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Preços da gasolina e diesel vão subir a partir de 1º de fevereiro; entenda os motivos

Preços da gasolina e diesel vão subir a partir de 1º de fevereiro; entenda os motivos - Foto: reprodução
Preços da gasolina e diesel vão subir a partir de 1º de fevereiro; entenda os motivos – Foto: reprodução

Os motoristas terão um gasto maior, a partir do dia 1º de fevereiro, para abastecer os carros. O preço da gasolina e do diesel subirá nos postos, após uma alteração nos valores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incidem sobre os combustíveis. O crescimento valerá para todos os estados do Brasil, e ocorre em momento de pressão sobre a política de preços da Petrobras.

A mudança em relação ao ICMS foi aprovada em novembro do ano passado, em reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). No caso da gasolina, a cobrança do tributo deve subir R$ 0,10, passando de R$ 1,3721 para cerca de R$ 1,47 por litro. O salto, nesse caso, será de 7,14%. 

Já para diesel e biodiesel, o ICMS subirá de R$ 1,0635 para R$ 1,12 por litro, um crescimento de 5,31%. “Esses ajustes refletem o compromisso dos Estados em promover um sistema fiscal equilibrado, estável e transparente, que responda adequadamente às variações de preços do mercado e promova justiça tributária”, argumentou o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz). 

Pressão 

O aumento do preço dos combustíveis a partir de fevereiro ocorre em um momento de pressão do mercado sobre a Petrobras. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) afirmou que os valores cobrados pela gasolina e diesel no Brasil estão defasados, em comparação ao mercado internacional. O percentual médio seria de R$ 0,85 para o óleo diesel e de R$ 0,37 para a gasolina, conforme os importadores. 

À reportagem, o presidente da Abicom, Sérgio Araújo, salientou que a defasagem tem consequências que podem afetar os consumidores caso não se tenha um reajuste da Petrobras. “Os importadores independentes podem se afastar da atividade, deixar de fazer a importação em função da maior dificuldade para comercialização do produto que está mais caro. Não temos nenhuma indicação de desabastecimento, mas, sem dúvidas, que o preço defasado afasta os importadores”, exemplificou. 

A diferença em comparação ao mercado internacional tem relação com as altas do dólar, desde o final do ano passado. O diretor comercial na Valêncio Consultoria, Murilo Barco, afirmou que também há impactos gerados pela alta da cotação do barril de petróleo no mercado externo. Os cálculos feitos pela empresa, segundo ele, indicam uma defasagem menor que a observada pela Abicom. 

“Essa defasagem no longo prazo, tende a fazer com que o mercado sofre dificuldades para realizar importação, principalmente de diesel, que hoje é o nosso grande problema. As tradings e distribuidoras regionais, tendem a “tirar o pé”das importações, pois fica inviável financeiramente, trazer o produto e esse custo e até mesmo repassar isso ao mercado, pois as distribuidoras regionais não têm a mesma capacidade financeira e capilaridade que as grandes distribuidoras têm”, comentou. 

Murilo Barco relembrou um cenário semelhante em 2023, quando a defasagem do preço do diesel praticado no Brasil, em comparação ao mercado internacional, chegou a R$ 1,00 por litro. “Tivemos em alguns momentos intermitência de abastecimento para alguns locais do país, e na época o caminho foi a Petrobras subir o preço. É um remédio amargo, mas em determinados momentos precisa ser feito, é melhor termos o produto e fazer a roda da economia girar, do que não termos o produto e parar a economia”, complementou Murilo. 

Preços mínimos do etanol e do diesel têm queda em Passos

Preços mínimos do etanol e do diesel têm queda em Passos

Os preços mínimos do etanol e do diesel nos postos de combustíveis de Passos (MG) tiveram queda de 14,39% e de 12,98%, respectivamente, nas últimas quatro semanas, segundo pesquisa mensal realizada pelo Procon da Câmara na semana passada.

O levantamento aponta que o menor valor cobrado pelo diesel comum está mais baixo que a cotação mínima da gasolina na cidade. Na comparação com a pesquisa de abril, o preço mínimo do etanol caiu de R$ 3,89 para R$ 3,33.

No diesel o valor baixou de 5,39 para R$ 4,69. O preço mais baixo do S10 passou de R$ 5,67 para R$ 5,59 (-1,41%). No mesmo período, a menor cotação da gasolina comum se manteve em R$ 5,39. (Observo)

Preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha sobem nesta quinta por alta no ICMS; entenda

Preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha sobem nesta quinta por alta no ICMS; entenda – Foto: reprodução

Os preços do óleo diesel, da gasolina e do gás de cozinha vão aumentar cerca de 12,5% a partir desta quinta-feira (1º) por causa do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em todos os estados.

Veja os novos valores dos impostos, que terão vigência até o final de 2024:

  • gasolina: R$ 1,3721 por litro;
  • diesel: R$ 1,0635 por litro;
  • gás de cozinha: R$ 18,38 por botijão de 13 kg.

Até a quarta-feira (31), as alíquotas eram de:

  • gasolina: R$ 1,22 por litro;
  • diesel: R$ 0,9456 por litro;
  • gás de cozinha: R$ 16,27 por botijão de 13 kg.

O aumento foi deliberado pelo Comitê Nacional de Secretários de Estado da Fazenda (Comsefaz) em outubro de 2023. Segundo o Comitê, o aumento se justifica pela inflação no período.

O advogado tributarista Yukio Vatari afirma que o valor do reajuste está relacionado à taxa básica de juros da economia, a Selic, no período de 12 meses antes da decisão do Comsefaz.

“Seria uma recomposição do valor perdido no tempo, uma vez que a Selic deu mais ou menos 12% a 13% também”, afirma.

Hoje, o valor do ICMS sobre os combustíveis é um valor fixo por litro – ou quilograma, no caso do gás de cozinha.

“Antigamente, antes de ter esse acordo, cada estado determinava uma alíquota, aí era uma alíquota de 12%, 18%, dependendo do estado onde se consumia. Por isso que existia aquela coisa de ‘quanto custa a gasolina no Nordeste, quanto custa no Brasil’, tinha uma diferença de preço muito grande”, conta Vatari.

Impostos federais também subiram

Antes da alta do ICMS, os combustíveis já haviam ficado mais caros por conta da retomada da tributação federal.

A partir de 1º de janeiro, os seguintes combustíveis tiveram aumento por conta da reoneração de PIS/Cofins, cujas alíquotas estavam zeradas até 31 de dezembro de 2023:

  • diesel A: aproximadamente R$ 0,35 por litro;
  • biodiesel: aproximadamente R$ 0,15 por litro;
  • diesel B (mistura do diesel A e biodiesel): aproximadamente R$ 0,33 por litro;
  • gás de cozinha: aproximadamente R$ 2,18 por botijão de 13 Kg.

Petrobras anuncia redução de R$ 0,30 no preço do diesel

Petrobras anuncia redução de R$ 0,30 no preço do diesel – Foto: reprodução

A Petrobras anunciou nesta terça-feira (26) que vai reduzir o preço do diesel vendido pela empresa a distribuidoras de combustíveis a partir de quarta-feira (27). O litro do combustível será reduzido 7,9%, caindo R$ 0,30 e passará a ser vendido a R$ 3,48.

Segundo a Petrobras, a redução está ligada ao preço do petróleo no mercado internacional e também a questões internas. “O ajuste é resultado da análise dos fundamentos dos mercados externo e interno frente à estratégia comercial da Petrobras, implementada em maio de 2023 em substituição à política de preços anterior, e que passou a incorporar parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação”, informou a estatal, em comunicado à imprensa.

Neste ano, a Petrobras já cortou o preço do litro do diesel em R$ 1,01 por litro. Isso representa uma redução de 22,5% no preço do combustível.

A Petrobras informou que, considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, sua parcela no preço ao consumidor final terá uma redução de R$ 0,26 por litro.

Gasolina e gás de cozinha, que também são produzidos pela Petrobras, permanecerão sendo vendidos pela estatal com os mesmos preços.

A última vez que a estatal mudou o preço da gasolina foi em 21 de outubro, quando reduziu o preço em R$ 0,12 por litro para as distribuidoras. Considerando essa queda, o combustível acumula uma queda de R$ 0,27 por litro em 2023, cerca de 8,7%.

Petrobras reduz preço do diesel e espera combustível abaixo de R$ 6

Petrobras reduz preço do diesel e espera combustível abaixo de R$ 6 - Foto: reprodução
Petrobras reduz preço do diesel e espera combustível abaixo de R$ 6 – Foto: reprodução

A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (07/12), a redução do preço do diesel para as distribuidoras em R$ 0,27 por litro. Considerando que o combustível precisa de uma mistura de 12% de biodiesel para ser vendido nos postos, a redução na bomba pode ser de R$ 0,24, caso toda a cadeia de produção repasse a queda ao motorista. A mudança começa a valer nesta sexta-feira (08).

Com isso, a expectativa da petrolífera é que o preço médio do diesel S10 fique abaixo de R$ 6 e atinja R$ 5,92, considerando o preço médio nacional apurado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última semana. Em Minas Gerais, o valor pode chegar a R$ 5,87.

A redução chega em um momento de expectativa de alta do diesel, já que o PIS/Cofins deve voltar a ser cobrado a partir de 1º de janeiro, com o fim da desoneração dos impostos federais. A Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom) estima que isso possa representar uma alta de R$ 0,33 por litro nos postos.

Preço médio do diesel sobe 21% em Passos

Preço médio do diesel sobe 21% em Passos – Foto: reprodução

O preço médio do diesel comum teve reajuste de 21,6% em Passos (MG) e de 18,4% em São Sebastião do Paraíso (MG) na última semana. Com os aumentos, o valor médio cobrado pelo litro subiu R$ 1,03 em Passos e R$ 0,90 em Paraíso. A menor alta nos combustíveis foi registrada no etanol em Paraíso, que passou de R$ 3,23 para R$ 3,44 (+6,6%).

No dia 15 de agosto, a Petrobras reajustou os preços da gasolina A e do diesel para as distribuidoras. O aumento médio foi de R$ 0,41 e o valor da gasolina vendida às distribuidoras passou para R$ 2,93, com alta de 16%.Para o diesel, a Petrobras aumentou o preço médio de venda para as distribuidoras em R$ 0,78, chegando a R$ 3,80 por litro (+26%).

Pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em postos de Passos e Paraíso entre os dias 13 e 19 de agosto aponta aumento no etanol, na gasolina, tanto aditivada como comum, e no diesel, comum e S10.

Segundo a ANP, depois de queda nos preços nas últimas seis semanas, os valores aumentaram na região, em média acima de 10%. O preço médio da gasolina comum passou de R$ 5,02 para R$ 5,79 em Passos, o que representa um aumento de 15,4%. A cotação média da aditivada também subiu, de R$ 5,15 para R$ 5,79 (com 12,5% de reajuste).

O litro do etanol era vendido, em média, a R$ 3,32 em Passos na semana passada e subiu para R$ 3,79, com alta de 14,2%. No município, o valor médio do diesel S10 teve reajuste de 15,1% e subiu de R$ 5,17 para

R$ 5,95. O valor máximo do S10 chegou a R$ 5,99.

Em Paraíso, a gasolina aditiva teve alta de 12,8% no preço médio e a comum, 13,2%. Na cidade, a cotação média do diesel S10 sofreu aumento de 19,5%, passando de R$ 5,03 para R$ 6,01. Na cidade, o único combustível que teve redução no preço médio foi o gás de cozinha, que caiu de R$ 84,98 para R$ 84,49. Em Passos, a cotação média do GLP subiu de R$ 83,57 para R$ 84,99. (Clic Folha)

Petrobras aumenta preço da gasolina em R$ 0,41 por litro; diesel ficará R$ 0,78 mais caro nas distribuidoras

Petrobras aumenta preço da gasolina em R$ 0,41 por litro; diesel ficará R$ 0,78 mais caro nas distribuidoras – Foto: REUTERS/Adriano Machado

A Petrobras anunciou nesta terça-feira (15) que aumentará, a partir de amanhã, em R$ 0,41 por litro o seu preço médio de venda de gasolina A para as distribuidoras. Com o reajuste, o preço por litro do combustível passará a ser de R$ 2,93.

Segundo a empresa, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba.

No ano, a variação acumulada do preço de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,15 por litro.

Para o diesel, a Petrobras aumentará em R$ 0,78 por litro o seu preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 3,80 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba.

No ano, a variação acumulada do preço de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,69 por litro.

Ainda segundo comunicado da empresa, destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.

Importante esclarecer que a implementação da estratégia comercial, em substituição à política de preços anterior, incorporou parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação.

Em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes.

No entanto, a consolidação dos preços de petróleo em outro patamar, e estando a Petrobras no limite da sua otimização operacional, incluindo a realização de importações complementares, torna necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, dentro dos parâmetros da estratégia comercial, visando reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras.

Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia reitera que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente.

De forma a contribuir para a transparência de preços e melhor compreensão da sociedade, a Petrobras publica em seu site informações referentes à sua parcela e dos demais agentes na formação e composição dos preços médios de combustíveis ao consumidor.

Transportadoras confirmam que já está faltando diesel em MG

Transportadoras confirmam que já está faltando diesel em MG – Foto: reprodução

Já está faltando diesel para diversas empresas de transporte em Minas Gerais, como o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) alertou na noite desta terça-feira (8) que poderia ocorrer. O problema é que a Petrobras não consegue suprir toda a demanda do mercado nacional e os distribuidores de combustíveis não querem importar o combustível, alegando que a prática não compensa mais após o governo federal mudar a política de Paridade de Preços de Importação (PPI).

“Neste cenário atual, as distribuidoras não estão importando porque o produto está chegando muito caro aqui no mercado nacional. A diferença de preço está em torno de 80 centavos. E é por isso que está faltando produto”, afirma Juliana Martins, diretora do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg).

Desde a mudança de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já indicou que acabaria com a prática adotada na última gestão pela Petrobras, que repassava ao consumidor todo o reajuste do valor do petróleo no mercado internacional. Atualmente, a Petrobras segura parte do aumento. De acordo com relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), publicado na terça-feira, a defasagem do diesel entre o preço praticado no Brasil e o mercado externo é de 22%.

“Já começou a faltar diesel. Está tendo uma restrição pesada e ninguém consegue atender com totalidade os seus parceiros. A Shell não consegue atender todos os clientes dela, a Ipiranga também não. Então já há uma redução na quantidade solicitada”, explica a diretora do Setcemg.

“Uma transportadora que consome 10 mil litros de diesel por dia, por exemplo, está recebendo 5 mil. A gente está tendo que fazer uma seleção de quantidades para tentar ver se isso acontece por um curto período de tempo e vamos trabalhando desta forma. Mas infelizmente o mercado interno não está suprido neste momento, especialmente do diesel S10. O S500 ainda tem uma quantidade, mas o S10 está faltando muito”, alerta Martins.

Nos postos, o risco é maior de faltar diesel nos estabelecimentos de marca própria, principalmente no interior de Minas, segundo a diretora do Setcemg. “As distribuidoras procuram suprir os postos que elas têm bandeira. Por exemplo, a Shell supre os postos da própria Shell, a Ipiranga a mesma coisa. E os de bandeira branca, como não têm distribuidor fidelizado, acabam ficando sem produto”. 

Serviços básicos terão prioridade no abastecimento

Segundo o sindicato que representa as transportadoras, as distribuidoras já garantiram que vão priorizar o abastecimento de empresas que prestam serviços de necessidade básica. 

“É lógico que há uma priorização para os hospitais, que necessitam de diesel para seus geradores, também para empresas de coleta de lixo. Então os mercados que não podem parar de jeito nenhum são priorizados. O restante a gente vai suprindo à medida que vai tendo liberação do produto nas distribuidoras. Então há sim o risco de uma paralisação pelo menos de parte dos serviços”, justifica Juliana Martins. 

Qual seria a solução?

A única saída para o problema, segundo o Setcemg, seria a Petrobras voltar com a política de Paridade de Preços de Importação e desistir de segurar o valor dos combustíveis no mercado interno. 

“Não é algo que agrada ao consumidor, que é realmente voltar à adoção da política de paridade de preços. Mas para suprir o mercado, é a única forma existente no momento para poder regularizar a situação. Porque aí as distribuidoras vão voltar a importar e a gente consegue suprir o mercado como um todo. Mas enquanto houver esta opção de segurar preços internamente, ficará difícil porque as distribuidoras não importam mais”, explica a diretora do Setcemg. 

Uma outra possibilidade seria o governo federal criar um subsídio para evitar tanto prejuízo dos distribuidores de combustíveis. Mas Juliana Martins não acredita nesta possibilidade. “É uma possível solução. Nunca aconteceu esse modelo e acredito que a Petrobras não faça isso uma vez que ela já está perdendo dinheiro subsidiando o preço do produto interno. Traria problemas financeiros para a empresa”. 

E segundo ela, a situação pode ficar ainda pior, com o risco real de paralisação de alguns serviços. “Essa situação de agora é porque as distribuidoras não importam há três meses. Hoje a gente está vendo o reflexo de meses atrás, quando houve essa mudança mais agressiva da Petrobras, mantendo os preços aqui mais baixos. E se o governo não mudar agora, daqui a três meses vai estar pior do que está hoje”.   

Resposta da Petrobras

A Petrobras não vê risco de desabastecimento de diesel. Segundo a empresa, ela está “cumprindo integralmente suas obrigações contratuais junto às distribuidoras. Destaca-se ainda que, atualmente, o mercado brasileiro é atendido por diversos atores além da Petrobras (distribuidoras, importadores, refinadores, formuladores), que produzem e importam derivados com frequência e têm plena capacidade de atender demandas adicionais”, diz em nota.  

Há risco de desabastecimento de diesel em Minas Gerais, diz Minaspetro

Há risco de desabastecimento de diesel em Minas Gerais, diz Minaspetro – Foto: reprodução

Pode faltar diesel nos postos de Minas Gerais ao longo da semana, principalmente nas cidades do interior. O alerta foi feito na noite da última terça-feira (8) pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro). O aviso é, especialmente, para postos de marca própria e do interior do estado. 

A entidade alega que os distribuidores possivelmente estão cortando pedidos de importação do combustível, especialmente no diesel S10 e S500, porque o preço fora do Brasil está mais alto do que no mercado interno, após o fim da Paridade de Preços de Importação (PPI). Com a demanda mais alta do que a oferta, os postos poderiam ficar sem diesel nas bombas.

De acordo com relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), publicado nesta terça-feira, a defasagem do diesel entre o preço praticado no Brasil e o mercado externo é de 22%. No caso da gasolina, a defasagem é de 19%. 

A última pesquisa do Mercado Mineiro sobre os valores do litro do diesel em Belo Horizonte e região, realizada no dia 27 de julho, indicou que os postos cobram de R$ 4,63 a R$ 5,49 pelo combustível. Desde o início de janeiro, a queda do preço foi de 24%, segundo o levantamento.

O Minaspetro disse ainda que “irá notificar os órgãos reguladores e reforça o alerta à população sobre o risco de desabastecimento para o diesel, um problema grave para o andamento harmônico da economia e da sociedade. Caso a situação permaneça, haverá postos, especialmente do interior e Marca Própria, sem combustível para a venda ao longo da semana”.

Procurada pela reportagem, a Abicom confirmou que a defasagem do preço do diesel no mercado interno realmente afasta os importadores privados e aumenta o risco de desabastecimento. 

Em nota, a Petrobras diz que “está cumprindo integralmente suas obrigações contratuais junto às distribuidoras. Destaca-se ainda que, atualmente, o mercado brasileiro é atendido por diversos atores além da Petrobras (distribuidoras, importadores, refinadores, formuladores), que produzem e importam derivados com frequência e têm plena capacidade de atender demandas adicionais”.

Política de Paridade de Preços

O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse nesta terça-feira que a empresa ainda vê muita volatilidade no mercado de petróleo e que a política comercial da empresa ainda consegue absorver as defasagens nos preços dos combustíveis.

A companhia vem sendo questionada pelo mercado por praticar preços dos combustíveis bem abaixo das cotações internacionais nas últimas semanas. O tema esteve no foco de teleconferência com analistas na última sexta (4), quando a empresa detalhou o resultado do segundo trimestre de 2023.

“Hoje vivemos momento muito forte de volatilidade, mas entendemos que dentro da estratégia comercial ela é absorvida”, disse o executivo, em entrevista após participar da feira Rio Pipeline, no Rio de Janeiro.

Ele repetiu o argumento de que a nova estratégia comercial da companhia não prevê o repasse imediato de oscilações no mercado externo e considera também fatores internos na definição dos preços, como o custo de combustíveis concorrentes e o valor marginal de produção.

As cotações internacionais do petróleo cederam nos últimos dias, mas permanecem em patamares bem superiores aos verificados quando a Petrobras anunciou a mudança na política de preços, reduzindo os valores cobrados por suas refinarias nas vendas de gasolina e diesel.

Na abertura do pregão desta terça, o preço do diesel nas refinarias da Petrobras estava R$ 1,03 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom.

É o terceiro dia de defasagem acima de R$ 1 por litro. No caso da gasolina, a diferença era de R$ 0,70 por litro, de acordo com as estimativas da Abicom.

No segundo trimestre, quando a Petrobras iniciou a nova estratégia comercial, a área de refino da estatal teve a menor margem de lucro desde o período mais crítico da pandemia. O lucro do segmento caiu 87% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Na sexta, em coletiva para detalhar o balanço do período, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates negou que a nova política tenha impactado o resultado. “Vi várias pessoas tentando atribuir esse resultado à política de preços. É absolutamente desconexa essa linha de raciocínio”, afirmou.

Petrobras anuncia redução de 21,3% no gás de cozinha, 12,6% na gasolina e 12,8% no diesel

Foto: Getty Images/iStockphoto

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou nesta terça-feira (16) a redução nos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha (GLP). Os novos preços valem a partir desta quarta (17).

A afirmação foi feita ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião entre os dois em Brasília.

Segundo Jean Paul Prates, as reduções nas distribuidoras serão as seguintes:

  • gasolina A: redução de R$ 0,40 por litro (-12,6%);
  • diesel A: redução de R$ 0,44 por litro (-12,8%);
  • gás de cozinha (GLP): redução de R$ 8,97 por botijão de 13 kgs (-21,3%).

Com essa redução, segundo a Petrobras, o preço do botijão de gás para o consumidor final pode cair abaixo dos R$ 100. O valor praticado na revenda, no entanto, não é controlado diretamente pelo governo.

As denominações “gasolina A” e “diesel A” se referem ao combustível puro – antes da mistura com álcool e biodiesel, respectivamente.

“Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda”, diz a Petrobras no anúncio.

No início da manhã, a estatal anunciou uma nova política de preços para os combustíveis no mercado interno.

Com isso, fica revogada a fórmula da Paridade de Preço de Importação (PPI), baseada nas oscilações do dólar e do mercado internacional de óleo, e que contabilizava também os custos logísticos com transporte e taxas portuárias, por exemplo.

“Essa nova política, além de servir a uma política comercial adequada, que é competir internamente e tornar os preços mais atrativos para o consumidor, vai diminuir o impacto na inflação. E vai ajudar o Brasil inclusive a sensibilizar, por exemplo, o Banco Central para que a gente possa diminuir a nossa taxa de juros”, afirmou Alexandre Silveira.

“A Petrobras vai se livrar de muitas amarras que a colocavam, muitas vezes, até mal posicionada. Porque a volatilidade era obrigatoriamente cumprida por ela, muitas vezes, de forma a prejudicar o consumidor e a própria empresa. Ganha o governo, mas ganham principalmente as brasileiras e os brasileiros”, declarou.

Preços seguirão ‘referência’ internacional, diz Prates

Em seguida, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a nova política de preços da estatal não se afastará da “referência internacional dos preços”.

Segundo ele, o preço global do petróleo será considerado, mas em outro modelo. A fórmula anterior, diz Prates, era uma “abstração”.

“Estamos comunicando ao mercado um ajuste na estratégia comercial de composição de preço e nas condições de venda. Esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas, sem se afastar absolutamente da referência internacional dos preços”, disse.

“Quando digo referência, não é paridade de importação. Portanto, quando o mercado lá fora estiver aquecido, com preços fora do comum e mais altos, isso será refletido no Brasil. Porque abrasileirar o preço significa levar vantagens em conta, sem tirar nossas vantagens nacionais”, disse.

“Paridade de importação era uma abstração. Pegar preço lá fora, colocar aqui dentro como se tivesse produzido lá fora, só que na porta da refinaria daqui”, continuou.

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