cavidade oral que não cicatrize em até 15 dias a orientação é procurar atendimento em uma unidade básica de saúde para avaliação com um profissional cirurgião-dentista, que vai realizar o exame clínico da boca e, se necessário, o encaminhamento para biópsia para estabelecimento do diagnóstico”, destaca a coordenadora de Saúde Bucal e Ações Integradas da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Jacqueline Silva Santos.  

Segundo ela, as biópsias podem ser realizadas nas unidades básicas de saúde pelo cirurgião-dentista ou nos Centros de Especialidades Odontológicas.

“Além disso, as pessoas com maior risco para desenvolver câncer de boca, como os fumantes e etilistas, devem fazer visitas periódicas ao cirurgião-dentista para um cuidadoso exame de rotina, pois as chances de cura são maiores nas fases iniciais da doença e quando o tratamento é adequado e oportuno”, orienta.

“Os casos considerados urgentes e de alta suspeição para o câncer de boca devem ser encaminhados diretamente às Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou aos Centros de Assistência Especializada em Oncologia (Cacon) para confirmação diagnóstica”, explica Jacqueline Silva Santos.

Tratamento

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento tanto para quem quer parar de fumar, por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), quanto para quem foi diagnosticado com a doença, por meio das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e Centros de Assistência Especializada em Oncologia (Cacon). 

Essas unidades realizaram o tratamento para o câncer de cabeça e pescoço, com atendimento integral e gratuito para todos os cidadãos, por meio de profissionais cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, dentistas, fonoaudiólogos e nutricionistas, visando oferecer o melhor cuidado possível aos pacientes. O tratamento pode variar de acordo com o estágio do câncer, a localização específica e a saúde geral do paciente.

Atualmente, em Minas Gerais, o tratamento do câncer de cabeça e pescoço é realizado em 17 municípios e são responsáveis pela demanda de todo o estado. Nos últimos 12 meses (de maio de 2023 a abril de 2024), foram realizados 8.471 procedimentos relacionados ao câncer de cabeça e pescoço, sendo 1.356 cirurgias, 5.305 quimioterapias e 1.810 radioterapias. 

Confira a localização das Unacon e Cacon no estado.

Referência

O Hospital Alberto Cavalcanti é referência na oncologia com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em média, são realizadas 166 consultas e 37 cirurgias por mês na unidade, somente pelos cirurgiões de cabeça e pescoço. Entre elas, estão tireoidectomias (retirada da tireoide), glossectomias (retirada de parte ou toda a língua), laringectomias (retirada das cordas vocais), linfadenectomias cervicais (retirada dos linfonodos do pescoço), além de biópsias para diagnósticos.

O tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar, composta pelos profissionais da cirurgia de cabeça e pescoço, oncologia clínica, fonoaudiologia, enfermagem, serviço social, psicologia, nutrição, terapia ocupacional e fisioterapia. 

“Cada paciente tem seu tratamento definido e realizado, com ou sem cirurgia. Após o tratamento oncológico específico, é feito um acompanhamento regular do paciente na unidade”, informa o médico cirurgião Guilherme de Souza Silva.

As consultas acontecem às segundas, terças, quintas e sextas-feiras e são realizadas por meio de agendamentos, que podem acontecer por encaminhamento das unidades de saúde, pela Comissão Municipal de Oncologia ou por matriciamento (quando o paciente está internado em outra unidade da Rede Fhemig e é diagnosticado ou possui suspeita de câncer). Além disso, o HAC oferece serviço de pronto-socorro 24 horas, todos os dias da semana, para os pacientes.

Setembro Amarelo é o mês dedicado a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio

Campanha ocorre durante todo o mês, e o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é celebrado no dia 10 de setembro

Setembro Amarelo é o mês dedicado a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio – Imagem: Fundacentro/divulgação

Setembro Amarelo marca a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Durante todo o mês, a iniciativa tem como objetivo chamar a atenção para a importância de discutir e promover ações a respeito do suicídio.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), desde 2014, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil realiza essa campanha de conscientizar a sociedade e fomentar com informações relacionadas à prevenção do suicídio no país.

Nesse sentido, em sua nona edição, o tema é “Se precisar, peça ajuda!”. Vale ressaltar que a campanha é realizada durante todo o mês de setembro, mas o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é celebrado no dia 10/09 e endossado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a OMS, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Mas também informa que existem episódios subnotificados, o que pode chegar a mais de 1 milhão de casos. No Brasil, a estimativa é de 14 mil casos por ano, o que leva em média trinta e oito pessoas cometem suicídio por dia. Entre 2010 e 2019, o país registrou em torno de 112.230 mil mortes por suicídio.

Suicídio de trabalhadores

Embora a campanha não se concentre exclusivamente em trabalhadores e trabalhadoras, o ambiente de trabalho é um assunto importante para abordar a questão do tema e reduzir o estigma associado à saúde mental e promover soluções e apoio para aqueles que lutam contra pensamentos suicidas.

De acordo com especialistas, o suicídio de trabalhadores (as) e a saúde mental no ambiente de trabalho são preocupações importantes a serem discutidos. Observam ainda que o estresse no trabalho, pressão excessiva, assédio, carga de trabalho excessiva e falta de apoio emocional podem contribuir para problemas de saúde mental entre os trabalhadores e as trabalhadoras.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2019, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais receberam o diagnóstico de depressão. Estados do sul e sudeste têm 15,2% e 11,5%, respectivamente, de adultos com diagnóstico confirmado de depressão. Em seguida, o centro-oeste (10,4%), nordeste (6,9%) e norte (5%).

A Fundacentro, por sua vez, exerce um papel fundamental de pesquisa na área de segurança e saúde no trabalho – fomentando estudos que possibilitem a prevenção de doenças, acidentes e mortes nos ambientes de trabalho. A biblioteca da instituição disponibiliza uma série de conteúdos técnico-científicos em SST, acesse o acervo de forma gratuita e também da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional – RBSO.

Crescimento do suicídio

Os óbitos de trabalhadores (as) são, segundo estudos, desencadeados por adoecimento no trabalho. Essa manifestação trágica engloba uma série de fatores complexos e interligados, que podem incluir questões pessoais, ambientais e organizacionais. Em 2019, foram notificados 13 mil suicídios no país, sendo 12 mil casos em população de 14 a 65 anos. No entanto, 10 mil casos correspondem as pessoas em atividade de trabalho, sendo 77% dos suicídios ocorreram entre homens.

Ainda segundo estudos, os suicídios e tentativas de suicídio têm efeito dominó, os quais afetam diretamente o indivíduo e, consequentemente, as famílias, comunidades e sociedade.

Especialistas da área da saúde, principalmente os especialistas da Fundacentro, salientam a importância das empresas e empregadores adotarem medidas proativas para promover um ambiente de trabalho saudável e de apoio. Implementar programas e ações de bem-estar mental, a promoção de uma cultura de respeito, apoio e empatia com os (as) trabalhadores (as), sobretudo com aqueles que fazem tratamento contra depressão, ansiedade e outros.

“Segundo dados da Previdência Social, a terceira maior causa de afastamentos por auxílio-doença acidentário é de transtornos mentais, como a depressão, que pode ser um dos motivos, entre outras associações da ideação suicida”, afirma o diretor de Conhecimento e Tecnologia da Fundacentro, Remígio Todeschini. “Situações de assédio moral também podem levar a transtornos mentais. É importante que a Cipa esteja atenta a qualquer tipo de assédio no trabalho”, completa.

Também é importante que a pessoa que estiver enfrentando problemas relacionados à saúde mental procure ajuda profissional.

Para as pessoas que querem e precisam conversar, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, por meio do telefone: 188, chat ou e-mail.

Polícia Militar e CPRV fazem blits de conscientização na Semana Nacional do Trânsito

A Polícia Militar do 12° Batalhão de Passos juntamente com o Comando de Policiamento Rodoviário (CPRV), em resultado a Semana Nacional do Trânsito, realizará até a próxima sexta-feira (25), ações educativas para incentivar a mudança de comportamento e boas práticas de direção segura, contribuindo para a redução de acidentes e reforçar a ideia de que a responsabilidade por um trânsito seguro é compromisso de todos nós.

O tema deste ano é ‘’Perceba o risco, proteja a vida’’, o qual busca chamar a atenção sobre os perigos no trânsito, bem como outros riscos à saúde do cidadão.

Na última terça-feira (22), a PM em parceria com a CPRV, organizaram uma ação conjunta na MG-446, km 6, que liga Alpinópolis (MG) à MG-050 e a outras cidades da região, para conscientizar os condutores. O Tenente Luiz Gustavo Santos da Silva do 3° Pelotão de Alpinópolis falou sobre o assunto em live feita pela Polícia Militar.

‘’Estamos em foco a Semana Nacional do Trânsito, e para melhorar nosso aporte logístico, nós planejamos operações conjuntas entre a unidade do 3° pelotão do 12° batalhão de Passos, com o pessoal do CPRV, para observar tanto as questões de trânsito quanto de segurança pública, por que sabemos que os outros delitos, tais como tráfico de drogas por exemplo, utilizam essas vias, e estradas rurais. O nosso foco, além de prover a segurança das pessoas de bem, também não deixar de lado as repressões de delitos que possam ocorrer ao longo do trânsito.’’ Informou o Tenente.

‘’Nós sabemos que muitas pessoas sabem que alguns produtores e moradores rurais utilizam a rodovia, para depois acessar uma estrada. Então essa operação conjunta da polícia militar e da patrulha rural é importante para isso, para fazer as pessoas perceberam a necessidade de utilizar um capacete mesmo estando dentro do terreno, dentro da propriedade rural dele, utilização correta dos tratores agrícolas. Esse foco na nossa blits hoje, é repassar algumas dicas de segurança como essas’’, completou Gustavo.

De acordo com o militar, a apreensão de armas é muito importante, sabendo que uma arma na mão de um infrator pode acarretar em uma série de crimes.

O Cabo Carvalho informou que as vezes as pessoas tentam escapar das blits, mas nem sempre o intuito é multar, nesse caso os policiais estão ali para orientar a importância do uso do cinto de segurança, capacetes e outras infrações.

As operações acontecem em todo o estado, trabalhando em prol de tornar a região um lugar melhor para viver e apreender.

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