Jornal Folha Regional

Delegacia da Marinha do Brasil é denunciada por abuso e sobrecarga de trabalho

De acordo com e-mail direcionado para o Jornal Folha Regional com cópia para diversos setores da Marinha, o Imediato é responsável pelo caos

Delegacia da Marinha do Brasil em São José da Barra

Na última segunda-feira (28), às 11h52, a redação Jornal Folha Regional recebeu um e-mail, no qual é exposto o péssimo clima de trabalho na DelFurnas.

Já é a segunda vez que a Delegacia Fluvial de Furnas em São José da Barra (MG), envolve em problemas, sendo o primeiro em relação ao caixa dois envolvendo dois servidores, que teve apuração, mas sem nenhuma informação sobre a decisão final para a imprensa.

No e-mail, a pessoa que se identifica como militar da Instituição, denuncia alguns casos fatídicos que está acontecendo na Delegacia Fluvial de Furnas. Segundo ele, os militares desse quartel estão quase todos sofrendo por problemas psicológicos e sobrecarga de trabalho.

“Já teve militar que tentou suicídio, mas por milagre divino ficou vivo. O clima na delegacia é tão horrível que acarreta em problemas dentro dos lares, o que já causou destruição de alguns casamentos. O clima também é ruim para os oficiais, tem esposa de oficial que já não aguenta mais o tempo que o esposo passa no trabalho, tendo que ir as 22h atrás do marido na Delegacia, existe oficial de carreira sendo afastado temporariamente por estresse, ansiedade e depressão”, escreveu no e-mail.

O denunciante afirma que o responsável pelos ocorridos na DelFurnas é o Imediato.

“O causador de tudo isso é o Imediato do quartel, pois, ele se gaba, e acha normal toda essa situação, sendo alertado diversas vezes pelo médico do quartel (que também faz tratamento psicológico), que militares trabalhando mais de 12h por dia, ficando semanas sem folgas, geram transtornos irreversíveis. É surreal o que está acontecendo naquele lugar”, continuou escrevendo.

Ainda de acordo com o e-mail, o autor do mesmo afirma que teve militar com casamento destruído e não aguentou o “inferno” e simplesmente foi embora para o Rio de Janeiro e não voltou mais.

“O militar teve que ir em busca de ajuda na Unidade Integrada de Saúde Mental da Marinha, pois, aqui nem apoio de um psiquiatra e nem um psicológico os militares e seus familiares tem, o jeito é ir em busca do SUS, o que é dificílimo conseguir. Hoje, todos os militares subordinados diretamente ao imediato fazem uso de medicamentos psiquiátricos. Teve recruta que sofreu acidente ao cair do mastro às 18h, pois, já estava exausto de trabalhar o dia todo, o mesmo era obrigado a trabalhar como cozinheiro do Delgado e do ajudante mesmo aquele quartel não possuindo rancho, sofrendo diversos assédios moral e abuso de autoridade da parte dos mesmos. Eu venho pedir uma súplica para que alguma medida seja tomada antes de um suicídio (ou assassinato, tendo em vista que agora toda a força está ciente da situação e não moveu um dedo pra ajudar os mesmos). POR FAVOR NÃO DEIXEM MAIS UM MILITAR MORRER POR DESCASO DAS AUTORIDADES”, finalizou o e-mail.

A Marinha do Brasil emitou uma nota para a redação do Jornal Folha Regional.

“A Marinha do Brasil (MB), por meio do Comando do 1° Distrito Naval, informa que o conteúdo da denúncia será devidamente apurado e esclarecido por meio de procedimento administrativo, instaurado pela Capitania Fluvial de Minas Gerais (CFMG). Cabe ressaltar que a Delegacia Fluvial de Furnas (DelFurnas), Organização Militar citada na matéria, desde a sua ativação, em janeiro de 2020, vem envidando esforços para promover o bem-estar e o conforto de seus militares e respectivos familiares, com especial atenção à moradia, apoio à saúde e parcerias com instituições de ensino. Por oportuno, a MB reitera seu firme repúdio contra condutas e práticas que atentem contra os valores e os princípios militares”, finaliza nota.

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