Jornal Folha Regional

Justiça do Trabalho intima Eletrobras para esclarecimentos sobre Furnas

A decisão atende parcialmente a um pedido feito por sindicatos do setor, que pediam a suspensão de uma assembleia marcada para votar o tema no fim de dezembro

Justiça do Trabalho intima Eletrobras para esclarecimentos sobre Furnas – Foto: Hidrelétrica de Furnas em São José da Barra/MG – arquivo Folha Regional

A Justiça do Trabalho determina a intimação da Eletrobras e de Furnas para prestar esclarecimentos sobre a incorporação da subsidiária. A decisão é relativa a um processo aberto por sindicatos do setor, que pedem a suspensão de uma assembleia marcada para votar o tema no fim de dezembro.

O juiz Marcelo José Duarte Raffaele afirmou que a matéria é complexa e envolve valores bilionários. O magistrado afirmou não ser prudente a suspensão da assembleia, já que ainda há tempo para que as empresas apresentem justificativas antes da data marcada. Eletrobras e Furnas têm cinco dias para se manifestar

Ainda na decisão, o juiz afirmou que a competência da Justiça do Trabalho para avaliar o caso é questionável, uma vez que os pontos levantados pelos autores envolvem questões de expertise da Eletrobras para gerir os ativos de Furnas, além de suposições sobre uma futura redução do plantel de funcionários, aspectos que, em sua avaliação, não cabem à Justiça do Trabalho.

Procuradas, as empresas disseram que não vão se manifestar.

Integração com Furnas é assunto prioritário, diz Eletrobras

Integração com Furnas é assunto prioritário, diz Eletrobras – Foto: reprodução

A definição para a integração de Furnas com a Eletrobras foi considerada um assunto prioritário pelo presidente da companhia, Ivan Monteiro. Em teleconferência de resultados na última quarta-feira (8), o executivo revelou que ainda não é possível prever se os estudos serão finalizados ainda este ano.

“É um assunto prioritário. Toda energia colocada é na linha da racionalização e da eficiência”, explica. Em agosto, a holding anunciou que havia começado estudos para integrar as operações com a subsidiária.

Na época, a justificativa foi que a medida fazia parte da iniciativa de simplificação da estrutura societária e de governança prevista no planejamento. Furnas possui 22 UHEs que somam mais de 18 GW de potência instalada. Na transmissão, são ativos em oito estados da federação.

Na teleconferência, o executivo lembrou que há dois Planos de Demissões Voluntárias em andamento. O primeiro, com economia esperada de R$ 1,2 bilhão e 2.123 saídas realizadas. O segundo, que é mais recente, tem expectativa de trazer economia de R$ 670 milhões e já teve 225 saídas. No terceiro trimestre do ano passado, eram 10.476 empregados com 650 gestores, enquanto em novembro deste ano o número é de 8.233 funcionários, reduzindo para 545 o contingente de gestores. “Melhoramos a eficiência da companhia na forma de gerir seus processos”, observou o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores, Eduardo Haiama.

Com um investimento de R$ 1,86 bilhão no terceiro trimestre, a Eletrobras viu esse item crescer 88% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo Monteiro, o foco dos investimento será de reforços e melhorias dos ativos já existentes, considerados por ele de extrema qualidade.

A receita regulatória bruta na transmissão subiu 9%, indo a R$ 5,1 bilhões. Já na geração, por conta da descotização de algumas usinas, houve uma ligeira queda, R$ 6,7 bilhões para R$ 6,4 bilhões. Para Haiama, a queda na receita da geração no curto prazo afeta apenas no curto prazo, mas no médio e longo é favorável. Segundo ele, hoje há 140 grandes empreendimentos de grande porte em implantação nas LTs da Eletrobras que devem ter um capex dessa categoria de R$ 6,3 bilhões até 2027 e uma Receita Anual Permitida associada de R$ 958 milhões.

Durante evento realizado em São José da Barra, Governo de Minas e Eletrobras apresentam cronograma de estudos para expansão de transporte aquaviário

Durante evento realizado em São José da Barra, Governo de Minas e Eletrobras apresentam cronograma de estudos para expansão de transporte aquaviário – Foto: Eletrobras / Divulgação

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), e a Eletrobras, apresentaram, na última terça-feira (7), em São José da Barra (MG), o cronograma para início dos estudos de viabilidade para expansão do transporte aquaviário na região.

O evento reuniu lideranças regionais, representantes de associações de municípios e teve o objetivo de detalhar as fases do processo.  

Os levantamentos iniciais de viabilidade devem durar 150 dias. Em seguida, a Seinfra fará a análise técnica do material e, na sequência, abrirá o projeto para consulta e audiência pública. A previsão é a de que o edital para a concessão do serviço seja lançado em meados de 2025.  

O projeto irá contemplar a expansão, exploração, operação e manutenção dos serviços de travessia por balsas nos reservatórios das usinas hidrelétricas de Furnas e Mascarenhas de Moraes. A expectativa é a de que a ampliação do serviço melhore a mobilidade na região e fomente o desenvolvimento dos municípios que margeiam a represa.  

O secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Bruno, destacou que o objetivo do projeto é melhorar a prestação de serviços de transporte aquaviário que irá desenvolver a mobilidade no Sul de Minas e beneficiar milhares de mineiros.  

“Sabemos dos desafios para ter um transporte aquaviário mais bem estruturado. Tenho a certeza de que hoje demos um passo muito importante durante esse encontro”, afirmou o secretário.  

Transformação 

Os serviços de transporte por balsas são oferecidos há cerca de 60 anos no Sul do estado. Com a ampliação esperada a partir da concessão, a expectativa é a de que mais de 400 mil pessoas sejam beneficiadas nos 15 municípios que circundam as usinas hidrelétricas de Mascarenhas de Moraes e Furnas.  

Denis Martins da Silva, comandante da balsa que liga os municípios de Guapé a São José da Barra, trabalha há cerca de 30 anos com uma embarcação construída em 1957. Ele transporta diariamente uma média de 120 veículos e tem boas expectativas com o início dos estudos.  

“Atualmente, essa balsa já não atende as demandas das cidades da nossa região, porque é pequena para o fluxo de veículos e cargas que os caminhões transportam. A gente espera que novas embarcações sejam colocadas em operação o mais rápido possível para mudar essa realidade”, explica o comandante.  

PT de São José da Barra juntamente com representante de deputados estadual e federal reúnem com diretor do SINDEFURNAS

Presidente do PT de São José da Barra (MG), Julianderson Gaspar, assessor parlamentar, Diego Batista, representando o deputado estadual Ulysses Gomes (PT) e o deputado federal Odair Cunha (PT/MG), juntamente com o diretor do SINDFURNAS, Ricardo Fernandes – Foto: Arquivo pessoal

Para o presidente do PT de São José da Barra, isso seria uma perda irreparável, pois o nome Furnas representa a história de um povo.

Na última quarta-feira (4), o presidente do Partido dos Trabalhadores de São José da Barra (MG), Julianderson Gaspar, juntamente com o assessor parlamentar, Diego Batista, representando o deputado estadual Ulysses Gomes (PT) e o deputado federal Odair Cunha (PT/MG), estiveram no SINDEFURNAS (Sindicato dos Eletrecitários de Furnas), reuniram com o diretor do sindicato, Ricardo Fernandes, que também é um diretor da ASEF (Associação dos Empregados de Furnas), para discutirem sobre a migração do nome da empresa Furnas para Eletrobras.

“Nós do Partido dos Trabalhadores junto com outros políticos, associações e a sociedade civil, vamos organizar audiências públicas para que isso não aconteça, pois Furnas é um patrimônio do povo de São José da Barra e região”, disse Julianderson.

Sindicatos afirmam que direção da Eletrobras privada quer destruir a história de Furnas

Há alguns dias, a direção da Eletrobras privada disse que iniciou estudos para incorporação da subsidiária Furnas. A iniciativa, faz parte de “plano para simplificar estrutura societária e governança, em meio aos trabalhos de reestruturação da empresa após a privatização”.

Segundo os sindicatos, a Eletrobras quer incorporar Furnas, cancelar o CNPJ da empresa e todas as referências que fizeram a história da nossa joia da coroa. As informações levantadas pelos sindicatos dão conta de que os estudos estão avançados. Querem finalizar a absorção de Furnas até o final do ano e estimam a incorporação das concessões das usinas e linhas de transmissão de Furnas pela Eletrobras em 14 semanas.

“Além de um grande prejuízo para o povo mineiro, para a memória afetiva de Juscelino Kubitschek, John Cotrim e Itamar Franco, para as associações de fomento ALAGO, AMOG, AMEG e AMUSUH, o fim de Furnas é um golpe no Brasil! No orgulho nacional!” Informaram em nota.

Furnas é a maior das subsidiárias da Eletrobras, com presença em 15 estados e no Distrito Federal, e capacidade instalada de geração de mais de 18 GW. Furnas gera energia a partir de fontes hidrelétricas, gás natural, eólica e solar. Seu sistema inclui 22 hidrelétricas, duas termelétricas, um complexo com cinco parques eólicos e 35.201 km de linhas de transmissão e 72 subestações.

“Hoje todo o Brasil sabe quem comanda a Eletrobras. Foram os mesmos que quebraram as Lojas Americanas, o trio da 3G Lemann, Telles e Sicupira. Esses acionistas só querem saber de dinheiro e de encher os bolsos de dividendos. Estão correndo contra o tempo porque sabem que o governo pode recuperar os 43% da Eletrobras a qualquer momento. Nós de Furnas vamos resistir a mais este absurdo da Eletrobras! Inspirados em Itamar Franco, convocamos o povo de Furnas, as famílias, os prefeitos, os parlamentares, as associações, para uma reação forte contra a tentativa de destruição total da nossa amada empresa!” Finalizou a nota assinada por SINTERGIA-RJ – SINDEFURNAS – STIEESP – SINERGIA/CAMPINAS – STIU-DF – STIEENNF – STIEPAR – SINEFI-PR – SINERGIA-ES – SINDEL – SENGE RJ – SINAERJ – ASEF.

Eletrobras inicia estudo para incorporação de Furnas

Eletrobras inicia estudo para incorporação de Furnas – Foto: reprodução

A Eletrobras (ELET3) inicia estudos para avaliar a possibilidade de incorporação da sua subsidiária integral Furnas.

Já o BTG Pactual (BPAC11) anunciou a aquisição de 100% do capital da gestora e DTVM da Magnetis.

A Vibra Energia (VBBR3) recebeu, na última terça-feira (22), um valor de R$ 41,2 milhões, da Companhia de Gás do Espirito Santo – Es Gás, a título de dividendos do período até 30 de junho.

A agência de classificação de risco Fitch atribuiu, pela primeira vez, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ à Iguatemi (IGTI11), com perspectiva “estável”.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras iniciou os estudos preliminares para avaliar a possibilidade de integração das operações entre a Eletrobras e sua subsidiária integral Furnas.

Segundo fato relevante, a medida faz parte da iniciativa de simplificação da estrutura societária e de governança prevista no Planejamento Estratégico da Eletrobras.

BTG Pactual (BPAC11)

O BTG Pactual anunciou a aquisição de 100% do capital da gestora e DTVM da Magnetis, uma das primeiras empresas de tecnologia financeira no Brasil dedicada a investimentos. O valor da operação não foi revelado.

De acordo comunicado do banco, a compra faz parte da estratégia de expansão das plataformas digitai, com aumento da base de clientes e avanço na oferta de produtos e serviços para pessoas físicas.

Vibra (VBBR3)

A Vibra Energia (VBBR3) recebeu, na última terça-feira (22), um valor de R$ 41,2 milhões, da Companhia de Gás do Espirito Santo – Es Gás, a título de dividendos do período até 30 de junho 2023, em decorrência do disposto no Edital do leilão nº 01/2023 e no contrato de compra e venda celebrado em 03 de julho de 2023.

Iguatemi (IGTI11)

A agência de classificação de risco Fitch atribuiu, pela primeira vez, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ à Iguatemi (IGTI11), com perspectiva “estável”.

Conforme a Fitch, o rating da Iguatemi reflete sua destacada posição consolidada de negócios como uma das principais operadoras de shopping centers no Brasil, com relevante carteira de propriedades de elevada qualidade e altos índices de ocupação.

Minerva (BEEF3)

A gestora T. Rowe Price Associates elevou a participação para 31.375.584 ações ordinárias, representativas de 5,17% das ações de emissão da Minerva.

EDP Brasil (ENBR3)

A EDP Brasil (ENBR3) informou que a CVM aprovou na segunda a conversão do registro de categoria da companhia para categoria “B”. Com isso, as ações de emissão da empresa deixaram de ser negociadas na B3.

A empresa relembra, em fato relevante, que possui uma assembleia geral extraordinária (AGE) marcada para 30 de agosto na qual será definida a proposta de resgate compulsório das 22,8 milhões de ações que ainda estão em circulação no mercado.

Caso o resgate compulsório seja aprovado em AGE, a empresa informa que serão resgatadas até a totalidade das ações ordinárias remanescentes em circulação detidas por acionistas que se encontrarem inscritos nos registros no final do dia 29 de agosto deste ano.

Taesa (TAEE11)

A Taesa (TAEE11) comunicou que o Instituto Água e Terra da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável do Governo do Estado do Paraná concedeu a Licença Prévia (LP) para o trecho da LT 525kV Bateias – Curitiba Leste (C1/C2), com extensão aproximada de 75 km, incluindo as obras de ampliação das Subestações SE Bateias e SE Curitiba Leste a serem interligadas, referentes às instalações da concessão Ananaí Transmissora de Energia Elétrica.

Ananaí é um empreendimento referente ao lote 1 do leilão de transmissão nº 02/2021, realizado em dezembro de 2021, 100% controlada pela Taesa. Ananaí apresenta uma RAP total de R$ 166,2 milhões para o ciclo 2023-2024 e um Capex ANEEL de R$ 1,750 bilhão.

O empreendimento está localizado nos estados de São Paulo e Paraná, com extensão aproximadamente de 363 km de linhas de transmissão. O prazo estipulado pela ANEEL para energização de Ananaí é março de 2027.

Hypera Pharma (HYPE3)

A Hypera Pharma passou a integrar o FTSE4Good Index Series, um dos principais índices internacionais de sustentabilidade organizados pela Financial Times Stock Exchange (FTSE) Russell, divisão da Bolsa de Valores de Londres. O índice é composto por companhias de capital aberto em todo o mundo e considera mais de 300 indicadores ESG -Environmental, Social and Governance (ou ASG – Ambiental, Social e Governança).

Segundo a companhia, ela ficou acima da média geral do setor e da indústria nos três pilares, alcançando a nota 3.2. Para fazer parte o índice, as empresas sediadas em mercados emergentes precisam obter de nota superior a 2.9.

“Esse reconhecimento reflete os resultados das nossas iniciativas nessas três dimensões, fortalecidas pela nossa visão de um futuro sustentável. Além disso, compor o FTSE4Good Index Series reafirma nosso compromisso com iniciativas de governança corporativa, buscando gerar valor e promover a saúde e bem-estar da população”, afirma Breno Oliveira, CEO da Hypera Pharma.

Ações da Eletrobras (ELET3;ELET6) caem até 4,4% com parecer da PGR que defende maior poder de voto do governo na empresa

Ações da Eletrobras (ELET3;ELET6) caem até 4,4% com parecer da PGR que defende maior poder de voto do governo na empresa – Foto: reprodução

As ações da Eletrobras (ELET3;ELET6) intensificaram as perdas na reta final do pregão desta quarta-feira (16) e fecharam em queda após notícias de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou pela derrubada do trecho da lei de desestatização da elétrica que reduziu o poder de voto da União a 10%. ELET3 fechou em baixa de 3,56% (R$ 33,908), enquanto ELET6 teve desvalorização de 4,43% (R$ 37,75).

O parecer foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em ação de relatoria do ministro Kássio Nunes Marques.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu no Supremo o aumento do poder de voto da União na Eletrobras. Ele sugeriu, no entanto, que seja aberta a possibilidade de acordo entre as partes.

“A União, até então controladora da empresa, presenciou, de mãos atadas, os acionistas minoritários limitarem seu (da União) poder de voto, em benefício exclusivo deles e em prejuízo exclusivo da União”, defendeu o PGR, que tem se aproximado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em busca da recondução ao cargo.

Ele opinou que as normas que diminuíram o poder de voto da União devem incidir apenas para as ações adquiridas após a desestatização da Eletrobras.

Para Aras, essa solução preserva o interesse público e as “legítimas expectativas” dos acionistas minoritários.

A manifestação foi feita em ação do governo federal que questiona a limitação do poder de voto da União na Eletrobras.

Em maio, a  Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo,  em ação direta de inconstitucionalidade, para rever alguns pontos sobre a privatização da Eletrobras, que ocorreu em junho de 2022. Dentre eles, pediu que o STF conceda para a União um poder de voto na Eletrobras proporcional à sua participação na elétrica.

O governo conta com 42,61% das ações ordinárias da Eletrobras. Contudo, devido à lei da desestatização da Eletrobras, a proporção de votos é limitada a 10%, uma vez que a privatização transformou a Eletrobras numa “corporation”, uma empresa de capital privado sem acionista controlador.

Assim, nenhum acionista tem poder de voto superior a 10%, mesmo com maior número de ações ordinárias. O mecanismo foi incluído na lei de privatização para evitar que um grupo privado, por exemplo, assumisse o controle da empresa.

Ministro nega acordo com Eletrobras para desistir de ação

Suposto pacto prevê a antecipação de aportes de R$ 27 bilhões na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em troca da desistência do governo da ADI 7385

Ministro nega acordo com Eletrobras para desistir de ação – Foto: divulgação

O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira negou nesta terça-feira (11) rumores de um eventual acordo entre acionistas e a Eletrobras em troca da desistência da ação movida pelo governo para retomada do poder de voto.

O suposto acordo prevê a antecipação de aportes de R$ 27 bilhões na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em troca da desistência do governo da ADI 7385.

A deputados e sindicalistas, Silveira afirmou haver otimismo por parte do governo no êxito da ação contra a Eletrobras.

Eletrobras anuncia novo plano de demissão voluntária, com custo de até R$ 750 milhões

A Eletrobras informou nesta segunda-feira (19) que lançará um novo plano de demissão voluntária (PDV) em 20 de junho, o segundo desde a conclusão de sua privatização.

O PDV tem previsão de saída de até 1.574 colaboradores e custo estimado entre R$ 450 milhões e R$ 750 milhões, com um payback (tempo de retorno do investimento) similar aos planos anteriormente praticados, disse a companhia elétrica.

No último programa do tipo, que ocorreu no fim do ano passado, o payback foi estimado em 11,2 meses.

A medida faz parte de um processo de renovação e “oxigenação” da força de trabalho na Eletrobras. O primeiro PDV teve quase 2,5 mil inscritos, com grande parte dos desligamentos realizados até abril, e com uma economia anual estimada de R$ 1,1 bilhão.

No fim de maio, a elétrica abriu um processo seletivo para contratação em mais de 800 vagas, que serão oferecidas de forma escalonada, para suas subsidiárias CGT Eletrosul, Chesf, Eletronorte e Furnas.

“O lançamento do PDV está associado a medidas de otimização de custos e despesas operacionais, ao Plano Estratégico 2023-27, além de viabilizar maior aderência à nova estrutura organizacional da companhia que está em fase final de modelagem e implantação”, afirmou, em comunicado.

O período de inscrição do segundo PDV será de 20 de junho a 21 de julho deste ano, e os desligamentos ocorrerão a juízo e conveniência da companhia, disse a Eletrobras.

Gravação mostra como minoritário organizou conselho da Eletrobras

A gestora 3G Radar é um minoritário da Eletrobras com 1,3% do capital total. A posição é irrelevante no que se refere ao poder de decisão. Tem 0,05% das ações ordinárias, que dão direito a voto. Destaca-se no acesso aos resultados, com 10,88% das ações preferenciais, que têm prioridade para receber dividendos.

No entanto, a gravação de uma reunião interna, deixa clara a habilidade da gestora para ocupar posições no conselho de administração da companhia, que define a diretoria e traça estratégias.

Qualquer acionista ou grupo de acionistas pode sugerir uma chapa para ser avaliada em assembleia. O que chama a atenção no caso é que dos9 conselheiros, 3 contaram que foram convidados para o posto por um acionista da 3G Radar, o sócio fundador da gestora Pedro Batista de Lima Filho, que também se tornou conselheiro após a privatização, indicado pelos preferencialistas.

A 3G Radar também afirma que “todas as indicações para a composição da diretoria da Eletrobras foram feitas em comum acordo entre os conselheiros de administração, como mandam as práticas de governança da companhia”.

A gestora foi fundada em 2013 por Batista e Mario Cunha Campos. Batista havia feito carreira nos bancos Pactual e UBS, além de ter participado da criação da gestora Vinci Partners. No novo empreendimento eles tinham como sócio a 3G Capital Partners, do trio de empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

O formulário de referência mais recente da 3G Radar, de 2022, destaca que no seu bloco de controle estão Batista, Campos e 3G Capital. Em nota, a área de relações com investidores da Radar informou ter 15 sócios, e o 3G Capital é um minoritário que não participa da tomada de decisões.

O trio deixou de ser sócio da 3G Capital em junho do ano passado, mas permanece entre os investidores, segundo assessorias dos empresários.

Batista é conhecido e respeitado como um analista de energia técnico, que foi além dos números. Aprendeu como as empresas funcionam. É estudioso dedicado. Amigos contam que é do tipo que vai à praia e leva para ler alguma nova normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica.

A avaliação é que por ter um pé no mercado financeiro e outro no setor de energia, ele sabe o que os investidores querem da Eletrobras. É apontado como um conselheiro “planilheiro” da companhia porque quer entender até a vírgula de cada decisão. Faz pressão por resultado.

Em Brasília, é apontado como ator atuante na privatização desde que o governo de Michel Temer (MDB) começou a avaliar a venda da estatal. A 3G Radar produziu análises e projeções sobre o tema. Na reunião na Eletrobras reproduzida na gravação, Batista contou que passou anos estudando a empresa.

“A 3G completa dez anos em 2023, e somos há dez anos acionistas da Eletrobras. Foi uma das primeiras ações que a gente comprou, e em 2013 era um momento complicadíssimo da Eletrobras”, lembrou aos presentes.

“Mas a gente tinha um visão muito clara do valor da companhia, sabia dos problemas e dos riscos. E por que a gente sabia disso? Desde 1997, eu descobri que não tem como a gente entender o setor elétrico sem entender a Eletrobras, dada a relevância dessa empresa para o setor elétrico [..] Eu estudei Eletrobras desde 1997 e só fui investir em 2013.”

A reunião ocorreu em 26 de janeiro e foi convocada para apresentar os conselheiros aos gestores da companhia e dar um norte sobre os rumos da reestruturação após a privatização.

O conselheiro e consultor Vicente Falconi, por exemplo, comentou que teve experiência em muitos conselhos, e o trabalho era mais instigante onde encontrava problemas para resolver. Para ilustrar o ponto de vista, fez uma analogia entre a cervejaria Ambev e a Eletrobras pós-privatização.

“Eu fiquei no conselho da Brahma, e depois, no da Ambev, durante 25 anos. Então, eu peguei o conselho da Brahma lá no começo, e era um conselho, assim, muito parecido com o nosso atual”, afirmou.

“Ou seja, eram três banqueiros que compraram uma empresa de bebidas, embora não entendessem nada, e começamos a organizar a empresa, a colocar algumas pessoas para dentro. Então, a ênfase, nos primeiros anos daquele conselho, era resolver problema. Problemas grandes da empresa. Mesma coisa aqui hoje.”

Falconi disse que já havia se retirado da companhia. Teve mandato como conselheiro de abril de 2019 a abril de 2021, e renunciou em 2020. Porém, disse que Batista o chamou.

“Na verdade eu já tinha saído do jogo, sabe? Para mim, tinha terminado. Eu pendurei a chuteira. Estava no vestiário”, disse ele. “Mas apareceu o Pedro lá. ‘Falconi, vamos voltar para o jogo aí. Joga mais uns dez minutos aqui’.”

Felipe Vilela Dias, no conselho desde abril de 2019, também atribui a Batista o seu ingresso na Eletrobras.

Depois de dez anos na gestora Squadra Investimentos, queria novos desafios. Narrou a saída estressante como conselheiro em outra companhia e como veio o convite para a Eletrobras.

“Eu já era amigo do Pedro, convivemos no mercado. E ele falou: ‘Pô cara, você está saindo de uma roubada, mas vou de te botar em outra. ‘Queria te indicar como representante dos preferencialistas, mas você vai para o comitê de auditoria, que é um negócio pesado’. Comitê de auditoria é sempre pesado”, disse Dias na reunião.

O presidente do Conselho, Ivan Monteiro, contou que só vira Batista uma vez na vida, mas que recebeu um telefonema dele no dia em que a capitalização havia sido aprovada. Monteiro fez carreira no Banco do Brasil e foi presidente da Petrobras. Na área de energia elétrica, passou pelos conselhos da CPFL e Light. Agendaram conversar para a noite.

“A gente foi jantar. Ele é o autor da frase. ‘Queria te convidar para um projeto nos próximos dez anos.’ Adorei. Eu definitivamente não sou velocista. Sou maratonista. A conversa foi extremamente agradável. Ele mencionou alguns nomes. Ali a gente começou a arquitetar o sequestro do Wilson”, disse Monteiro.

Wilson Ferreira Jr. havia sido presidente da mesma Eletrobras de 2016 a 2021 e estava na Vibra. Voltou à companhia em setembro de 2022.

A 3G Radar também indicou Elvira Baracuhy Presta. Ela entrou no conselho em 2018 como representante dos minoritários. Agora, é vice-presidente executiva financeira e de relações com investidores.

Dias antes de a capitalização ser aprovada no Senado, em 17 de junho de 2022, um grupo de investidores na Eletrobras, do qual Batista fazia parte, foi recebido pelo então ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. O encontro foi registrado na agenda oficial. O grupo levou a lista com os executivos da chapa proposta para compor o novo conselho. A relação também foi apresentada no Ministério da Economia.

Em 5 de agosto de 2022, a Assembleia Geral Extraordinária dos Acionistas aprovou e elegeu a chapa, que tem trabalhado intensamente. Já realizou 39 reuniões.

Um dos desafios é lidar com a Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pela Advocacia-geral da União no Supremo Tribunal Federal. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz questão de que a União volte a ter poder de voto proporcional à sua participação na companhia.

Conselheiros foram eleitos em assembleia de acionistas, diz Eletrobras

A assessoria de imprensa da Eletrobras disse em nota que a reunião em 26 de janeiro ocorreu em modelo híbrido e foi acompanhada por 230 gestores dentro da total transparência que faz parte dos princípios da companhia.

Destacou ainda que os nomes indicados para o conselho de administração preencheram os requisitos previstos no Estatuto Social e no Regulamento de Indicações, foram avaliados pelo Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração, responsável por verificar se os candidatos atendem aos requisitos de elegibilidade exigidos. Por fim, foram eleitos em Assembleia Geral de Acionistas.

A nota lembra que Eletrobras é gerida pelo modelo “corporation”, ou seja, não há acionistas controladores do capital. É vedado a qualquer acionista ou grupo de acionistas exercer o direito de voto com mais de 10% das ações com direito a voto, independentemente de sua participação no capital social.

“Todas as decisões relevantes da empresa precisam ser aprovadas por maioria em conselho, justamente para impedir que um determinado acionista tenha maior ingerência nos temas da companhia”, afirmou o texto.


Quem são os conselheiros da Eletrobras

Chapa oficialmente apresenta por 3G Radar, SPX, Vinci Equities, XP, e Banco Clássico, que juntos têm cerca de 5% da Eletrobras, e eleita na assemblei de acionistas

Ivan Monteiro
Ex-presidente da Petrobras, ex-conselheiro de CPFL e Light
Indicação nova; 3G Radar

Pedro Batista de Lima Filho
Cofundador do 3G Radar
Indicação nova; eleito em separado por indicação dos preferencialistas

Vicente Falconi Campos
Consultor especializado em gestão, 25 anos conselheiro da Ambev
Retornou a empresa, depois de ser conselheiro de abril de 2019 a julho de 2020, quando renunciou; 3G Radar

Felipe Vilela Dias
Sócio da Visagio Consultoria e ex-sócio da Squadra Investimentos
Reconduzido; conselheiro desde abril 2019; 3G Radar

Daniel Alves Ferreira
Advogado, ex-conselheiro na Cemig
Reconduzido; era conselheiro desde abril de 2019; Banco Clássico

Marcelo Gasparino da Silva
Advogado especializado em governança com mais de 30 mandatos como conselheiro independente
Voltou à empresa: foi conselho entre 2012 e 2014 e em 2016; Geração Futuro

Marisete Dadald Pereira
ex-secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia
Indicação nova; União

Marcelo de Siqueira Freitas
Ex-procurador Federal da Advocacia‐Geral de União de 2008 a 2015
Reconduzido; conselheiro desde abril de 2019; União

Carlos Eduardo Rodrigues Pereira
Engenheiro, funcionário da Eletrobras desde 2010
No conselheiro desde abril de 2021; indicado dos trabalhadores
Cadeira dos trabalhadores será extinta em 2024

Foram indicados e eleitos, mas não se apresentaram:

Carlos Augusto Leone Piani
Ex-presidente do conselho da Equatorial Energia e ex-conselheiro da Light
Foi eleito presidente do conselho da Equatorial Energia em 28 de abril de 2023

Octavio Cortes Pereira Lopes
Ex-Cemar antes de ser consolidada como Equatorial Energia
Foi eleito presidente da Light em 15 de agosto de 2022

Eletrobras FURNAS promove atividades de educação e conscientização para celebrar o Dia Mundial da Água

Crianças e adolescentes dos municípios do entorno da Usina de Furnas, localizada em São José da Barra (MG), participarão de oficinas sobre consumo racional de recursos naturais e descarte correto de lixo

Para celebrar o Dia Mundial da Água (22 de março), a Eletrobras Furnas vai promover uma semana de atividades educativas para moradores dos municípios do entorno da Usina Hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais. De 21 a 24 de março, serão realizadas oficinas para ensinar crianças e adolescentes de forma lúdica o que é o consumo racional de água e sua importância para o planeta. As atividades serão realizadas no Mirante da Usina e também na carreta-escola de Furnas. Trata-se de um laboratório móvel, equipado com material audiovisual, filmes em 3D, realidade aumentada, maquetes, jogos, experimentos interativos e outras tecnologias para aulas e experiências científicas com energia elétrica. Participarão alunos da Escola Estadual de Furnas, em São José da Barra, e de escolas municipais de Capitólio e São João Batista do Glória. Em cada atividade, as turmas terão 25 alunos.

No sábado (25), como encerramento da semana, serão realizadas três atividades na sede do Clube Náutico Engenheiro Mauro Ferraz, em São José da Barra: primeiro, um mergulho para coleta de lixo subaquático; em seguida, uma aula de matroginástica, com exercícios físicos que buscam a integração entre pais e filhos; por fim, uma caminhada para coleta de lixo com explicações sobre descarte correto de resíduos, reciclagem e sobre o tempo de decomposição de cada material no meio ambiente. Essas atividades são voltadas a todos os moradores da região, não importando a faixa etária.

Serviço:

Visita ao Mirante da Usina e oficinas na carreta-escola

Data: 21 a 24 de março

Horários: 9h às 11h e 14h às 16h

Local: Mirante da Usina de Furnas

Atividades de mergulho para coleta de lixo subaquático:

Data: 25 de março

Horário: 8h às 9h

Local: Clube Náutico Engenheiro Mauro Ferraz (Rodovia MG 050 KM 283, São João Batista do Glória – MG, 37920-000)

Matroginástica:

Data: 25 de março

Horário: 9h às 9h45

Local: Clube Náutico Engenheiro Mauro Ferraz (Rodovia MG 050 KM 283, São João Batista do Glória – MG, 37920-000)

Caminhada ecológica com coleta de lixo e sensibilização:

Data: 25 de março

Horário: a partir das 9h45

Local: Clube Náutico Engenheiro Mauro Ferraz (Rodovia MG 050 KM 283, São João Batista do Glória – MG, 37920-000)

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