Jornal Folha Regional

Estresse financeiro atinge mais da metade da população brasileira, diz ANBIMA

Levantamento revela que 52% dos entrevistados estão preocupações com despesas, falta de dinheiro e dificuldades para pagar contas em dia

Estresse financeiro atinge mais da metade da população brasileira, diz ANBIMA – Foto: reprodução

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em parceria com o Datafolha, divulgou a 7ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, que aponta que mais de 50% da população brasileira enfrenta elevados níveis de estresse financeiro. Segundo o estudo, 52% dos entrevistados atribuíram notas entre 8 e 10 ao serem questionados sobre suas preocupações com despesas, falta de dinheiro e dificuldades para pagar contas em dia.

Realizada em maio de 2023, esta edição da pesquisa incorporou, pela primeira vez, um diagnóstico específico sobre o estresse financeiro. Comparativamente, o percentual de pessoas com alto nível de estresse financeiro em 2023 foi de 57%. Os dados indicam que o índice de estresse é ainda mais elevado nas classes D/E, alcançando 62%, enquanto na classe C se mantém na média geral de 53%, e na classe A/B é de 40%. Entre os investidores em produtos financeiros, o percentual de estresse é de 45%.

O levantamento também revela que 34% da população teve despesas superiores à renda nos seis meses anteriores às entrevistas, realizadas entre junho e novembro de 2023. Este índice é semelhante ao registrado na primeira edição da pesquisa, que foi de 33%. Entre aqueles que declararam sentir alto nível de estresse financeiro, 45% relataram ter gastado mais do que receberam. A perda das fontes de renda e as despesas são apontadas como os principais fatores de estresse financeiro por 56% dos brasileiros. Entre os investidores, esse índice é um pouco menor, 49%.

Apesar do alto nível de estresse, 85% dos brasileiros afirmam que cuidam bem de suas finanças e 74% dizem evitar gastos desnecessários. No entanto, muitos ainda enfrentam dificuldades: 62% têm contas em atraso e 57% se preocupam com a possibilidade de depender de amigos e familiares para manter seus pagamentos em dia. Na classe D/E, 61% relatam sentir-se constantemente pressionados por seus gastos, 54% não conseguem dormir bem devido a preocupações financeiras e 44% afirmam ter discordâncias em casa por problemas financeiros.

Segundo Nayra Sombra, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar, o estresse financeiro também afeta significativamente a saúde mental. “Esses fatores indicam que a questão vai além das dificuldades econômicas, afetando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas”, pontua.

Para aqueles que estão sentindo o peso do estresse financeiro, Sombra sugere algumas estratégias que podem ajudar a aliviar essa pressão. “É importante elaborar um orçamento detalhado, priorizar o pagamento de dívidas, evitar gastos supérfluos e investir principalmente em educação financeira, que pode possibilitar ao indivíduo mais autonomia e independência financeira”, aconselha.

Ela também destaca a importância de contar com a ajuda de um profissional qualificado. “Um assessor de investimentos e planejador financeiro sério e competente, com experiência no mercado, pode ajudar a elaborar um plano financeiro personalizado, oferecendo orientação para investimentos adequados ao seu perfil e objetivos, além de estratégias para reduzir o estresse financeiro”, conclui.

Casas Bahia pede recuperação extrajudicial para dívida de R$ 4,1 bilhões

Casas Bahia pede recuperação extrajudicial para dívida de R$ 4,1 bilhões - Foto: reprodução
Casas Bahia pede recuperação extrajudicial para dívida de R$ 4,1 bilhões – Foto: reprodução

A Casas Bahia entrou com pedido de recuperação extrajudicial para dívidas que somam R$ 4,1 bilhões. O pedido já é pré-acordado com os principais credores, que detém 54,5% dos débitos e, portanto, deve ser aplicado também aos demais credores pulverizados, dentre eles, pessoas físicas. O montante renegociado, que envolve a 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures, tinha custo médio de CDI +2,7% e prazo de 22 meses. Agora, o custo está em CDI + 1,2%, em um prazo de 72 meses. 

Nos cálculos da empresa, o novo perfil da dívida preserva R$ 4,3 bilhões de caixa até 2027, sendo R$ 1,5 bilhão somente em 2024. Como contrapartida, os principais bancos credores ganham o dinheiro de converter 63% dos valores que lhe são devidos em ações da varejista.

O acordo inclui uma carência de 24 meses para pagamentos de juros e 30 meses para pagamento de principal. Assim, antes da renegociação, a empresa desembolsaria, até 2027, R$ 4,8 bilhões. Agora, a empresa terá de arcar, no mesmo prazo, apenas com R$ 500 milhões.

“Todo mundo olhava e via que tínhamos pagamentos de juros todos os anos. Era R$1,5 bilhão esse ano e quase R$ 1 bilhão nos próximos anos. Perguntavam: Vocês conseguem gerar caixa para isso tudo?. Por mais que o plano de reestruturação estivesse indo bem, iria ficar apertado. Iríamos trabalhar para pagar juros, diziam. Desse jeito, não. Ganhamos muita flexibilidade e caixa para eventuais volatilidades e, também, para aproveitar algumas oportunidades de mercado e nos prepararmos para a Black Friday, por exemplo”, afirmou o CEO da Casas Bahia, Renato Franklin à reportagem. 

A operação tem perímetro restrito, ou seja, inclui apenas dívidas financeiras sem garantias, como debêntures e CCBs emitidas junto aos bancos. O Bradesco possui R$ 953 milhões em debêntures e o Banco do Brasil, R$ 1,272 bilhão, o que representa 54,5% do total das emissões contempladas no plano.

O acordo determina que as quatro séries de debêntures, mais as cédulas de crédito bancário, sejam transformadas em uma única debênture de três séries. A primeira representará 37% dos débitos de todos os credores e será paga com carência de juros de 24 meses e carência de principal de 30 meses. A taxa será de CDI + 1,5%, com pagamentos semestrais após a carência. Sendo que a maior parcela (60%) será paga em novembro de 2029.

Depois, para receber o restante (63%), será possível escolher entre a segunda e a terceira série. Quem optar pela categoria de “credor parceiro” (série 2), como o Banco do Brasil e o Bradesco, deve manter as atuais condições de outras linhas de crédito que não fazem parte da Reestruturação Extrajudicial. No caso desses dois bancos, as linhas são as que financiam o crediário da varejista e as operações de risco sacado.

Nessa opção, será possível converter a dívida em ações da companhia entre 18 e 36 meses por 80% do valor médio dos papéis nos 90 dias anteriores, ou aguardar o pagamento até novembro de 2030, com juros de CDI + 1%. Se essa opção fosse feita integralmente, com o valor de mercado atual da companhia, e sem que os atuais sócios exercessem seu direito de investir mais para não serem diluídos, os dois bancos assumiriam o controle da varejista. Franklin diz, porém, que não acredita que os bancos tenham essa intenção.

Caso mais detentores dos títulos de dívida queiram aderir a essa categoria, terão de fazer novos empréstimos à empresa. Do contrário, eles serão enquadrados na série 3 e terão de aguardar o pagamento até novembro de 2030, com juros de CDI + 1%.

“Estamos fazendo um acordo estrutural e definitivo para a companhia. Nessa negociação conseguimos não só as carências para juros e principal, mas um cronograma de amortização também bem mais diluído. Isso transforma o perfil de dívida da companhia”, concluiu Franklin.

União honrou cerca de R$ 3,5 bi de dívidas de Minas Gerais em 2023

União honrou cerca de R$ 3,5 bi de dívidas de Minas Gerais em 2023 - Foto: Danilo Girundi
União honrou cerca de R$ 3,5 bi de dívidas de Minas Gerais em 2023 – Foto: Danilo Girundi

Durante todo o ano de 2023, a União honrou um total de R$ 3,56 bilhões de dívidas de Minas Gerais. Apenas em dezembro, a União pagou R$ 1,52 bilhão de dívidas garantidas de Estados e Municípios. Entre os beneficiários, o Estado do Rio de Janeiro liderou com R$ 688,39 milhões, seguido de perto por Minas Gerais, que teve uma dívida de R$ 645,10 milhões quitada pelo Executivo Federal no último mês do ano.

Os dados constam no Relatório Mensal de Garantias Honradas pela União em operações de crédito e Recuperação de Contragarantias (RMGH) de dezembro de 2023, divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (31). 

Ao longo de todo o ano, a União desembolsou um total de R$ 12,29 bilhões para honrar dívidas garantidas de entes subnacionais. Minas Gerais foi um dos principais beneficiários, com dívidas pagas pela União no valor de R$ 3,56 bilhões, representando 29% do total. O estado mineiro ficou atrás apenas do Rio de Janeiro.

Desde 2016, a União desembolsou R$ 63,98 bilhões para honrar garantias em operações de crédito de Estados e Municípios. A baixa recuperação de garantias é atribuída, em grande parte, à inclusão de estados no Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Quando um estado ou município falha em cumprir suas obrigações em uma operação de crédito, o Tesouro Nacional assume a dívida. Em resposta, os repasses da União ao ente federativo devedor são interrompidos até a quitação da diferença, que inclui multa e juros. Contudo, em alguns casos, decisões judiciais concedem a suspensão do pagamento das dívidas, o que é o caso de Minas Gerais.

Aécio propõe união de forças para a renegociar dívida de Minas com governo federal

Ao lado do presidente do PSDB-MG, Paulo Abi-Ackel, ex-governador de Minas apresenta ao presidente da ALMG proposta alternativa para adesão ao RRF

Aécio propõe união de forças para a renegociar dívida de Minas com governo federal - Foto: divulgação
Aécio propõe união de forças para a renegociar dívida de Minas com governo federal – Foto: divulgação

Os deputados federais Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel entregaram, na última quinta-feira (07), ao presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Martins Leite, proposta alternativa para a renegociação da dívida de Minas Gerais com a União. Os deputados defendem a flexibilização da Lei Complementar 159 de 2017, que trata do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), e são contrários à proposta em discussão atualmente que prevê a privatização ou federalização das estatais mineiras como Cemig, Copasa e Codemge em troca da quitação de parte da dívida do Estado.

“Esta deve ser uma causa de todos os mineiros, uma causa que tem de estar necessariamente acima de disputas políticas. Temos agora que nos unir. Vejo fragilidade nas duas propostas colocadas. Tanto a privatização nos moldes propostos pelo governo Zema, quanto a federalização, proposta mais recentemente. Acredito que a flexibilização da lei 159 é possível desde que haja força e disposição política do governador, que tem que liderar esse processo, gostemos ou não do seu estilo, e de toda a classe política e empresarial. O que falta a meu ver é coragem e um pouco mais de compreensão da importância de Minas Gerais para se negociar com o governo federal. Essas propostas que estão sendo colocadas atendem ao governo federal. Não atendem a Minas Gerais”, afirmou o deputado em entrevista.

A proposta dos deputados tucanos prevê alongamento do prazo de pagamento da dívida do Estado para 50 anos. Atualmente o prazo é de 30 anos. Os deputados defendem a redução da taxa de juros para correção da dívida dos atuais IPCA + 4% para IPCA + 2%, nos próximos 10 anos e a partir daí reajuste apenas pelo IPCA. Além disso, sugerem a adoção do limite de 8% da Receita Corrente Líquida para pagamento das parcelas da dívida. Atualmente, o limite é de 13% da RCL. Na proposta de Aécio e Abi-Ackel, as estatais não seriam privatizadas ou federalizadas, mas entrariam apenas como garantia do cumprimento do contrato com a União.

Durante o encontro com o presidente da ALMG, Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel conversaram sobre a necessidade de se prorrogar o prazo da liminar que garante a suspensão do pagamento da dívida do Estado até 20 de dezembro. A ideia é garantir mais tempo para negociar com o governo federal. Na próxima semana, os deputados tucanos levarão a proposta ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

“Viemos mostrar ao presidente Tadeu Martins que temos alternativa. Nem a federalização e nem a privatização. Vamos juntar forças com outros estados. A bancada está à disposição. Estamos à disposição com outros governadores para que a gente possa ter uma negociação que atenda a todo o país e não apenas ao governo federal. Trouxemos objetivamente uma proposta que busca criar condições mais razoáveis para o pagamento da dívidane, obviamente, dando ao governo os exemplos que não tem dado, fazendo o choque de gestão, diminuindo os custos da máquina pública. Essa é a articulação correta que deveria estar sendo feita por Minas Gerais ao lado de outros estados brasileiros que têm situação até pior do que a nossa”, disse Aécio.

Lei Kandir

Aécio Neves lembrou que o governo de Minas precisa levar para a mesa de negociações com o governo federal um crédito que o Estado tem com a União em razão das perdas de arrecadação de imposto provocadas pela Lei Kandir, legislação federal em vigor desde 1996, que isentou do ICMS as exportações de produtos primários e semielaborados. Estima-se que Minas tenha deixado de arrecadar R$ 135 bilhões de 2006 até 2019.

“O PT ignorou esta questão ao longo dos 14 anos que governou o Brasil. Os números que temos falam em R$ 135 bilhões que Minas Gerais deixou de arrecadar pela isenção dos produtos primários da nossa pauta de exportações. Se nós temos R$ 160 bilhões, ou próximo disso, de dívida hoje, temos um crédito com a União que precisa entrar nessa conta. Foi péssimo o acordo assinado pelo governador, em 2020, quando aceitou essa negociação a chegar em R$ 8,7 bilhões. É algo ínfimo em relação ao conjunto das perdas e era preciso que isso tivesse sido colocado à mesa. Esta sim era uma negociação à altura de Minas, das tradições de Minas, da força política de Minas Gerais. Nós já estamos começando esta negociação concedendo muito”, completou Aécio.

PRINCIPAIS PONTOS DA PROPOSTA

 1 – Hoje, o RRF propõe correção da dívida com IPCA mais 4%. 

Nova Proposta:
IPCA mais 2% (Juros) nos próximos 10 anos. A partir daí reajuste apenas pelo IPCA.

 
2 – Da forma como está definido hoje, o RRF propõe o prazo de duração do ajuste (RRF) de 9 anos e 30 anos o prazo de pagamento. 

Nova Proposta:
Prazo de pagamento 50 anos. Assim se achata a curva do fluxo de pagamentos, promovendo um alongamento do perfil da dívida.

 
3 – Limite atual de comprometimento da Receita Corrente Líquida do Estado para pagamento das parcelas da dívida é em torno de 13%. 

Nova Proposta:
Adoção do limite de 8% da RCL para pagamento das parcelas da dívida.

 
4 – Propostas já apresentadas até aqui sugerem que as estatais mineiras sejam privatizadas ou federalizadas. 

Nova Proposta: Estatais entrariam apenas como garantia do cumprimento do contrato.
 
5 – Esta nova proposta não atenderia apenas Minas Gerais, mas um conjunto de estados que se encontram também em graves dificuldades fiscais como por exemplo Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás. Esses estados já aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal, mas buscam a sua flexibilização. 

6 – Defendemos que o Governo de Minas Gerais assuma o compromisso de fazer um CHOQUE DE GESTÃO para cortar despesas, combater desperdícios e racionalizar custos, principalmente com uso de ferramentas digitais de gestão. 

Homem é preso suspeito de matar idoso de 66 anos por causa de dívida em São Sebastião do Paraíso

Um homem de 35 anos foi preso suspeito de roubar e matar um idoso de 66 anos na noite do último sábado (5) no bairro Formosa, em São Sebastião do Paraíso (MG).

Segundo a Polícia Militar, a vítima foi encontrada por um amigo, com sinais de violência e já sem vida. Após a chegada da polícia, buscas pelo suspeito começaram e ele foi encontrado próximo à delegacia.

Para a polícia, o homem disse que foi cobrar uma dívida da vítima para outra pessoa e que chegando lá, eles se desentenderam. O suspeito disse à polícia que pegou uma faca, derrubou a vítima no chão e a golpeou no pescoço.

Depois disso, ele procurou dinheiro pela casa, achou R$ 30 e fugiu. Com o suspeito, também foi encontrada uma pequena quantidade de droga.

O homem foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia da polícia civil.

Morte por dívida por queijo

Este é o segundo caso de homicídio envolvendo dívidas registrado somente neste fim de semana no Sul de Minas. No sábado (5), um vendedor de queijos foi morto após ser agredido depois de cobrar uma dívida de R$ 24 em Varginha.

A princípio, ele recusou atendimento médico após as agressões, mas veio a óbito em casa horas depois. Segundo a polícia, a causa foi traumatismo craniano.

Endividamento das famílias brasileiras atinge o maior nível em 11 anos

O endividamento das famílias brasileiras atingiu o maior nível em 11 anos. Foi a consequência do uso de crédito para compensar a queda de renda.

A pandemia deixou uma conta que nem todo mundo pode pagar; R$ 2 mil no cartão de crédito, no caso da dona Fátima Costa Silva, que fazia faxina antes da pandemia.

“A patroa não quis mais, ninguém quis mais, mandou todo mundo embora e eu fui”.

O aposentado Antonio José da Silva parou de fazer bicos, por causa de problema de saúde, e a dívida cresceu.

“Vai pagar um aluguel, pagar uma luz e a água, e aí o salário mínimo não dá para nada”.

O país tem o maior número de famílias com dívidas dos últimos 11 anos, segundo um estudo nacional feito pela Federação do Comércio de São Paulo.

“Hoje você paga uma e daqui dois, 10 dias, paga outra”, afirma o autônomo Marcio Frutuoso.

“Cortando dali, cortando acolá, economizando os gastos, mas superando, né? Todo dia a gente supera uma barreira”, conta o técnico de refrigeração Manoel de Oliveira.

Manoel e Márcio moram em Rio Branco, a capital com mais famílias endividadas, seguida por Curitiba e Natal, bem acima da média histórica, que é de 61,8%. Antes da pandemia, 64% das famílias brasileiras estavam endividadas. Hoje, são muito mais: 71%.

“O endividamento em si não é uma coisa negativa, mas as circunstâncias da capacidade de pagar as dívidas sim. O que a gente tem que avaliar é: se essas famílias terão condições, no futuro, de arcar com esses compromissos. Aí nós temos alguns desafios pela frente. Primeiro: a taxa de desemprego extremamente elevada, que ameaça a massa de rendimento das famílias; e, o fator mais importante: a inflação, que corrói, diariamente, o poder de compra”, explica Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP.

As famílias brasileiras empobreceram. Em 16 das 27 capitais do país, a renda ainda não voltou ao que era antes da pandemia. Na média, o recuo foi 0,7%. Mas em algumas cidades, como em Vitória, Boa Vista e Fortaleza, o orçamento das famílias encolheu muito mais.

Os economistas dizem que esse raio X das contas das famílias ajuda a explicar porque a economia segue travada. Com o orçamento cada vez mais apertado por causa das dívidas e dos preços subindo, sobra menos para gastar. E sobra menos ainda para tomar crédito, que é um oxigênio da economia. O estudo mostra que é preciso aliviar a pressão sobre as contas do consumidor, para que ele volte a comprar, e a indústria, o varejo e os serviços reajam.

“Você tendo seu nome limpo, você mesmo vai lá, faz a compra que você quer”, afirma o funcionário público Reinaldo Augusto

“O crédito é fundamental para qualquer tipo de economia. Ao se elevar e ficar caro, esse crédito cria o risco da inadimplência. O que seria ruim para todos os segmentos: seja para o governo, seja para as empresas, seja para as famílias”, diz Altamiro Carvalho.

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