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Operação mira disseminação de ódio e estímulo a desafios perigosos na internet

Material nazista apreendido em casa de pedófilo, no Rio de Janeiro, em outra operação contra crimes de ódio - Foto: divulgação/Polícia Civil
Material nazista apreendido em casa de pedófilo, no Rio de Janeiro, em outra operação contra crimes de ódio – Foto: divulgação/Polícia Civil

Policiais cumprem mandados em oito estados brasileiros nesta terça-feira (15) em uma operação coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) que mira grupo criminoso que usa as redes sociais e aplicativos de mensagens para disseminar conteúdos de extremismo, ódio e incentivo à automutilação entre adolescentes.

Batizada de Adolescência Segura, a operação é baseada em investigação  conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro que apontou o cometimento dos seguintes crimes pela rede criminosa que age no ambiente virtual, por meio de plataformas criptografadas como Discord e Telegram:

  • Apologia ao nazismo
  • Armazenamento e divulgação de pornografia infantil
  • Incentivo à automutilação
  • Induzimento e instigação ao suicídio
  • Maus-tratos a animais
  • Tentativa de homicídio

As penas podem ultrapassar 10 anos de prisão. Até a mais recente atualização desta reportagem, agentes haviam prendido dois adultos e apreendidos seis pessoas com menos de 18 anos. 

Ao todo, os policiais foram às ruas para cumprir dois mandados de prisão temporária, 20 mandados de busca e apreensão e sete de internação provisória de adolescentes infratores em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

A investigação começou em 18 de fevereiro, quando um homem em situação de rua foi atacado e teve 70% do seu corpo queimado por um adolescente que lançou dois coquetéis molotov. O crime foi filmado e transmitido em tempo real por Miguel Felipe para cerca de 220 integrantes na plataforma Discord. Ele foi preso, e o adolescente foi apreendido.

A família do adolescente procurou uma delegacia quando o viu nas imagens. No celular dele, os agentes encontraram arquivos de abuso sexual infantil. em depoimento, ele contou que receberia R$ 2 mil pelo ato criminoso. E os investigadores descobriram que não se tratava de um caso isolado. Agências de investigação dos Estados Unidos já haviam emitido alertas sobre a atuação do grupo criminoso que dissemina ódio nas plataformas digitais.

Agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav-RJ) também identificaram que os criminosos usam mecanismos de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar, “em um cenário de extremo risco à integridade física e mental de crianças e adolescentes”. “Como estímulo, eram oferecidas recompensas internas para aqueles que se destacassem nas atividades criminosas”, informou o MJSP.

Menina de 8 anos morre em ‘desafio do desodorante’

Uma menina de oito anos morreu no último domingo (13), no Distrito Federal, após inalar gás de um desodorante aerossol, durante o chamado “desafio do desodorante”. Ela estava internada desde quinta-feira (10).

Sarah Raissa Pereira de Castro sofreu parada cardiorrespiratória. Ela foi levada ao Hospital Regional de Ceilândia, onde foi reanimada uma hora após o incidente, mas sem melhora neurológica. A morte cerebral foi constatada na unidade de saúde.

Foi o avô quem encontrou a menina caída, sem sinais vitais. A almofada em que a criança estava deitada estava molhada. Embaixo dela foi encontrado um frasco de desodorante aerossol, com o celular ao lado.

A polícia investiga como a criança teve acesso ao conteúdo do desafio e tenta identificar quem são os responsáveis por sua publicação. É o segundo caso de óbito no país esse ano por conta desse tipo de conteúdo. 

Em março, uma menina de 11 anos sofreu uma parada cardiorrespiratória em uma cidade no interior do Pernambuco depois de inalar desodorante aerossol.

Vídeos ensinando como “baforar” o produto para provocar desmaios são disseminados virtualmente por jovens, em especial no TikTok. À época, por meio de nota, a rede social disse que os vídeos foram “enviados para análise e removidos” da plataforma.

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