Jornal Folha Regional

Governo agenda negociação com servidores da educação em greve

Governo agenda negociação com servidores da educação em greve - Foto: Sinasefe Nacional
Governo agenda negociação com servidores da educação em greve – Foto: Sinasefe Nacional

O governo federal agendou nova rodada de negociação com sindicatos, a quinta, para tratar uma nova proposta que atenda à requisição dos servidores federais de Educação em greve.

No entanto, as negociações feitas nas chamadas Mesas Específicas Temporárias, que até o momento tratavam sobre a carreira docente e também a dos técnicos-administrativos em Educação (TAEs) no mesmo dia, agora ficaram para datas diferentes, o que desagradou os sindicatos envolvidos. No caso, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) e a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).

Com os docentes do magistério superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) a reunião agendada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) ocorre na quarta-feira (15). Enquanto a reunião para tratar sobre os TAEs foi agendada para a próxima terça-feira (21).

A diretoria do Sinasefe reagiu em comunicado e disse receber com estranheza a divisão de datas para as negociações. Os sindicalistas indicam que irão à reunião de amanhã para sustentar que não haverá saída para a greve sem uma proposta coerente do governo para atender ao segmento dos técnicos-administrativos: “Sem TAEs não há acordo”, colocam.

Até o momento, o governo ofereceu reajuste de 9% para 2025 e de 3,5% para 2026, entre as medidas que tem impacto orçamentário. Os sindicatos cobram reajustes entre 22,71% e 34,32%, conforme a carreira, divididas em três parcelas iguais para 2024, 2025 e 2026.

Além disso, é cobrado pelas entidades reestruturação das carreiras, a recomposição do orçamento e reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes, assim como a revogação de todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-2022).

Professores da Uemg entram em greve a partir desta quinta-feira (2)

Professores da Uemg entram em greve a partir desta quinta-feira (2) – Foto: reprodução

Professores da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta próxima quinta-feira (2). A decisão, segundo a Associação dos e das Docentes da Uemg (Aduemg), foi tomada em assembleia nesta segunda-feira, 29. Eles reivindicam melhores salários.

Em Passos, a informação divulgada nesta segunda-feira é que os servidores da área administrativa não aderiram ao movimento.

“Devido a intransigência do governo em negociar e atender as reivindicações da categoria, a histórica assembleia deliberou com ampla maioria dos/das presentes (92,2%) pelo início da greve por tempo indeterminado, que começará no dia 02 de maio”, publicou a Aduemg. Dos 523 professores da assembleia, 92,2% votaram pela greve; 3,35 foram contrários e registradas 22 (4,5%) abstenções.

Entre as reinvindicações dos docentes está também o Projeto de Lei 875/2023, que dispõe sobre a contratação temporária de profissionais para profissionais “para o exercício das funções de magistério da administração pública direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo e dá outras providências”.

De acordo com a Aduemg, as condições apresentadas pelo Governo de Minas abria a possibilidade em “não pagar os(as) contratados(as) de acordo com a titulação máxima apresentada no ato da contratação”.

Via: Clic Folha

Em greve há 10 dias, IF Sul suspende calendário acadêmico no campus Passos

Em greve há 10 dias, IF Sul suspende calendário acadêmico no campus Passos – Foto: reprodução

O Instituto Federal Sul de Minas, unidade Passos (MG), suspendeu o calendário acadêmico de 2024 por tempo indeterminado na última segunda-feira. Professores e técnicos da instituição estão em greve desde o dia 15 deste mês e, após assembleias dos servidores e diálogo com a direção, foi emitida a portaria nº 53/2024, publicada na última segunda-feira (220, que define os serviços essenciais que permanecerão em funcionamento.

De acordo com a portaria, assinada pelo diretor-geral do campus Passos, Juliano de Souza Caliari, o calendário acadêmico do curso técnico de Enfermagem segue mantido. As atividades dos demais cursos presenciais e de educação a distância (EaD) estão suspensas por tempo indeterminado.

A decisão dá continuidade à greve iniciada em 15 de abril no IF Sul de Minas, campus Passos. De acordo com o documento, alguns dos serviços essenciais que serão mantidos são o pagamento dos auxílios e bolsas para estudantes de baixa renda, atendimento aos alunos com necessidades específicas, serviços de saúde prestados pelos alunos de enfermagem nas UPAs, UBSs e hospitais de Passos e região e atendimento à comunidade do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal da Receita Federal.

De acordo com a professora Mariana Teixeira, uma das principais reivindicações da greve é a revogação da portaria 983, instituída em 2020 pelo então ministro da educação, Milton Ribeiro, que tornou obrigatório que todos os docentes da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica cumprissem o mínimo de 14 horas semanais dedicadas apenas ao ensino, o equivalente a 17 horários de aula por semana.

“Ora, se as nossas atribuições fossem apenas dar aula, faria algum sentido. A questão é que, enquanto docentes dos institutos federais e Cefets, nós temos uma série de outras atribuições, como, por exemplo, as orientações de TCC, ocupar os cargos de coordenação, bem como uma série de comissões que mantêm o funcionamento dos campi Brasil afora”, afirma.

“Mas não para por aí. A portaria 983 compromete e atrapalha duas das nossas missões institucionais: fazer pesquisa e extensão. Quem se dedica a essas funções necessita de tempo de estudo, de leitura, de escrita para orientar as iniciações científicas e para publicar aquilo que é pesquisado. Logo, o cumprimento dessa portaria compromete profundamente essas atividades, e mais do que isso, compromete também o nosso potencial no desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil”, completou.

Greve

O IF Sul de Minas aderiu a greve das instituições federais de ensino na segunda-feira, 15, e, em entrevista à Folha na semana passada, a professora Mariana Teixeira relatou que as reivindicações são a reposição das perdas salariais ocorridas no período entre 2017 e 2022; reestruturação das carreiras de técnicos administrativos e professores; revogação das medidas que atentam contra o serviço público; revogação do novo ensino médio; e recomposição orçamentária das instituições federais de ensino (IFs).

“É importante ter clareza de que a greve deflagrada em assembleia pelo IF Sul de Minas, campus Passos, faz parte de um movimento maior, que passa por várias instituições federais de educação no país. Ao contrário do que muitos imaginam, não se trata de uma greve por aumento de salário. A pauta é longa e tem especificidades tanto para a carreira docente, quanto para a carreira dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs)”, disse a professora.

Via: Clic Folha

Professores de escolas particulares de Minas entram em estado de greve

Professores de escolas particulares de Minas entram em estado de greve – Foto: reprodução

Os professores da rede particular de ensino de Minas Gerais aprovaram o estado de greve e anunciaram uma nova paralisação para a próxima terça-feira (5), após rejeitar a proposta de reajuste apresentada pelo Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG).

Na manhã desta quarta-feira (30), mais de 800 trabalhadores se reuniram em assembleia geral, no Centro de Belo Horizonte. Segundo o Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG), a paralisação impactou mais de 20 mil alunos em todo estado.

Em negociações desde março, a categoria acusa o Sinepe-MG de tentar retirar direitos conquistados pelos professores. “Chegamos ao limite. Se tiver uma nova proposta, nós podemos entrar em greve”, afirma Valéria Morato, presidente do Sinpro-MG.

Entre as mudanças sugeridas pelo sindicato patronal, estão a diminuição do adicional por tempo de serviço e alteração no período de férias. “Não vamos aceitar isso”, declara Valéria.

A possibilidade de uma greve por tempo indeterminado será avaliada pela categoria em uma nova assembleia geral, marcada para a próxima terça-feira (5/9), às 17h, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O que diz as escolas

Em comunicado à imprensa, o Sinepe-MG se defende e diz propor adequações essenciais para a sustentabilidade das instituições e não a supressão de benefícios.

“Dentre os benefícios que não sofreriam alteração na proposta recusada pela assembleia do sindicato profissional, podemos citar o adicional por atividade extraclasse, que corresponde a 20% sobre o salário dos docentes; os recessos remunerados em julho, no carnaval e na semana santa; e os benefícios de bolsas de estudo para o próprio professor, cônjuge e dependentes que podem atingir até 80% sobre o valor das mensalidades”, diz o texto.

Paralisação dos professores muda a rotina em escolas da rede estadual em MG

Alunos e pais de estudantes da rede estadual foram surpreendidos com a paralisação dos professores nesta quarta-feira (8). Na Escola Estadual Firmino de Matos, no bairro Eldorado, em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, os portões amanheceram fechados e os alunos tiveram que retornar para a casa. A paralisação é um protesto da categoria que cobra pelo pagamento do piso salarial.

Conforme publicado por O Tempo, professores cobram do governo o pagamento do piso salarial. A categoria pede pelo reajuste de 15%, anunciado pelo Ministério da Educação em janeiro deste ano. Com isso, o valor passaria de R$3.845,63 para R$ 4.420,55. O valor, calculado pelo Governo Federal, é referente a uma jornada de 40 horas semanais para profissionais em início de carreira. 

No entanto, o pagamento dos profissionais da educação básica é feito pelas prefeituras e pelos governos estaduais. Atualmente, em Minas Gerais, o valor pago aos professores é de R$ 2.350,49, o que, segundo o sindicato, descumpre a Lei Estadual 21710/2015, que determina o pagamento do valor total para uma jornada de 24 horas semanais.

Uma manifestação estava prevista para esta quarta-feira (8), em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo Horizonte. No entanto, o ato foi suspenso após o TJMG retirar da pauta o julgamento que declara como inconstitucional  a legislação do piso salarial da educação. A medida adotada pela Justiça busca uma mediação entre as partes.

Apesar do anúncio de paralisação, outras escolas da rede estadual de ensino funcionaram normalmente nesta quarta-feira (8), como ocorreu na Escola Professora Conceição Hilário, no bairro Riacho, em Contagem. A reportagem de O Tempo questionou a Secretaria Estadual de Educação sobre quantas escolas tiveram as atividades comprometidas. Até o fechamento da matéria, não tivemos respostas.

Escolas estaduais de Minas podem entrar em greve e anunciam paralisação

Escolas estaduais de Minas Gerais poderão entrar em greve na próxima semana. Trabalhadores do setor anunciaram nesta quarta-feira (1) uma paralisação no dia 8 de fevereiro.

A reivindicação é que o governo do Estado pague o reajuste salarial. Um ato público está sendo feito nesta tarde no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pela valorização da categoria e contra a perda de direitos, segundo o sindicato do setor.

“Aprovamos a pauta de reivindicações da campanha salarial de 2023 no Estado de Minas Gerais. E também já decidimos por uma paralisação total das atividades no dia 8 de fevereiro, onde nós faremos uma vigília na porta do Tribunal de Justiça”, destacou Denise Romano, coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG).

“Vamos denunciar o calote que o governo Zema está dando na educação. Ele não concedeu nenhum reajuste do piso salarial até agora e ainda criminaliza o sindicato por meio de ação judicial”, completou ela.

O início do ano letivo nas escolas estaduais de Minas Gerais está previsto para o dia 6 de fevereiro. Já nas escolas municipais, deverá ter início nesta quinta-feira (2).

Paralisação dos enfermeiros prevê manifestação em Passos

Profissionais da enfermagem devem fazer uma paralisação de 24 horas. A previsão é que o movimento seja realizado das 7h desta quarta-feira, 21, até as 7h de amanhã em protesto contra a suspensão do piso da categoria, definida pelo Supremo Tribunal Federal na última sexta-feira, 16. A lei que estabeleceu o piso prevê mínimo de R$4.750 para enfermeiros, 70% desse valor para técnicos e 50% para auxiliares e parteiras.

Em Passos, segundo informações do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais (Seemg), está previsto um ato em defesa do piso nacional, a partir das 9h, em frente ao Paço Municipal. Após a concentração, os manifestantes devem fazer uma caminhada em direção à Santa Casa. Na Parte da tarde, também está marcada uma mobilização em frente ao hospital, às 14h.

“Nos setores gerais, como hospitais, clínicas e demais estabelecimentos com menos complexidade, terá uma paralisação de 70% e haverá apenas 30% de funcionamento. Também estamos orientando aos postos de saúde e prontos-socorros a trabalharem com esse percentual. Nos setores críticos, como blocos cirúrgicos, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), UTI neonatal e demais unidades do tipo, estamos orientando a trabalharem em 40% e, em alguns casos, com avaliação dos profissionais, até 45%, mas orientamos, no geral, para que 40% dos profissionais estejam no ambiente de trabalho”, afirmou o presidente do Seemg, Anderson Rodrigues.

Segundo Rodrigues, o mesmo percentual vale para o período de trabalho noturno e, em relação ao restante dos profissionais, devem participar da paralisação.

“É uma luta que esses profissionais vêm fazendo há anos por esse piso salarial. Então a gente espera que o ato cause um efeito muito bom e que se torne um marco da primeira paralisação para que as próximas possam vir. Estamos pensando realmente que as próximas serão por mais dias e que haverá uma boa adesão de todo o estado, uma vez que várias cidades já estão aderindo, sendo o interior de Minas Gerais, o norte, leste, região Zona da Mata Mineira e o centro-oeste também está apoiando, ou seja, várias cidades estão realmente se mobilizando”, disse Rodrigues.

Ele afirma que será necessário verificar como vai acontecer a paralisação para definir os próximos passos do movimento. Rodrigues disse acreditar que outras manifestações e paralisações devem ocorrer no país.

“A gente explicou todo o processo, então acredito que é bom dar um aviso, explicar para toda a população para que ninguém fique prejudicado também. Precisamos ainda de um ministro do STF para dar um próximo passo e há outros trâmites. Por isso, acho interessante esse aviso antes de realizar outros movimentos”, disse.

Na última quinta-feira, 15, foi realizada uma assembleia online, com a participação de enfermeiros convocados por edital, na qual foi aprovado o estado de greve e a paralisação nacional de 24 horas. (Clic Folha)

Enfermagem de Passos aprova estado de greve

Em assembleia finalizada às 18h45 desta quinta-feira (08) pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais (SEEMG), a enfermagem de Passos aprovou o estado de greve. A decisão atinge todos os hospitais do município, segundo o sindicato.

A paralisação, no entanto, não deve ser imediata. De acordo com a advogada do sindicato, Larissa Furtado, antes da interrupção das atividades a categoria deve novamente enviar uma pauta de reivindicações à Santa Casa de Passos. A principal é a manutenção do pagamento do piso salarial da categoria, suspensa por uma liminar concedida por Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal.

Caso as reivindicações não sejam atendidas, hospitais de Passos, Ministério Público e Judiciário serão comunicados com 72 horas de antecedência do início da greve.

Larissa informa que também serão respeitados o percentual máximo de paralisação permitido por categoria, bem como a manutenção dos trabalhos de setores que não podem ter as atividades interrompidas sob qualquer hipótese. “A greve nunca é a melhor opção”, ressaltou.

Outro lado

A Santa Casa divulgou a seguinte nota, via assessoria de imprensa:

“A Santa Casa de Passos reforça sua posição de absoluto respeito à demanda dos profissionais de enfermagem, bem como o reconhecimento pelo papel fundamental exercido na nossa instituição.

Desde o início das discussões de instauração do piso salarial da categoria, a instituição demonstrou total apoio e apontou a necessidade de criação de fontes adicionais de financiamento que permitam cobrir este custo extra, estipulado em média de 2.2 milhões por mês.

Infelizmente, o Congresso Nacional e o Poder Executivo federal não deram nenhum passo concreto naquela direção. O projeto que cria o piso foi aprovado e sancionado sem qualquer menção à questão central de como arcar com os salários da equipe de enfermagem, atores mais que essenciais para o cuidado da nossa região.

Por esta razão, a Santa Casa de Passos está informando a impossibilidade de aplicação da Lei e assim como diversos hospitais filantrópicos do Brasil, buscando negociações com o Sistema Único de Saúde (SUS) para o ajuste financeiro do contrato existente com a instituição.

É um fato público e comprovado, que o setor hospitalar filantrópico tem um subfinanciamento de décadas o que expõe as instituições de saúde a dificuldades de financiamento de sua estrutura.

A Santa Casa de Passos, bem como todos os hospitais brasileiros, não está se recusando a oferecer merecida valorização dos seus profissionais, ou seja, gostaria de pagar os valores propostos. Só não tem meios para fazê-lo.

Por isso, apelamos às autoridades brasileiras para que sejam encontradas, imediatamente, formas de garantir os recursos extras de que necessitam.

A Santa Casa de Passos assume o compromisso junto com os profissionais de buscar a superação das dificuldades encontradas para cumprir a Lei de forma a construir soluções e valorizar os profissionais de enfermagem de forma sustentável e responsável.

A Santa Casa de Passos continua aberta ao diálogo em torno do tema.

  • Daniel Porto Soares
    Superintendente Geral da Santa Casa de Passos”

Via: Verboaria.

Professores de MG suspendem greve, mas só retornarão às escolas na segunda-feira

Em assembleia geral realizada na tarde da última terça-feira (12), professores e servidores da educação em Minas Gerais votaram por suspender a greve iniciada no dia 9 de março. Porém, de acordo com o SindUTE-MG, eles só retornarão às salas de aula a partir da próxima segunda-feira (18).

A principal reivindicação da categoria era o pagamento do piso salarial nacional, o que implica o reajuste de 33,24% nos salários dos professores. O governador Romeu Zema (Novo) vetou o percentual, mas na manhã desta terça os deputados estaduais reverteram a decisão do governador em votação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Agora, Zema tem 48 horas para sancionar o reajuste para a educação, assim como 14% para a saúde e para a segurança. Caso ele não o faça, cabe ao presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PSD), promulgar a medida.

Os professores também aprovaram a manutenção do estado de greve. Isso significa que eles estão em alerta e podem voltar a fazer greve a qualquer momento, caso o piso não seja pago, por exemplo.

Pais e responsáveis por alunos da rede estadual de ensino reclamam de greve dos servidores da educação; SSE/MG se posiciona

Professores e servidores da rede estadual de educação estão em greve desde o início de março. A principal reivindicação da categoria é o pagamento do piso salarial, o que implicaria reajuste de 33, 24%. Porém, a paralisação não tem agradado diversos pais ou responsáveis pelos alunos.

A mãe de duas alunas da Escola Estadual de Furnas, em São José da Barra (MG) reclama que a greve irá comprometer futuramente as filhas a realizarem vestibulares e concursos. Ela ainda diz que devido às aulas remotas estabelecidas por consequência da pandemia da Covid-19, as filhas não adquiriram nenhum tipo de conhecimento nos últimos dois anos.

A responsável pelas alunas informou que ao procurar por uma servidora da Superintendência Regional de Ensino de Passos, a profissional a tratou mal, pedindo à mãe para se informar no sindicato e não na SRE.

‘’Por que a greve não foi aderida no período de pandemia? Por que não reivindicaram o aumento de salário na pandemia? Teve aula normal, mas daquele jeito, onde não aprendiam nada e passavam de ano normalmente. Minhas filhas fizeram todas as apostilas, e sabemos que tem alunos que não fizeram nada e a diretora escolar ligou para fazerem uma prova de 34 questões afirmando que todos iriam passar para o próximo período escolar”, afirmou a mãe.

Ela também critica o ensino em tempo integral, frisando que o plano prejudica as famílias. A mãe ainda diz que faltam alimentos para os alunos da Escola Estadual de Furnas, visto que a direção da mesma solicitou que sua filha levasse um litro de óleo para a escola.

“O período integral implantado na escola não está oferecendo resultados e sim tirando os filhos que ajudam os pais em casa, pois a maioria das famílias estão enfrentando problemas financeiros devido à pandemia e os pais ‘pobres’ contam com o apoio dos filhos diariamente para amenizar os problemas. E a escola no período vespertino não está tendo lanche, minhas filhas tiveram que levar óleo de casa para ajudar na escola. Como manter um período integral se não tem condições de dar alimentação para os alunos? As cantineiras fazem da tripa ao coração e a diretora deixa tudo para última hora”.

A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) disse que durante o período de suspensão das atividades escolares presenciais devido a pandemia, desenvolveu o Regime de Estudo não Presencial, que contou com três principais ferramentas para acesso aos conteúdos escolares: o Plano de Estudo Tutorado (PET), o programa Se Liga na Educação e o Aplicativo Conexão Escola.

‘’Além disso, foram realizadas avaliações diagnósticas, de forma individualizada, para apontar quais habilidades os estudantes conseguiram ou não consolidar durante o ensino remoto. Também foram ofertadas turmas de Reforço Escolar, priorizando estudantes reprovados e em progressão parcial, para os conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática, que também tem turmas previstas para este mês, apoiando os estudantes na consolidação dos conteúdos’’, informou a Secretaria.

Segundo a SEE/MG, a alegação sobre a falta de alimentação dos alunos da Escola Estadual de Furnas ‘’não procede’’.


‘’A alimentação escolar foi ofertada normalmente durante todos os dias letivos. A unidade escolar está recebendo os recursos em dia e dispõe de verba para disponibilizar a alimentação escolar de qualidade aos alunos e servidores. No momento, a unidade de ensino encontra-se paralisada em função da adesão dos profissionais da escola à manifestação. Vale destacar que, desde o ano passado, a SEE/MG dobrou o recurso destinado à merenda escolar, com um incremento de R$ 170 milhões sobre o valor que normalmente é repassado pelo Estado, totalizando R$ 340 milhões de recurso estadual’’.

A Secretaria disse que representantes do Governo de Minas mantêm diálogo com a categoria e têm participado das reuniões de conciliação realizadas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Além disso, tramita atualmente projeto de lei enviado pelo Executivo que prevê o reajuste salarial de 10,06% para todos servidores públicos estaduais, incluindo os da Educação. ‘’O percentual estabelecido é o que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) permite no momento’’.

‘’Em decisão homologada em audiência de conciliação realizada na quinta-feira (31 de março) no TJMG, o Governo de Minas Gerais informou que vai destinar mais R$ 30 milhões para o pagamento do rateio extraordinário do Fundeb, com o objetivo de ampliar o número de servidores da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) a serem beneficiados. No dia 20 de janeiro de 2022, o Governo de Minas já havia pagado rateio extraordinário dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Foram distribuídos R$ 539 milhões entre os servidores da Educação lotados e em exercício nas escolas estaduais durante o ano de 2021, contemplando cerca de 226 mil cargos, conforme os critérios estabelecidos pela nova lei do Fundeb’’.

A SEE destacou que permanece vigente a decisão do TJMG, do dia 9 de março, que determinou a suspensão da greve dos servidores da educação, sob pena de multa diária no valor de R$ 100.000,00.

A Secretaria visa alinhar e planejar os procedimentos de reposição de aulas, sendo elaborado um cronograma para os dias paralisados, caso haja necessidade.

Apesar de a assembleia estar marcada para às 14h, a votação sobre a continuidade ou não da greve ainda não começou porque uma audiência de conciliação no TJMG está sendo realizada entre o governo de Minas e o Sindicato Único dos Trab em Educação de Minas Gerais (SindUTE).

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