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Estados e municípios propõe leis para proibição de funk após prefeito de Carmo do Rio Claro adotar medida

Prefeito de Carmo do Rio Claro, Filipe Carielo - Foto: reprodução
Prefeito de Carmo do Rio Claro, Filipe Carielo – Foto: reprodução

A decisão do prefeito de Carmo do Rio Claro (MG), Filipe Carielo, de proibir, por meio de decreto, a execução de músicas com conteúdos inapropriados em eventos financiados pelo poder público tem gerado impacto em todo o país. O chamado Efeito Carielo já inspira vereadores e até governadores a adotarem medidas semelhantes em suas regiões.

Após a publicação do decreto em Carmo do Rio Claro, parlamentares de diversas cidades passaram a propor leis para barrar músicas que fazem apologia ao crime, ao sexo explícito e a outros conteúdos inadequados. Entre eles estão a vereadora Géssicão, de Londrina (PR), o vereador Olímpio Araújo Júnior, de Curitiba (PR), e o vereador Vile Santos, de Belo Horizonte (MG), todos do Partido Liberal, que apresentaram projetos com a mesma proposta em seus respectivos municípios.

A iniciativa também chegou ao nível estadual. Em Santa Catarina, o governador Jorginho Mello decretou a proibição desse tipo de conteúdo nas escolas de todo o estado, reforçando a preocupação com a influência das letras musicais no ambiente educacional.

Mais recentemente, a vereadora paulista Amanda Vetorazzo levou a discussão ainda mais longe, criando o PL Anti-Oruam. Além de proibir a execução de músicas com apologia ao crime, o projeto também impede a contratação de artistas que promovam esse tipo de conteúdo, como o cantor Oruam, filho do traficante Marcinho VP.

O decreto de Carmo do Rio Claro gerou debates sobre o papel do poder público na regulamentação de conteúdos em eventos financiados com recursos municipais. A repercussão da medida levou à apresentação de projetos semelhantes em diferentes cidades e estados, evidenciando a ampliação do debate sobre o tema em âmbito nacional.

ENTENDA O CASO

O prefeito de Carmo do Rio Claro, Filipe Carielo (PSD), implementou uma medida que proíbe músicas de funk e outros gêneros com conteúdo impróprio nas escolas municipais, estendendo também a restrição às Carretas Furacão.

Essa decisão provocou debates sobre o papel do poder público na formação cultural e nos limites do entretenimento infantil.

A controvérsia trouxe ainda acusações de preconceito e racismo cultural por parte de críticos, que apontaram a origem afro do funk como argumento contra a medida. Alguns opositores afirmaram que o decreto seria inconstitucional. A prefeitura de Carmo do Rio Claro defende que compete ao gestor municipal regulamentar o que é apropriado para o ambiente escolar e eventos recreativos municipais, destacando que a prioridade é proteger as crianças e promover um ambiente saudável para o aprendizado. De acordo com o prefeito, para evitar que os estudantes se acostumem a consumir conteúdo inadequado, é necessário “cortar pela raiz”.

Prefeito de Alpinópolis diz que não proibirá funk no município: ‘Livre para escolher o que ouvir’

Prefeito de Alpinópolis diz que não proibirá funk no município: ‘Livre para escolher o que ouvir’ - Foto: Instagram/Rafael Freire
Prefeito de Alpinópolis diz que não proibirá funk no município: ‘Livre para escolher o que ouvir’ – Foto: Instagram/Rafael Freire

O prefeito Rafael Freire (PSB), de Alpinópolis (MG), usou as redes sociais, na última quarta-feira (15), para informar que não proibirá funk em escolas e em outros espaços. O comunicado foi feito após o prefeito de Carmo do Rio Claro, Filipe Carielo (PSD), proibir a execução de músicas de funk em escolas municipais e em passeios recreativos com crianças e jovens.

“Gente, eu não vou proibir nada de funk, ok? Nas escolas municipais de Alpinópolis temos profissionais preparados para lidar com cada situação e fazer o melhor direcionamento dos nossos alunos. Confio nos nossos professores. Para mim, o que muda de fato a educação é o investimento que se faz nela, seja no aluno ou nos profissionais, apoiando e valorizando-os. Não faço sensacionalismo com coisa séria. A política precisa de ações honestas e efetivas”, disse na publicação, sem citar o nome do prefeito de Carmo do Rio Claro ou fazer referência à cidade.

Na legenda da publicação, Freire ainda deixou outro recado para a população de seu município. “Quanto ao restante da cidade, ainda vivemos numa democracia. Até que a ditadura chegue, você é livre para escolher o que ouvir e onde levar seus filhos.”

Proibições

Na terça-feira (14), Filipe Carielo publicou uma medida proibindo a reprodução de músicas de funk em passeios recreativos com crianças e jovens. No decreto, ele cita a “Carreta Furacão da Alegria”, grupo que desfila pela cidade trajando fantasias e performando coreografias e afirma que a proibição se estende a qualquer canção com conteúdo pornográfico ou linguajar obsceno.

No fim do ano passado, ele proibiu músicas do gênero em escolas municipais. 

“O ritmo…90% das letras são totalmente impróprias para criança. Nem falo crianças de sete anos, falo 12, 13, 14, 15. Já está na puberdade e a letra ainda é imprópria para criança. Se 90% daquele ritmo são letras impróprias, mesmo que tiver 10% bom, estou acostumando aquela criança com aquele ritmo que não é legal. Se você pai quer deixar seu filho ouvir funk, que ouça na sua casa”, afirmou o político.

Prefeito de Carmo do Rio Claro proíbe funk e músicas de ‘duplo sentido’ em Carretas da Alegria e similares

Prefeito de Carmo do Rio Claro proíbe funk e músicas de 'duplo sentido' em Carretas da Alegria e similares - Foto: reprodução
Prefeito de Carmo do Rio Claro proíbe funk e músicas de ‘duplo sentido’ em Carretas da Alegria e similares – Foto: reprodução

Na última sexta-feira (10), o Prefeito de Carmo do Rio Claro (MG), Filipe Carielo, publicou o Decreto 5907, que amplia as restrições estabelecidas pelo Decreto 5905/25, anteriormente voltadas às escolas municipais. Além de proibir a execução de músicas com conteúdos inadequados nas escolas, o novo decreto estende as vedações para veículos de recreação, como a “Carreta Furacão da Alegria” e similares, que oferecem passeios destinados a crianças e adolescentes.

No ambiente escolar, o Decreto 5905 já determina a proibição de músicas do estilo funk e quaisquer outros gêneros que:

  • Contenham apologia ao crime;
  • Envolvam referências a automutilação;
  • Tenham conteúdo pornográfico ou linguajar obsceno;
  • Façam apologia ao uso de drogas, tabaco ou quaisquer produtos inadequados para crianças e adolescentes.

Com a publicação do Decreto 5907, as mesmas restrições foram aplicadas aos veículos de recreação infantil e juvenil, ampliando a abrangência da medida para proteger os menores também em momentos de lazer.

Penalidades:

O descumprimento do decreto acarretará a suspensão imediata do alvará de funcionamento dos veículos de recreação e a vedação de obtenção de nova licença pelo período de um ano.

”As medidas buscam criar um ambiente mais seguro e saudável para as crianças e adolescentes, tanto no espaço escolar quanto em atividades de lazer promovidas por terceiros”, informou a prefeitura nas redes sociais.

Prefeito proíbe funk nas escolas de Carmo do Rio Claro

O Prefeito de Carmo do Rio Claro (MG), Filipe Carielo, anunciou uma medida polêmica: a proibição da reprodução de músicas do gênero funk em todas as escolas municipais e em atividades escolares a partir de 2025. A decisão foi motivada pela preocupação com as letras de muitas músicas que, segundo ele, são inadequadas para o ambiente escolar e para o desenvolvimento das crianças e adolescentes.

De acordo com o prefeito, “muitas dessas músicas são cantadas com entusiasmo pelas crianças, mas, ao analisarmos o conteúdo completo, encontramos letras com apelo à imoralidade, como é o caso da música Tubarão de MC Ryan”. Ele reforçou que a prioridade da gestão é preservar os valores e o ambiente educacional, promovendo conteúdos mais apropriados e enriquecedores para os jovens.

A decisão ganhou força entre aqueles que apoiam a medida como forma de proteger as crianças. Em Carmo do Rio Claro, a Prefeitura tem introduzido projetos musicais nas escolas, com o objetivo de incentivar outros gêneros musicais que contribuam para o desenvolvimento educacional e social dos alunos.

Lula sanciona projeto de ministro que cria o Dia Nacional do Funk

Lula sanciona projeto de ministro que cria o Dia Nacional do Funk - Foto: divulgação
Lula sanciona projeto de ministro que cria o Dia Nacional do Funk – Foto: divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o projeto de lei que cria o Dia Nacional do Funk, a ser comemorado anualmente em 12 de julho.

De autoria do então deputado federal Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Institucionais, a matéria foi apresentada à Câmara dos Deputados em 2021.

Nas redes sociais, o ministro compartilhou uma foto ao lado do presidente e comemorou a criação da lei.

“Reconhecimento mais que merecido para uma cultura que nasceu nas periferias e conquistou o Brasil e o mundo. O funk é voz, é identidade, é resistência”, escreveu Padilha no X (antigo Twitter).

O projeto surgiu após uma audiência pública realizada em 2021, na Câmara. Na ocasião, os debatedores explicaram que a escolha da data seria uma homenagem ao “Baile da Pesada”, que aconteceu em 12 de julho de 1970, no Canecão, casa de shows da Zona Sul do Rio de Janeiro.

A festa se tornou um marco para a popularização do ritmo musical. Nas décadas seguintes, os bailes funk se multiplicaram nas comunidades cariocas, especialmente nos anos 1990. Depois, as produções do estilo se difundiram por todo o país.

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