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Cão acompanha gari durante varrição de ruas no bairro Santa Luzia, em Passos

Cão acompanha gari durante varrição de ruas no bairro Santa Luzia, em Passos - Foto: redes sociais
Cão acompanha gari durante varrição de ruas no bairro Santa Luzia, em Passos – Foto: redes sociais

Um cão vira-lata de porte pequeno, de aproximadamente cinco anos de idade, tem mostrado que é o cachorro realmente é o melhor amigo do homem. Há cerca de seis meses o animal passou a acompanhar diariamente um gari pelas ruas do Bairro Santa Luzia, em Passos (MG), ao longo da sua jornada de trabalho.

Curiosamente, o cachorro apareceu na rua Pará, entre a rio Doce e rio Sapucaí, e foi adotado por uma senhora, mas gostava de ficar na calçada em meio a materiais recicláveis recolhidos por um vizinho. Certo dia, o varredor de ruas, Paulo Elias Santos, de 64 anos, notou que ele o acompanhou até concluir a tarefa no período da manhã.

Preocupado, perguntou à senhora quem era o dono animal, e ela respondeu que era dela. “O cachorrinho tem me seguido todos os dias e não acho correto. Aí ela me respondeu que não tinha problema e continuei a varrição. Dias depois, uma outra senhora da rua Tietê passou a colocar, todos os dias, resto de comida para o cãozinho, e continua até hoje. Então passei a chamá-lo pelo nome de ‘Perdido’, e também dou pedaços de quitanda para ele”, afirma Paulo.

O gari e sua colega de trabalho, Iziane, após varrer 30 quarteirões entre as primeiras horas do dia às 10h30, menos aos domingos, as lixeiras portáteis são deixadas na área interna do Centro Social Urbano (CSU), na rua Barão de Passos, de onde são levados para o horário de almoço no barracão da empresa. Se tiver algum trecho sem varrer, voltam novamente para completar as oito horas diárias.

Outra curiosidade é que o Perdido passa o restante da tarde e dorme sob a marquise de entrada do CSU. “Todos os dias que vamos pegar os carrinhos para iniciar a varrição, o cachorrinho me acompanha. Ele encrenca, brinca e late com outros cães, mas não me abandona de jeito nenhum. Só não levo ele para casa porque já tenho quatro também do porte pequeno. O bom é que desde quando me levanto e vou dormir, incluindo o serviço, tem um deles perto de mim”, afirma o gari.

O único temor de Paulo é o Perdido vir a ser atropelado, porque gosta de correr ao lado de veículos quando passa perto deles. “Há o risco iminente dele se desequilibrar e cair sob as rodas”, justificou o gari que mora na rua Cuiabá, no Jardim Colégio de Passos. Ele acumula quase 15 anos de profissão, é casado, pai de dois filhos e tem um neto. (Clic Folha)

Gari paga boleto após achá-lo em lixão junto de dinheiro em MG: ‘Alegria’

O gari Márcio Henrique Lopes Pena, de 39 anos, saiu de casa na última quarta-feira (3) para mais um dia normal como faz, de segunda a sábado, há 12 anos: recolher o lixo da cidade de Papagaios, na região Central do Estado. 

Sua rota incluía passar pela zona rural do município. Ao chegar lá, foi surpreendido pela aflição de uma mulher. “Ela me falou que não tinha certeza, mas achava que tinha jogado no lixo o dinheiro e o boleto para pagar a prestação de um carro”, relembra.

Mesmo diante da dúvida da mulher, Márcio encarou aquilo como uma missão: iria procurar pelos objetos custe o que custar. Ao chegar no aterro do município, ele teve de virar sacos e sacos de lixo. “Precisei tomar muito cuidado, porque não pode mexer no lixo de qualquer jeito”, conta.

Depois de muito procurar, ele finalmente achou um papel que poderia ser o que procurava. “Quando o vi, pensei: quem sabe não é ele?.” Ao conferir, ele foi tomado pela euforia. Além do boleto, estava o dinheiro para pagá-lo. “O dinheiro estava contadinho, eram R$ 440”, fala.

Depois disso, ele foi até a loteria no centro da cidade e pagou o boleto. Agora, só falta levar o recibo até a mulher, o que deve ocorrer na rota de quarta-feira que vem. “A nora dela entrou em contato comigo pelo Facebook, e eu avisei que tinha pagado. Ela ficou muito feliz e pediu pra avisar que a sogra dela me convidou para tomar um café lá”, diz.

O gari conta que a sensação que fica é de felicidade. “É uma alegria muito grande, um legado que vou deixar para o meu filho de 11 anos. Muitas pessoas chegaram até mim e me agradeceram”, afirma. 

Além disso, Márcio conta que ficou feliz com o reconhecimento pelo seu trabalho. “Nós ouvimos muita reclamação no dia a dia, de gente dizendo que esquecemos o lixo. Desta vez, é diferente”, pontua.

Sonho de conhecer a Cidade do Galo

Márcio aproveitou para dizer que tem o sonho de conhecer a Cidade do Galo. “Desde a infância, eu sou ‘agarrado’ no Atlético, acompanho todos os jogos. É meu sonho conhecer a Cidade do Galo”, indica.

Ele conta que foi a Belo Horizonte uma única vez para acompanhar um jogo do time do coração. “A gente que mora no interior é muito humilde. É difícil sobrar um dinheiro para poder acompanhar mais de perto”, revela.

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