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Polícia Civil convoca familiares de pessoas desaparecidas para coleta de DNA

Polícia Civil convoca familiares de pessoas desaparecidas para coleta de DNA - Foto: divulgação
Polícia Civil convoca familiares de pessoas desaparecidas para coleta de DNA – Foto: divulgação

Minas Gerais registra atualmente entre 4 e 5 mil pessoas desaparecidas. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (22) durante coletiva de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais, que também fez um importante apelo à população. Entre os dias 26 e 30 de agosto, será realizada a Campanha Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas, com a coleta de material genético de familiares de desaparecidos para auxiliar na localização dessas pessoas.

Todas as polícias científicas do Brasil mantêm um banco de dados com restos mortais de pessoas não identificadas, além de registros genéticos de familiares de desaparecidos. Em Minas Gerais, há mais de 500 restos mortais e mais de 700 familiares cadastrados no banco. Devido ao alto custo do procedimento de coleta de DNA, o recurso só é utilizado após esgotadas as outras formas de localização, mas o material já fica disponível após 15 dias do registro de desaparecimento. 

O delegado da Divisão de Referência à Pessoa Desaparecida da PCMG, delegado Alexandre Fonseca, explica que o procedimento serve tanto para localizar pessoas mortas ainda não identificadas quanto para encontrar pessoas vivas. “Esse material genético dos familiares é cruzado com o banco de dados. Se houver uma correspondência positiva com algum DNA, conseguimos localizar a pessoa. A partir daí, se descobrimos que a pessoa está viva, internada, presa ou em situação de rua, a família é comunicada sobre o paradeiro. Se estiver falecida, realizamos os procedimentos de declaração de óbito”, detalha. 

Por força de lei, o procedimento não pode ser utilizado para localizar criminosos. O objetivo é exclusivamente encontrar pessoas desaparecidas, vivas ou mortas. O material genético pode ser cruzado com bancos de dados não só de Minas Gerais, mas também de outras regiões do Brasil e até internacionalmente, em parceria com o Ministério da Justiça e a Interpol.

Como funciona a coleta? 

Quem tem algum parente desaparecido e deseja doar DNA para ajudar na localização deve atender a alguns requisitos. Primeiramente, é necessário registrar um boletim de ocorrência informando o desaparecimento. Também é preciso apresentar um documento de identificação que comprove o parentesco com a pessoa desaparecida. Após cumprir esses procedimentos, o DNA pode ser coletado 15 dias após o desaparecimento, por meio de um dispositivo. 

“A coleta é totalmente indolor, feita com um dispositivo. Uma espuma é passada pela parte interna da bochecha e, em seguida, comprimida em um papel especial, que transfere o DNA para o papel. A partir disso, conseguimos extrair o DNA da pessoa”, explica o perito criminal e chefe do Laboratório de DNA da Polícia Civil de Minas Gerais. 

Importância da doação 

Embora a campanha de localização esteja marcada para os dias 26 a 30 de agosto, quem quiser doar material genético pode procurar uma delegacia em qualquer dia do ano. O delegado Alexandre Fonseca ressalta a importância da doação para ajudar a dar uma resposta às famílias dos desaparecidos. 

“Aqui lidamos com pessoas vivas. Quem nos procura acredita que seu parente está vivo. E é um luto eterno para essas famílias, como mostram diversos seriados de TV, que retratam o sofrimento de quem busca saber o que aconteceu com um ente querido, se ele está morando na rua, se está abrigado, se está se alimentando. Estamos empenhados em minimizar o sofrimento dessas famílias”, explica o delegado, que também comenta as possíveis causas de um desaparecimento. 

“Existem causas voluntárias e involuntárias. As causas involuntárias incluem homicídios, sequestros e acidentes. Já as causas voluntárias são multifatoriais e podem estar relacionadas a distúrbios mentais, depressão, uso de drogas, esquizofrenia, entre outros problemas de saúde mental”, exemplifica Alexandre Fonseca, que também cita os conflitos familiares como causa frequente de desaparecimentos de adolescentes. 

“A adolescente que busca liberdade e é restringida pelos pais pode sair de casa e ir para a casa de um namorado ou amiga. Os adolescentes do sexo masculino tendem a desaparecer mais frequentemente devido ao uso de drogas e distúrbios mentais”, finaliza. 

Corpos de jornalista e indigenista estavam pendurados em árvore, diz cunhado

Em entrevista ao jornal The Guardian, para o qual o jornalista Dom Phillips reportava, o cunhado do repórter afirmou que informações que vieram da embaixada brasileira no Reino Unido indicam que os corpos do jornalista britânico, de 57 anos, e do indigenista Bruno Araújo Pereira, de 47 anos, estavam pendurados em uma árvore.

“Ele não descreveu o local e apenas disse que era na floresta tropical e disse que eles estavam amarrados a uma árvore e ainda não haviam sido identificados”, disse Paul Sherwood, cunhado de Dom, ao se referir à mensagem recebida pela família de um assessor da embaixada.

Ainda conforme texto publicado pelo Guardian, a identificação não teria sido feita, apesar da localização. “Ele disse que quando estivesse claro, ou quando fosse possível, eles fariam uma identificação”, acrescentou Sherwood.

Indefinição

Além do cunhado de Dom Phillips, a esposa do jornalista, Alessandra Sampaio, também informou a localização dos corpos do marido e do indigenista. Ela relatou o fato ao jornalista André Trigueiro, da TV Globo, que publicou a notícia em seu perfil no Twitter.

Mas, apesar da versão da família, a Polícia Federal emitiu nota negando os fatos. Conforme a nota da PF, “não procedem as informações que estão sendo divulgadas”.

O comunicado ressaltou, no entanto, que foram encontrados materiais biológicos que “estão sendo periciados”, além de mochilas, roupas e documentos dos desaparecidos que foram encontrados neste domingo (12).

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