Mortes por febre maculosa mais que dobram em Minas – Foto: reprodução
Mais uma morte por febre maculosa foi confirmada em Minas. A vítima é um homem de 37 anos, morador de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Esse é o 13º óbito provocado pela doença neste ano. O número já representa mais que o dobro do que foi registrado em todo o ano passado.
As informações são da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). O levantamento da pasta também indica aumento do total de casos da greve enfermidade, transmitida pela picada do carrapato-estrela infectado. Até 25 de setembro, 40 pessoas ficaram doentes. Em 2022 foram 27 casos.
Quem fica doente precisa de um tratamento que envolve o uso de um antibiótico específico. Em casos graves, pode ser necessária a internação. A falta de tratamento ou a demora podem agravar o quadro clínico.
Os sintomas podem surgir de 2 a 14 dias após a picada do carrapato. Veja os principais:
Febre
Dor de cabeça
Dor no corpo
Vômito
Diarreia
Mal-estar
Além disso, com a evolução da doença é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Embora seja o sinal clínico mais importante, as manchas vermelhas podem estar ausentes, o que pode dificultar e/ou retardar o diagnóstico e o tratamento, determinando uma maior letalidade.
Saiba mais sobre a febre maculosa
A febre maculosa é uma doença febril aguda, que pode se manifestar com formas leves e atípicas, até formas graves, com elevada taxa de letalidade. Segundo a SES, entre 2018 a 2022 a taxa de letalidade média da doença foi de aproximadamente 33%.
Embora os casos possam ocorrer durante todo o ano, a febre maculosa é uma doença sazonal. A maior frequência é no período de seca, especialmente entre abril e outubro.
Morte de menino de 13 anos por suspeita de febre maculosa é investigada em MG – Foto: Shutterstock
Minas Gerais investiga a morte de um menino de 13 anos com suspeita de febre maculosa, em Juiz de Fora, na Zona da Mata. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), na manhã desta segunda-feira (24 ). O óbito do menor foi registrado no último sábado (23).
De acordo com a SES, o paciente começou a ter sintomas de doença hemorrágica no dia 18 de julho. Na última quinta-feira (20 de julho), o menino teve um agravamento súbito, e morreu na madrugada de sábado na Santa Casa de Misericórdia da cidade.
A secretaria foi notificada após os médicos suspeitarem de febre maculosa. Diante disso, segundo a SES, foram feitas coletas de amostras e o caso está sob investigação epidemiológica para confirmar ou descartar o diagnóstico, já que os sinais e sintomas da febre maculosa são similares a outras doenças febris hemorrágicas.
Em nota, a SES reforça que, embora casos de febre maculosa (FMB) possam ocorrer durante todo o ano, verifica-se que a maior frequência de casos é registrada no período de seca, especialmente entre os meses de abril a outubro.
“Diante deste perfil epidemiológico, ressaltamos a importância de serem intensificadas, neste momento, ações de prevenção, monitoramento e comunicação de risco à população”, diz em comunicado.
Minas Gerais registra duas novas mortes por febre maculosa; estado totaliza 4 óbitos em 2023 – Imagem: reprodução
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou duas novas mortes por febre maculosa em Conselheiro Lafaiete, na Região Central do estado. São uma mulher de 25 anos e um homem de 23 que, segundo a prefeitura, morreram nos dias 12 e 13 de junho, respectivamente.
De acordo com a SES-MG, até o momento foram registrados 11 casos em Minas Gerais em 2023, dos quais quatro evoluíram para óbito. Outras mortes, de pessoas duas pessoas do sexo masculino, de 28 e 54 anos, foram registrados em Manhuaçu, na Região da Zona da Mata.
Ainda segundo a pasta, os casos de febre maculosa são registrados em todas as regiões do estado, com destaque para as Macrorregiões de Saúde Centro, Vale do Aço, Leste e Leste do Sul.
De 2018 a 2022, foram registrados 190 casos e 62 mortes pela doença em Minas Gerais.
A Secretaria estadual salienta que, embora os casos possam acontecer o ano todo, trata-se de uma doença sazonal – ou seja, aparece com maior frequência em determinadas épocas do ano.
O que é a febre maculosa e os sintomas
Segundo a SES-MG, a febre maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, que pode cursar com formas leves e atípicas, até formas graves, com elevada taxa de letalidade.
É transmitida por um carrapato infectado, principalmente a espécie carrapato-estrela, que pode se hospedar em capivaras.
A doença pode demorar até duas semanas para se manifestar após o contato inicial. Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são:
Febre
Dor de cabeça intensa
Náuseas e vômitos
Diarreia e dor abdominal
Dor muscular constante
Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
Gangrena nos dedos e orelhas
Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória
Como prevenir a doença?
A pessoa pode seguir algumas orientações para evitar o contato com o carrapato quando estiver em um local de contágio, como fazer o uso de calças compridas.
“De preferência passar um elástico na calça para que o carrapato não entre. Usar roupa clara porque, se ele começar a subir em você, você identifica rápido. Depois que passou por aquela área, fazer a procura em você. Se tem carrapato, tirar ele logo. Quanto mais rápido tirar, menores são as chances da doença”, alertou o infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas.
SES-MG faz alerta sobre sintomas e tratamentos da febre maculosa – Foto: reprodução
Com alto índice de letalidade, a febre maculosa tem maior frequência de casos registrados no período de seca, especialmente entre os meses de abril e outubro, por se tratar do período de reprodução do carrapato que transmite a doença. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), de 2018 a 2022, foram registrados 190 casos somente em Minas Gerais – sendo 28 crianças com idade até 10 anos. Desses, 62 pacientes evoluíram para óbito, ou seja, uma taxa de letalidade de aproximadamente 33%. Pessoas entre 41 e 60 anos estão entre os mais acometidos pela doença, com 72 casos confirmados no período.
A diretora e infectologista do Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Virgínia Antunes de Andrade, explica que a febre maculosa é causada por bactérias do gênero Rickettsia e transmitida pela picada de carrapatos infectados conhecidos como “carrapato estrela”.
Sintomas
Febre de início súbito, dor de cabeça e muscular, mal-estar, náuseas, vômitos, manifestações hemorrágicas e manchas avermelhadas na pele – predominantemente nos punhos e tornozelos, podendo acometer palmas das mãos e plantas dos pés – são os principais sintomas da doença, que muitas vezes acaba sendo confundida com outras enfermidades, como a dengue.
De acordo com a infectologista, o quadro clínico é variável, indo desde manifestações leves a casos fatais. “Pode haver complicações com manifestações hemorrágicas, neurológicas, pulmonares e renais. Por isso, quanto mais cedo houver a suspeita e a identificação da doença, maiores as chances de redução da letalidade com o início do tratamento com antibióticos específicos”, explica Virgínia.
Segundo ela, o período de incubação da doença é de dois a 14 dias. Por isso, é importante considerar exposições ocorridas nos últimos 15 dias antecedentes ao início de sintomas.
Se não tratado, o paciente pode evoluir para um estágio de apatia e confusão mental, com frequentes alterações psicomotoras, chegando ao coma profundo.
Riscos
Os grupos mais expostos são aqueles que frequentam ambientes com áreas verdes onde há circulação dos animais hospedeiros. No entanto, apesar da capivara “levar a fama”, ela não é a única que pode servir de hospedeira para o carrapato. Cavalos e bovinos também podem levar o aracnídeo.
Porém, não significa que ao ser picada uma pessoa ficará doente. “Nem todo carrapato está contaminado. E nem toda picada transmite a doença”, ressalta a médica.
Prevenção
Evitar entrar em áreas com risco de infestação de carrapatos, que são mais comuns em locais onde há circulação de animais silvestres, é o ideal. Caso não seja possível, é recomendado o uso de calçados fechados, preferencialmente botas de cano longo, calças dentro das meias e vedadas com fita adesiva e blusas de manga longa. “Indicamos o uso de roupas claras, pois facilita a visualização dos carrapatos”, recomenda Virgínia.
Usar repelentes à base da substância Icaridina, que são eficazes na prevenção de picadas por carrapatos e evitar sentar ou deitar em gramados durante atividades de lazer, como caminhadas, piqueniques e pescarias, também podem ajudar a prevenir a contaminação.
Além disso, é indicado que seja feita uma autoinspeção no corpo e nas roupas a cada duas horas para verificar se há presença de carrapatos. “Caso seja detectado nas roupas, a coleta deve ser feita com auxílio de fita adesiva ou pinça”, explica a médica.
O que fazer
Em caso de contato com a pele, o carrapato deve ser retirado com auxílio de pinças, para que saia inteiro. “Não se deve espremer a pele, pois o carrapato pode ser esmagado, espalhando bactérias e até ovos, no caso de fêmeas. Também não deve ser utilizado álcool, vinagre ou nenhum outro abrasivo. O estresse sofrido pelo carrapato faz com que ele libere grande quantidade de saliva, o que aumenta as chances de transmissão da febre maculosa”, alerta a médica.
Em caso de sintomas, deve-se procurar atendimento médico imediato, podendo ser feita a confirmação do caso por meio de exame laboratorial e iniciado o tratamento o quanto antes.
Unidades da Fhemig
Os hospitais Eduardo de Menezes e Infantil João Paulo II recebem periodicamente pacientes com suspeita de febre maculosa. O tratamento é feito com antibióticos, medicamentos sintomáticos e de suporte à vida e acompanhado por infectologistas experientes. A internação é realizada na enfermaria ou no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), de acordo com a gravidade de cada paciente.
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