Jornal Folha Regional

Piso da enfermagem será debatido nesta terça na Câmara dos Deputados

O imbróglio do novo piso da enfermagem, suspenso no Supremo Tribunal Federal (STF), será discutido nesta terça-feira (18) em audiência pública na Câmara dos Deputados. Foram convidados para o debate a ministra da Saúde Nísia Trindade, Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Simone Tebet (Planejamento). Estão confirmadas as presenças de representantes do Conselho Federal de Enfermagem e de associações de hospitais públicos e privados, como a CNSaúde, autora do pedido que levou à suspensão do piso.

O encontro acontece em um momento de pressão por parte dos enfermeiros que aguardam a liberação dos novos salários. O piso foi sancionado em agosto do ano passado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e suspenso pelo STF em setembro.

As associações que representam os hospitais tentam derrubar a lei que estabeleceu remuneração mínima de R$ 4.750 para enfermeiros. Técnicos em enfermagem devem receber 70% desse valor, e auxiliares de enfermagem e parteiros, 50%.

Em dezembro, o Congresso promulgou uma PEC que destravou fundos públicos para custear os hospitais públicos e redes de atendimento ao SUS. As instituições de saúde, no entanto, afirmam que ainda não há fontes de custeios perenes para solucionar o problema, e o rombo pode ultrapassar R$ 13 bilhões, segundo estimativa da Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf).

O governo Lula promete editar uma medida provisória para regulamentar o pagamento dos recursos, mas ainda não há data prevista para a publicação do texto. 

Enfermagem faz paralisação nacional por piso salarial nesta sexta

A Federação Nacional de Enfermagem (FNE) anunciou uma paralisação dos enfermeiros em todo o país, nesta sexta-feira (10), para reclamar o piso nacional da enfermagem, que está em disputa desde 2022. Em Minas Gerais, os sindicatos que representam os setores públicos não aderiram à paralisação, que dizem não ter sido oficialmente convocada pela federação. Já o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de BH e Região (Sindess), que representa os profissionais da área privada, promoveu um ato na praça da Estação, no centro, em campanha salarial.

Por volta das 10h, cerca de 50 pessoas se manifestavam na praça, de onde planejam seguir até a praça Sete. O presidente do sindicato, José Maria Pereira destaca que a categoria ainda aguarda um novo posicionamento do governo federal. “Temos esperança de que o presidente Lula cumpra o que prometeu. Mas confiança, infelizmente, não podemos ter em governante nenhum. Até porque nosso piso saiu e, quando esperávamos que fosse pago a partir de 4 de setembro de 2022, tivemos a surpresa de ele ser suspenso”, diz.

O presidente Lula (PT) afirmou, neste ano, que irá “resolver o problema” do piso, em suas palavras, porém não informou o prazo para que isso ocorra. Uma lei sancionada pelo governo federal em 2022 fixa em R$ 4.750 o salário de enfermeiros, R$ 3.325 o de técnicos de enfermagem e R$ 2.375 o de auxiliares de enfermagem e parteiras. Com incerteza sobre como isso impactaria os gastos do governo, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Roberto Barroso suspendeu a medida em setembro do último ano e, desde então, ela não entrou em vigência.

Presidente do Sindicato das Enfermeiras e Enfermeiros de Minas Gerais (SEEMG), Anderson Rodrigues avalia que a questão do piso da enfermagem está avançando no governo. “Na última assembleia [do sindicato], do dia 2 de março, deliberamos por manter o estado de greve, mas não aderir à paralisação ou greve do dia 10 de março, uma vez que as negociações estão avançando, mesmo que ainda lentamente. Apoiamos os movimentos, mas nossa categoria deliberou e seguimos a assembleia, que é soberana”, declarou, por meio de nota.

A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG), Neuza Freitas, reforça que as entidades mineiras não aderiram à paralisação nesta sexta-feira. “Nós, nos Estados, precisamos que o Fórum convoque a greve, porque é uma pauta nacional. As entidades em Minas Gerais entenderam que a greve não foi convocada. Diante disso, as entidades estaduais decidiram não chamá-la”. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) convocou uma assembleia geral, com paralisação e indicativo de greve, para a próxima quinta-feira (16), na praça da Estação.

Enfermeiros programam paralisação em Passos

O Fórum Nacional da Enfermagem convocou, na segunda-feira passada (30), enfermeiros de todo o país para iniciarem a paralisação nacional conjunta no dia 14 de fevereiro e construírem a greve geral da categoria, marcada para o dia 10 de março.

Segundo as redes sociais do Fórum, o movimento demonstra “toda a insatisfação da categoria diante dos impasses, empecilhos e morosidade do governo federal, do Supremo Tribunal Federal (STF) e das entidades privadas lucrativas da saúde em pagar o piso aos trabalhadores”.

Assim como o Fórum, a Federação Nacional de Enfermeiros também publicou uma convocação para a paralisação no dia 14 de fevereiro.

“E na próxima terça (14) a partir das 10h, a Enfermagem brasileira vai para a rua, em uma união histórica de forças em frente ao Ministério da Saúde! A Enfermagem está agonizando, mas não vai parar de lutar até o Piso Nacional da categoria se tornar uma realidade!”, escreveu a Federação em suas redes sociais.

Em Passos (MG), profissionais de enfermagem também realizarão a paralisação na próxima terça-feira. A interrupção dos serviços acontece das 7h do dia 14 até às 7h do dia 15.

Haverá também uma manifestação. Além de profissionais da categoria, estudantes e população se reunirão na Praça do Rosário, às 9h de terça-feira, e seguirão em passeata até a Santa Casa.

Enfermeiros cobram piso salarial e anunciam paralisação na próxima terça-feira

O Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais (Seemg) anunciou que os profissionais da categoria irão paralisar as atividades na próxima terça-feira (14). A decisão faz parte de um movimento nacional que reivindica a efetivação do piso salarial. O movimento é coordenado pela Federação Nacional dos Enfermeiros. 

Conforme decidido em reunião realizada nesta terça-feira (7), a paralisação possui indicativo de greve, com possibilidade de estender até o dia 10 de março. “Somos a base de sustentação do Sistema Único de Saúde (SUS), estamos em toda a rede hospitalar pública e privada, somos nós que estivemos e estamos na linha de frente de atendimento aos pacientes infectados pela Covid-19, dia e noite trabalhando em hospitais, em meio à insalubridade da profissão, e ainda não temos um piso salarial respeitado e justo. Por isso essa luta, que é nossa, mas também da sociedade”, explica Anderson Rodrigues, presidente do SEEMG.

A categoria questiona a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu, em 4 de setembro de 2022, a Lei 14.434/22, que garantia o pagamento do piso salarial. Segundo o Sindicato, caso a Lei não tivesse sido suspensa, a média salarial que atualmente é de cerca de R$ 3 mil passaria para R$ 4.750.

Profissionais da enfermagem ameaçam parar atividades no dia 10 de março se lei do Piso Salarial não for cumprida

Enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras ameaçam entrar em greve, e já marcaram uma paralisação nacional no dia 14 de fevereiro, caso a lei que estabelece o Piso Nacional da Enfermagem não se concretize e o reajuste da categoria não seja depositado no contracheque dos profissionais.

A convocação da greve visa pressionar o governo e autoridades para a implementação imediata do piso.

Na segunda-feira (30), o Fórum Nacional da Enfermagem se reuniu com representantes do Ministério da Saúde, que se comprometeu, falando em nome do governo federal, que até quinta-feira (2) os termos de uma minuta de Medida Provisória que ordene o pagamento do novo piso, estaria pronta.

“E se até o dia 10 de março, não tiver tudo resolvido para o piso salarial digno chegar no contracheque da enfermagem brasileira, a enfermagem vai parar”, afirmou a coordenadora do Fórum Nacional da Enfermagem, Líbia Bellusci, após a reunião.

“Nós colocamos a resposta que o Ministério da Saúde e o Governo merecem: dia 14 de fevereiro a enfermagem brasileira vai mostrar a sua força nas ruas”, declarou Bellusci.

Conforme o representante do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Gilney Guerra, “a Enfermagem está angustiada, se sente desvalorizada, vê a questão do Piso como uma novela interminável”.

Para ele, a categoria precisa de um “cronograma” que dê alguma perspectiva. “O prazo para acontecer é este, só assim será possível passar tranquilidade”, afirmou Gilney.

Presente à reunião ao lado de outros parlamentares que participaram, na Câmara, dos processos para a elaboração do arcabouço legal que viabilizou a regulamentação do piso e estabeleceu suas fontes de custeio, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ) ponderou que acredita que “nós teremos essa solução à mão para que a gente não precise chegar no dia 10”.

“Tudo o que nós não queremos é que a gente precise chegar numa greve neste momento, porque nós defendemos o SUS, defendemos a enfermagem brasileira e nós queremos a solução”, disse a deputada.

O impasse orçamentário para a aplicação do piso salarial da enfermagem vem sendo debatido desde antes da suspensão da lei no Supremo Tribunal Federal (STF), por esse mesmo motivo e, mesmo que desde a campanha eleitoral a atual gestão tenha se comprometido a “pagar o mais rápido possível”, a questão ainda encontra obstáculos orçamentários, haja visto a fala dos representantes do Ministério da Saúde durante a reunião, afirmando que ainda não havia espaço dentro do orçamento próprio do ministério para honrar os pagamentos e que mais Ministérios e a Casa Civil deveriam entrar nas discussões antes que fossem dados os próximos passos, o que indignou os representantes da categoria presentes.

Senadores querem liberar jogos de azar no Brasil para custear piso da enfermagem

Senadores querem votar logo o projeto que legaliza jogos de azar no Brasil. Parlamentares favoráveis à ideia têm pressionado o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD/MG) a colocar a proposta em pauta ainda neste ano, após o período eleitoral. Eles usam o piso nacional de enfermagem como argumento. Propõem destinar parte do lucro de cassinos e outros estabelecimentos do setor para viabilizar o projeto que garante renda mínima a profissionais de saúde.

O piso da enfermagem foi aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em agosto, porém o governo federal não indicou qual seria sua fonte de custeio, o que levou à suspensão da medida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido de entidade que representa empresas do setor de saúde. O novo piso salarial seria de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos e R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras.

A sugestão mais recente para viabilizar o pagamento do piso partiu de lideranças partidárias que estiveram reunidas com Pacheco na segunda-feira (19), no momento em que o Congresso busca soluções para viabilizar o pagamento do piso nacional da enfermagem. Esse grupo de parlamentares, alguns deles ligados a empresas do setor hoteleiro, defende a aprovação do projeto de lei número 422, de 1991, que legaliza jogos de azar no Brasil, incluindo cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas esportivas. 

De autoria de Renato Vianna, ex-deputado por Santa Catarina, o projeto foi encaminhado ao Senado após a Câmara ter concluído a votação dele, em fevereiro de 2022, com a rejeição de sete destaques que alterariam o texto da proposição. Os deputados mantiveram o parecer do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), que concede licenças permanentes ou temporárias para explorar a atividade. Cada estado poderá ter um cassino, à exceção de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que poderão ter dois, e São Paulo, três.

Cassinos poderão ser instalados em resorts integrados a shoppings e centros de convenção

De acordo com o texto, os cassinos poderão ser instalados em resorts como parte de complexo integrado de lazer que deverá conter, no mínimo, 100 quartos de hotel de alto padrão, locais para reuniões e eventos, restaurantes, bares e centros de compras. O espaço físico do cassino deverá ser, no máximo, igual a 20% da área construída do complexo, podendo ser explorados jogos eletrônicos e de roleta, de cartas e outras modalidades autorizadas.

Para a determinação dos locais onde os cassinos poderão ser abertos, o Poder Executivo deverá considerar a existência de patrimônio turístico e o potencial econômico e social da região. É o caso, por exemplo, das cidades de Araxá e Poços de Caldas, em Minas Gerais, que abrigaram grandes cassinos, até a proibição dos jogos de azar no país. Cidades históricas também podem almejar receber os empreendimentos. Caldas Novas, em Goiás, já têm até projetos para cassinos.

Em localidades classificadas como polos ou destinos turísticos, será permitida a instalação de um cassino, independentemente da densidade populacional do estado em que se localizarem. O texto define esses locais como aqueles que têm identidade regional, adequada infraestrutura e oferta de serviços turísticos, grande densidade de turistas e título de patrimônio natural da humanidade, além de ter o turismo como importante atividade econômica.

Pelo projeto, cada grupo econômico poderá deter apenas uma concessão por estado, e o credenciamento será feito por leilão público na modalidade técnica e preço. Adicionalmente, o Poder Executivo poderá conceder a exploração de cassinos em complexos de lazer para até dois estabelecimentos em estados com dimensão superior a 1 milhão de quilômetros quadrados (Amazonas e Pará).

Cassinos também poderão ser instalados em barcos com navegação em rios

Novidade em relação a versões anteriores do texto é o funcionamento de cassinos em embarcações fluviais, sendo um para cada rio com 1,5 mil km a 2,5 mil km de extensão; dois para cada rio com extensão entre 2,5 mil km e 3,5 mil km; e três por rio com extensão maior que 3,5 mil km.

Essas embarcações não poderão ficar ancoradas em uma mesma localidade por mais de 30 dias consecutivos, e a concessão poderá ser para até dez estabelecimentos. Esses navios deverão ter, no mínimo, 50 quartos de alto padrão, restaurantes e bares e centros de compra, além de locais para eventos e reuniões.

Bingos poderão funcionar em cidades com mais de 150 mil habitantes

No caso do bingo, o texto permite sua exploração em caráter permanente apenas em casas de bingo, permitindo-se a municípios e ao Distrito Federal explorarem esses jogos em estádios com capacidade acima de 15 mil torcedores.

As casas de bingo deverão ter capital mínimo de R$ 10 milhões. A área mínima é de 1,5 mil metros quadrados, onde poderão ficar até 400 máquinas de videobingos. Caça-níqueis serão proibidos.

Pelo texto, será credenciada, no máximo, uma casa de bingo a cada 150 mil habitantes. Os lugares licenciados contarão com autorização de 25 anos, renováveis por igual período.

Operadores do jogo do bicho terão licença por 25 anos, renovável pelo mesmo período

Para a legalização do jogo do bicho, o texto exige que todos os registros da licenciada, seja de apostas ou de extração, sejam informatizados e com possibilidade de acesso em tempo real (on-line) pela União, por meio do Sistema de Auditoria e Controle (SAC).

Os interessados deverão apresentar capital social mínimo de R$ 10 milhões e reserva de recursos em garantia para pagamento das obrigações e deveres estipulados no projeto, exceto a premiação, podendo ser na forma de caução em dinheiro, seguro-garantia ou fiança bancária.

O credenciamento será por prazo de 25 anos, renovável por igual período se observados os requisitos. Poderá haver, no máximo, uma operadora desse jogo a cada 700 mil habitantes do estado ou Distrito Federal. Naqueles com menos de 700 mil habitantes, deverá haver apenas uma credenciada para o jogo do bicho.

O resgate de prêmios até o limite de isenção do Imposto de Renda não precisará de identificação do apostador.

Modelo de tributação dividiu a Câmara, que aprovou o projeto da jogatina

A tributação dos jogos esteve entre os pontos mais polêmicos da votação na Câmara. Um dos destaques do Partido dos Trabalhadores (PT), rejeitado pelos deputados, queria aumentar a alíquota da Cide de até 17% para 30%, com a incidência sobre a receita bruta no lugar do lucro. 

Na ocasião, Carreras ponderou que o modelo tributário deveria permitir a atração de investimentos. Segundo o relator, a alíquota ainda será menor do que a do setor de entretenimento, com incidência de 16,33%. Deputados da oposição também reclamaram de dispositivo que isenta a exploração de jogos e apostas de quaisquer outras contribuições ou impostos.

Paralisação dos enfermeiros prevê manifestação em Passos

Profissionais da enfermagem devem fazer uma paralisação de 24 horas. A previsão é que o movimento seja realizado das 7h desta quarta-feira, 21, até as 7h de amanhã em protesto contra a suspensão do piso da categoria, definida pelo Supremo Tribunal Federal na última sexta-feira, 16. A lei que estabeleceu o piso prevê mínimo de R$4.750 para enfermeiros, 70% desse valor para técnicos e 50% para auxiliares e parteiras.

Em Passos, segundo informações do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais (Seemg), está previsto um ato em defesa do piso nacional, a partir das 9h, em frente ao Paço Municipal. Após a concentração, os manifestantes devem fazer uma caminhada em direção à Santa Casa. Na Parte da tarde, também está marcada uma mobilização em frente ao hospital, às 14h.

“Nos setores gerais, como hospitais, clínicas e demais estabelecimentos com menos complexidade, terá uma paralisação de 70% e haverá apenas 30% de funcionamento. Também estamos orientando aos postos de saúde e prontos-socorros a trabalharem com esse percentual. Nos setores críticos, como blocos cirúrgicos, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), UTI neonatal e demais unidades do tipo, estamos orientando a trabalharem em 40% e, em alguns casos, com avaliação dos profissionais, até 45%, mas orientamos, no geral, para que 40% dos profissionais estejam no ambiente de trabalho”, afirmou o presidente do Seemg, Anderson Rodrigues.

Segundo Rodrigues, o mesmo percentual vale para o período de trabalho noturno e, em relação ao restante dos profissionais, devem participar da paralisação.

“É uma luta que esses profissionais vêm fazendo há anos por esse piso salarial. Então a gente espera que o ato cause um efeito muito bom e que se torne um marco da primeira paralisação para que as próximas possam vir. Estamos pensando realmente que as próximas serão por mais dias e que haverá uma boa adesão de todo o estado, uma vez que várias cidades já estão aderindo, sendo o interior de Minas Gerais, o norte, leste, região Zona da Mata Mineira e o centro-oeste também está apoiando, ou seja, várias cidades estão realmente se mobilizando”, disse Rodrigues.

Ele afirma que será necessário verificar como vai acontecer a paralisação para definir os próximos passos do movimento. Rodrigues disse acreditar que outras manifestações e paralisações devem ocorrer no país.

“A gente explicou todo o processo, então acredito que é bom dar um aviso, explicar para toda a população para que ninguém fique prejudicado também. Precisamos ainda de um ministro do STF para dar um próximo passo e há outros trâmites. Por isso, acho interessante esse aviso antes de realizar outros movimentos”, disse.

Na última quinta-feira, 15, foi realizada uma assembleia online, com a participação de enfermeiros convocados por edital, na qual foi aprovado o estado de greve e a paralisação nacional de 24 horas. (Clic Folha)

Maioria do STF vota para manter suspenso piso da enfermagem

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria pela suspensão da lei que instituiu um piso salarial nacional para profissionais da enfermagem. Com o voto do ministro Gilmar Mendes, a Corte se posicionou com o placar de 6 a 3 a favor da decisão do relator Luís Roberto Barroso que suspendeu, por 60 dias, os efeitos da lei em que enfermeiros passariam a receber um salário mínimo inicial de R$ 4.750, em serviços de saúde públicos e privados. A liminar de Barroso atendeu a uma ação ajuizada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde).

De acordo com a liminar, a lei que estabelece o piso foi suspensa até que sejam esclarecidos os impactos da medida sobre a situação financeira de estados e municípios. A decisão cobra apuração dos riscos financeiros e à empregabilidade da categoria, tendo em vista as alegações de que pode haver demissões em massa. Além disso, há a preocupação com a qualidade dos serviços, pelo risco alegado de fechamento de leitos e de redução nos quadros de enfermeiros e técnicos.

Em seu voto, Gilmar Mendes afirmou que a aprovação do piso prejudicaria os setores público e privado e que entidades filatrópicas, como as santas casas, não seriam beneficiadas nem mesmo por desoneração da folha pelo governo, pois já possuem incentivos fiscais. O magistrado apontou o risco de demissões no setor privado, em razão dos custos. “Também chamo a atenção para que se leve na devida conta que políticas como a do caso presente geram consequências nefastas no setor privado que frontalmente vulneram o princípio da segurança jurídica: externalidades negativas como o muito provável aumento de demissões de profissionais da enfermagem”, escreveu Gilmar.

Além do ministro Gilmar, acompanharam o relator Luís Roberto Barroso, os ministros Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. O julgamento no plenário virtual do STF começou na última sexta-feira (9), e os magistrados têm até esta sexta (16) para apresentar seus votos.

Votos divergentes

Os ministros André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Edson Fachin se posicionaram contra a decisão de Barroso. Os votos de Mendonça e de Nunes Marques foram divulgados pelo Supremo no domingo (11). No entendimento dos ministros, o Judiciário não deve interferir em decisão tomada por outro poder da República — o piso salarial da enfermagem surgiu a partir da aprovação de um projeto de lei no Congresso Nacional e foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Já o outro voto divergente, o do ministro Edson Fachin, foi divulgado na última segunda-feira (12). Para ele, é certo que a preocupação em reduzir o desemprego deve ser vista como um objetivo nacional. No entanto, para Fachin, as manifestações de diversas entidades representativas dos trabalhadores parecem mostrar que essa preocupação foi levada em consideração quando a lei foi elaborada. 

“No presente caso, são os próprios titulares dos direitos fundamentais sociais, ou seja, os trabalhadores, que reclamaram a norma exaustivamente debatida no Congresso Nacional”, afirmou Fachin em seu voto. “Nada justifica, teórica ou empiricamente, que esta Corte Suprema tenha melhores condições de definir o que os próprios representantes do povo, com a reivindicação da sociedade civil organizada em diversas etapas do processo legislativo, deliberaram”, complementou. 

Ação da Confederação Nacional de Saúde

Após o piso entrar em vigor, o STF foi acionado pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), que pediu ao Tribunal que declare a lei inconstitucional. A entidade explica que a norma que criou o piso desrespeita a auto-organização financeira, administrativa e orçamentária de estados e municípios tanto por repercutir sobre o regime jurídico de seus servidores quanto por impactar os hospitais privados contratados pelos entes para realizar procedimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O piso salarial da enfermagem contempla enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiros. De acordo com a lei, a remuneração mínima de técnicos de enfermagem seria de 70% do piso nacional dos enfermeiros (R$ 3.325), enquanto o salário inicial de auxiliares de enfermagem e parteiros corresponderia a 50% do piso dos enfermeiros (R$ 2.375). A liminar do ministro Barroso determina que entidades privadas, públicas e de terceiro setor se manifestem dentro de dois meses. Após isso, ele deve tomar nova decisão sobre o caso, e o tema pode voltar ao plenário da Corte para decisão definitiva.

Novo piso pode causar demissão de 32,5 mil enfermeiros, diz CNM

De acordo com estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o novo piso salarial de enfermagem pode causar a demissão de 32,5 mil profissionais em atividade na ESF (Estratégia de Saúde da Família). O impacto do reajuste para R$ 4,7 mil, atualmente suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é de R$ 10,5 bilhões para os municípios por ano.

Caso ocorram as demissões, 35 milhões de brasileiros não teriam atendimento adequado, de acordo com a entidade.

O novo piso já foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). (Da Redação)

Enfermagem realiza manifestação pelo pagamento do piso salarial em Formiga

Nesta quarta e quinta, 14 e 15, sindicatos realizam manifestação pelo pagamento do piso da enfermagem, que está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Formiga (MG). Concentração será em frente a Santa Casa, a partir das 7 horas, com passeata prevista para começar às 9 horas.

A votação da matéria no STF ocorre de maneira virtual.

Dos 7 ministros que votaram, 5 já se manifestaram a favor da suspensão. (Da Redação)

Receber notificações de Jornal Folha Regional Sim Não
Jornal Folha Regional
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.