Jornal Folha Regional

Texto que permite Mesa da Câmara suspender deputado será votado nesta quarta-feira

Texto que permite Mesa da Câmara suspender deputado será votado nesta quarta-feira - Foto: reprodução
Texto que permite Mesa da Câmara suspender deputado será votado nesta quarta-feira – Foto: reprodução

O projeto de resolução que dá poder para Mesa Diretora da Câmara suspender, por até seis meses, o mandato de deputado federal acusado de quebra de decoro parlamentar deve ir à votação do plenário nesta quarta-feira (12). A urgência do projeto 32/24 foi aprovada ontem, por 302 votos contra 142, com a promessa de votar o mérito do texto hoje.

A medida sofreu resistência de parte dos parlamentares que entendem que ela concede um poder excessivo à Mesa Diretora. Por outro lado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defende que a medida é necessária para conter os ânimos na Casa, após sucessivos casos de agressões verbais e quase físicas.

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) reclamou que a medida permite que a Mesa persiga adversários políticos e proteja aliados.

“Quer dizer que agora o Presidente da Câmara vai poder, de forma cautelar, determinar o afastamento de um Parlamentar do seu mandato? Vai-se ampliar dessa forma o poder do Presidente da Câmara, junto com a Mesa Diretora, para afastar um Deputado Federal, para que depois o Conselho de Ética venha se manifestar sobre o caso?”, questionou o deputado fluminense.

Encaminharam contra o texto os partidos PSOL, Rede e Novo, além da oposição. O PL – maior partido da casa – liberou a bancada, que votou em peso contra o projeto. Dos 91 deputados do PL, 68 votaram contra e 16 favoráveis à urgência.

De autoria da Mesa Diretora da Câmara, a proposta foi defendida pelo presidente da Arthur Lira. “Não há nenhuma usurpação de competência. A única alteração é uma medida cautelar para casos gravíssimos como os que aconteceram e vêm acontecendo reiteradas vezes nesta Casa. E quem tem juízo sabe que o limite já foi extrapolado há muito tempo”, disse.

De acordo com o texto, a Mesa Diretora da Câmara – formada por 11 parlamentares, sete titulares e quatro suplementes e liderada por Lira – poderá apresentar representação contra parlamentar por quebra de decoro. O colegiado terá 15 dias, contados do conhecimento do fato que motivou a representação, para suspender o mandato do deputado por meio de medida cautelar.

A suspensão deve ser comunicada ao Conselho de ética, que terá prazo de 15 dias acolher ou rejeitar a decisão da Mesa. A suspensão cautelar terá prioridade nas deliberações do Conselho que precisará formar maioria absoluta para derrubar ou manter a decisão da Mesa.

O texto prevê ainda a possibilidade de apresentar recursos ao plenário sobre a decisão do Conselho de Ética, no prazo de até cinco sessões da Câmara. A proposição confere também aos presidentes das comissões as mesmas prerrogativas do presidente da Câmara para manutenção da ordem nas reuniões, como advertência ou censura, caso um deputado perturbe os trabalhos.

Atualmente, um deputado só pode ser suspenso por decisão do plenário da Câmara, após decisão do Conselho de Ética.

Entenda

A proposta que altera o Regimento Interno da Câmara para permitir suspensão cautelar do mandato parlamentar por decisão da Mesa Diretora foi apresentada por Lira nessa terça-feira (11) após críticas na última semana motivadas pelos sucessivos embates entre parlamentares.

Durante a sessão que arquivou o processo no Conselho de Ética contra o deputado André Janones (Avante-MG) na semana passada, o parlamentar quase saiu no soco com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Na mesma semana, após discussão acalorada na Comissão de Direitos Humanos, a deputada Luiza Erundina passou mal e precisou ser internada.

Deputado mineiro quer que ministros de Estado, do STF e parlamentares usem câmeras corporais

Deputado mineiro quer que ministros de Estado, do STF e parlamentares usem câmeras corporais - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Deputado mineiro quer que ministros de Estado, do STF e parlamentares usem câmeras corporais – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O deputado federal mineiro Delegado Marcelo Freitas (União Brasil) protocolou, no fim de maio, um projeto de lei que pretende obrigar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares do Senado e da Câmara Federal, juízes, desembargadores, membros do Ministério Público, conselheiros dos Tribunais de Contas e ministros de Estado a usarem câmeras corporais, similares às usadas por policiais e agentes da segurança pública. O objetivo é “protestar” contra a determinação editada pelo Ministério da Justiça que impôs o uso do equipamento por todas as forças de segurança no país.

De acordo com o parlamentar, há uma “grande celeuma” no Brasil em relação ao uso de câmeras corporais por policiais e o projeto de lei é uma forma de ampliar o debate sobre a medida do governo federal. “(A utilização dos dispositivos) coloca a perspectiva de que só existe um tipo de criminalidade, a do policial corrupto ou violento. Mas existe outro tipo de criminalidade que é aquela que envolve corrupção e as articulações políticas em Brasília. A corrupção mata muito mais do que a ação de um policial”, argumenta. “Queremos mostrar que se há necessidade do policial ter as câmeras corporais, também há necessidade de outros agentes públicos usarem”, defende.

O texto determina que os chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário sejam excluídos das obrigações de usar o dispositivo. Com isso, o presidente da República, os presidentes da Câmara e do Senado e o presidente do STF estariam livres da medida. Questionado sobre o porquê da exclusão, Freitas disse que, pela posição que ocupam, as autoridades não deveriam usar câmeras corporais. “Essas pessoas fazem parte do topo da estrutura de poder no país. Quem é que controlaria o chefe do poder Executivo? Quem estaria acima do poder Legislativo? Como não existe uma instância superior, eles não devem ser incluídos”, destaca.

O parlamentar foi questionado, ainda, sobre possíveis problemas com a privacidade das informações coletadas pelas câmeras, que deveriam, conforme o projeto de lei, ser armazenadas em local seguro por 360 dias. “Porque não se discute isso na questão dos policiais? Se essa regra vale para um servidor público porque não valeria para o outro? porque não discutimos a invasão de privacidade de um policial?”, afirma. A determinação do Ministério da Justiça prevê que policiais possam desligar as câmeras em momentos íntimos durante a jornada de trabalho.

Especialista não vê eficácia em medida

O sociólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Michel Misse, diz que o uso de câmeras por agentes políticos e públicos não faz sentido como medida de enfrentamento à criminalidade. “Se o congresso decidir racionalmente vai rejeitar esse projeto, evidentemente. É absolutamente contrário à necessidade de melhor controle sobre a atuação da polícia ostensiva. Qual a razão de se defender as câmeras nos policiais? É que os policiais são a força ostensiva do Estado, têm o direito de portar armas de guerra, extremamente letais, ao contrário dos ministros do Supremo, ao contrário dos senadores”, defende. 

Segundo o especialista, a função das câmeras é, simultaneamente, proteger os policiais em casos em que seja necessário produzir provas para sustentar sua inocência, quanto prevenir abusos das forças de segurança. “Já foi demonstrada a efetividade quando foi utilizado em São Paulo. Um delegado não querer que uma câmera permita tanto sustentar a inocência de um policial quando age dentro da lei, quanto testemunhar contra um policial que age fora da lei, não faz sentido”, completa.

Câmeras corporais em policiais

No dia 28 de maio, o governo federal divulgou uma portaria que detalhou as 16 diretrizes para o uso de câmeras corporais por policiais no Brasil. O documento, assinado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou que todos os órgãos se segurança pública no país implementem o uso dos dispositivos. De acordo com a pasta, a principal finalidade é assegurar tanto a eficácia profissional quanto o respeito aos direitos e garantias fundamentais.

Esta portaria estabelece as diretrizes sobre o uso de câmeras corporais pelos integrantes dos seguintes órgãos de segurança pública: Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Penal Federal; Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e do Distrito Federal; Polícias Civis dos Estados e do Distrito Federal; Polícias Penais dos Estados e do Distrito Federal; Peritos de Natureza Criminal dos Estados e do Distrito Federal; Guardas Municipais; Força Nacional de Segurança Pública e Força Penal Nacional.

Veja as situações em que as câmeras devem estar obrigatoriamente ligadas:

  • No atendimento de ocorrências;
  • Nas atividades que demandem atuação ostensiva, seja ordinária, extraordinária ou especializada;
  • Na identificação e checagem de bens;
  • Durante buscas pessoais, veiculares ou domiciliares;
  • Ao longo de ações operacionais, incluindo aquelas que envolvam manifestações, controle de distúrbios civis, interdições ou reintegrações possessórias;
  • No cumprimento de determinações de autoridades policiais ou judiciárias e de mandados judiciais;
  • Nas perícias externas;
  • Nas atividades de fiscalização e vistoria técnica;
  • Nas ações de busca, salvamento e resgate;
  • Nas escoltas de custodiados;
  • Em todas as interações entre policiais e custodiados, dentro ou fora do ambiente prisional;
  • Durante as rotinas carcerárias, incluindo o atendimento a visitantes e advogados;
  • Nas intervenções e resolução de crises, motins e rebeliões no sistema prisional;
  • Nas situações de oposição à atuação policial, de potencial confronto ou de uso de força física;
  • Nos sinistros de trânsito;
  • No patrulhamento preventivo e ostensivo ou na execução de diligências de rotina em que ocorram ou possam ocorrer prisões, atos de violência, lesões corporais ou mortes.

Congresso rejeita veto de Lula e proíbe ‘saidinhas’ de presos do regime semiaberto

Congresso rejeita veto de Lula e proíbe ‘saidinhas’ de presos do regime semiaberto – Foto: reprodução

O Congresso Nacional rejeitou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à proibição das chamadas “saidinhas” de presos do regime semiaberto. Dessa forma, serão retiradas da Lei de Execução Penal as possibilidades de saídas temporárias para visita à família e para participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

Permanece na lei a possibilidade de saída temporária para frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do ensino médio ou superior, na comarca do Juízo da Execução.

Até agora, a autorização para as saídas temporárias podia ser concedida por prazo não superior a sete dias, podendo ser renovada por mais quatro vezes durante o ano.

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) lamentou que o conservadorismo do Congresso seja contaminado pela visão extremista do mundo. “Fazem um escarcéu contra o governo Lula, como se ele não tivesse compromisso com programas sociais. Vedar todas as saídas temporárias não é racional. De 835 mil presos, 182 mil têm direito a essa saída”, alertou.

Autor do projeto original, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) criticou os critérios da lei classificados por ele de “frouxos” na época da apresentação do projeto, mas considerou o texto aprovado pelo Congresso rigoroso demais. “Uma ínfima minoria comete um delito quando sai. De um total de 34 mil presos que tiveram direito ao benefício nas saídas no estado de São Paulo no Natal de 2023, apenas 81 (nenhuma mulher) cometeram crimes e de menor potencial”, lembrou.

Já para o deputado Kim Kataguiri (União-SP), “todos os incentivos dados pelo Brasil e pelo governo brasileiro são incentivos para o cometimento de crime. “Infelizmente, no Brasil, cometer crime compensa. O sujeito sabe que não vai ser punido; se for punido, sabe que a punição vai ser branda; e o índice de reincidência é gigantesco”, afirmou.

Lira reajusta em 60% valor que cobre gastos de deputados em viagens a trabalho

Lira reajusta em 60% valor que cobre gastos de deputados em viagens a trabalho - Foto: redes sociais
Lira reajusta em 60% valor que cobre gastos de deputados em viagens a trabalho – Foto: redes sociais

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reajustou em 60,62% os valores que cobrem as diárias de viagens a trabalho realizadas por parlamentares e servidores da Casa dentro do País. Segundo o deputado, a correção da indenização dos gastos com estadia, alimentação e locomoção corresponde à variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho de 2015 a março deste ano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reajustou em 60,62% os valores que cobrem as diárias de viagens a trabalho realizadas por parlamentares e servidores da Casa dentro do País. Segundo o deputado, a correção da indenização dos gastos com estadia, alimentação e locomoção corresponde à variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho de 2015 a março deste ano.

Com a mudança, o valor recebido pelo presidente da Câmara passa de R$ 611 para R$ 981 e pelos demais parlamentares de R$ 524 para R$ 842. Servidores e colaboradores, que recebiam no máximo R$ 489, podem receber de R$ 702 a R$ 785, a depender da categoria do cargo. Já para analistas e técnicos legislativos, o valor passou de R$ 349 para R$ 560 por dia.

Também foi reajustado o valor adicional de embarque e desembarque. Há 12 anos, o auxílio que cobria despesas de deslocamento entre o ponto de origem e o local de embarque ou desembarque era de R$ 279. A partir desta quinta, passa a ser de R$ 448,00.

O reajuste foi feito apenas sobre os valores gastos em viagens nacionais. Para as viagens realizadas na América Latina, o auxílio varia de US$ 196 a US$ 428. Em caso de destinos localizados em outros países, a indenização é de no mínimo US$ 215 e no máximo US$ 550.

Aécio propõe união de forças para a renegociar dívida de Minas com governo federal

Ao lado do presidente do PSDB-MG, Paulo Abi-Ackel, ex-governador de Minas apresenta ao presidente da ALMG proposta alternativa para adesão ao RRF

Aécio propõe união de forças para a renegociar dívida de Minas com governo federal - Foto: divulgação
Aécio propõe união de forças para a renegociar dívida de Minas com governo federal – Foto: divulgação

Os deputados federais Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel entregaram, na última quinta-feira (07), ao presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Martins Leite, proposta alternativa para a renegociação da dívida de Minas Gerais com a União. Os deputados defendem a flexibilização da Lei Complementar 159 de 2017, que trata do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), e são contrários à proposta em discussão atualmente que prevê a privatização ou federalização das estatais mineiras como Cemig, Copasa e Codemge em troca da quitação de parte da dívida do Estado.

“Esta deve ser uma causa de todos os mineiros, uma causa que tem de estar necessariamente acima de disputas políticas. Temos agora que nos unir. Vejo fragilidade nas duas propostas colocadas. Tanto a privatização nos moldes propostos pelo governo Zema, quanto a federalização, proposta mais recentemente. Acredito que a flexibilização da lei 159 é possível desde que haja força e disposição política do governador, que tem que liderar esse processo, gostemos ou não do seu estilo, e de toda a classe política e empresarial. O que falta a meu ver é coragem e um pouco mais de compreensão da importância de Minas Gerais para se negociar com o governo federal. Essas propostas que estão sendo colocadas atendem ao governo federal. Não atendem a Minas Gerais”, afirmou o deputado em entrevista.

A proposta dos deputados tucanos prevê alongamento do prazo de pagamento da dívida do Estado para 50 anos. Atualmente o prazo é de 30 anos. Os deputados defendem a redução da taxa de juros para correção da dívida dos atuais IPCA + 4% para IPCA + 2%, nos próximos 10 anos e a partir daí reajuste apenas pelo IPCA. Além disso, sugerem a adoção do limite de 8% da Receita Corrente Líquida para pagamento das parcelas da dívida. Atualmente, o limite é de 13% da RCL. Na proposta de Aécio e Abi-Ackel, as estatais não seriam privatizadas ou federalizadas, mas entrariam apenas como garantia do cumprimento do contrato com a União.

Durante o encontro com o presidente da ALMG, Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel conversaram sobre a necessidade de se prorrogar o prazo da liminar que garante a suspensão do pagamento da dívida do Estado até 20 de dezembro. A ideia é garantir mais tempo para negociar com o governo federal. Na próxima semana, os deputados tucanos levarão a proposta ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

“Viemos mostrar ao presidente Tadeu Martins que temos alternativa. Nem a federalização e nem a privatização. Vamos juntar forças com outros estados. A bancada está à disposição. Estamos à disposição com outros governadores para que a gente possa ter uma negociação que atenda a todo o país e não apenas ao governo federal. Trouxemos objetivamente uma proposta que busca criar condições mais razoáveis para o pagamento da dívidane, obviamente, dando ao governo os exemplos que não tem dado, fazendo o choque de gestão, diminuindo os custos da máquina pública. Essa é a articulação correta que deveria estar sendo feita por Minas Gerais ao lado de outros estados brasileiros que têm situação até pior do que a nossa”, disse Aécio.

Lei Kandir

Aécio Neves lembrou que o governo de Minas precisa levar para a mesa de negociações com o governo federal um crédito que o Estado tem com a União em razão das perdas de arrecadação de imposto provocadas pela Lei Kandir, legislação federal em vigor desde 1996, que isentou do ICMS as exportações de produtos primários e semielaborados. Estima-se que Minas tenha deixado de arrecadar R$ 135 bilhões de 2006 até 2019.

“O PT ignorou esta questão ao longo dos 14 anos que governou o Brasil. Os números que temos falam em R$ 135 bilhões que Minas Gerais deixou de arrecadar pela isenção dos produtos primários da nossa pauta de exportações. Se nós temos R$ 160 bilhões, ou próximo disso, de dívida hoje, temos um crédito com a União que precisa entrar nessa conta. Foi péssimo o acordo assinado pelo governador, em 2020, quando aceitou essa negociação a chegar em R$ 8,7 bilhões. É algo ínfimo em relação ao conjunto das perdas e era preciso que isso tivesse sido colocado à mesa. Esta sim era uma negociação à altura de Minas, das tradições de Minas, da força política de Minas Gerais. Nós já estamos começando esta negociação concedendo muito”, completou Aécio.

PRINCIPAIS PONTOS DA PROPOSTA

 1 – Hoje, o RRF propõe correção da dívida com IPCA mais 4%. 

Nova Proposta:
IPCA mais 2% (Juros) nos próximos 10 anos. A partir daí reajuste apenas pelo IPCA.

 
2 – Da forma como está definido hoje, o RRF propõe o prazo de duração do ajuste (RRF) de 9 anos e 30 anos o prazo de pagamento. 

Nova Proposta:
Prazo de pagamento 50 anos. Assim se achata a curva do fluxo de pagamentos, promovendo um alongamento do perfil da dívida.

 
3 – Limite atual de comprometimento da Receita Corrente Líquida do Estado para pagamento das parcelas da dívida é em torno de 13%. 

Nova Proposta:
Adoção do limite de 8% da RCL para pagamento das parcelas da dívida.

 
4 – Propostas já apresentadas até aqui sugerem que as estatais mineiras sejam privatizadas ou federalizadas. 

Nova Proposta: Estatais entrariam apenas como garantia do cumprimento do contrato.
 
5 – Esta nova proposta não atenderia apenas Minas Gerais, mas um conjunto de estados que se encontram também em graves dificuldades fiscais como por exemplo Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás. Esses estados já aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal, mas buscam a sua flexibilização. 

6 – Defendemos que o Governo de Minas Gerais assuma o compromisso de fazer um CHOQUE DE GESTÃO para cortar despesas, combater desperdícios e racionalizar custos, principalmente com uso de ferramentas digitais de gestão. 

Câmara aprova projeto que aumenta penas para furto, roubo, latrocínio e outros crimes

Câmara aprova projeto que aumenta penas para furto, roubo, latrocínio e outros crimes – Foto: reprodução

A Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira (31) projeto de lei que aumenta as penas para os crimes de furto, roubo, receptação de produtos roubados, latrocínio (roubo seguido de morte) e outros. A proposta será enviada ao Senado.

O texto aprovado é um substitutivo do deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para o Projeto de Lei 3780/23, do deputado Kim Kataguiri (União-SP) e outros.

A pena geral de furto passa de reclusão de 1 a 4 anos para 2 a 6 anos, aumentando-se da metade se o crime é praticado durante a noite.

No caso do furto qualificado, cuja pena continua a mesma (2 a 8 anos), o relator incluiu novo caso: furto de equipamento ou instalação prejudicando o funcionamento de serviços de telecomunicações, energia elétrica, abastecimento de água, saúde e transporte público. Nessa qualificação seria enquadrado, por exemplo, o furto de fiação elétrica.

Já o furto por meio de fraude com o uso de dispositivo eletrônico, os golpes virtuais, tem pena aumentada de reclusão de 4 a 8 anos para 4 a 10 anos.
O texto também aumenta as penas de reclusão para outros furtos específicos:

  • veículo transportado a outro estado ou para o exterior: de 3 a 8 anos para 4 a 10 anos; e
  • gado e outros animais de produção: 2 a 5 anos para 4 a 10 anos.

Alfredo Gaspar cria ainda outros dois casos de furto com penas maiores: de animais domésticos, 4 a 10 anos; e de dispositivo eletrônico ou informático (celular, por exemplo), de 4 a 10 anos.

“Mais de 1 milhão de celulares foram roubados das pessoas simples. A legislação brasileira é muito branda quando se trata de proteger o patrimônio”, afirmou o relator.

Contrário ao projeto, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) criticou o aumento de penas. “Vendem a ilusão de que o aumento da pena desses crimes diminui a violência. Final da década dos anos 90, 100 mil encarcerados. Hoje, 700 mil encarcerados. Isso aumentou a sensação de segurança?”, questionou.

Roubo
Quanto ao crime de roubo, a pena geral de 4 a 10 anos passa para 6 a 10 anos, com aumento de 1/3 para duas novas situações semelhantes à do furto: equipamentos ou instalações ligadas a serviços públicos e roubo de dispositivo eletrônico ou informático.

Latrocínio
Quando o roubo ocorrer com violência e dela resultar lesão grave, a pena atual de 7 a 18 anos passará para 16 a 24 anos se o projeto virar lei.

No caso do latrocínio (roubo seguido de morte da vítima), o condenado pode pegar de 24 a 30 anos. Hoje a pena é de 20 a 30 anos.

“Meu avô foi vítima de latrocínio e em homenagem a ele eu quero deixar este projeto. Não é pobre que rouba, não. É mau-caráter que rouba, principalmente os mais pobres”, afirmou Kim Kataguiri.

Para o deputado Helder Salomão (PT-ES), o projeto cria uma equiparação entre penas de crimes contra o patrimônio e de crimes contra a vida. “É preciso que haja o combate à impunidade, mas o aumento de pena não é a solução para o aumento da criminalidade no País”, afirmou.

Receptação
O crime de receptação de coisa obtida por meio de um crime, que é quando alguém recebe para revender o bem, por exemplo, passa de 1 a 4 anos para 2 a 6 anos.

Quando a receptação for de animal de produção, a pena para esse crime passará de 2 a 5 anos de reclusão para 3 a 8 anos.

É criado ainda o crime específico de receptação de animal doméstico, com pena de 3 a 8 anos de reclusão.

O Código Penal passará a ter um novo caso de receptação qualificada, para os equipamentos ou instalações retiradas de serviços públicos (como fios retirados de linhas de trem). A pena será o dobro da pena geral de 2 a 6 anos de reclusão.

Fios de telefone
A pena por interromper serviço telefônico, telegráfico ou radiotelegráfico, atualmente de detenção de 1 a 3 anos, será de reclusão de 2 a 4 anos, com pena em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública ou roubo ou destruição de equipamento instalado em torres de telecomunicação.

Estelionato
No crime de estelionato, com pena de 1 a 5 anos de reclusão, Gaspar introduz a tipificação específica de fraude bancária, definida como a cessão, gratuita ou com pagamento, de conta bancária para que nela transitem recursos destinados ao financiamento de atividade criminosa ou vindos dessa atividade.

Novo caso de estelionato qualificado é incluído para abranger os golpes aplicados por meio da internet ou redes sociais, como phishing (quando alguém clica em links falsos que roubam dados ou dinheiro), golpe do Pix e outros.

Assim, o condenado poderá pegar de 4 a 8 anos por esse tipo de fraude cometida com informações fornecidas pela vítima ou terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos, envio de e-mail fraudulento, duplicação de dispositivo eletrônico ou aplicação de internet ou qualquer meio análogo.

Representação
Por fim, o projeto de lei acaba com dispositivo introduzido em 2019 no Código Penal que condiciona o início da ação penal para o crime de estelionato à representação da vítima.

Assim, a representação não dependerá da iniciativa da vítima, podendo ser apresentada pelo Ministério Público em qualquer situação. Atualmente, isso ocorre somente se o crime for contra a administração pública; criança ou adolescente; pessoa com deficiência mental; ou maior de 70 anos de idade ou incapaz.

ALMG abre licitação para colocar jatinho à disposição dos deputados

ALMG abre licitação para colocar jatinho à disposição dos deputados – Foto: reprodução

Um jatinho será colocado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais à disposição dos deputados estaduais para viagens a trabalho ao interior e outros Estados.

Uma licitação em andamento na Casa prevê a contratação desse tipo de aeronave, com capacidade mínima para seis passageiros, como táxi aéreo.

A Assembleia afirma que já mantém regularmente contratos de fretamento de aeronaves, um referente ao uso de jato e outro de turboélice, tendo em vista a necessidade de adequação às diferentes condições dos aeroportos de cada região. A Casa, porém, não informou quando ocorreu licitação anterior para o jatinho.

Outra concorrência, concluída pelo Poder Legislativo no ano passado, previu e fechou contrato para o mesmo serviço, mas envolvendo apenas uma aeronave mais simples, um modelo bimotor turboélice, também com capacidade mínima para seis passageiros.

A licitação deste ano, feita na modalidade pregão, substitui a anterior, prevê novamente a aeronave turboélice e acrescenta o jatinho.

O valor homologado no contrato que envolvia apenas a turboélice foi de R$ 1,1 milhão. A nova licitação não fala sobre o valor máximo a ser gasto com os dois aparelhos. Sai vencedora a empresa que oferecer o menor valor para o serviço.

De janeiro a julho de 2023, a Assembleia de Minas gastou R$ 2,4 milhões com locomoção de deputados e servidores. O montante inclui toda a despesa da Casa com transporte no período, seja terrestre ou aéreo, e já supera os gastos de 2022. Em todo o ano passado, o valor gasto em viagens foi de R$ 2,3 milhões.

A licitação para o jatinho prevê o uso da aeronave em percurso estimado de 20 mil km durante 12 meses. Há, ainda, previsão de gastos com até 12 pernoites para o aparelho.

Caso o percurso estimado fique em 20 mil km, isso seria suficiente para 15 viagens de ida e volta a, por exemplo, Iturama, no Triângulo Mineiro, que fica a 656 km em linha reta de Belo Horizonte. Daria também para 16 viagens de ida e volta a Brasília (DF), a 615 km da capital mineira, em linha reta.

Em relação ao bimotor turboélice, a quantidade de uso estimada é de 30 mil km em 12 meses, com até 20 pernoites, no valor de R$ 3.200 cada.

Segundo a Assembleia, a escolha de qual aeronave será utilizada pelos deputados em cada viagem depende da distância e da estrutura do aeroporto na cidade destino.

A licitação deste ano para os dois aviões foi assinada pelo presidente da Assembleia, deputado Tadeu Martins Leite (MDB). A do ano passado, referente apenas ao turboélice, também foi assinada pelo então presidente da Casa, Agostinho Patrus, e por Leite, que à época era primeiro-secretário.

Pelo cargo, responsável pela administração da Casa, passam todos os contratos fechados pelo Poder Legislativo de Minas Gerais.

ASSEMBLEIA NÃO RESPONDE A QUESTIONAMENTOS SOBRE JATINHO
A reportagem enviou questionamentos para o gabinete do presidente. Nenhum foi respondido.

Segundo a assessoria de comunicação da Assembleia, a justificativa para a licitação é que a atuação do Poder Legislativo mineiro implica, muitas vezes, a necessidade da presença da instituição no interior do Estado.

“Especialmente por meio da realização de audiências públicas e visitas de comissões, visando ao contato permanente com a sociedade e a realidade local, como condição para a formulação e execução de políticas públicas adequadas às demandas de cada região”, diz nota enviada pela assessoria.

As audiências públicas e visitas podem ser solicitadas pelos próprios parlamentares em municípios onde, por exemplo, possuem base eleitoral.
Outra justificativa foi o tamanho de Minas Gerais. “Como o estado é muito extenso e possui 853 municípios, o deslocamento terrestre costuma ser muito demorado”, segue a nota.

Ainda segundo a Assembleia, o uso de linhas regulares não é possível porque não há linhas que atendam a todas as cidades.

“Além de o tempo despendido com o deslocamento até o aeroporto de Confins [o BH Airport, na cidade vizinha de Confins, a cerca de 30 quilômetros de Belo Horizonte] e com os procedimentos de embarque e desembarque tornarem-se, algumas vezes, incompatíveis com a atividade política e com a agenda institucional”, diz a nota. Os voos para os deputados partem do Aeroporto da Pampulha, em BH.

Deputados e senador eleitos para a nova legislatura tomam posse na ALMG

Os 77 deputados estaduais eleitos por Minas Gerais são empossados na última terça-feira (01) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na presença do governador reeleito Romeu Zema (Novo-MG) e do vice-governador Matheus Simões (Novo-MG), os parlamentares eleitos e reeleitos assinaram o termo de posse, sem poder manifestar qualquer apoio partidário, cumprindo o regimento da Casa. 

A exceção na cerimônia ficou por conta da deputada estadual eleita Chiara Biondini (PL), que não pôde ser empossada junto aos outros parlamentares eleitos. Chiara não tem os 21 anos necessários para tomar posse. O aniversário da deputada mais jovem é em 22 de fevereiro. Somente a partir dessa data, Chiara poderá ser empossada. 

Um marco desta legislatura é o número de mulheres eleitas. 15 deputadas estaduais foram escolhidas pelo povo mineiro. Esse é o maior número desde 2002, quando foram eleitas 11 mulheres. 

Logo após a posse dos deputados, será realizada a eleição da nova mesa diretora da ALMG para o biênio 2023-2025, composta pelo presidente, três vices e três secretários.

Os deputados eleitos iniciam a nova legislatura no dia 1º de fevereiro de 2023 e termina no dia 31 de janeiro de 2027.

Cleitinho toma posse como senador

Cleitinho (Republicanos-MG) tomou posse na tarde desta quarta-feira (1/2) como senador por Minas Gerais pelos próximos oito anos. Ele foi eleito em 2 de outubro de 2022, ao receber 4.268.193 votos (41,52% dos votos válidos) nas eleições gerais.

No compromisso dos empossandos, Cleitinho jurou honrar os familiares, o Brasil e Minas. “Pela família, pelo meu Brasil, pela minha Minas Gerais, assim o prometo”, afirmou, na primeira reunião preparatória do Senado, que também contou com a posse de 27 novos senadores – são 81 ao total.

Na disputa, o então deputado estadual mineiro Cleitinho teve como principais rivais Alexandre Silveira (PSD-MG) e Marcelo Aro (PP-MG). Silveira, que tentava reeleição, aliou-se com Alexandre Kalil (PSD), candidato derrotado ao Governo de Minas, e Lula (PT), eleito presidente da República. Silveira, que teve 35,79% dos votos válidos, acabou escolhido como ministro de Minas e Energia.

Já o então deputado federal Marcelo Aro fechou parceria com o governador reeleito em primeiro turno Romeu Zema (Novo). O ex-deputado conseguiu 19,70% dos votos válidos.

Já Cleitinho se aliou com o então presidente, Jair Bolsonaro (PL). No segundo turno da eleição presidencial, Zema se juntou a ele no apoio a Bolsonaro, que acabou perdendo a disputa para Lula.

Cleitinho foi vereador de Divinópolis, cidade da Região Centro-Oeste de Minas, entre 2017 e 2018. No ano seguinte, ele assumiu como deputado estadual, cargo que ocupou até 2022.

Deputados federais e senadores não tomaram posse dia 1°; entenda

O primeiro dia de janeiro marca, além da chegada do novo ano, a data das cerimônias de posse de governadores, do presidente e do vice-presidente da República.

Em solenidades oficias realizadas no Palácio do Planalto, nas Assembleias Legislativas dos respectivos estados ou em locais definidos pelas legislaturas, os mandatários são empossados para os próximos quatro anos.

Porém, deputados federais e senadores não tomam posse neste dia, assumindo os cargos apenas em 1° de fevereiro de 2023. Essa é a data do início da nova legislatura do Congresso Nacional, que termina em 31 de janeiro de 2027.

Nela também será feita a eleição da nova Mesa Diretora. Os horários para esses eventos ainda serão divulgados.

A partir do dia 3 de fevereiro, acontece a posse do secretariado parlamentar, feita pessoalmente ou por procuração.

Deputados mineiros aprovam reajuste de 37% e salário vai para R$ 34,7 mil

Após a sessão ter sido suspensa temporariamente por falta de quórum simples, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, na última segunda-feira (26), um reajuste salarial de 37,32% para deputados estaduais. Em contrapartida, os 42 parlamentares presentes foram insuficientes para garantir o quórum especial para a votação da proposta de Emenda à Constituição (PEC) para aumentar de 1% para 2% da receita corrente líquida do Estado o limite para emendas impositivas individuais.

O aumento de 37,32% será distribuído em três parcelas entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024. Caso o projeto de lei seja sancionado pelo governador Romeu Zema (Novo), a partir de 1º de janeiro de 2023 os deputados passarão a receber R$ 29.469,99 mensais. Já a partir de 1º de abril de 2023, R$ 31.238,19. Em 1º de fevereiro de 2024, a terceira parcela elevaria os vencimentos para R$ 34.774,64. Hoje, os parlamentares ganham mensalmente R$ 25.322,25

Dos 42 presentes, apenas os deputados Bartô (PL), Beatriz Cerqueira (PT), Cleitinho Azevedo (Republicanos) e Coronel Sandro (PL) foram contrários à matéria. Já os deputados Ana Paula Siqueira (Rede), Doorgal Andrada (Patriota), Douglas Melo (PSD), Elismar Prado (PROS), Fernando Pacheco (PV), Inácio Franco (PV) e Mário Henrique Caixa (PV) se abstiveram.

De acordo com o texto – Projeto de Lei 4.115, de 2022 -, que já havia sido aprovado em 1º turno na última quinta-feira (22), as despesas oriundas do reajuste “correrão à conta de recursos orçamentários da Assembleia Legislativa”. O auxílio-moradia mensal a que têm direito os deputados foi mantido em R$ 4.377,73, e a verba indenizatória também permaneceu limitada a R$ 27.000.

Por outro lado, o número de presentes foi insuficiente para votar a proposta de dobrar o percentual de emendas impositivas. Como se trata de PEC, o plenário precisa de, no mínimo, 48 presentes, o que configura maioria qualificada para aprovar matérias desta natureza. A ausência de quórum, inclusive, levou a Mesa Diretora a derrubar a reunião extraordinária prevista para esta mesma segunda às 22h. A PEC deve retornar à pauta nesta terça-feira (27), quando estão previstas reuniões às 10h, 14h e 18h.

O texto da PEC ainda fixa que 50% do percentual de emendas impositivas individuais seja destinado “a ações de serviços públicos de saúde”. Cada parlamentar pode, hoje, indicar 1% da receita corrente líquida do Estado em emendas impositivas individuais, o que, em 2022, conforme os valores referentes ao exercício fiscal de 2021, correspondeu a R$ 10,7 milhões. Tomando como base a receita corrente líquida deste ano – a última previsão da Secretaria de Estado de Fazenda foi de R$ 90,4 bilhões para o exercício de 2022 -, cada parlamentar indicaria R$ 23,4 milhões em 2023.

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